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Portuguese Shoes: crescer em tempos de crise
           Modernização, design e promoção internacional já levaram a um aumento de 22% nas
           exportações em 2011
           Por UPMAN – business advisers, Abril 2011



                                                       O setor do calçado é apontado como um dos que mais tem vindo
                                                       a contribuir para a competitividade de Portugal, posicionando-se
                                                       já como um dos setores mais exportadores na economia nacional.

                                                       Os dados mais recentes, divulgados pela APICCAPS – Associação
                                                       Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de
                                                       Pele e seus Sucedâneos, referem-se a Janeiro e Fevereiro de
                                                       2011 e dão conta de um crescimento de 22% nas exportações de
                                                       calçado português (o mesmo período em 2010 apresentava um
                                                       crescimento de 5%). No cômputo geral, em 2010, as empresas
                                                       portuguesas de calçado exportaram para mais de 130 países,
                                                       num volume de negócios superior a 270 milhões de euros.

                                                       Se considerarmos que este mesmo setor é tido como um dos mais
Ilustração 1: Crescimento das exportações de calçado   tradicionais e se debate desde há vários anos com uma
português
                                                       concorrência asiática feroz e agressiva (a China é o maior
                                                       exportador mundial de calçado tendo, em 2002, introduzido no
                                                       mercado     europeu     551      milhões    de   pares   de    sapatos,
                                                       correspondentes a quase 2,3 mil milhões de euros e atingindo
                                                       assim uma quota de 42,16% das importações europeias), estes
                                                       dados ganham uma dimensão e um peso ainda maiores e
                                                       transformam o sector do calçado num case-study merecedor de
                                                       toda a nossa atenção.

                                                       Mas no que toca a exportar é mais difícil dizer que fazer. Para
                                                       conseguir fazer frente aos outros players no mercado – com preços
                                                       extremamente      competitivos     –   as    empresas     de    calçado
                                                       portuguesas viram-se forçadas a desenvolver uma estratégia
                                                       diferente, assente em fatores diferenciadores que tiveram por

Ilustração 2: Em 2002, a China introduziu no mercado
                                                       base a inovação, a modernização tecnológica do setor
europeu 551 milhões de pares de sapatos                produtivo, a aposta em materiais de elevada qualidade
                                                       conjugados com componentes de moda e design. Tudo isto levou a
                                                       um reposicionamento do calçado português que passou a destinar-

                                                             UPMAN – business advisers
    Porto | Rua do Passeio Alegre, 20 | Centro Empresarial do Porto | 4150-570 Porto T. +351 220 108 012 | F. +351 220 108 013
    S. João da Madeira | Rua Comendador Raínho, 1192 | 3700-231 S. João da Madeira T. +351 256 826 234 | F. +351 256 826 252
                                              E. geral@upman.com.pt | Web: www.upman.com.pt
se, essencialmente, a segmentos mais altos e internacionais, e a ser
                                                   visto como um produto arrojado, irreverente e fashion, proveniente
                                                   de um país que é visto lá fora como altamente tradicional. O
                                                   investimento em feiras, a promoção externa, assim como uma
                                                   estratégia empresarial que passa pela valorização do produto
                                                   foram ações decisivas para o sucesso desta estratégia.

                                                   Não obstante, a criação da marca Portuguese Shoes – Designed by
                                                   the Future para identificação – com orgulho – dos sapatos made in
                                                   Portugal, assim como todas as campanhas de promoção feitas em
                                                   torno da mesma, permitiu que hoje, dois anos depois de ter sido
                                                   lançada no mercado, os sapatos portugueses sejam percecionados
                                                   como produtos de valor acrescentado, estando presentes em mais
                                                   de 130 países, em locais tão distantes como Japão, Iraque, Bolívia
                                                   ou Austrália. A nova campanha, com a assinatura “The sexiest
                                                   industry in Europe”, está já a dar resultados; um editorial na
                                                   Vogue Portugal ou a presença nas páginas da conceituada revista
                                                   Elle são provas de que os sapatos portugueses estão na moda.

                                                   Na prática, e considerando a fileira do setor do calçado, houve
                                                   uma clara aposta em determinados processos que geraram
                                                   impacto de forma célere e eficaz: design e concepção, produção,
                                                   qualidade e marketing, vendas e serviço ao cliente.

                                                   Contudo, a época de instabilidade financeira que o País
                                                   atravessa, agravada com a perspetiva de medidas ainda mais
                                                   austeras fruto da presença do FMI em Portugal, promete afetar a
                                                   sociedade em geral, e o setor empresarial em particular. Na
                                                   opinião da APICCAPS, os empresários do setor vêem com bons
                                                   olhos a vinda do FMI, na medida em que acreditam que a mesma
                                                   permitirá às empresas continuar a obter financiamento para dar
                                                   resposta às encomendas que têm em carteira e às iniciativas que
                                                   pretendem realizar. Segundo o Boletim de Conjuntura da
                                                   APICCAPS editado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia
                                                   Aplicada da Universidade Católica do Porto, em 2010, “para
                                                   muitas empresas, as principais dificuldades prendem-se agora
                                                   com o acesso a fatores de produção, nomeadamente com o
Imagens da campanha Portuguese Shoes: The
Sexiest Industry, da APICCAPS                      preço das matérias-primas e com a escassez de mão de obra
                                                   qualificada”.
                                                         UPMAN – business advisers
Porto | Rua do Passeio Alegre, 20 | Centro Empresarial do Porto | 4150-570 Porto T. +351 220 108 012 | F. +351 220 108 013
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                                          E. geral@upman.com.pt | Web: www.upman.com.pt
Estes aspetos, aliados à dificuldade em manter os bons resultados
                                                       num mercado cada vez mais globalizado, altamente competitivo e
                                                       caracterizado por um clima de desconfiança e precaução dos
                                                       consumidores são, precisamente, os desafios que o setor do
                                                       calçado enfrenta em 2011 e que, provavelmente, se prolongarão
                                                       pelos próximos anos. De que forma pode um dos sectores mais
                                                       competitivos da economia portuguesa resistir e vencer a crise que
                                                       está a afectar todos os mercados é a pergunta que se impõe.

                                                       Na ausência de fórmulas milagrosas, há que analisar cautelosa e
                                                       meticulosamente as apostas que foram feitas e os resultados
                                                       gerados, com vista a extrair as melhores lições e basear uma
                                                       estratégia futura de sobrevivência à crise e conquista de quota de
                                                       mercado(s).

                                                       Mas, independentemente dessa estratégia, a mesma assentará,
                                                       inequivocamente, no reforço dos processos que se revelaram
                                                       diferenciadores (design e concepção, produção, qualidade e
                                                       marketing, vendas e serviço ao cliente), bem como, na aposta da
                                                       melhoria contínua e optimização dos restantes processos da
Ilustração 3: Representação generalista da cadeia de   cadeia de valor.
valor do setor do calçado
                                                       Várias iniciativas ajudarão a atingir o objetivo último de qualquer
                                                       organização: criar valor para o acionista, reduzindo custos e
                                                       aumentando a sua rentabilidade.

                                                       Planear e monitorizar recorrentemente o seu desempenho
                                                       organizacional;    integrar    na    gestão    da    cadeia    logística
                                                       fornecedores, parceiros e clientes a montante e a jusante,
                                                       respetivamente; garantir informação fidedigna em tempo útil
                                                       para a tomada de decisão; definir, medir, analisar, inovar e
                                                       controlar as operações; focar na melhoria contínua das operações
                                                       e dos processos de negócio com a implementação de melhores
                                                       práticas (Lean); e, não menos importante, a capacidade de atrair,
                                                       reter e motivar o principal ativo das organizações – as Pessoas,
                                                       vetores estratégicos que poderão contribuir para sedimentar e
                                                       valorizar cada vez mais os Portuguese Shoes.




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Crescimento das exportações de calçado português em tempos de crise

  • 1. Portuguese Shoes: crescer em tempos de crise Modernização, design e promoção internacional já levaram a um aumento de 22% nas exportações em 2011 Por UPMAN – business advisers, Abril 2011 O setor do calçado é apontado como um dos que mais tem vindo a contribuir para a competitividade de Portugal, posicionando-se já como um dos setores mais exportadores na economia nacional. Os dados mais recentes, divulgados pela APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, referem-se a Janeiro e Fevereiro de 2011 e dão conta de um crescimento de 22% nas exportações de calçado português (o mesmo período em 2010 apresentava um crescimento de 5%). No cômputo geral, em 2010, as empresas portuguesas de calçado exportaram para mais de 130 países, num volume de negócios superior a 270 milhões de euros. Se considerarmos que este mesmo setor é tido como um dos mais Ilustração 1: Crescimento das exportações de calçado tradicionais e se debate desde há vários anos com uma português concorrência asiática feroz e agressiva (a China é o maior exportador mundial de calçado tendo, em 2002, introduzido no mercado europeu 551 milhões de pares de sapatos, correspondentes a quase 2,3 mil milhões de euros e atingindo assim uma quota de 42,16% das importações europeias), estes dados ganham uma dimensão e um peso ainda maiores e transformam o sector do calçado num case-study merecedor de toda a nossa atenção. Mas no que toca a exportar é mais difícil dizer que fazer. Para conseguir fazer frente aos outros players no mercado – com preços extremamente competitivos – as empresas de calçado portuguesas viram-se forçadas a desenvolver uma estratégia diferente, assente em fatores diferenciadores que tiveram por Ilustração 2: Em 2002, a China introduziu no mercado base a inovação, a modernização tecnológica do setor europeu 551 milhões de pares de sapatos produtivo, a aposta em materiais de elevada qualidade conjugados com componentes de moda e design. Tudo isto levou a um reposicionamento do calçado português que passou a destinar- UPMAN – business advisers Porto | Rua do Passeio Alegre, 20 | Centro Empresarial do Porto | 4150-570 Porto T. +351 220 108 012 | F. +351 220 108 013 S. João da Madeira | Rua Comendador Raínho, 1192 | 3700-231 S. João da Madeira T. +351 256 826 234 | F. +351 256 826 252 E. geral@upman.com.pt | Web: www.upman.com.pt
  • 2. se, essencialmente, a segmentos mais altos e internacionais, e a ser visto como um produto arrojado, irreverente e fashion, proveniente de um país que é visto lá fora como altamente tradicional. O investimento em feiras, a promoção externa, assim como uma estratégia empresarial que passa pela valorização do produto foram ações decisivas para o sucesso desta estratégia. Não obstante, a criação da marca Portuguese Shoes – Designed by the Future para identificação – com orgulho – dos sapatos made in Portugal, assim como todas as campanhas de promoção feitas em torno da mesma, permitiu que hoje, dois anos depois de ter sido lançada no mercado, os sapatos portugueses sejam percecionados como produtos de valor acrescentado, estando presentes em mais de 130 países, em locais tão distantes como Japão, Iraque, Bolívia ou Austrália. A nova campanha, com a assinatura “The sexiest industry in Europe”, está já a dar resultados; um editorial na Vogue Portugal ou a presença nas páginas da conceituada revista Elle são provas de que os sapatos portugueses estão na moda. Na prática, e considerando a fileira do setor do calçado, houve uma clara aposta em determinados processos que geraram impacto de forma célere e eficaz: design e concepção, produção, qualidade e marketing, vendas e serviço ao cliente. Contudo, a época de instabilidade financeira que o País atravessa, agravada com a perspetiva de medidas ainda mais austeras fruto da presença do FMI em Portugal, promete afetar a sociedade em geral, e o setor empresarial em particular. Na opinião da APICCAPS, os empresários do setor vêem com bons olhos a vinda do FMI, na medida em que acreditam que a mesma permitirá às empresas continuar a obter financiamento para dar resposta às encomendas que têm em carteira e às iniciativas que pretendem realizar. Segundo o Boletim de Conjuntura da APICCAPS editado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto, em 2010, “para muitas empresas, as principais dificuldades prendem-se agora com o acesso a fatores de produção, nomeadamente com o Imagens da campanha Portuguese Shoes: The Sexiest Industry, da APICCAPS preço das matérias-primas e com a escassez de mão de obra qualificada”. UPMAN – business advisers Porto | Rua do Passeio Alegre, 20 | Centro Empresarial do Porto | 4150-570 Porto T. +351 220 108 012 | F. +351 220 108 013 S. João da Madeira | Rua Comendador Raínho, 1192 | 3700-231 S. João da Madeira T. +351 256 826 234 | F. +351 256 826 252 E. geral@upman.com.pt | Web: www.upman.com.pt
  • 3. Estes aspetos, aliados à dificuldade em manter os bons resultados num mercado cada vez mais globalizado, altamente competitivo e caracterizado por um clima de desconfiança e precaução dos consumidores são, precisamente, os desafios que o setor do calçado enfrenta em 2011 e que, provavelmente, se prolongarão pelos próximos anos. De que forma pode um dos sectores mais competitivos da economia portuguesa resistir e vencer a crise que está a afectar todos os mercados é a pergunta que se impõe. Na ausência de fórmulas milagrosas, há que analisar cautelosa e meticulosamente as apostas que foram feitas e os resultados gerados, com vista a extrair as melhores lições e basear uma estratégia futura de sobrevivência à crise e conquista de quota de mercado(s). Mas, independentemente dessa estratégia, a mesma assentará, inequivocamente, no reforço dos processos que se revelaram diferenciadores (design e concepção, produção, qualidade e marketing, vendas e serviço ao cliente), bem como, na aposta da melhoria contínua e optimização dos restantes processos da Ilustração 3: Representação generalista da cadeia de cadeia de valor. valor do setor do calçado Várias iniciativas ajudarão a atingir o objetivo último de qualquer organização: criar valor para o acionista, reduzindo custos e aumentando a sua rentabilidade. Planear e monitorizar recorrentemente o seu desempenho organizacional; integrar na gestão da cadeia logística fornecedores, parceiros e clientes a montante e a jusante, respetivamente; garantir informação fidedigna em tempo útil para a tomada de decisão; definir, medir, analisar, inovar e controlar as operações; focar na melhoria contínua das operações e dos processos de negócio com a implementação de melhores práticas (Lean); e, não menos importante, a capacidade de atrair, reter e motivar o principal ativo das organizações – as Pessoas, vetores estratégicos que poderão contribuir para sedimentar e valorizar cada vez mais os Portuguese Shoes. UPMAN – business advisers Porto | Rua do Passeio Alegre, 20 | Centro Empresarial do Porto | 4150-570 Porto T. +351 220 108 012 | F. +351 220 108 013 S. João da Madeira | Rua Comendador Raínho, 1192 | 3700-231 S. João da Madeira T. +351 256 826 234 | F. +351 256 826 252 E. geral@upman.com.pt | Web: www.upman.com.pt