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CURSO DE


INTRODUÇÃO
    AO


CANDOMBLÉ
ILÊ AXÉ OXOSSI E OXALÁ



JULHO DE 1994




         DEDICATÓRIA




          Esta modesta contribuição ao nosso amado Candomblé eu dedico àqueles que a prestigiarem
com sua leitura e críticas construtiva e a todos àqueles que tornaram possível sua realização.




         Em especial:



         Meu Pai,          AGUINALDO DE OXOSSI,



         Minha Mãe,             IZETE DE OXUM,



         Meus Pais de Santo,    JOÃO BOSCO e LURDES DE OBALAUAÊ,



         Meu Babakekerê,        ALEFÁ,



         Ao meu amor,      WALKINHO
Aos amigos que me inspiraram, como professores e mestres, meu agradecimento especial à
FERNANDES PORTUGAL e FÁTIMA.
Agradecimentos


Aos meus irmãos: Alexandre,

Richard e Renato.

À querida Hellen e a Janaína.

Aos amigos queridos:

Walker

Branca

Walma

Nina

Ana Nascimento

Aída de Xangô

Yundia ( Regina )

Maria Gorda

Ana de Oxalá

Bomboxé

Biau e Cleunice

Gílio e família

Nevinha

Neuzi e sua amiga

Dani

Joel e esposa

Dona Maria

E aos demais Irmãos e crianças do Ilê Axé Oxossi e Oxalá
MÓDULO I


I – Cargos no Barracão

II – Termos e nomes no rito

III – A dança dos Orixás

IV – Tipos de Ejé que existem

V – Tipos de mediunidade

VI – Comportamento do Filho-de-santo

VII – Eleké

VIII – Lôorogun

IX – Termos e palavras em Yorubá
HISTÓRICO
O Candomblé é uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época
da colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráfico
dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos
da Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco.
A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermínio
haveria de surpreender. A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques
simples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas
origens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca.
O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos
para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de
Angola. No momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado,
distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional. Mas o elemento
africano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos
católicos.
Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na
sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a
igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como
tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao culto
aos Orixás, desembarcavam na Bahia.
Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia,
conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidade
natal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originam
mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas: O
Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecida
em 1986) e do Alaketu.
Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiro
entre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de
quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angola-
congo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se
com a Umbanda).
O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra,
Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua
manifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido pelo
orixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegum, aquele que tem o privilégio de ser montado
por ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas de
respeito de seus descendentes que o evocaram. Cada orixá tem as suas cores, que vibram em seu
elemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suas
saudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediência
os irrita.
A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiais
habitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderia
localizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensão
estranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes).
Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais,
estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas próprias
reservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio.
Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o status de principal, é chamado de orixá de cabeça,
que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó,
apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas de
maneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cada
pessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem a
pessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes.
Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé possui cerimoniais específicos para seus adeptos
porém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro e
ocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ou
as complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância desses
procedimentos é que o Candomblé religa os humanos aos seres astrais, proporcionando àqueles o
equilíbrio desejado na existência.
O CANDOMBLÉ a uma estrutura de culto às forças da natureza, a um hino à vida como Eterno
Movimento, que se manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritual
comunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé é
sacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN),
que entoam os cantos sagrados possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidade
dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança sagrada, num
hino à Alegria, Amor e Partilha.
        O CANDOMBLÉ se expressa nos terreiros ou roças, onde se cultuam os ORIXÁS e os ancestrais
ilustres. O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaço
urbano, construído, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes à
floresta africana), que é considerado sagrado.
        O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possuem o
ORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. O
AXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em
movimento. O AXÉ sendo principio e força é neutro. Transmite-se, aplica-se e combina-se aos
elementos naturais, que contam e expressam o AXÉ do terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ de cada
ORIXÁ, realimentado através das oferendas e da ação ritual; (b) o AXÉ de cada membro do terreiro,
somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino individual (ODU) e o
herdado dos próprios ancestrais; (c) o AXÉ dos antepassados ilustres.
        O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependendo da prática litúrgica e rigorosa
observância dos deveres e obrigações. A força do AXÉ é contida e transmitida através de elementos
representativos do reino vegetal, animal e mineral (oferendas) e podem ser agrupados em três
categorias: (a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendê) e mineral
(cobre); (b) sangue branco do reino animal (sêmen, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz); (c)
sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral
(carvão, ferro). Estes três tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com sua coloração, vai determinar
a fundamental importância da cor no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe,
partilha-se e distribuí-se através da prática ritual, da experiência mística e iniciática, conceitos e
elementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite que o ORIXÁ venha e realize-
se.
        A existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o ORUN (além,
habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real, que coexiste com todos os conteúdos deste).
Cada indivíduo, árvore, animal, cidade etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN. Os mitos
revelam que, em épocas remotas, o AIYÉ e o ORUN estavam ligados, e os homens podiam ir e vir
livremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a conseqüente
separação e o desdobramento da existência. Um mito da criação nos conta que nos primórdios, nada
existia além do ar. Quando OLORUN começou a respirar, uma parte do ar transformou-se em massa de
água, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do branco. O ar e as águas moveram-se
conjuntamente e uma parte deles transformou-se em bolha ou montículo uma matéria dotada de forma
- um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou vida sobre ele e com seu hálito deu a vida a
EXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogênito do Universo.

       OLORUN abrange todo espaço e detém três poderes que regulam e mantém ativos a existência
e o Universo: IWÁ, que permite ao Universo genérico o ar, a respiração; AXÉ, que permite a existência
advir dinâmica; ABÁ, que outorga propósito e dá direção. Ou como diz o poeta Moraes Moreira em
"Pensamento Ioruba": Para tudo ser tem que ter IWA. Para vir a ser tem que ter AXÉ. Para o sempre
ser tem que ter ABÁ
       Ao combinar esses três poderes de forma específica, OLORUN transmite-os aos IRUNMALÉ,
entidades divinas que remontam aos primórdios de universo, encarregados de mantê-las nas diferentes
esferas de seu domínio. Os IRUNMALÉ seriam em número de seiscentos, quatrocentos da direita (os
ORIXÁS, detentores dos poderes masculinos) e duzentos da esquerda (os EBORAS, detentores dos
poderes femininos). Os ORIXÁS são massas de movimentos lentos, serenos, de idade imemorial. Estão
dotados de um grande equilíbrio que controlam as relações do que nasce, do que morre, do que é
dado, do que deve ser resolvido. São associados à Justiça e ao equilíbrio, principio regulador dos
fenômenos cósmicos, sociais e individuais.
       Vimos que quando OLORUN começou a respirar, gerou ORIXALÁ e EXU, o procriado. Na
qualidade de procriado, EXU não pode ser isolado nem classificado em qualquer categoria. Minha
homenagem ao meu BARA! Nestes escritos sobre os ORIXÁS, EXU com seu perfil psicológico e o tipo
determinante dos seus filhos, abrirão os caminhos sendo o primeiro a ser evocado.
I – CARGOS NO BARRACÃO


           O candomblé é uma seita de origem africana na qual se presta culto aos Orixás. Chegou ao
Brasil através dos negros africanos, que para cá vieram como escravos, mas trouxeram consigo o AXÈ
dos ORIXÀS e a forma de cultuá-los, o que foi o princípio do que até hoje é praticado.

           A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigações
realizadas (“tempo de santo”), qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pela
indicação do Babalorixá, que o fará segundo a determinação dos Orixás.


            A seguir relacionam-se alguns cargos no culto:

            ATÔ-AXOGUN: Sacrificador de animais de dois pés.

            AXOGUN: Sacrificador de todo tipo de animais.

            ABAXÉ: Pessoa que ajuda na cozinha, ou cuida das crianças enquanto as mães estão
ocupadas.

            IYÁ-BASSU: Pessoa responsável pela cozinha.

          EBÂMI ou EBÔMI: Após sete anos como Iaô, ofertadas as obrigações devidas, o iniciado é
levantado EBÔMI. A situação do Iaô que passa à ebômi é modificada, pois ao receber o DEKÀ (cuia do
axé), poderá iniciar outras pessoas, assumindo a direção de outro barracão. Caso não assuma tais
responsabilidades e continue na mesma casa, assumirá funções específicas como Mãe-Pequena ou Pai-
Pequeno, organizador de rituais, etc...

            IYÁ-KEKERÊ: Substituta da YALORIXÁ, também conhecida como Mãe-Pequena

         EKEDE: Cuida dos assentamentos e quartinhas do Babá, ajuda a Mãe-Criadeira, transmite
ensinamentos soa Abiãs e zela pelos Orixás durante os rituais.

            DAGÃ e OSSIDAGÃ: Despacham o padê e determinadas oferendas a Exu.

            IYÁ-TEBEXÉ: Dirige o canto, obedecendo às normas do ritual.

            MÃO-DE-OFÁ: Conhece e colhe as ervas do culto aos Orixás.

            IABÁ (IYÁBÁ): Cozinheira do culto aos Orixás.

            TIBONÃ: Fiscal das cerimônias.

            OGÃ: Significa padrinho.

            ALABÊ: Tocador de atabaques.

            OGÃNILÛ: Chefe dos alabês, os quais dirige sob ordem direta do Babalorixá.

          TÁTA: Quando o Babalorixá atinge 21 anos de atividade no seu Egbé é proclamado TÁTA
(Grande Pai). Nesse caso, ele pode escolher um filho para substituí-lo, este passará à ser Babalorixá,
dando ao Táta oportunidade de elevar-se.


         VODUNCES: Poucos conseguem atingir esse grau, devido às exigências, especialmente de
tempo que é de 50 anos de culto ou Chefia.


            DENOMINAÇÕES DE ZELADORES:

            BABALAWÔ: Pai de Segredo
BABALORIXÁ: Pai de Orixá

          BABALAXÉ: Pai da Força

          BABALADÊ: Pai da Coroa

          BABAOXÉ: Pai do Axé

          BABAEWÉ: Pai da Folha

          BABAODÊ: Pai da Navalha

          BABAKEKERÊ: Pai Pequeno

          BABAEFUM: Pai da Pintura do Iaô.



          II – TERMOS E NOMES NO RITO


         Conforme dissemos, o candomblé no Brasil tem origem africana, sendo assim, utiliza termos
e nomes cuja tradição, mantém em uso corrente no culto.

          A seguir, citamos alguns termos e nomes de uso freqüente:

          ATABAQUES:

                    RUM: É o maior deles, pertence ao Orixá dono do ILÊ.

                    RUMPI: Menor que o Rum, seria o de tamanho médio.

                    LÊ: É o menor entre os três.

                    ILÛ: Pequeno atabaque usado na nação IJEXÁ.

          AKIDAVÍ ( AGHIDAVÍ): É o nome dado às varas com que se toca os atabaques.

           AXÉ: Princípio e poder de realização. Força que dá o movimento, sem ele tudo estaria
paralisado. É a fonte que torna possível a renovação da vida. Pode ser transmitido através de comidas
e bebidas ou pelo contato, já que pode ser transmitido a objetos e seres humanos.
           Para que o Agbé possa atender à sua função de vê ter AXÉ. Para isso o “plantamos”, ou
seja, fazemos símbolos que representam pontos de culto do axé. Uma vez plantado, se fortifica
combinando todas as formas nele existentes:

          (a) O Axé de cada Orixá, obtido através de oferendas, bori e iniciação.
          (b) O Axé de cada membro do terreiro (Egbé), somado com os de seu Orixá, através de um
              elo de ligação entre o filho-de-santo e o Orixá (Cuidado com os assentamentos e zelo
              pelas coisas do Orixá, além de respeito pelos irmãos e Babalorixá.

          (c) O Axé dos antepassados do Egbé, seus ilustres mortos, cujo poder é acumulado e
              mantido ritualmente nos assentamentos do ILÊ-IBÓ OKU.

         EWÓ: São cuidados com oque o filho-de-santo come e faz, afim de não agredir ao Orixá (é o
mesmo que quizila). Quem desobedece pode ter as mais variadas reações, tais como: enjôos,
problemas materiais, espirituais, etc...

          ADÔXU: Nome dado às pessoas iniciadas no culto aos Orixás (Oxú). Pequeno cone feito de
ervas e outros axés, colocados no alto do Ori do Iaô.

          ATAKÂN: Pano que envolve o peito da filha-de-santo quando está incorporada pelo Orixá.
AGOGÔ: instrumento de ferro com dois sinos, badalo, superpostos, um menor que o outro,
donde se tira som batendo-se com um pedaço de ferro.

            ADJÁ: Sinos de metal, usados pelos zeladores para chamar os orixás.

            ABIÃ: São filhos ou filhas-de-santo que ainda não se iniciaram, ou seja, não nasceram.

          AJUNTÓ ou JUNTÓ: É o segundo Orixá que comanda a pessoa junto com o seu Orixá
assentado no Ori no dia de sua feitura.

            ABASSÁ: Salão onde se realizam as cerimônias públicas do candomblé.

            AYÊ: Terra (planeta).

            ORUN: Além do céu.

            ILÊ: Terra (chão).

            ILÉ: Pombo.

            Exemplos:               ILÊ-AXÉ: Casa privada destinada ao recolhimento do Iaô.

                            ILÊ-IBÓ OKU: Casa onde são adorados os mortos e onde se encontram
seus assentamentos. O local deve ser guardado por sacerdotes preparados para este mistério. É
separado do resto do terreiro (Egbé), sendo conhecida também como ILÊ ISINMI.

            EGBÉ: Nível, perto, roça-de-santo, terreiro.

            EJÉ: Sangue.

            ILARE: brado de guerra do Orixá, erradamente chamado “ilá”.

            ILÁ: Quiabo.

            ADOBALE: Bater cabeça ao Orixá.

            DIDÊ: Levantar. Exemplo: “Didê Orixá!”

            JOKÔ: Sentar.

            ADUPÉ ou DUPÉ: Obrigado. Exemplo: “Adupé lowó Olorum” (obrigado à Olorum, agradeço
à Olorum)

            DIJINA ou DJINA: Nome da iniciada ou iniciado.

          IRUNMALÉ ou IRUNMOLÉ: São aqueles que habitam o Orum, também chamados
Irunmolés e ARA_ORUM. Usa-se essa terminologia durante as invocações, no começo dos rituais, como
por exemplo: “Awom irinwó Irunmolé ojû kofun” (Os quatrocentos Irunmolés do lado direito e os
duzentos do lado esquerdo).

         OSIWAJU: O primeiro cargo, primeiro Orixá para os Yorubás (Oduduwa e Oxalá). Na Bahia
Ogum, Exu, e Oxossi.

            OSI: Lado esquerdo.

            OTUM: Lado Direito.

            ORI: Cabeça.


            PARTES EM QUE SE DIVIDE O ORI:
ORI: Centro da cabeça.

              ÔJU-ORI: Parte da frente.

              IKÔKO ORI: Parte de trás.

              OPÁ OTUM: Lado direito.

              OPÁ OSI: Lado esquerdo.

           IBORI ou BORI: É a cerimônia realizada dentro do culto para adoração à cabeça (ori). São
oferecidos sacrifícios ao ORI-INU e ao IGBÁ-ORI da pessoa. Durante este ritual, quaisquer que sejam
as oferendas devem ser dadas à cabeça. Todos deverão comer obi.

          O OBI E SUA IMPORTÂNCIA:

           O Obi é um fruto africano, produtor da noz de cola.É utilizado em quase todas as oferendas
(cerimônias). É o primeiro oferecimento que se faz à cabeça antes de qualquer obrigação. Pode ser
oferecido inteiro ou triturado pelos dentes. A massa mastigada é oferecida aos quatro lados da cabeça
e ao centro.

          SAUDAÇÃO AO ORI:

          “ Ori pele atete miran
          atete gbeni kòósá
          ko sòósa tu danil gbé
          léyin ori eni ori pélé
          ori aloiye eni oriba
          gboboo re re yo sebe
          kó yó sésé”
          OJÚ-ORUN: O céu.

          ORUPIN: Cargo de todos os axés das obrigações do Iaô.

          OTÁ: Pedra do Santo.

          Cuidados com o Otá:

          -   Não lavá-lo com sabão, esponja e similares;

          -   Não mudar sua posição;

          -   Limpá-lo com farinha de acaçá;

          -   Pode-se colocar o sumo das ervas do Axé do Orixá;

          -   Recomenda-se rezar para o Orixá durante o ossé;

          -   Colocar somente o necessário, sem exageros;

          -   Transmita a ele somente energias positivas;

          -   Evite que outras pessoas zelem por ele, a obrigação é sua.


          PAÓ: Bater de palmas ritmado e específico, para demonstrar respeito, reverência e
          submissão. Representa o ato de despertar os Orixás, usado antes e depois das
          incorporações, oferendas, etc...

          IPADÊ ou PADÊ: Significa ato de reunir. Trata-se de cerimônia pública realizada no início
          de qualquer festividade (de saída de Iaô ao Axexê).
No Ipadê é oferecido a Exu:

   OMI (água): que é a oferenda por excelência

   I EFUN (farinha): caracteriza abundância

   EPÔ (dendê): poder de gestação, ação

   OTÍ (cachaça): bebida destilada de sua preferência

   OYIN (mel): beleza, energia

    AKAÇA: pasta feita com milho branco, enrolado na folha de bananeira (alternativo), é
feito ao por do sol.




   Observação: Tipos de toques executados nas cerimônias

   ALUJÁ: Toque predileto do Orixá XANGÔ.

   OPANIJÉ: Toque específico de OBALUAÊ.

   AGUERÊ: Toque cadenciado com duas em duas variações, uma para OXOSSI e outra
para OYÁ, mais conhecido como “Quebra-pratos”.

    ADARRUM: Toque muito rápido e contínuo, usado para chamar os Orixás às cabeças dos
filhos.

   BOLONÃ: Toque para bolar.


          III – A DANÇA DOS ORIXÁS

    As chamadas danças ritualísticas são em forma de círculo ou semicírculo (metade de um
círculo), ao redor de algum símbolo, acompanhada de sons que representam a natureza viva
(ar, fogo, animais, vento, chuva tempestade, etc...), havendo uma harmonia entre o
componente da roda e a natureza, junto aos astros.

   O CÍRCULO simboliza o movimento dos astros, o poder de renovação junto à força
espiritual.

   As CANTIGAS encantam os Orixás que estão relacionados aos astros.

   Os PASSOS E GESTOS representam as características do Orixá.

   Exemplo:

   A dança de OGUM simboliza a luta, desbravamento de caminho;

   A dança de NANÃ representa o embalo de uma criança;

   A de OXOSSI figura a caça;

   A de LOGUN mudança;

   A dança de BESSÉM representa o arco-íris, céu e terra, a serpente (AIDÃ);

   INHASÃ representa em sua dança os movimentos de despachar Egum, dominá-los,
espalhar o vento;
OPARÁ o ato ou ação de por fogo no mato;

   XANGO figura a corte, o bater do pilão e

   OXALÁ os movimentos do pombo.


          IV – TIPOS DE EJÉ QUE EXISTEM

   IV . 1 – SANGUE VERMELHO:

   REINO ANIMAL: Corrimento menstrual, sangue humano e sangue de animais.

   REINO MINERAL: Cobre, bronze, etc...


   IV . 2 – SANGUE BRANCO:

   REINO VEGETAL: Seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e
alguns vegetais.
          IYÊROSUN – pó branco extraído do IRÔSUN.
          ORI – MANTEIGA VEGETAL.

   REINO MINERAL: Sais, giz, prata, chumbo, platina, etc...


   IV . 3 – SANGUE PRETO:

   REINO ANIMAL:Cinza de animais, fósseis, petróleo

    REINO VEGETAL: Sumo escuro de certos vegetais como o ILÚ ÍNDICO, extraído de
diferentes tipos de árvores.


          V – OS TIPOS DE MEDIUNIDADE:

   MÉDIUM CONSCIÊNTE: É aquele em que a manifestação não toma por completo seus
sentidos, independentemente do tipo de entidade que esteja se manifestando (Preto-Velho,
Caboclo, Orixá). Ele escuta, enxerga, mas não tem controle sobre seus sentidos.

   MÉDIUM CONSCIÊNTE DE FORMA PARCIAL: Parte dos acontecimentos ficam
registrados outros não, a entidade se encarrega de limpar sua memória. A maior parte dos
médiuns está neste nível.

    MÉDIUM INCONSCIENTE: Acontece de forma mais limitada, são raros os casos, pois
envolve todo um aspecto físico, emocional e significa que este conseguiu um controle do seu
interior, entrando em transe completo.


          VI – COMPORTAMENTO DO FILHO-DE-SANTO, REGRAS BÁSICAS:

   •   Ao entrar no portão saudar Exu: “ Laroiê Exu ! Peço licença ! “

   •   Ogum: “ Ogum Patacory ! Ogum Jacy Jacy ! ”

   •   Ir até a árvore de Bará

   •   Cumprimentar Ossanhe

   •   Cumprimentar Tempo
•   Cumprimentar Oxossi

             •   Cumprimentar o seu Orixá

             •   Reverenciar o assentamento de seu Egbé

             •   Pedir a Benção do seu Babá e da sua Yiá

             •   Cumprimentar seus irmãos

             •   Nunca chegar da rua dando notícias boas ou ruins, sem aguardar uma oportunidade
                 conveniente

             •   Não fumar durante as obrigações nem perto das oferendas

             •   Não entrar na cozinha onde se prepara as oferendas para os Orixás, sem tomar
                 banho e descansar da rua

             •   Evitar certos tipos de assuntos

             •   Quando duas ou mais pessoas com tempo de santo estiverem conversando, não
                 entrar sem ser chamado nem cortar o assunto, ou mesmo passar sem pedir licença

             •   Durante as rezas ficar deitado de cabeça baixa.

           Com essas medidas simples estarás honrando teu Orixá, a casa onde ele está assentado, o
teu Babá, a tua Tia, além de estar ensinando aos mais novos que respeito é o primeiro sinal de amor e
de força espiritual.

          OBSERVAÇÕES:

        1 – Quando falamos de cumprimentar os Orixás ou saudá-los, falamos em pedir licença para
que através das saudações, do paó, Exu nos olhe com bons olhos e transmita ao Orixá que chegamos.
Assim, parte das energias negativas que adquirimos no dia-a-dia seja encaminhada pelos
coordenadores das energias negativas.
        Esta regra se aplica também, antes de entrarmos na casa de Exu, Orixá, Ronco, Ilê Ibó Oku.
Deve-se bater na porta 3 vezes a dar paó. Tal atitude faz com que evitemos tomar sustos ou vermos
coisas indesejáveis, uma vez que estamos desrespeitando o Ilê do Orixá.
        Paó significa despertar o Orixá, para que ele venha ao nosso encontro e receba nossa
homenagem. No momento em que estamos emitindo sons, estamos fazendo um elo de ligação entre
nós e o Orixá.

      2 – Para colher essabas, deve-se proceder da seguinte forma:

             •   Saudar Ossanhe

             •   Saudar Omulú, senhor da terra

             •   Bater paó

             •   Pedir ago ao orixá

             •   Agradecer

             •   Nunca retirar essabas após as 18: h, fazendo-o somente em casos de extrema
                 necessidade, principalmente se você não estiver preparado.



                 VII – ELÉKÉ
Elékés são fio de conta diferentes do Delogun, usados por aqueles que já possuem
determinado tempo de iniciação. Cabe destacar que delogun é usado pelos iniciados recentes.

          O eleké indica a hierarquia no culto e fornece uma identificação com o Orixá. A tradição
exige adoração e respeito por estes elementos que não são bijuterias ou adornos, mas possuem
para nós a mesma importância que terço na Santa Igreja Católica.

          Suas cores podem variar de acordo com a nação, o tipo e a qualidade do orixá, cuja
representação é dada a seguir:

           EXÙ: preto, vermelho e todas as demais cores em pequena proporção.

           OGUN: Azul-marinho, verde e branco.

           OXOSSI: Azul claro, verde e branco.

           OSSANHE: Verde musgo, branco e amarelo.

           OMOLÚ: Preto, branco, marrom, vinho e coral.

           OXUM: Amarelo, salmão, rosa, azul, branco, dourado.

           OYÁ: Vermelho, branco, rosa e cobre.

           YEMONJÁ: Azul em todas as tonalidades, branco e prateado.

           BESSÉM: Amarelo, verde e as cores do arco-íris.

           NANÃ: Branco, lilás e rosa.

           OXALÁ: Branco.

           IBEJI: Todas as cores, menos preto.


         Existem cerimônias que são de grande importância para a consagração do eleké, como
por exemplo a LAVAGEM, que consiste em retirar as impurezas físicas e astrais.

          No ritual da lavagem utilizam-se efusão de ervas (quinadas), que devem ser preparadas
por sete moças virgens, de preferência crianças. Enquanto as moças quinam as ervas em uma
grande bacia, os filhos da casa formam uma roda ao redor delas, rezam e batem paó.

           Para esta cerimônia solene, todos devem estar de corpo limpo e respeitosamente lavar
seu eleké, sacando-o em seguida com uma pequena toalha branca. Devem ser acendidas velas para
todos os Orixás.

           O período mais propício para esta cerimônia é o das águas de Oxalá ou final de ano.


                 VIII – LOÔROGUN

          O Lôorogun é uma cerimônia fechada, ou seja, somente participam os filhos da casa.
Consiste no “fechamento” do Egbé durante a Quaresma. Este ritual evita que forças negativas
atinjam o Egbé e os filhos-de-santo, que deverão permanecer resguardados durante este período.

           Para que se realize o Lôorogun são necessários os seguintes procedimentos:

       -   Todos devem chegar cedo ao Egbé e tomar o banho de costume;

       -   É indispensável a participação de todos os filhos-de-santo;

       -   Preparar um grande Ebó com todos os tipos de comida;
-    Agradar Exu e Egun;

           -    Todos deverão agradecer seus Orixás e;

           -    Todos os Orixás deverão permanecer acesos durante a quaresma.


                É evidente que todo Egbé possui seu ritual próprio e isto de ser respeitado.

               A realização do Lôorogun é indispensável em um Egbé,pois o Axé é a fonte da realização
           e do poder e uma vez abalado todos serão atingidos e responsáveis. Se o indivíduo se diz
           filho-de-santo, às vezes com orgulho exagerado, deve saber que possui direitos e
           OBRIGAÇÕES.

              O final desta cerimônia é marcado pela manifestação de todos os Orixás nos filhos-de-
           santo, que são a seguir recolhidos ao Roncó, de onde sairão com as respectivas folhas de
           cada Orixá incorporado na palma da mão e comidas cruas dentro de uma sacola branca de
           murim.

               Na saída dos Orixás canta-se:
                      “O Lôorogun eu
                      O lôorogun já já
                      Acajá loni ago man sãn
                      O loôrogun já já”. (Bis)
               Os Orixás fazem um sacudimento em todos os presentes e distribuem as comidas. Os
           Ogãs e todas as demais pessoas que não estão incorporadas retiram os enfeites do Barracão
           e colocam em um cesto junto com as folhas que foram usadas no sacudimento. Tudo será
           despachado em lugar determinado pelo Babá.

                Todos deverão levar flores para ofertar aos Orixás após a realização do sacudimento.


                      IX – TERMOS E PALAVRAS EM YORUBÁ

                                        NÚMERAÇÃO EM YORUBÁ

1 : Éni, Ókan                                                           14 : Érinlá
                                  8 : Ejó
2 : Êji                                                                 15 : Édogun
                                  9 : Ésan
3 : Etá                                                                 16 : Érindi lógun
                                  10 : Éwá
4 : Erin                                                                17 : Étadilogun
                                  11 : Ókanlá
5 : Árun                                                                18 : Egidilogun
                                  12 : êjilá
6 : Éfá                                                                 19 : Ókandilogun
                                  13 : Étalá
7 : Êjê                                                                 20 : Ôgun


Goma : ódá                        Anil : Ilú                            Pimenta : atá

Azeite : epô                      Milho : agbádô-óká                    Pimenta da costa : ataré
NOME DE ANIMAIS:

Boi ou varão : málú, akô              Veado : agburim                     Galinha : adié, uabaodié

Ovelha : agutan, abô-agutan           Elefante : erim,                    Pombo : eiyêle
                                      adjiniju,zamba
Águia : idi                                                               Rabo de cavalo : éru exin
                                      Caracol : igbin
Cabra : agbárigbá, ewré                                                   Abutre : gunungun
                                      Coelho : ehrôrô
Avestruz : ôgôngô                                                         Cordeiro : odó agutan
                                      Coruja : owiwi
Carne de vaca : eranlá                                                    Caramujo : okotó
                                      Abelha : agbón
Jibóia : êré                                                              Égua : abô axin
                                      Andorinha : olopandédé
Gato : ôlogbô,          ifé,                                              Gaivota : adie ôdô
olofu                                 Leão : kiniu, koji
                                                                          Carneiro : abô, oubikó, eran
Jacaré : ôni kadá                     Mosca : êxinxin
                                                                          Galinha d’angola : coquem,
Pato : pépeiyé, pekeié,               Camaleão : agemó                    sacuê
apepeié
                                      Bode : ôlubé, ôuko                  Vaca :           aban-malu
Cachorro : aja, ajaú, adiaia
                                      Peru : tolótoló, taleu-taleu        Burro : patapá
Porco : eledé,       aledá,
ledé                                  Esquilo : ókéré                     Cágado : ajapá, logozé

Galo : akukó,        akokorô,         Formiga : káriká, êrá               Rabo grande :         ouê-êyá
uabaodié
                                      Gavião : auôdi                      Periquito : alodé
Cupim : ikan
                                      Cavalo : exin, exie-atabexi         Macaco : ohá, dudô
Sapo : ópoló, xenimi,
xenifidam                             Borboleta : labálabá                Peixe : oguri



                                           FRUTAS:

Fruta : obi                                                           Laranja : osan ôibô
                                 Limão : rômbô êwê
Abacaxi: Abocatí                                                      Côco : fiju, ibêpê
                                 Manga : mangórô
Banana : ógédé


                                           LEGUMES

Cebola: alubôsa                                                      Azedinhas : amukan
                                Inhame : icu
Abóbora : é ué êrê awunjé                                            Batatas : kukundukun
                                Quiabo : ilá
Feijão : é ué êrê aunjé                                              Cana : irêkê
                                Mandioca : gbágubá
Ervilha : orubú                                                      Cera : idá



                                           UTENCÍLIOS:
Prato : awô                                                  Rede : anda
                               Navalha : abe
Garrafa : igô                                                Lâmpada, luz, clarão : tânta-
                               Cama : ibusun akété,          laiá
Faca : obé                           cumbaú
                                                             Quarto : jará
Colher : xibi                  Esteira : éni,         jajá
                                                             Banco : aputi
Colher pequena : xibi kêkêrê   Travesseiro : irôri
                                                             Cozinha : ilê-ageun
Colher de pau : xibi igi       Pilão : ódô
                                                             Fogão : ajeké-neulune
Garfo : agunjé                 Pedra de ralar : ôló
                                                             Candieiro de querosene :
Toalha de mesa : axó tabilé    Panela : otun, ikkô           teçu

Prato de pimenta : awô ataré   Balde, pote : akruba          Panela grande : odu-ikekê

Toalha de prato : axó awô      Saco grande : apô ôkê         Travessa, tijela de louça
                                                             vidrada :      ita
Açucareiro : awô ijó ôibô      Casa : ilê
                                                             Faca tridente ou garfo
Xícara : ago sikara            Mesa : ajaké, tapacê,         tridente ou lança tridente :
                               tainguém                      obé-fará
Fósforo : ixánã
                               Carvão : egui                 Alguidar : oberó
Vassoura : igbalé
                               Teto : nlê                    Faca de ponta : obé-nuxo-
Cadeira : aga-ijôkô, idiôçu                                  inxó



                                    PARENTESCO :

Parentes : ará-ibatan                                        Irmão gêmeo : babassá
                               Irmão mais moço : aburô
Avô : babá agbá                ôkurin                        Esposo, marido : okorim

Avô patriarca : babá-nla       Tio : arákurin babá, aua-     Esposa, mulher : obirim
                               mete
Avó : iyá agbá, ya-nla                                       Mulher favorita : yá-lé
                               Tia : arábirin yiá
Mãe : iyá, yá                                                Minha mulher : mô-obirim,
                               Primo : omôkurin, arakurin,   obirim-mim
Pai : babá                     táta-mete
                                                             Viúva : bi-egun, muturi
Filho : ómô-kurin, omam        Prima : omôbirin, arabirin
omoborim                                                     Noivo : okebiã
                               Marido : o’kó
Filha : ómô-birin, exi                                       Solteiro : ikobassu
omobirim                       Senhora : ayá
                                                             Homem : oko-okorim
Irmã : arábiri                 Moça : o’módê birin
                                                             Menino : ô-madê
Irmão mais velho : égbon       Rapaz : o’módê kurin
ôkurin                                                       Casado : okuamuri


                                    SENTIMENTOS :

Inveja : ilárá                 Raiva : binu                  Duvidar : xé iyémeji si
Escutar : desiti                    Mentir : ro mó              Tocar : gôgô

Bater, sacudir : já, bajá           Desprezar : gan             Sofrer : ran

Fome : ebi npá                      Falar : soro                Sono : orun nkun

Odiar, aborrecer : karijá           Piedade : fun               Amor : ifé

Ignorar : kómó                      Chamar : fun pê             Querer, amar : fé

Praguejar : ro                      Ódio : fagurômo             Ignorante, ignorância: aimó




                                         MEDIDAS DE TEMPO:

                      Os meses do ano : awón oxú

Janeiro : oxú kini ti ódun          Maio : oxú kárun ti ódun    Setembro : oxú kesan ti ódun

Fevereiro : oxú kêji ti ódun        Junho : oxú kefá ti ódun    Outubro : oxú kéwá ti ódun

Março : oxú kêtá ti ódun            Julho : oxú kéjê ti ódun    Novembro : oxú kókanla ti
                                                                ódun
Abril : oxú kerin ti ódun           Agosto : oxú kejó ti ódun
                                                                Dezembro : oxú kêjilá ti ódun




Ódun kan : um ano
                                    Ixéjú kan : um minuto       Lólá : amanhã
Ódun tókójá : o ano passado
                                    Ósan : aurora               Lótunlá : depois de amanhã
Ódun to mbó : próximo ano
                                    Órun aú : tarde             Ibéré : princípio
Ójó-kan : um dia
                                    Óganjó : meia noite         Ari i ósan : meio
Wakati : uma hora
                                    Lonim : hoje                Nijelo : passado
Abó wakati : meia hora
                                    Lanan : ontem               Opin : fim
Wakati kan pêlu ábó : uma
hora e meia                         Nijétá : antes de ontem



                                         VESTUÁRIO:

Axó : roupa                         Fila : gorro, capuz de
                                    Obaluayê                    Peké-pé`é : chapéu de sol
Ubatá : sapato
                                    Akêtê : chapéu              Axó-dudu : roupa suja
Abata e Bata >: sapatos
                                    Ojá : fita, faixa           Abade : toalha
CORES:

Dudu : preto                  Obádo : verde
                                                                 Mucumbe : roxo
Fin-fun, mandulé : embolo e   Elvikei : vermelho
puti-branco                                                      Kiobambo : amarelo
                              Okâm : azul




                                   BEBIDAS :


Omim : água                                                      Xeketé : milho e gengobre
                              Oin : mel
Otin-nibé : cerveja                                              Emelum : feito com epô
                              Aluá : Brasil, refresco feito de
Otin-dudu : vinho tinto       rapadura com casca de              Furá : feito com diversas
                              abacaxi ou tamarindo               frutas
Otin-fum-fum : aguardente



                                   CORPO HUMANO :

Ará : corpo
                              Enum : boca
Ory : cabeça
                              Era e Ancê : carne
Ipakó : nuca
                              Ejé : sangue
Etu : orelha
                              Euú e oju : olhos
Imum : nariz
                              Okan : coração
Iban : queixo
                              Elgiká : ombros
Irun : cabelo
                              Obó : nádegas
Irun-ban : barba, bigode
                              Akô : macho
Efin : dente
                              Abam : fêmea
Eeté : lábios
                              Mulembu : dedo
Apá : braço
                              Rivenum : barriga
Qué : mão

Esse e Alessé : pé

Itankô : coxas

Idi-cu : ânus

Kitaba e ebeu : vagina

Éepã : testículo

Ogungum : osso
VOCABULÁRIO YORUBÁ:                              Aféfé - Vento
                                                 Àfin – Palácio
“A”                                              AFIN – 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola
                                                 branca, na língua yorùbá; por extensão a cor
                                                 branca (vd. efun).
A dúpé - agradecemos a você                      Afóju - Cego
Ààbò - metade                                    Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá
Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba)      das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)
ÀÀJÀ – Sineta de metal composta de uma, duas     Afonjá - É uma qualidade de Xangô.
ou mais campainhas utilizadas por pais-de-       Àga - Cadeira
santo (vd.) para incentivar o transe. Também     Àgàn - mulher estéril
chamado Adjarin.                                 Agbádá - vestes sacerdotais
Àáké – machado                                   Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù
Aará – Raio                                      (Bará)
Aará Òrun - Relâmpago                            Àgbaiyé - o mundo inteiro
Ààrè - doença, fadiga, cansaço                   Agbára - Poder
Ààyè - vida                                      Agbèdù – estômago
Aba - escada de mão                              ÀGBO – Infusão proveniente do maceramento
Abadá - Blusão usado pelos homens africanos.     das folhas sagradas as quais se vem juntar o
Abadô - Milho torrado                            sangue dos animais utilizados no sacrifício e
Abánigbèro - conselheiro, aquele que             substancias minerais como o sal. Esse Iíquido,
aconselha, um sábio mais velho                   acondicionado em grandes vasilhames de barro
Abanijé - difamador                              (porrões), é empregado ao longo do processo
Abassa - Salão onde se realizam as cerimônias    de iniciação e para fins medicinais sob a forma
públicas do candomblé, barracão.                 de banhos e beberagens.
Abaya - rainha mãe                               Agbô - Carneiro.
Abebé - Leque.                                   Àgbon – coco
Abélà – vela                                     AGÈ – Instrumento musical constituído por uma
ABIÃ – Posição inferior da escala hierárquica    cabaça envolta numa malha de fios de contas,
dos candomblés ocupada pelo candidato antes      de sementes ou búzios (vd.).
do seu noviciado; em yorùbá significa "aquele    Agemo – Camaleão
que vai nascer".                                 AGERE – Ritmo dedicado a Òsóòsi executado
Abomalè - aquele que cultua os ancestrais        aos atabaques (vd.).
(egúngún)                                        AGOGO – Instrumento musical composto de
Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás      uma ou mais campânulas, geralmente de ferro,
ABORÔ – Denominação genérica dos òrìsà (vd.)     percutido por uma haste de metal
masculinos, por oposição as iabás, que são as    Àgo Lónan - Com licença
divindades femininas.                            AGONJÚ – Um dos doze nomes de Sòngó (vd.)
Aboyún - mulher grávida                          conhecidos no Brasil
Abuku - desgraça                                 Àgòtàn - Ovelha
Àbúrò - Irmã mais nova                           Aguntam - Ovelha.
ADAHUN – Tipo de ritmo acelerado e contínuo      Ahón - Lingua
executado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.).    Áike - machado
É empregado sobretudo nos ritos de possessão     Àìsàn - doença
como que para invocar os òrìsà (vd.).            Àiya - Peito
Adé - Coroa.                                     Àiyé – Mundo; Palavra de origem yorùbá que
ADE – Termo com que se designam (nos             designa o mundo, a terra, o tempo de vida e,
candomblés) em especial os efeminados e,         mais amplamente, a dimensão cosmológica da
genericamente, os homossexuais masculinos.       existência individualizada por oposição a òrun
Adèbo - pessoa que prepara a comida com os       (vd.), dimensão da existência genérica e mundo
animais oferecidos em sacrifício de acordo com   habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda,
as regras religiosas                             pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais
Adie - Galinha.                                  ilustres.
Adití – surdo                                    Ajá – Cão
ADÓSÙU – Diz-se daquele que teve o osùu (vd.)    ÅJÀLÁ – vd. Òòsàálá
assentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô.       AJALAMO – vd. Òòsàálá
ADUFE – Pequeno tambor. Instrumento de           Àjapá - Tartaruga
percussão de uso mais frequente nos xangôs       Àjé - Bruxa
(vd.) no Nordeste                                Ajeum - Comida.
Adupé = Dupé - Obrigado.                         AJOGÚN – Palavra de origem yorùbá que
Adúrà - Oração                                   designa os infortúnios, como a morte, a doença,
Afará - oyin - fovo de mel                       a dor intolerável e a sujeição
Àkàrà Jé – Acarajé                                  recintos apropriados de uma casa-de-santo. A
ÀKÀSA – Bolinhos de massa fina de milho ou          centralidade do conjunto é dada por um òta,
farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e     pedra-fetiche do òriìsà (vd.)
envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de           Àso - Roupa
folha de bananeira. (Acaçá)                         Ata – Pimenta
AKIDAVIS – Nome dado nos candomblés Kétu e          ATABAQUES – Trio de instrumentos de
Jeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços      percussão semelhantes a tambores que
de galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que         orquestram os ritos de candomblé. Apresentam-
servem para percutir os atabaques (vd.).            se em registro grave, médio e agudo, sendo
Àkùko – Galo                                        chamados respectivamente Rum, Rumpi e Lé
ÁLÁ – Pano branco usado ritualmente como            (ou Runlé). Nos candomblés angola são
pálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais.   chamados de Angombas. Sua utilização no
Geralmente feito de morim                           âmbito das cerimonias, cabe a especialistas
Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó      rituais (vd. Alabê e Ogã)
Alabá - Título do sacerdote supremo no culto        Atégùn - Brisa
aos eguns.                                          Àwa - Nós
ALABÊ – Título que designa o chefe da               Àwó - Cor
orquestra dos atabaques (vd.) encarregado de        Àwo Ewé - Verde
entoar os cânticos das distintas divindades         Àwo Ojú Òrun - Azul
Alagba – Senhor                                     Àwo Pako - Marrom
ALAMORERE – vd. Òòsàálá                             Àwodi - Gavião
Alaruê - Briga.                                     Àwon - Eles (as)
Alàyé - Explicação                                  Axé - Assim seja
Aledá - Porco.                                      Axó - Roupa.
ALÉKESSI – Planta dedicada a Òsóòsi (vd.).          Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmente
Também conhecida como São Gonçalinho –              importante na hierarquia da casa, encarregado
Casaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE              de sacrificar os animais que fazem parte das
ALIÀSE – vd. runko                                  oferendas aos orixás. - Importante especialista
Alubaça - Cebola.                                   ritual encarregado de sacrificar, segundo regras
Àlubósà – Cebola                                    precisas, animais destinados ao consumo votivo
AMACIS (ou AMASSIS) – Abluções rituais ou           Àya - Esposa
banhos purificatórios feitos com o líquido
resultante da maceração de folhas frescas.          “B”
Entram geralmente em sua composição as
folhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do     Báàlè - chefe de um povoado, com menos
iniciando, e as assim chamadas '"folhas de          status que um Oba
nação" (vd.).                                       Bàbà - milho da Guiné
ANIL – vd. Wàjì.                                    Bàbá - Pai.
ANGOLA – vd. Nação.                                 Bàbá nlá – Vovô
ANGOMBAS – vd. Atabaques                            BABAÇUÉS – vd. Candomblés
Apá - Braço                                         Babagba - homem velho, geralmente o avô
Apeja - Pescador                                    BÀBÁLÁWO – Sacerdote encarregado dos
Apère - exemplo                                     procedimentos divinatórios mediante o òpèlè de
Arailé - Parentes                                   Ifá, ou rosário-de-Ifá
Àríwá – Norte                                       Bàbálórìsà - Pai de Santo
ARREBATE – Abertura rítmica das cerimonias          BABALORIXÁ – Sacerdote chefe de uma casa-
publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de         de-santo. Grau hierárquico mais elevado do
tocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma            corpo sacerdotal, a quem cabe a distribuição de
convocação                                          todas as funções especializadas do culto. É o
ÀSE – Termo de múltiplas acepções no universo       mediador por excelência entre os homens e os
dos cultos: designa principalmente o poder e a      òrìsà. 0 equivalente feminino é denominado
força vital. Além disso, refere-se ao local         ialorixá. Na linguagem popular, são
sagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a     consagrados os termos pai e mãe-de-santo. Nos
determinadas porções dos animais sacrificiais,      candomblés jeje – doté e vodunô; e nos angola
bem como ao lugar de recolhimento dos               – tata de inkice
neófitos (vd. Runko). É usado ainda para            BABALOSSAIN – vd. Olossain
designar na sua totalidade a casa-de-santo e a      Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é
sua linhagem.                                       o nome de todos iniciados no culto aos eguns.
ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da              Babassá - Irmão gêmeo.
natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e    Báde - caçar em grupo
configuração abrigam a força dinâmica de uma        Bájà - lutar, brigar
divindade. Consagrados, são depositados em          Bàlagà - entrar na maturidade
Balê - Casa dos mortos.Balé - Chefe de              danças nos terreiros; por extensão designa
comunidade.                                         também as danças.
Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros         BATUQUES – vd. Batucajé. vd. Candomblés
Balùwè – Banheiro                                   Béèni - Sim
BANHA-DE-ORI – Espécie de gordura vegetal           Beji - Orixá dos gêmeos.
obtida pelo processamento das amêndoas do           Berè - Perguntar
fruto de uma árvore africana que é vendida nos      Bèré - Começar
mercados brasileiros para uso ritual nas casas-     Bèru - Medo
de-santo. Diz-se também "banha-de-Oxalá" e          Bi - Nascer
"limo-da-costa". A mesma denominação é dada         Biyi - Nasceu aqui, agora.
a gordura de origem animal extraída do              Bô - Adorar.
carneiro                                            BOMBOJIRA – vd. Èsù.
BANHOS – vd. Àgbo. vd. Amacis.                      BORÍ – Ritual que, juntamente com a lavagem-
BARCO – Termo que designa o grupo dos que           de-contas, abre o ciclo iniciático. Fora deste
se iniciam em conjunto. Suas dimensões são          ciclo, rito terapêutico. Em ambos os casos,
variáveis. Há barcos de mais de vinte neófitos e    consiste em "dar de comer e beber a cabeça"
"barcos-de-um-só". Através do barco se              Buburú - Maldoso
consegue a primeira hierarquização dos seus         Burú - ruim, negativo, destrutivo
membros na carreira iniciática. Como unidade        Buruku – Mau
de iniciação gera obrigações e precedências         BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrente
imperativas entre os irmãos-de-barco ou             na vida cerimonial dos candomblés.
irmãos-de-esteira                                   Especialmente servem às práticas do dilogun –
Barapetu - grande, uma pessoa de distinção          sistema divinatório onde são empregados
BARRACÃO – vd. Casa-de-santo.                       geralmente dezesseis búzios
BATUCAJÉ – Com este termo costumava
designar-se a percussão que acompanha as

“C”

Cabaça – Fruto do cabaceiro (Cucurbita             CASA-DE-SANTO – Designação do espaço
lagenaria L., ou Lagenaria vulgaris –              circunscrito que constitui a sede de um grupo
cucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça      de culto. Costuma chamar-se também de ilé
é freqüentemente utilizada nos cultos afro-        (kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns
brasileiros como utensílio, instrumento            casos, barracão. Este ultimo termo serve
musical" insígnia de òriìsà ou mesmo para          também para designar o recinto onde ocorrem
representar a união de Obàtálá e Odùduwà (o        as festas públicas.
Céu e a Terra).                                    CATIMBO – vd. Candomblés
CABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados          Catular - Cortar o cabelo com tesoura,
nos candomblés-de-angola, de caboclos e na         preparando para o ritual de raspagem para
umbanda. São representados, geralmente,            iniciação no Candomblé.
como índios do Brasil ou de terreiros da África    CAURIS – vd. Búzios.
mítica.                                            CAXIXI – Chocalho de cabaça e de vime
Cafofo - Túmulo.                                   trançado, contendo sementes ou seixos. Em
Cambaú - Cama.                                     alguns casos, vasilhames rituais em miniatura.
CAMARINHA – vd. Runko.                             CESTO-DA-CRlAÇÃO – 0 saco-de-existência
CANDOMBLÉS – Designação genérica dos               (àpò aiyé), que, na cosmologia do povo-de-
cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto,     santo, Olódùmarè deu a Obàtálá para que
distinguir-se pelas suas designações regionais:    criasse o mundo a flor das águas primordiais.
candomblés (leste-setentrional, especialmente      Foi, no entanto, Odùduwà quem verteu o seu
Bahia), xangôs (nordeste-oriental,                 conteúdo sobre a superfície das águas
especialmente Pernambuco), tambores                CONGO – vd. Nação
(nordeste ocidental, especialmente São Luís        Conguém - Galinha da Angola.
do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa         CONTRA-EGUN – Trança de palha-da-costa
litorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós         que os neófitos trazem amarrada nos dois
(Nordeste), batuques ou parás (região              braços, logo abaixo do ombro, com a
meridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina      finalidade de afastar os espíritos dos mortos
e Paraná), batuques e babaçuês (região             Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça do
setentrional, Amazonas, Pará e Maranhão),          iniciado; é realizado para abrir o canal
macumba (Rio de Janeiro e São Paulo).              energético principal que o ser humano tem no
CANDOMBLÉS-DE-CABOCLO – vd. Caboclo.               corpo, exatamente no topo da cabeça, (no
vd. Candomblés                                     Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o
Caô - É um tipo de Xangô.                          interior de uma pessoa.
“D”

Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé.      considerado indispensável para a elaboração
Dáàdáà - bom ou bonito                           de grande parte das comidas-de-santo. Suas
Dabòbò - proteger, fornecer proteção             folhas servem para guarnecer entradas e
Dáda - Beleza                                    saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò)
Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto            DESPACHO – Tipo de oferenda dedicada a Èsù,
Dàgbá - envelhecer, ficar velho, crescer         quer no início das crimônias (vd.Pàdé), quer
Dagô - Dê licença.                               nas encruzilhadas, nos matos, rios e
Dáhùn - Responder                                cemitérios.
Dalè - quebrar uma promessa                      DIA-DO-NOME – vd. Orúko
DAN – Serpente sagrada (Daomé – Benin)           Dídá - ara - boa saúde
representando a eternidade e a mobilidade        Dide - Levantar.
sob a figura de uma cobra que engole a           Dígí – espelho
própria cauda. Genericamente designa os          DIJINA – Nome iniciático dos filhos-de-santo
filhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se    dos candomblés de nação angola
sincretizada com Òsùmàrè e Besen.                DILOGUN (Érìn dínlógun) – Nome dado à
DANDALUNDA – vd. Yemoja                          adivinhação com búzios que podem ser de 4 a
Dara - Bom, agradável.                           36 (mais comumente 16). Nesse jogo de Ifá
Dára - bom, ser bom                              as respostas ao oráculo são dadas por Èsù
Dáradára - muito bom, tudo certo                 Dín – Fritar
Dê - Chegar.                                     DÓBÁLÈ – Cumprimento prescrito aos
DEFUMADOR – Composto de essências                iniciados de òrìsà femininos diante dos lugares
aromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente   consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo,
em fumigações propiciatórias e terapêuticas      òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termo
Délade - coroar um rei                           iká designa o seu correspondente para o caso
Dele - chegar em casa                            de filhos-de-santo de brisa masculinos
DENDÊ – Palmeira africana aclimatada no          Dùbúlè – deitar
Brasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla       Dudu - Preto.
utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo    Dúpé - Agradecer
obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é       Dúro - De pé

“E”

E Káàárò - Bom-dia                               efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efun
E Káàsán - Boa-tarde                             ocorre, também, afin
E Kále - Boa-noite                               Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo
Ebí - Família                                    propósito
Ebi – Fome                                       Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá
EBO – Termo que designa, genericamente,          (Ògún)
oferendas e sacrifícios, Usa-se também           Egbò - chaga, ferida
trabalho, despacho e, as vezes, feitiço.         Ègbón - Irmão mais velho
EBÔMIN – Pessoa veterana no culto; título        Ègé - Aipim
adquirido após a obrigação de sete anos.         Egun - Alma, espírito. Nome genérico dos
Opõe-se a iaô, sendo equivalente a vodunci       espíritos dos mortos
Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá   Égún - espírito dos ancestrais
Sàngó                                            Egúngún - Espíritos dos ancestrais, cultuados
Èdò - Fígado                                     especialmente em terreiros situados na Ilha de
Edu - Carvão.                                    Itaparica, na Bahia
Edùn - machado                                   Èhin - Costas
Éèdì - encanto, feitiço                          Ehín - Dente
Éègun - ossos, ossos humanos                     Eiye - pássaro
ÈÈWÒ – vd. Quizila                               Eiyelé - Pombo
Efi - fumar                                      Eja - Peixa
Efó - vegetais verdes                            Èjè - Sangue
Èfóri - dor de cabeça                            Eji - chuva
EFUN – Nome dado a argila branca com que         Èjìká - Ombro
são pintados os neófitos. Essa pintura           Ejò - cobra
corresponde ao que se chama de "mão-de-          Ejó - Cobra.
                                                 Èkáná - Unha
Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta       Erin - Elefante
Ékú - rato                                       Erinká - milho na espiga
Elebó - Aquele que está de obrigação. Aquele     Eró – Segredo
em nome do qual se faz o sacrifício ou           Erú - carregamento, fardo
oferenda                                         Erú - Carrego; carga.
Èlédà - Criador                                  Erú - Cinza
Eledá - Orixá guia.                              Erú - Escravo
Elégbògi - curandeiro que usa ervas              Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda
Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú        aos Orixás
Elìkan - Ninguém                                 Erupe - sujo
Elu - estranho                                   Esan - Vingança.
Èmi - Eu                                         Èsin – Religião
Èmí - respiração, também se refere a alma        ESSA – Espíritos de ancestrais ilustres do
humana                                           candomblé
Emi – Vida                                       Èsù – Primogênito da criação. Também
ENI – Nome dado a esteira de palha utilizada     conhecido como Elégbára (jeje) é
pelos neófitos, sobretudo durante o período de   popularmente referido como compadre ou
reclusão. É empregada como "mesa", "cama"        homem-da-rua. Suscetível, irritadiço, violento,
e "tapete" em distintos ritos. No candomblé é    malicioso, vaidoso e grosseiro. Dizem que
usual a expressão "irmãos-de-esteira" para       provoca as calamidades publicas e privadas,
designar o conjunto de neófitos reclusos ao      os desentendimentos e as brigas. Mensageiro
mesmo tempo, e que eventualmente tenham          dos' òrìsà e portador das oferendas. Guardião
partiIhado esse artefato simbólico na liturgia   dos mercados, templos, casas e cidades.
da iniciação                                     Ensinou aos homens a arte divinatória.
Ènia - Ser humano                                Costuma-se sincretizá-lo com o diabo. Ocorre
Enìní - inimigo                                  tanto em representações masculinas como
Enini - orvalho da manhã                         femininas. Nas casas angola é Bombogira; nas
Enu - Boca                                       casas angola-congo é (Exúlonã). Na umbanda
Enyin - você                                     tem múltiplas personagens, entre elas,
Epô - Azeite, óleo                               Pomba-gira. Suas cores são o vermelho e o
Epô-pupa - Azeite de dendê                       preto. Saudação – "Laró yè!"
Equê - Mentira.                                  ESTEIRA – vd. Eni
EQUÉDE – Cargo honorífico circunscrito às        Eti - Ouvido
mulheres que servem os òrìsà sem,                Èwà - Feijão
entretanto, serem por eles possuídos. É o        Ewé - folha de planta
equivalente feminino de ogã                      Èwòn – corrente
Eran - Carne                                     Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade
Eranko – Animal                                  Ewu - perigo
ERÉ – Termo que caracteriza um estágio de        Èwúre - cabra
transe atribuído a um espírito-criança           Eya - tribo
Ére - Estátua                                    Eyin - Ovo
Erè - Lama                                       Eyin - Vós

“F”

Fá - Raspar                                      Fenukó - Beijar
Fadaka - Prata                                   Féran - Gostar
Faiya - encantar, seduzir                        Fèrè - flauta
FAMÍLIA-DE-SANTO – Termo de referencia           Ferese - janela
que designa os laços de parentesco místico       Fijúbà - respeitar
nos quais incorre o filho-de-santo em virtude    Filá - Gorro, chapéu
da iniciação                                     FILHO-PEQUENO – Termo de parentesco
Fári - cortar o cabelo com lâmina (raspar)       místico que se refere a um laço interposto
Farí - Raspar cabeça                             pela iniciação entre um noviço e seu padrinho,
Fé - amar                                        gerando obrigações e deveres semelhantes
Fe - há muito tempo                              aos do compadrio (vd. Mãe-pequena).
FEITO – 0 mesmo que adósùu e iaô.                FILHO-DE-SANTO – Diz-se de todo aquele que
FEITURA – Processo de iniciação que implica      é afiliado ao candomblé. (vd.Povo-de-santo).
em reclusão, catulagem, raspagem, pintura,       FIRMA – Fecho de colar de forma cilíndrica.
instrução esotérica, imposição do osùu (vd.) e   Suas cores indicam a vinculação de seu
apresentação publica (vd.) orúko                 portador a um determinado òrìsà
Féniyawo - casar                                 Fò - Lavar
Fó - Quebrar                                      Funfun - Branco
Fòiya - estar com medo, amedrontado               Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira
FÓN – vd. Jeje. vd. Nação                         certa
Fowólérán - agir com paciência                    Fúnwiniwini - garoar
Fún - Dar                                         Fúù - o som feito pelo vento
Funfun - branco

“G”

Ga - Alta, grande                                 Gbìn - Plantar
Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca     Gbó - Ouvir
Gala - veado, alce                                Gbogbo - Todos
GANZÁ – Instrumento musical de percussão,         Gbóju - bravo
semelhante a um chocalho, geralmente de           Gbórín - grande
folha-de-flandres e forma cilíndrica, contendo    Gbúròó – ouvir
em seu interior pedaçosde chumbo ou seixos        Gé - Cortar
Gari - Farinha                                    Gé Irun - Cortar o cabelo
GB                                                Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os
Gbabe - esquecer                                  ancestrais
Gbada - faca com lâmina grande                    Géndé - homem forte
Gbàdúrà - rezar                                   Gibá - Jogar
Gbagbo - acreditar                                Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica
Gbaguda - farinha de mandioca                     linhagem
Gbajumo - cavalheiro; homem gentil                Góòlù - ouro
Gbé - levantar                                    Gùn - pessoa alta
Gbédè - agir de maneira inteligente               Gun - subir
Gbérè - cumprimentos                              Gunnugun - abutre, urubu
Gbese - dívida                                    Gúrúrú – Pipoca
Gbéyàwó - casar

“H”

Hà - expressão de prazer                          He - pegar, apanhar
Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar             Hó - ferver
HAMUNYIA – Cadencia executada pelos               Hun - tecer, trançar
atabaques e agogôs que capitula a estrutura       Hùwà - comportar-se
dos diferentes toques que marcam o siré
(vd.). Mais conhecida por Avamunha

“I”

Ia - Mãe                                          Ibá - Colar, cheio de objetos ritualístico
Ia ia – Avó                                       Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás
IABÁ – vd. Aborô.                                 Ibà pójúpójú - febre muito alta
IÁBASSÉ – Especialista ritual encarregada do      Ìbamolè - forças espirituais que são
preparo das comidas votivas dos òrìsà.            merecedoras de respeito
IÁ-EFUN – Especialista ritual encarregada das     Iban - Queixo
pinturas corporais durante o período de           Ìbanújé - Tristeza
iniciação. Embora esse título honorífico          Ibéjì - Gêmeos
signifique literalmente "mãe-do-efun", o ofício   Ìbere - Origem
litúrgico não se limita às pinturas com o         Ìbí - Nascimento
pigmento branco (efun). São também                Ìbínu - Raiva
empregados: wájí e osùn, respectivamente as       Ibó - Lugar de adoração
cores azul e vermelho                             Ibô - Mato
IÁLAXÉ – Titulo honorifico geralmente             Ibòòji - sombra
ostentado pela própria mãe-de-santo,              Ibúlè - àrun - leito de doença
significando "mãe-do-axé" ou "zeladora-do-        Ibúlè - ikú - leito de morte
axé"                                              Ibùsùn òkú - cemitério
Ialorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá)      Idà - Espada
IAÔ – Termo que designa o noviço após a fase      Ida-oba - Espada do Rei
ritual da reclusão iniciatória. Em yorùbá         Ìdáwò - consulente de adivinhação
significa "esposa mais jovem"                     Ide - Pulseira
Ideruba - Fantasma                              nascimento do novo filho-de-santo e, de um
Idí - Ânus, nádega                              modo geral, a fecundidade
Ìdódò - Umbigo                                  Ìkú - Morte
Idunnu – Felicidade                             Ikùn - estômago
IFÁ – Deus dos oráculos e da adivinhação.       Ilà - marcas faciais
Senhor do destino. Há quem afirme ser sua       Ilá - Quiabo
representação a cabaça envolvida por uma        Ìlà Òrùn - Leste
trama de fios de búzios. Sua cor é o branco.    Ilê – Casa - vd. Casa-de-santo
Seu dia é a quinta-feira. Conhecido também      Ilè - Terra
como Òrúnmìlà, "somente-o-céu-sabe-quem-        Ilé Okú – Cemitério
será-salvo". Saudação – "Eèpààbàbá/"            ILÉ-ÒRÌSÀ – Expressão yorùbá que designa a
Ifá - Adivinhação                               dependência de uma casa-de-santo onde se
Ifáiyable - visão mística                       encontram depositadas as diferentes insígnias
Ìfeseji - perdão                                e objetos que compõem a representação
Ìfun - Intestino                                emblemática de cada um dos òrìsà. É também
Iga - quintal de um ancião                      conhecida a forma "quarto-de-santo" ou
Ìgbà - história                                 "casa-do-santo"
Igbado - milho                                  Ìlú - Cidade
Ìgbàlè – cemitério                              Ìlù - tambor
IGBÁ ODÙ – Expressão yorubá que designa a       Ìmale - respeito ao ancestral
cabaça ou o artefato litúrgico que contém no    Ìmáwò - ara - encarnação, estado de
seu interior os elementos simbólicos e as       reencarnação
substancias que tornam possfvel a existência    Imo - ope - folhas de palmeira
individualizada.                                Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà)
                                                Imonamona - raio
IGBÁ-ORÍ – Expressão yorùbá que designa, no     Imú - Nariz
rito do borí, o recipiente em que vão sendo     Iná - fogo
depositadas as substancias constitutivas e      Inã – Fogo
reveladoras da identidade do sacrificante.      INKICE – vd. Òrìsà
Literalmente significa "cabaça-da-cabeça". Na   Inón - Fogo
liturgia dos candomblés é freqüentemente        Ìpàdé - encontro
utilizada a forma ibá, com o mesmo sentido      Ipadê - Reunião
Igbe – Grito                                    Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a
ÌGBÍN – Cadência rítmica lenta executada pela   linhagem familiar
orquestra cerimonial em louvor a Òòsàálá. 0     Ipin - guardião
termo designa também o molusco                  Ìpitan - tradição oral
gasterópode terrestre, com concha univalva,     Ìràwò - estrelas
corpo prolongado e tentáculos na cabeça. E o    Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores
caracol também conhecido como "o boi de         Ìrépo - Harmonia
Òòsàálá" e sua oferenda predileta. Na           Ìrésì - arroz
linguagem corrente dos candomblés é usual a     Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún
forma ibí                                       IRMÃO-DE-AXÉ – Termo de referência que
Ìgbín - lesma, caracol                          designa a relação de parentesco místico entre
Igbó - floresta                                 os membros de uma mesma casa-de-santo.
Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma   Diz-se, também, irmão-de-santo.
pessoa nos mistérios dos Orixás                 IRMÃO-DE-BARCO – vd. Barco.
Ìgboro - rua, estrada                           IRMÃO-DE-ESTEIRA – vd. Eni
Igi - Árvore                                    Iró - Mentira
Igi - òpe - palmeira                            Irun - cabelo
Ihò - buraco                                    Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà)
Ija - luta, briga                               Ìsàlè - órgãos reprodutores
Ìjábà - Acidente                                Ise - trabalho
Ìjéta - Anteontem                               Ìségún - reverência aos antepassados
Ijexá - Nome de uma região da Nigéria e de      Isinkú - funeral, enterro
um toque para os Orixás Oxum, Ogum e            Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história
Oxalá.                                          sobre os orixás
Iji - Árvore                                    Ìtan - história, lenda, mitologia
Ijo - Dança                                     Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá
Ìka – Dedo                                      Ito - urina
IKÁ – vd. Dòbálé                                Ìwà - àgba - caráter de um ancião
Ìkóòdíde – Pena vermelha do papagaio-da-        Ìwà - édá - natureza
costa (Psittacus eritacus, sp.). Simboliza o    Ìwà - Respeito
Iwájú orí - Testa                               Iyalaxé - Mãe do axé do terreiro
Ìwé Ìrohin - Notícia do jornal                  Ìyálè - esposa mais velha em uma família
Ìwo - Chifre                                    polígama.
Ìwo - Tu                                        ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das
Ìwò Òrùn - Oeste                                forças da natureza (Òrìsà), mãe de santo.
Iwóòrò - ouro                                   ÌYÁSAN – Divindade das tempestades e do Rio
Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã),        Niger, mulher de Ògún, e, depois, de Sòngó.
dentro da sociedade dos médiuns ancestrais      Relacionada com os vendavais, os raios e os
Ìyá - mãe                                       trovões. Sincretizada com Santa Bárbara. Seu
Ìyá nlá - Vovó                                  dia da semana é a quarta-feira. Suas insígnias
Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá         são a espada e o espanta-moscas de crinas de
feminina, significa: " mãe dos mistérios ".     cavalo. Suas cores são o vermelho escuro e o
Iyabasé – Cozinheira                            marrom. Considerada a mãe dos egún, que é
IYÁ EGBÉ – Titulo honorífico importante na      a única a dominar. Saudação – "Eparrei !"
hierarquia dos terreiros que distingue sua      Iyekan - ancestrais do pai
portadora como "mãe-da-comunidade"              Iyo – Sal
Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos
mistérios

“J”

Jáde - Sair                                     Jéwó - confessar
Jádeogun - preparar o combate                   Ji - Acordar, roubar
Jádi - atacar                                   Jigi - espelho
Jagunjagun - Guerreiro, Soldado                 Jije - comer
Jajá - Esteira                                  Jikelewi - borrifar
Jalè - Roubar                                   Jimi - Acorda-me
Jé - acordar                                    Jó - Dançar
Je - comer                                      Jóko - sentar
Je ewo - má sorte que vem como o resultado      Jóná - estar em chamas
de uma violação de tabu/regra                   Jóò - desculpar, perdoar
Jéjé - rogar uma praga                          Jowo - grande favor
JEJE – vd. Nação. vd. Fón.                      Júbà - Respeitar
JELÚ – Um dos nomes pelos quais é conhecido     Juba - rezas, pedido
Èsù Àjelú ou Ijelú                              Juwó – Acenar
Jeun - Comer

“K”

Kà - Ler, contar                                Kíkún - mortal
Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei     Kiniun - leão
(oba)                                           Kó - Aprender
Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe   Ko Dara - Ruim
ou mais velho                                   Kò Tòpé - De nada
Kàdárà - destino                                Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro
K'àgò - pedir permissão para entrar em uma      Exu (Èsú)
casa                                            Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a
Kalè - sentar                                   maioria dos Orixás
Kan - Azedo                                     Korin - cantar
Kaná - estar em chamas                          Kórira - odiar
Kárò - bom dia                                  Koró - Fel, amargo
Kárùn - ficar doente                            Kosi – Nada
Kàwé - ler                                      Kòtò - Buraco
Káwó - saudação, aclamação                      Ku - morrer
Ké - cortar                                     Ku - Morrer
Kedere - clarear, esclarecer                    Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de
Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer              respeito, tanto para um local sagrado como
Kekerê - Pequeno                                para uma pessoa mais velha
Kékeré - pequeno                                Kunrin - cantar
Kéré - ser pequeno                              Kuru - Longe
KÉTU – vd. Nação                                Kurumu – redondo
“L”

Là - Abrir                                       Léwà - ser bonito
Lá - sonhar                                      Lile - Feroz, violento
Labalábá - Borboleta                             Liló - Partir
Lábelè - secretamente                            Ló - Ir
Làí - làí - o começo (considerar tempo)          Lódè - do lado de fora
Láí - láí - para sempre                          Lodê - Lado de fora, lá fora
Láikú - imortal                                  Lodê oni - no presente
Lailai - Para sempre                             Lodo - No rio
Lála - Sonhar                                    LÒGÚN EDE – Divindade yorùbá considerada
Lálé - De noite                                  no Brasil filho de Ibualama ou Inle (Òsóòsì) e
Làlóju - esclarecer, iluminar                    Òsun Yéyéponda. Homem durante seis meses,
Láná - Ontem                                     jovem e caçador. Nos outros seis, mulher,
Larin – Moderado                                 bela ninfa que só come peixes. Suas insígnias
LAVAGENS – Termo genérico pelo qual são          são o ofà (vd.) e o leque dourado (abebe) de
designados os ritos Iustrais dos candomblés.     Òsun. Suas cores são o azul e o amarelo-ouro
Esses ritos purificatórios podem ser             translúcido. Seu dia da semana é quinta-feira.
exercitados sobre os colares cerimoniais, as     Saudação – "Lóògún!"
pedras (òtá) consagradas aos òrìsà, e nos        Lókan - bravo
templos. A mais tradicional manifestação         Lókun - forte
publica dessa cerimônia é realizada na Igreja    Lóla - Amanhã
de N. S. do Bonfim, na Bahia.                    Lona - No caminho
LAVAGEM-DE-CONTAS – Rito de agregação            Lóni - hoje
que consiste em lustrar os colares sagrados.     Lósàn - De tarde
Esse ritual marca o aparecimento do              Lowo - Rico
postulante como abiã, vinculando-o a             Lówò - ser rico, ter abundância
estrutura hierárquica de uma casa-de-santo       Lu - Furar
Lê - Forte                                       Lukoun – pênis
Létòl'tò - segmentos de um ritual

“M”

Ma - de fato, realmente                          Cheval, PALMAE) que guarnecem as entradas
MACUMBAS – vd. Candomblés.                       de uma casa-de-santo contra os egún, os
MÃE-CRIADEIRA – Termo de referência que          espíritos dos mortos
designa a ebômin encarregada de atender o        MATAMBA – vd. Ìyásan.
noviço durante o seu período de reclusão. É a    MAWU – vd. Òòsàálá
responsável pelo preparo e administração dos     Meje - Sete
alimentos; higiene pessoal; guarda-roupa e       Mejeji - Duas vezes
instrução do neófito nos mistérios do culto.     Méjì - dois
Por isso, diz-se que "cria" aquele que está      Mérin - quatro
sendo iniciado.                                  Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado
MÃE-DE-SANTO – vd. Babalorixá.                   para referir a um sistema de adivinhação
MÃE-PEQUENA – Título honorífico feminino         usado pelos iniciados de Orixás que está
que corresponde à segunda pessoa na ordem        baseado nos primeiros dezesseis versos da
hierárquica de uma casa-de-santo. Também         divindade Ifá (Odù)
ocorre a forma ia-kekerê. Seu equivalente        Meta - três
masculino é pai-pequeno. Diz-se, também,         Méwà - dez
mãe ou pai-pequeno daquele que, ao lado da       Mi - engolir, respirar
mãe ou pai-de-santo, encarrega-se da             Mí - Viver
formação do iaô (vd. Filho-pequeno)              Mi-amiami - Farofa oferecida para exu
Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô            Mímo - sagrado, divino
(Sàngó)                                          Míràn - outro
Maleme - Pedido de perdão                        Mò - Conhecer
Malú - Vaca                                      Mo - Eu
Malu - Boi                                       Modê – Cheguei
Malú Ako - Boi                                   Mojú - saber, conhecer
Màlúù - boi                                      Mojubá - Apresentando meu humilde respeito.
Mandinga - Feitiço                               Louvação endereçada aos ancestrais ilustres,
Màrìwò - folhas de palmeira - As folhas          forças da natureza e aos próprios òrìsà,
desfiadas do dendezeiro (Elaeis guyneensis, A.   durante os ofícios litúrgicos
Móoru - tempo quente                               MUZENZA – Diz-se dos filhos-de-santo nos
Mú - Pegar                                         candomblés de "nação" angola. 0 mesmo que
Mu – beber                                         iaô. Por extensão, designa a primeira saída
Muló - Levar embora                                pública do neófito no rito angola. Significa,
Mun – Beber                                        literalmente, "estranho ser animado", na
                                                   etimologia da língua kikongo.

“N”

Nà - Bater                                         Nlo - indo
Ná - Gastar                                        Nmu – bebendo
Ná - primeiro de todos                             NOZ-DE-COLA – vd. Obì
NAÇÃO – Designa, no Brasil, os grupos que          Nrin - caminhando
cultuam divindades provenientes da mesma           Nro - pensando
etnia africana, ou do mesmo subgrupo étnico.       Nu - Sumir
Mo exemplos do primeiro caso as "nações"           Nyín – você
congo, angola, jeje, ao passo que o segundo
caso é ilustrado por kétu, ijesà e
òyó,correspondentes aos subgrupos da etnia
nagô. Trata-se, na verdade, de categorias
abrangentes as quais se reduziram as
múltiplas etnias que o tráfico negreiro fez
representadas no Pais. 0 termo tem servido
para circunscrever os traços diacríticos através
dos quais se revela um mundo caracterizado
por um notável conjunto de elementos
comuns. Tem servido, além disso, paia
hierarquizar esse universo em termos da
maior ou menor "pureza" atribuída a cada
"nação" em virtude de uma suposta fidelidade
e autenticidade litúrgicas.
Najé - Prato feito com argila
NÀNÁ – Divindade das águas primordiais, dos
pântanos e brejos. Daí associada quer ao limo
fertilizante e a vida, quer a putrefação e a
morte. Considerada mãe de Omolú é
sincretizada com Sant'Ana. Suas cores são o
vermelho, o branco e o azul que exibe em
seus colares. Sua insígnia é o Ibiri – artefato
confeccionado com a nervura central das
folhas do dendezeiro, de ápice recurvo como
um báculo. Seu dia é sábado. Saudação –
"Sálùba"
Nba - juntar-se
Nfe - amar
Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do
contexto
Ní - Ter
Ni Àárò - De manhã
Níbi - No lugar
Nígbàtí - quando
Nikan - sozinho
Níle - em casa
Nínú - dentro
Nipa - Sobre
Nipon - Grosso.
Nítorí - Por que
Nítorípè - Porque
Nje - bem
Njo - dançar
Nko - não
Nlá - grande
“O”
                                                  Òde - do lado de fora
O - ele, ela, isto                                Odê - Fora, rua
Obá – Rei                                         Òde ayé - o mundo todo
OBÁ – Terceira mulher de Sòngó, Obá é a           Odideé - papagaio
deusa nigeriana do rio do mesmo nome.             Odò - Rio
Muitas vezes se confunde com Ìyásan, pois,        Òdodo - justiça
além de casada com Sòngó, usa também              Odù – Destino
espada de cobre. Na outra mão leva, seja um       ODÙ – Pronunciamento oracular resultante da
escudo, seja um leque com o qual esconde          prática divinatória com o òpèlè (vd.), com os
uma de suas orelhas em lembrança do               cocos de dendê (vd.) ou com os búzios (vd.).
episódio mítico que deu margem à sua              Há 16 odù primários ou maiores. Suas
rivalidade com Òsun. No Brasil é sincretizada     combinações com os 16 secundários resultam
com Santa Catarina e Santa Joana d'Arc. Seu       em 256, cujos desdobramentos chegam a
dia é quarta-feira. Seus colares são de contas    4.096. Cada odù é nominado e pertence a
alternadamente amarelas e vermelhas de            uma divindade
tonalidades leitosas. E saudada como              ODÙDUWÀ – Divindade yorubá, ora
"Obáxireê!"                                       apresentada, nos mitos, como masculino e
OBALÚWÀIYÉ – É a "forma" jovem de                 irmão de Obàtálá (vd.) (vd. também Cesto-da-
Sòpònnón, do qual Omolu é a "forma" velha.        criação), ora como feminino e, no caso,
Divindade da varfvola e das moléstias infecto-    esposa deste ultimo. Odùduwà significa "a
contagiosas e epidêmicas, consta como filho       cabaça de onde jorrou a vida". É evocada, no
de Nàná, criado por Yemoja, e, portanto,          Brasil, em alguns terreiros (vd.) e, também,
irmão de Òsùmàrè Veste-se todo de palha,          no candomblé-dos-eguns de Itaparica (vd.
com o que cobre as suas ulcerações. Sua           Egúngún).
saudação – "Atotó!" – significa "Calma!",         ODUNDUN – A folha-da-costa ou saião
exigida a um deus tão poderoso e temível.         africano (Kalanchoe brasiliensis, Comb.–
Sua insígnia é o sàsàra – feixe de nervuras       CRASSULACEAE). Uma das folhas rituais mais
das folhas do dendezeiro, amarrado com tiras      importantes dos candomblés
de couro, em vermelho e preto (ou branco e        Odukun - batata doce
preto), incrustradas de búzios. É sincretizado,   Odún - Ano
no Brasil, com São Roque, as vezes, com São       Òdúndún - erva medicinal
Lázaro e ainda com São Sebastião, em Recife       OFÀ – Designa o instrumento simbólico de
Oba obìnrin - Rainha mãe                          Òsóòsi, consistindo num arco e flecha unidos
OBÀTÁLÁ – vd.Òòsàálá                              em metal branco ou bronze
Obé - Termo que designa a faca usada nos          Ofá - Arco e flecha
sacrifícios, por extensão qualquer faca no        Ofà - flecha
jargão do candomblé                               Òfin - lei, direito
Obé fari - Navalha                                Ofò - feitiçaria
Oberó - Alguidar                                  Òfurufú - Respirar, ar, espaço
Obì - noz de cola, usado num sistema              OGÃ – Título honorífico conferido, seja pelo
simplificado de adivinhação. Fruto de uma         chefe do terreiro, seja por um òrìsà
palmeira africana (Cola acuminata, Schott. &      incorporado, aos beneméritos da casa-de-
Endl. – STER-CULIACEAE) aclimatada no             santo, que contribuam com sua riqueza,
Brasil. Indispensável no candomblé, onde          prestígio e poder, para a proteção e o brilho
serve de oferenda para os òrìsà e é usado nas     do àse (vd.). Esse tipo de titulatura admite
práticas divinatórias simples, cortado em         uma série de especificações que abrangem,
pedaços                                           desde cargos administrativos, até funções
Obí - sexo feminino                               .rituais. A iniciação dos ogãs é mais breve e se
Obinrin - Mulher                                  distingue daquela dos iaôs (vd.), por excluir a
Obirim - Mulher, feminino                         catulagem, a raspagem e alguns outros
Òbo - Macaco                                      rituais. Tal como as equédes (vd.) os ogãs não
Óbo – vagina                                      são passíveis de transe.
OBRIGAÇÃO – vd. Ebo.                              Ògá - Chefe
OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS – E uma das                Ogbe - crista de galo
obrigações mais importantes da carreira           Ogbo ato - ficar velho, vida longa
iniciática. Equivale a um autentico rito de       Ogboni - sociedade de homens anciões que
investidura, a partir do qual, tornando-se        adoram o Orixá Onile
ebômin, o filho-de-santo pode proceder a          Ògèdè - Banana
iniciação de outros                               Ògèdè - encanto, feitiçaria
Òbukó - bode                                      Ogìnrin – mulher
Odé - Caçador
ÒGÚN – Divindade da forja e dos usuários do         OLÓÒRUN – Divindade suprema yorubá,
ferro; por extensão, da guerra e da agricultura     criador do céu e da terra. Deus do
e, também, da caça ou de todas as demais            firmamento. É o Eléeda, "senhor-das-
atividades que envolvem a manipulação de            criaturas-vivas"; o eléèémí "dono-da-vida";
instrumentos de ferro. É rei de Iré e por isso      que criou o homem e a mulher a partir do
chamado, no Brasil, Oníré. Costuma ser              barro, encarregando seu filho, Obàtálá, de
representado por um semicírculo soldado a           moldá-los e animá-los com o sopro vivificante.
base por uma haste, no qual se encontram,           De caráter inamovível, é o numinoso que
pendurados no arco do semicírculo, todo o tipo      permanece fora do alcance dos homens que
de instrumentos, que, como o conjunto               não Ihe podem render culto. Não tem
inteiro, são de ferro. E filho de Yemoja e irmão    insígnias. Sua cor é o branco absoluto. É
de Èsú e Òsóòsì. Por isso, tem a ver com os         também chamado de Olódù-marè
caminhos, a caça e a pesca. Pertence-Ihe a          Olórí - chefe
faca sacrificial – o òbe (vd.). Os colares são de   Olórum - Deus
contas verdes ou azul-escuro (em angola).           Olosa - Orixá da laguna
Seu dia é a terça-feira. Saudação – "Ògún yé!"      OLOSSAIN – Sacerdote encarregado da coleta
Ogun - Guerra                                       e da preparação ritual das ervas sagradas na
Ògún - Orixá da Guerra e Metais                     liturgia dos candomblés. 0 mesmo que
Ohùn - Voz                                          babalossain
Òjiji - Sombra                                      Olòwò - sábio mais velho
Ojise - mensageiros                                 Olùkó - Professor
Òjò - chuva                                         Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho
Ojó Àbáméta - Sábado                                masculino dos anciãos
Ojó Àikú - Domingo                                  Omi - Água
Ojó Ajé - Segunda-feira                             Omi ayé - as águas da terra
Ojó Bò - Quinta-feira                               Omi Dúdú - Café preto
Ojó Etí - Sexta-feira                               Omira - sangue menstrual
Ojó Ìségún - Terça-feira                            Omi-tútù - água fria
Ojó Rú - Quarta-feira                               Omo - filho, criança.
Òjòlá - jibóia                                      Omodé - criança jovem
Ojú - olho ou face, dependendo do contexto          Ònà - estrada, caminho
Ojú - óòri - sepultura, túmulo                      Ongé – Comida
Ojù àse - força nos olhos                           Oníbàárà - cliente
Ojú ònà - caminho, estrada                          Oníbode - porteiro
Oju ona - Olho da rua, ( caminho )                  Onílé - guarda da casa
Ojú Òrun - Céu                                      Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro
Ojubona - professor                                 Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire"
Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro        Onísé - trabalhador
Ògún em Ilé Ifè                                     Onje - omida
Oka - cobra                                         Onje Àárò - Café da manhã
Okan - Coração                                      Onje Alé - Jantar
Òkè - Montanha                                      Onje Òsán - Almoço
Oko - Esposo                                        Òòni - O Rei da nação Yorubá
Okó - Pênis                                         Oòrùn - Sol
Okòn - coração                                      Òòsà - o mesmo que Orixá
Òkú - cadáver, defunto                              ÒÒSÀÁLÁ – Este é o nome pelo qual se
Òkun - o oceano, mar                                conhece, no Brasil, Obàtálá (o Senhor do Pano
Okunlin - Homem                                     Branco) e significa "o grande òrisà". Filho de
Òkúta - Pedra                                       Olóòrun (vd.) foi encarregado por este de criar
Olé - ladrão                                        o mundo e os homens. Nesta ultima condição
Olodê - Senhor da rua                               é portador dos títulos de Àjàlá, Àjàlámò e Alá-
Olódùmarè - Supremo– vd. Olóòrun                    morerê. Apresenta-se ora como um jovem
Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que            guerreiro, simbolizado pelo arrebol –
significa: "proprietário da estrada"                Òsògìnyón, ora como um velho, curvado ao
OLÓÒJÀ – Expressão yorubá que na língua             peso dos anos, simbolizado pelo sol poente –
ordinária significa seja o vendedor, seja o         Òsòlúfón. Suas insígnias, em prata lavrada,
dono do mercado. Na cosmologia do povo-de-          são, em conseqüência, ora a espada e o pilão,
santo, a locução dono-do-mercado equivale a         ora o òpásorò – um bastão com aros
um dos títulos de Èsú                               superpostos, adornados de pingentes,
OLÓRÍ – Termo que designa o "dono da                encimados por um passado (em geral uma
cabeça", isto é, o òrìsà pessoal de cada            pomba) – símbolo do poder. Costuma-se
iniciado (vd. Orí).                                 sincretizá-lo com Nosso Senhor do Bonfim.
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Uma introdução concisa ao Candomblé

  • 1. CURSO DE INTRODUÇÃO AO CANDOMBLÉ
  • 2. ILÊ AXÉ OXOSSI E OXALÁ JULHO DE 1994 DEDICATÓRIA Esta modesta contribuição ao nosso amado Candomblé eu dedico àqueles que a prestigiarem com sua leitura e críticas construtiva e a todos àqueles que tornaram possível sua realização. Em especial: Meu Pai, AGUINALDO DE OXOSSI, Minha Mãe, IZETE DE OXUM, Meus Pais de Santo, JOÃO BOSCO e LURDES DE OBALAUAÊ, Meu Babakekerê, ALEFÁ, Ao meu amor, WALKINHO
  • 3. Aos amigos que me inspiraram, como professores e mestres, meu agradecimento especial à FERNANDES PORTUGAL e FÁTIMA.
  • 4. Agradecimentos Aos meus irmãos: Alexandre, Richard e Renato. À querida Hellen e a Janaína. Aos amigos queridos: Walker Branca Walma Nina Ana Nascimento Aída de Xangô Yundia ( Regina ) Maria Gorda Ana de Oxalá Bomboxé Biau e Cleunice Gílio e família Nevinha Neuzi e sua amiga Dani Joel e esposa Dona Maria E aos demais Irmãos e crianças do Ilê Axé Oxossi e Oxalá
  • 5. MÓDULO I I – Cargos no Barracão II – Termos e nomes no rito III – A dança dos Orixás IV – Tipos de Ejé que existem V – Tipos de mediunidade VI – Comportamento do Filho-de-santo VII – Eleké VIII – Lôorogun IX – Termos e palavras em Yorubá
  • 6. HISTÓRICO O Candomblé é uma religião originária da África, trazida ao Brasil pelos negros escravizados na época da colonização brasileira. A presença das religiões africanas é uma conseqüência imprevista do tráfico dos escravos, que determinou a afluência de cativos Gegês e Nagôs (Daomeanos e Yorubás), trazidos da Costa dita dos Escravos e desembarcados, principalmente, na Bahia e em Pernambuco. A extraordinária resistência oposta pelas religiões africanas às formas de alienação e de extermínio haveria de surpreender. A religião foi tolerada porque os senhores julgavam as danças e os batuques simples divertimentos de negros nostálgicos, úteis para que eles guardassem a lembrança de suas origens diversas e de seus sentimentos de aversão recíproca. O Candomblé se difundiu no Brasil no século passado, com a migração de africanos como escravos para os senhores de terra. A população escrava no Brasil consistia quase totalmente de negros de Angola. No momento da chegada dos nagôs, um século e meio de escravidão havia passado, distribalizando o negro e apagando seus costumes, crenças e sua língua nacional. Mas o elemento africano, resistiu e criou uma forma de cultuar seus deuses através do sincretismo com os santos católicos. Mesmo levando em conta a pressão social e religiosa, era relativamente fácil para os escravos, na sonolência geral, reinstalar na Bahia as crenças e práticas religiosas que trouxera da África, pois, a igreja católica estava cansada do esforço despendido na criação de irmandades de negros como tentativa de anular toda sua cultura, mas todos os meses novas levas de escravos, adeptos ao culto aos Orixás, desembarcavam na Bahia. Por volta de 1830 três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião na Bahia, conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. (Nassó seria o título de princesa de uma cidade natal da costa da África). Esta seria a primeira a resistir às opressões católicas, desta casa se originam mais três que sobrevivem até hoje e que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, sendo elas: O Engenho velho ou Casa Branca, Gantóis, cuja ilustre dirigente foi mãe menininha do gantóis (falecida em 1986) e do Alaketu. Os Candomblés se diversificaram desde 1830, a medida que a religião dos nagôs se firmava, primeiro entre os escravos e for fim, no seio do povo. Hoje há quatro tipos de Candomblé ou Candomblé de quatro nações: Kêtu (povo nagô), Jêje (povo nagô, mas obedientes a uma outra cultura), Angola- congo (povo bantu, este culto é mais abrasileirado) e de caboclo (cultuam mais os caboclos, mistura-se com a Umbanda). O Candomblé baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundas das quatro forças da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar. Os Orixás são, portanto, forças energéticas, desprovidas de um corpo material. Sua manifestação básica para os seres humanos se dá por meio da incorporação. O ser escolhido pelo orixá, um dos seus descendentes, é chamado de elegum, aquele que tem o privilégio de ser montado por ele. Torna-se o veículo que permite ao orixá voltar à Terra para saudar e receber as provas de respeito de seus descendentes que o evocaram. Cada orixá tem as suas cores, que vibram em seu elemento visto que são energias da natureza, seus animais, suas comidas, seus toques (cânticos), suas saudações, suas insígnias, as suas preferências e suas antipatias, e aí daquele que devendo obediência os irrita. A síntese de todo o processo seria a busca de um equilíbrio energético entre os seres materiais habitantes da Terra e a energia dos seres que habitam o orum, o suprareal (que tanto poderia localizar-se no céu - como na tradição cristã - como no interior da Terra, ou ainda numa dimensão estranha a essas duas, de acordo com diferentes visões apresentadas por nações e tribos diferentes). Cada ser humano teria um orixá protetor, ao entrar em contato com ele por intermédio dos rituais, estaria cumprindo uma série de obrigações. Em troca, obteria um maior poder sobre suas próprias reservas energéticas, dessa forma teria mais equilíbrio. Cada pessoa tem dois Orixás. Um deles mantém o status de principal, é chamado de orixá de cabeça, que faz seu filho revelar suas próprias características de maneira marcada. O segundo orixá, ou ajuntó, apesar de distinção hierárquica, tem uma revelação de poder muito forte e marca seu filho, mas de maneira mais sutil. Um seria a personalidade mais visível exteriormente, assim como o corpo de cada pessoa, enquanto o outro seria a face oculta de sua personalidade, menos visível aos que conhecem a pessoa superficialmente, e às potencialidades físicas menos aparentes. Como qualquer outra religião do mundo, o Candomblé possui cerimoniais específicos para seus adeptos porém, esses ritos mostram singularidades especialíssimas, como a leitura de búzios (um primeiro e ocular contato com os Orixás), a preparação e entrega de alimentos para cada uma das entidades ou as complexas e prolongadas iniciações dos filhos-de-santo. Através da observância desses procedimentos é que o Candomblé religa os humanos aos seres astrais, proporcionando àqueles o equilíbrio desejado na existência.
  • 7. O CANDOMBLÉ a uma estrutura de culto às forças da natureza, a um hino à vida como Eterno Movimento, que se manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritual comunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé é sacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN), que entoam os cantos sagrados possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidade dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança sagrada, num hino à Alegria, Amor e Partilha. O CANDOMBLÉ se expressa nos terreiros ou roças, onde se cultuam os ORIXÁS e os ancestrais ilustres. O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaço urbano, construído, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes à floresta africana), que é considerado sagrado. O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possuem o ORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. O AXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em movimento. O AXÉ sendo principio e força é neutro. Transmite-se, aplica-se e combina-se aos elementos naturais, que contam e expressam o AXÉ do terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ de cada ORIXÁ, realimentado através das oferendas e da ação ritual; (b) o AXÉ de cada membro do terreiro, somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino individual (ODU) e o herdado dos próprios ancestrais; (c) o AXÉ dos antepassados ilustres. O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependendo da prática litúrgica e rigorosa observância dos deveres e obrigações. A força do AXÉ é contida e transmitida através de elementos representativos do reino vegetal, animal e mineral (oferendas) e podem ser agrupados em três categorias: (a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendê) e mineral (cobre); (b) sangue branco do reino animal (sêmen, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz); (c) sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral (carvão, ferro). Estes três tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com sua coloração, vai determinar a fundamental importância da cor no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe, partilha-se e distribuí-se através da prática ritual, da experiência mística e iniciática, conceitos e elementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite que o ORIXÁ venha e realize- se. A existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o ORUN (além, habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real, que coexiste com todos os conteúdos deste). Cada indivíduo, árvore, animal, cidade etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN. Os mitos revelam que, em épocas remotas, o AIYÉ e o ORUN estavam ligados, e os homens podiam ir e vir livremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a conseqüente separação e o desdobramento da existência. Um mito da criação nos conta que nos primórdios, nada existia além do ar. Quando OLORUN começou a respirar, uma parte do ar transformou-se em massa de água, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do branco. O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles transformou-se em bolha ou montículo uma matéria dotada de forma - um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou vida sobre ele e com seu hálito deu a vida a EXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogênito do Universo. OLORUN abrange todo espaço e detém três poderes que regulam e mantém ativos a existência e o Universo: IWÁ, que permite ao Universo genérico o ar, a respiração; AXÉ, que permite a existência advir dinâmica; ABÁ, que outorga propósito e dá direção. Ou como diz o poeta Moraes Moreira em "Pensamento Ioruba": Para tudo ser tem que ter IWA. Para vir a ser tem que ter AXÉ. Para o sempre ser tem que ter ABÁ Ao combinar esses três poderes de forma específica, OLORUN transmite-os aos IRUNMALÉ, entidades divinas que remontam aos primórdios de universo, encarregados de mantê-las nas diferentes esferas de seu domínio. Os IRUNMALÉ seriam em número de seiscentos, quatrocentos da direita (os ORIXÁS, detentores dos poderes masculinos) e duzentos da esquerda (os EBORAS, detentores dos poderes femininos). Os ORIXÁS são massas de movimentos lentos, serenos, de idade imemorial. Estão dotados de um grande equilíbrio que controlam as relações do que nasce, do que morre, do que é dado, do que deve ser resolvido. São associados à Justiça e ao equilíbrio, principio regulador dos fenômenos cósmicos, sociais e individuais. Vimos que quando OLORUN começou a respirar, gerou ORIXALÁ e EXU, o procriado. Na qualidade de procriado, EXU não pode ser isolado nem classificado em qualquer categoria. Minha homenagem ao meu BARA! Nestes escritos sobre os ORIXÁS, EXU com seu perfil psicológico e o tipo determinante dos seus filhos, abrirão os caminhos sendo o primeiro a ser evocado.
  • 8. I – CARGOS NO BARRACÃO O candomblé é uma seita de origem africana na qual se presta culto aos Orixás. Chegou ao Brasil através dos negros africanos, que para cá vieram como escravos, mas trouxeram consigo o AXÈ dos ORIXÀS e a forma de cultuá-los, o que foi o princípio do que até hoje é praticado. A hierarquia no Egbé (barracão) é fundamentada no tempo de iniciação no culto, obrigações realizadas (“tempo de santo”), qualidade do Orixá, sexo do filho-de-santo e, especialmente, pela indicação do Babalorixá, que o fará segundo a determinação dos Orixás. A seguir relacionam-se alguns cargos no culto: ATÔ-AXOGUN: Sacrificador de animais de dois pés. AXOGUN: Sacrificador de todo tipo de animais. ABAXÉ: Pessoa que ajuda na cozinha, ou cuida das crianças enquanto as mães estão ocupadas. IYÁ-BASSU: Pessoa responsável pela cozinha. EBÂMI ou EBÔMI: Após sete anos como Iaô, ofertadas as obrigações devidas, o iniciado é levantado EBÔMI. A situação do Iaô que passa à ebômi é modificada, pois ao receber o DEKÀ (cuia do axé), poderá iniciar outras pessoas, assumindo a direção de outro barracão. Caso não assuma tais responsabilidades e continue na mesma casa, assumirá funções específicas como Mãe-Pequena ou Pai- Pequeno, organizador de rituais, etc... IYÁ-KEKERÊ: Substituta da YALORIXÁ, também conhecida como Mãe-Pequena EKEDE: Cuida dos assentamentos e quartinhas do Babá, ajuda a Mãe-Criadeira, transmite ensinamentos soa Abiãs e zela pelos Orixás durante os rituais. DAGÃ e OSSIDAGÃ: Despacham o padê e determinadas oferendas a Exu. IYÁ-TEBEXÉ: Dirige o canto, obedecendo às normas do ritual. MÃO-DE-OFÁ: Conhece e colhe as ervas do culto aos Orixás. IABÁ (IYÁBÁ): Cozinheira do culto aos Orixás. TIBONÃ: Fiscal das cerimônias. OGÃ: Significa padrinho. ALABÊ: Tocador de atabaques. OGÃNILÛ: Chefe dos alabês, os quais dirige sob ordem direta do Babalorixá. TÁTA: Quando o Babalorixá atinge 21 anos de atividade no seu Egbé é proclamado TÁTA (Grande Pai). Nesse caso, ele pode escolher um filho para substituí-lo, este passará à ser Babalorixá, dando ao Táta oportunidade de elevar-se. VODUNCES: Poucos conseguem atingir esse grau, devido às exigências, especialmente de tempo que é de 50 anos de culto ou Chefia. DENOMINAÇÕES DE ZELADORES: BABALAWÔ: Pai de Segredo
  • 9. BABALORIXÁ: Pai de Orixá BABALAXÉ: Pai da Força BABALADÊ: Pai da Coroa BABAOXÉ: Pai do Axé BABAEWÉ: Pai da Folha BABAODÊ: Pai da Navalha BABAKEKERÊ: Pai Pequeno BABAEFUM: Pai da Pintura do Iaô. II – TERMOS E NOMES NO RITO Conforme dissemos, o candomblé no Brasil tem origem africana, sendo assim, utiliza termos e nomes cuja tradição, mantém em uso corrente no culto. A seguir, citamos alguns termos e nomes de uso freqüente: ATABAQUES: RUM: É o maior deles, pertence ao Orixá dono do ILÊ. RUMPI: Menor que o Rum, seria o de tamanho médio. LÊ: É o menor entre os três. ILÛ: Pequeno atabaque usado na nação IJEXÁ. AKIDAVÍ ( AGHIDAVÍ): É o nome dado às varas com que se toca os atabaques. AXÉ: Princípio e poder de realização. Força que dá o movimento, sem ele tudo estaria paralisado. É a fonte que torna possível a renovação da vida. Pode ser transmitido através de comidas e bebidas ou pelo contato, já que pode ser transmitido a objetos e seres humanos. Para que o Agbé possa atender à sua função de vê ter AXÉ. Para isso o “plantamos”, ou seja, fazemos símbolos que representam pontos de culto do axé. Uma vez plantado, se fortifica combinando todas as formas nele existentes: (a) O Axé de cada Orixá, obtido através de oferendas, bori e iniciação. (b) O Axé de cada membro do terreiro (Egbé), somado com os de seu Orixá, através de um elo de ligação entre o filho-de-santo e o Orixá (Cuidado com os assentamentos e zelo pelas coisas do Orixá, além de respeito pelos irmãos e Babalorixá. (c) O Axé dos antepassados do Egbé, seus ilustres mortos, cujo poder é acumulado e mantido ritualmente nos assentamentos do ILÊ-IBÓ OKU. EWÓ: São cuidados com oque o filho-de-santo come e faz, afim de não agredir ao Orixá (é o mesmo que quizila). Quem desobedece pode ter as mais variadas reações, tais como: enjôos, problemas materiais, espirituais, etc... ADÔXU: Nome dado às pessoas iniciadas no culto aos Orixás (Oxú). Pequeno cone feito de ervas e outros axés, colocados no alto do Ori do Iaô. ATAKÂN: Pano que envolve o peito da filha-de-santo quando está incorporada pelo Orixá.
  • 10. AGOGÔ: instrumento de ferro com dois sinos, badalo, superpostos, um menor que o outro, donde se tira som batendo-se com um pedaço de ferro. ADJÁ: Sinos de metal, usados pelos zeladores para chamar os orixás. ABIÃ: São filhos ou filhas-de-santo que ainda não se iniciaram, ou seja, não nasceram. AJUNTÓ ou JUNTÓ: É o segundo Orixá que comanda a pessoa junto com o seu Orixá assentado no Ori no dia de sua feitura. ABASSÁ: Salão onde se realizam as cerimônias públicas do candomblé. AYÊ: Terra (planeta). ORUN: Além do céu. ILÊ: Terra (chão). ILÉ: Pombo. Exemplos: ILÊ-AXÉ: Casa privada destinada ao recolhimento do Iaô. ILÊ-IBÓ OKU: Casa onde são adorados os mortos e onde se encontram seus assentamentos. O local deve ser guardado por sacerdotes preparados para este mistério. É separado do resto do terreiro (Egbé), sendo conhecida também como ILÊ ISINMI. EGBÉ: Nível, perto, roça-de-santo, terreiro. EJÉ: Sangue. ILARE: brado de guerra do Orixá, erradamente chamado “ilá”. ILÁ: Quiabo. ADOBALE: Bater cabeça ao Orixá. DIDÊ: Levantar. Exemplo: “Didê Orixá!” JOKÔ: Sentar. ADUPÉ ou DUPÉ: Obrigado. Exemplo: “Adupé lowó Olorum” (obrigado à Olorum, agradeço à Olorum) DIJINA ou DJINA: Nome da iniciada ou iniciado. IRUNMALÉ ou IRUNMOLÉ: São aqueles que habitam o Orum, também chamados Irunmolés e ARA_ORUM. Usa-se essa terminologia durante as invocações, no começo dos rituais, como por exemplo: “Awom irinwó Irunmolé ojû kofun” (Os quatrocentos Irunmolés do lado direito e os duzentos do lado esquerdo). OSIWAJU: O primeiro cargo, primeiro Orixá para os Yorubás (Oduduwa e Oxalá). Na Bahia Ogum, Exu, e Oxossi. OSI: Lado esquerdo. OTUM: Lado Direito. ORI: Cabeça. PARTES EM QUE SE DIVIDE O ORI:
  • 11. ORI: Centro da cabeça. ÔJU-ORI: Parte da frente. IKÔKO ORI: Parte de trás. OPÁ OTUM: Lado direito. OPÁ OSI: Lado esquerdo. IBORI ou BORI: É a cerimônia realizada dentro do culto para adoração à cabeça (ori). São oferecidos sacrifícios ao ORI-INU e ao IGBÁ-ORI da pessoa. Durante este ritual, quaisquer que sejam as oferendas devem ser dadas à cabeça. Todos deverão comer obi. O OBI E SUA IMPORTÂNCIA: O Obi é um fruto africano, produtor da noz de cola.É utilizado em quase todas as oferendas (cerimônias). É o primeiro oferecimento que se faz à cabeça antes de qualquer obrigação. Pode ser oferecido inteiro ou triturado pelos dentes. A massa mastigada é oferecida aos quatro lados da cabeça e ao centro. SAUDAÇÃO AO ORI: “ Ori pele atete miran atete gbeni kòósá ko sòósa tu danil gbé léyin ori eni ori pélé ori aloiye eni oriba gboboo re re yo sebe kó yó sésé” OJÚ-ORUN: O céu. ORUPIN: Cargo de todos os axés das obrigações do Iaô. OTÁ: Pedra do Santo. Cuidados com o Otá: - Não lavá-lo com sabão, esponja e similares; - Não mudar sua posição; - Limpá-lo com farinha de acaçá; - Pode-se colocar o sumo das ervas do Axé do Orixá; - Recomenda-se rezar para o Orixá durante o ossé; - Colocar somente o necessário, sem exageros; - Transmita a ele somente energias positivas; - Evite que outras pessoas zelem por ele, a obrigação é sua. PAÓ: Bater de palmas ritmado e específico, para demonstrar respeito, reverência e submissão. Representa o ato de despertar os Orixás, usado antes e depois das incorporações, oferendas, etc... IPADÊ ou PADÊ: Significa ato de reunir. Trata-se de cerimônia pública realizada no início de qualquer festividade (de saída de Iaô ao Axexê).
  • 12. No Ipadê é oferecido a Exu: OMI (água): que é a oferenda por excelência I EFUN (farinha): caracteriza abundância EPÔ (dendê): poder de gestação, ação OTÍ (cachaça): bebida destilada de sua preferência OYIN (mel): beleza, energia AKAÇA: pasta feita com milho branco, enrolado na folha de bananeira (alternativo), é feito ao por do sol. Observação: Tipos de toques executados nas cerimônias ALUJÁ: Toque predileto do Orixá XANGÔ. OPANIJÉ: Toque específico de OBALUAÊ. AGUERÊ: Toque cadenciado com duas em duas variações, uma para OXOSSI e outra para OYÁ, mais conhecido como “Quebra-pratos”. ADARRUM: Toque muito rápido e contínuo, usado para chamar os Orixás às cabeças dos filhos. BOLONÃ: Toque para bolar. III – A DANÇA DOS ORIXÁS As chamadas danças ritualísticas são em forma de círculo ou semicírculo (metade de um círculo), ao redor de algum símbolo, acompanhada de sons que representam a natureza viva (ar, fogo, animais, vento, chuva tempestade, etc...), havendo uma harmonia entre o componente da roda e a natureza, junto aos astros. O CÍRCULO simboliza o movimento dos astros, o poder de renovação junto à força espiritual. As CANTIGAS encantam os Orixás que estão relacionados aos astros. Os PASSOS E GESTOS representam as características do Orixá. Exemplo: A dança de OGUM simboliza a luta, desbravamento de caminho; A dança de NANÃ representa o embalo de uma criança; A de OXOSSI figura a caça; A de LOGUN mudança; A dança de BESSÉM representa o arco-íris, céu e terra, a serpente (AIDÃ); INHASÃ representa em sua dança os movimentos de despachar Egum, dominá-los, espalhar o vento;
  • 13. OPARÁ o ato ou ação de por fogo no mato; XANGO figura a corte, o bater do pilão e OXALÁ os movimentos do pombo. IV – TIPOS DE EJÉ QUE EXISTEM IV . 1 – SANGUE VERMELHO: REINO ANIMAL: Corrimento menstrual, sangue humano e sangue de animais. REINO MINERAL: Cobre, bronze, etc... IV . 2 – SANGUE BRANCO: REINO VEGETAL: Seiva, sumo, álcool e as bebidas brancas extraídas das palmeiras e alguns vegetais. IYÊROSUN – pó branco extraído do IRÔSUN. ORI – MANTEIGA VEGETAL. REINO MINERAL: Sais, giz, prata, chumbo, platina, etc... IV . 3 – SANGUE PRETO: REINO ANIMAL:Cinza de animais, fósseis, petróleo REINO VEGETAL: Sumo escuro de certos vegetais como o ILÚ ÍNDICO, extraído de diferentes tipos de árvores. V – OS TIPOS DE MEDIUNIDADE: MÉDIUM CONSCIÊNTE: É aquele em que a manifestação não toma por completo seus sentidos, independentemente do tipo de entidade que esteja se manifestando (Preto-Velho, Caboclo, Orixá). Ele escuta, enxerga, mas não tem controle sobre seus sentidos. MÉDIUM CONSCIÊNTE DE FORMA PARCIAL: Parte dos acontecimentos ficam registrados outros não, a entidade se encarrega de limpar sua memória. A maior parte dos médiuns está neste nível. MÉDIUM INCONSCIENTE: Acontece de forma mais limitada, são raros os casos, pois envolve todo um aspecto físico, emocional e significa que este conseguiu um controle do seu interior, entrando em transe completo. VI – COMPORTAMENTO DO FILHO-DE-SANTO, REGRAS BÁSICAS: • Ao entrar no portão saudar Exu: “ Laroiê Exu ! Peço licença ! “ • Ogum: “ Ogum Patacory ! Ogum Jacy Jacy ! ” • Ir até a árvore de Bará • Cumprimentar Ossanhe • Cumprimentar Tempo
  • 14. Cumprimentar Oxossi • Cumprimentar o seu Orixá • Reverenciar o assentamento de seu Egbé • Pedir a Benção do seu Babá e da sua Yiá • Cumprimentar seus irmãos • Nunca chegar da rua dando notícias boas ou ruins, sem aguardar uma oportunidade conveniente • Não fumar durante as obrigações nem perto das oferendas • Não entrar na cozinha onde se prepara as oferendas para os Orixás, sem tomar banho e descansar da rua • Evitar certos tipos de assuntos • Quando duas ou mais pessoas com tempo de santo estiverem conversando, não entrar sem ser chamado nem cortar o assunto, ou mesmo passar sem pedir licença • Durante as rezas ficar deitado de cabeça baixa. Com essas medidas simples estarás honrando teu Orixá, a casa onde ele está assentado, o teu Babá, a tua Tia, além de estar ensinando aos mais novos que respeito é o primeiro sinal de amor e de força espiritual. OBSERVAÇÕES: 1 – Quando falamos de cumprimentar os Orixás ou saudá-los, falamos em pedir licença para que através das saudações, do paó, Exu nos olhe com bons olhos e transmita ao Orixá que chegamos. Assim, parte das energias negativas que adquirimos no dia-a-dia seja encaminhada pelos coordenadores das energias negativas. Esta regra se aplica também, antes de entrarmos na casa de Exu, Orixá, Ronco, Ilê Ibó Oku. Deve-se bater na porta 3 vezes a dar paó. Tal atitude faz com que evitemos tomar sustos ou vermos coisas indesejáveis, uma vez que estamos desrespeitando o Ilê do Orixá. Paó significa despertar o Orixá, para que ele venha ao nosso encontro e receba nossa homenagem. No momento em que estamos emitindo sons, estamos fazendo um elo de ligação entre nós e o Orixá. 2 – Para colher essabas, deve-se proceder da seguinte forma: • Saudar Ossanhe • Saudar Omulú, senhor da terra • Bater paó • Pedir ago ao orixá • Agradecer • Nunca retirar essabas após as 18: h, fazendo-o somente em casos de extrema necessidade, principalmente se você não estiver preparado. VII – ELÉKÉ
  • 15. Elékés são fio de conta diferentes do Delogun, usados por aqueles que já possuem determinado tempo de iniciação. Cabe destacar que delogun é usado pelos iniciados recentes. O eleké indica a hierarquia no culto e fornece uma identificação com o Orixá. A tradição exige adoração e respeito por estes elementos que não são bijuterias ou adornos, mas possuem para nós a mesma importância que terço na Santa Igreja Católica. Suas cores podem variar de acordo com a nação, o tipo e a qualidade do orixá, cuja representação é dada a seguir: EXÙ: preto, vermelho e todas as demais cores em pequena proporção. OGUN: Azul-marinho, verde e branco. OXOSSI: Azul claro, verde e branco. OSSANHE: Verde musgo, branco e amarelo. OMOLÚ: Preto, branco, marrom, vinho e coral. OXUM: Amarelo, salmão, rosa, azul, branco, dourado. OYÁ: Vermelho, branco, rosa e cobre. YEMONJÁ: Azul em todas as tonalidades, branco e prateado. BESSÉM: Amarelo, verde e as cores do arco-íris. NANÃ: Branco, lilás e rosa. OXALÁ: Branco. IBEJI: Todas as cores, menos preto. Existem cerimônias que são de grande importância para a consagração do eleké, como por exemplo a LAVAGEM, que consiste em retirar as impurezas físicas e astrais. No ritual da lavagem utilizam-se efusão de ervas (quinadas), que devem ser preparadas por sete moças virgens, de preferência crianças. Enquanto as moças quinam as ervas em uma grande bacia, os filhos da casa formam uma roda ao redor delas, rezam e batem paó. Para esta cerimônia solene, todos devem estar de corpo limpo e respeitosamente lavar seu eleké, sacando-o em seguida com uma pequena toalha branca. Devem ser acendidas velas para todos os Orixás. O período mais propício para esta cerimônia é o das águas de Oxalá ou final de ano. VIII – LOÔROGUN O Lôorogun é uma cerimônia fechada, ou seja, somente participam os filhos da casa. Consiste no “fechamento” do Egbé durante a Quaresma. Este ritual evita que forças negativas atinjam o Egbé e os filhos-de-santo, que deverão permanecer resguardados durante este período. Para que se realize o Lôorogun são necessários os seguintes procedimentos: - Todos devem chegar cedo ao Egbé e tomar o banho de costume; - É indispensável a participação de todos os filhos-de-santo; - Preparar um grande Ebó com todos os tipos de comida;
  • 16. - Agradar Exu e Egun; - Todos deverão agradecer seus Orixás e; - Todos os Orixás deverão permanecer acesos durante a quaresma. É evidente que todo Egbé possui seu ritual próprio e isto de ser respeitado. A realização do Lôorogun é indispensável em um Egbé,pois o Axé é a fonte da realização e do poder e uma vez abalado todos serão atingidos e responsáveis. Se o indivíduo se diz filho-de-santo, às vezes com orgulho exagerado, deve saber que possui direitos e OBRIGAÇÕES. O final desta cerimônia é marcado pela manifestação de todos os Orixás nos filhos-de- santo, que são a seguir recolhidos ao Roncó, de onde sairão com as respectivas folhas de cada Orixá incorporado na palma da mão e comidas cruas dentro de uma sacola branca de murim. Na saída dos Orixás canta-se: “O Lôorogun eu O lôorogun já já Acajá loni ago man sãn O loôrogun já já”. (Bis) Os Orixás fazem um sacudimento em todos os presentes e distribuem as comidas. Os Ogãs e todas as demais pessoas que não estão incorporadas retiram os enfeites do Barracão e colocam em um cesto junto com as folhas que foram usadas no sacudimento. Tudo será despachado em lugar determinado pelo Babá. Todos deverão levar flores para ofertar aos Orixás após a realização do sacudimento. IX – TERMOS E PALAVRAS EM YORUBÁ NÚMERAÇÃO EM YORUBÁ 1 : Éni, Ókan 14 : Érinlá 8 : Ejó 2 : Êji 15 : Édogun 9 : Ésan 3 : Etá 16 : Érindi lógun 10 : Éwá 4 : Erin 17 : Étadilogun 11 : Ókanlá 5 : Árun 18 : Egidilogun 12 : êjilá 6 : Éfá 19 : Ókandilogun 13 : Étalá 7 : Êjê 20 : Ôgun Goma : ódá Anil : Ilú Pimenta : atá Azeite : epô Milho : agbádô-óká Pimenta da costa : ataré
  • 17. NOME DE ANIMAIS: Boi ou varão : málú, akô Veado : agburim Galinha : adié, uabaodié Ovelha : agutan, abô-agutan Elefante : erim, Pombo : eiyêle adjiniju,zamba Águia : idi Rabo de cavalo : éru exin Caracol : igbin Cabra : agbárigbá, ewré Abutre : gunungun Coelho : ehrôrô Avestruz : ôgôngô Cordeiro : odó agutan Coruja : owiwi Carne de vaca : eranlá Caramujo : okotó Abelha : agbón Jibóia : êré Égua : abô axin Andorinha : olopandédé Gato : ôlogbô, ifé, Gaivota : adie ôdô olofu Leão : kiniu, koji Carneiro : abô, oubikó, eran Jacaré : ôni kadá Mosca : êxinxin Galinha d’angola : coquem, Pato : pépeiyé, pekeié, Camaleão : agemó sacuê apepeié Bode : ôlubé, ôuko Vaca : aban-malu Cachorro : aja, ajaú, adiaia Peru : tolótoló, taleu-taleu Burro : patapá Porco : eledé, aledá, ledé Esquilo : ókéré Cágado : ajapá, logozé Galo : akukó, akokorô, Formiga : káriká, êrá Rabo grande : ouê-êyá uabaodié Gavião : auôdi Periquito : alodé Cupim : ikan Cavalo : exin, exie-atabexi Macaco : ohá, dudô Sapo : ópoló, xenimi, xenifidam Borboleta : labálabá Peixe : oguri FRUTAS: Fruta : obi Laranja : osan ôibô Limão : rômbô êwê Abacaxi: Abocatí Côco : fiju, ibêpê Manga : mangórô Banana : ógédé LEGUMES Cebola: alubôsa Azedinhas : amukan Inhame : icu Abóbora : é ué êrê awunjé Batatas : kukundukun Quiabo : ilá Feijão : é ué êrê aunjé Cana : irêkê Mandioca : gbágubá Ervilha : orubú Cera : idá UTENCÍLIOS:
  • 18. Prato : awô Rede : anda Navalha : abe Garrafa : igô Lâmpada, luz, clarão : tânta- Cama : ibusun akété, laiá Faca : obé cumbaú Quarto : jará Colher : xibi Esteira : éni, jajá Banco : aputi Colher pequena : xibi kêkêrê Travesseiro : irôri Cozinha : ilê-ageun Colher de pau : xibi igi Pilão : ódô Fogão : ajeké-neulune Garfo : agunjé Pedra de ralar : ôló Candieiro de querosene : Toalha de mesa : axó tabilé Panela : otun, ikkô teçu Prato de pimenta : awô ataré Balde, pote : akruba Panela grande : odu-ikekê Toalha de prato : axó awô Saco grande : apô ôkê Travessa, tijela de louça vidrada : ita Açucareiro : awô ijó ôibô Casa : ilê Faca tridente ou garfo Xícara : ago sikara Mesa : ajaké, tapacê, tridente ou lança tridente : tainguém obé-fará Fósforo : ixánã Carvão : egui Alguidar : oberó Vassoura : igbalé Teto : nlê Faca de ponta : obé-nuxo- Cadeira : aga-ijôkô, idiôçu inxó PARENTESCO : Parentes : ará-ibatan Irmão gêmeo : babassá Irmão mais moço : aburô Avô : babá agbá ôkurin Esposo, marido : okorim Avô patriarca : babá-nla Tio : arákurin babá, aua- Esposa, mulher : obirim mete Avó : iyá agbá, ya-nla Mulher favorita : yá-lé Tia : arábirin yiá Mãe : iyá, yá Minha mulher : mô-obirim, Primo : omôkurin, arakurin, obirim-mim Pai : babá táta-mete Viúva : bi-egun, muturi Filho : ómô-kurin, omam Prima : omôbirin, arabirin omoborim Noivo : okebiã Marido : o’kó Filha : ómô-birin, exi Solteiro : ikobassu omobirim Senhora : ayá Homem : oko-okorim Irmã : arábiri Moça : o’módê birin Menino : ô-madê Irmão mais velho : égbon Rapaz : o’módê kurin ôkurin Casado : okuamuri SENTIMENTOS : Inveja : ilárá Raiva : binu Duvidar : xé iyémeji si
  • 19. Escutar : desiti Mentir : ro mó Tocar : gôgô Bater, sacudir : já, bajá Desprezar : gan Sofrer : ran Fome : ebi npá Falar : soro Sono : orun nkun Odiar, aborrecer : karijá Piedade : fun Amor : ifé Ignorar : kómó Chamar : fun pê Querer, amar : fé Praguejar : ro Ódio : fagurômo Ignorante, ignorância: aimó MEDIDAS DE TEMPO: Os meses do ano : awón oxú Janeiro : oxú kini ti ódun Maio : oxú kárun ti ódun Setembro : oxú kesan ti ódun Fevereiro : oxú kêji ti ódun Junho : oxú kefá ti ódun Outubro : oxú kéwá ti ódun Março : oxú kêtá ti ódun Julho : oxú kéjê ti ódun Novembro : oxú kókanla ti ódun Abril : oxú kerin ti ódun Agosto : oxú kejó ti ódun Dezembro : oxú kêjilá ti ódun Ódun kan : um ano Ixéjú kan : um minuto Lólá : amanhã Ódun tókójá : o ano passado Ósan : aurora Lótunlá : depois de amanhã Ódun to mbó : próximo ano Órun aú : tarde Ibéré : princípio Ójó-kan : um dia Óganjó : meia noite Ari i ósan : meio Wakati : uma hora Lonim : hoje Nijelo : passado Abó wakati : meia hora Lanan : ontem Opin : fim Wakati kan pêlu ábó : uma hora e meia Nijétá : antes de ontem VESTUÁRIO: Axó : roupa Fila : gorro, capuz de Obaluayê Peké-pé`é : chapéu de sol Ubatá : sapato Akêtê : chapéu Axó-dudu : roupa suja Abata e Bata >: sapatos Ojá : fita, faixa Abade : toalha
  • 20. CORES: Dudu : preto Obádo : verde Mucumbe : roxo Fin-fun, mandulé : embolo e Elvikei : vermelho puti-branco Kiobambo : amarelo Okâm : azul BEBIDAS : Omim : água Xeketé : milho e gengobre Oin : mel Otin-nibé : cerveja Emelum : feito com epô Aluá : Brasil, refresco feito de Otin-dudu : vinho tinto rapadura com casca de Furá : feito com diversas abacaxi ou tamarindo frutas Otin-fum-fum : aguardente CORPO HUMANO : Ará : corpo Enum : boca Ory : cabeça Era e Ancê : carne Ipakó : nuca Ejé : sangue Etu : orelha Euú e oju : olhos Imum : nariz Okan : coração Iban : queixo Elgiká : ombros Irun : cabelo Obó : nádegas Irun-ban : barba, bigode Akô : macho Efin : dente Abam : fêmea Eeté : lábios Mulembu : dedo Apá : braço Rivenum : barriga Qué : mão Esse e Alessé : pé Itankô : coxas Idi-cu : ânus Kitaba e ebeu : vagina Éepã : testículo Ogungum : osso
  • 21.
  • 22. VOCABULÁRIO YORUBÁ: Aféfé - Vento Àfin – Palácio “A” AFIN – 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola branca, na língua yorùbá; por extensão a cor branca (vd. efun). A dúpé - agradecemos a você Afóju - Cego Ààbò - metade Àfomó - doença infecciosa, trazida pelo Orixá Ààfin - Palácio, residência de um rei (Oba) das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã) ÀÀJÀ – Sineta de metal composta de uma, duas Afonjá - É uma qualidade de Xangô. ou mais campainhas utilizadas por pais-de- Àga - Cadeira santo (vd.) para incentivar o transe. Também Àgàn - mulher estéril chamado Adjarin. Agbádá - vestes sacerdotais Àáké – machado Àgbàdo - milho, sagrado para o Orixá Èsù Aará – Raio (Bará) Aará Òrun - Relâmpago Àgbaiyé - o mundo inteiro Ààrè - doença, fadiga, cansaço Agbára - Poder Ààyè - vida Agbèdù – estômago Aba - escada de mão ÀGBO – Infusão proveniente do maceramento Abadá - Blusão usado pelos homens africanos. das folhas sagradas as quais se vem juntar o Abadô - Milho torrado sangue dos animais utilizados no sacrifício e Abánigbèro - conselheiro, aquele que substancias minerais como o sal. Esse Iíquido, aconselha, um sábio mais velho acondicionado em grandes vasilhames de barro Abanijé - difamador (porrões), é empregado ao longo do processo Abassa - Salão onde se realizam as cerimônias de iniciação e para fins medicinais sob a forma públicas do candomblé, barracão. de banhos e beberagens. Abaya - rainha mãe Agbô - Carneiro. Abebé - Leque. Àgbon – coco Abélà – vela AGÈ – Instrumento musical constituído por uma ABIÃ – Posição inferior da escala hierárquica cabaça envolta numa malha de fios de contas, dos candomblés ocupada pelo candidato antes de sementes ou búzios (vd.). do seu noviciado; em yorùbá significa "aquele Agemo – Camaleão que vai nascer". AGERE – Ritmo dedicado a Òsóòsi executado Abomalè - aquele que cultua os ancestrais aos atabaques (vd.). (egúngún) AGOGO – Instrumento musical composto de Abòrisà - aquele que cultua/adora os orixás uma ou mais campânulas, geralmente de ferro, ABORÔ – Denominação genérica dos òrìsà (vd.) percutido por uma haste de metal masculinos, por oposição as iabás, que são as Àgo Lónan - Com licença divindades femininas. AGONJÚ – Um dos doze nomes de Sòngó (vd.) Aboyún - mulher grávida conhecidos no Brasil Abuku - desgraça Àgòtàn - Ovelha Àbúrò - Irmã mais nova Aguntam - Ovelha. ADAHUN – Tipo de ritmo acelerado e contínuo Ahón - Lingua executado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.). Áike - machado É empregado sobretudo nos ritos de possessão Àìsàn - doença como que para invocar os òrìsà (vd.). Àiya - Peito Adé - Coroa. Àiyé – Mundo; Palavra de origem yorùbá que ADE – Termo com que se designam (nos designa o mundo, a terra, o tempo de vida e, candomblés) em especial os efeminados e, mais amplamente, a dimensão cosmológica da genericamente, os homossexuais masculinos. existência individualizada por oposição a òrun Adèbo - pessoa que prepara a comida com os (vd.), dimensão da existência genérica e mundo animais oferecidos em sacrifício de acordo com habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda, as regras religiosas pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais Adie - Galinha. ilustres. Adití – surdo Ajá – Cão ADÓSÙU – Diz-se daquele que teve o osùu (vd.) ÅJÀLÁ – vd. Òòsàálá assentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô. AJALAMO – vd. Òòsàálá ADUFE – Pequeno tambor. Instrumento de Àjapá - Tartaruga percussão de uso mais frequente nos xangôs Àjé - Bruxa (vd.) no Nordeste Ajeum - Comida. Adupé = Dupé - Obrigado. AJOGÚN – Palavra de origem yorùbá que Adúrà - Oração designa os infortúnios, como a morte, a doença, Afará - oyin - fovo de mel a dor intolerável e a sujeição
  • 23. Àkàrà Jé – Acarajé recintos apropriados de uma casa-de-santo. A ÀKÀSA – Bolinhos de massa fina de milho ou centralidade do conjunto é dada por um òta, farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e pedra-fetiche do òriìsà (vd.) envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de Àso - Roupa folha de bananeira. (Acaçá) Ata – Pimenta AKIDAVIS – Nome dado nos candomblés Kétu e ATABAQUES – Trio de instrumentos de Jeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços percussão semelhantes a tambores que de galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que orquestram os ritos de candomblé. Apresentam- servem para percutir os atabaques (vd.). se em registro grave, médio e agudo, sendo Àkùko – Galo chamados respectivamente Rum, Rumpi e Lé ÁLÁ – Pano branco usado ritualmente como (ou Runlé). Nos candomblés angola são pálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais. chamados de Angombas. Sua utilização no Geralmente feito de morim âmbito das cerimonias, cabe a especialistas Aláàfin - título tradicional para o rei de Oyó rituais (vd. Alabê e Ogã) Alabá - Título do sacerdote supremo no culto Atégùn - Brisa aos eguns. Àwa - Nós ALABÊ – Título que designa o chefe da Àwó - Cor orquestra dos atabaques (vd.) encarregado de Àwo Ewé - Verde entoar os cânticos das distintas divindades Àwo Ojú Òrun - Azul Alagba – Senhor Àwo Pako - Marrom ALAMORERE – vd. Òòsàálá Àwodi - Gavião Alaruê - Briga. Àwon - Eles (as) Alàyé - Explicação Axé - Assim seja Aledá - Porco. Axó - Roupa. ALÉKESSI – Planta dedicada a Òsóòsi (vd.). Axogum - Auxiliar do terreiro, geralmente Também conhecida como São Gonçalinho – importante na hierarquia da casa, encarregado Casaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE de sacrificar os animais que fazem parte das ALIÀSE – vd. runko oferendas aos orixás. - Importante especialista Alubaça - Cebola. ritual encarregado de sacrificar, segundo regras Àlubósà – Cebola precisas, animais destinados ao consumo votivo AMACIS (ou AMASSIS) – Abluções rituais ou Àya - Esposa banhos purificatórios feitos com o líquido resultante da maceração de folhas frescas. “B” Entram geralmente em sua composição as folhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do Báàlè - chefe de um povoado, com menos iniciando, e as assim chamadas '"folhas de status que um Oba nação" (vd.). Bàbà - milho da Guiné ANIL – vd. Wàjì. Bàbá - Pai. ANGOLA – vd. Nação. Bàbá nlá – Vovô ANGOMBAS – vd. Atabaques BABAÇUÉS – vd. Candomblés Apá - Braço Babagba - homem velho, geralmente o avô Apeja - Pescador BÀBÁLÁWO – Sacerdote encarregado dos Apère - exemplo procedimentos divinatórios mediante o òpèlè de Arailé - Parentes Ifá, ou rosário-de-Ifá Àríwá – Norte Bàbálórìsà - Pai de Santo ARREBATE – Abertura rítmica das cerimonias BABALORIXÁ – Sacerdote chefe de uma casa- publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de de-santo. Grau hierárquico mais elevado do tocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma corpo sacerdotal, a quem cabe a distribuição de convocação todas as funções especializadas do culto. É o ÀSE – Termo de múltiplas acepções no universo mediador por excelência entre os homens e os dos cultos: designa principalmente o poder e a òrìsà. 0 equivalente feminino é denominado força vital. Além disso, refere-se ao local ialorixá. Na linguagem popular, são sagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a consagrados os termos pai e mãe-de-santo. Nos determinadas porções dos animais sacrificiais, candomblés jeje – doté e vodunô; e nos angola bem como ao lugar de recolhimento dos – tata de inkice neófitos (vd. Runko). É usado ainda para BABALOSSAIN – vd. Olossain designar na sua totalidade a casa-de-santo e a Babaojê - Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é sua linhagem. o nome de todos iniciados no culto aos eguns. ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da Babassá - Irmão gêmeo. natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e Báde - caçar em grupo configuração abrigam a força dinâmica de uma Bájà - lutar, brigar divindade. Consagrados, são depositados em Bàlagà - entrar na maturidade
  • 24. Balê - Casa dos mortos.Balé - Chefe de danças nos terreiros; por extensão designa comunidade. também as danças. Balògun - chefe da sociedade dos guerreiros BATUQUES – vd. Batucajé. vd. Candomblés Balùwè – Banheiro Béèni - Sim BANHA-DE-ORI – Espécie de gordura vegetal Beji - Orixá dos gêmeos. obtida pelo processamento das amêndoas do Berè - Perguntar fruto de uma árvore africana que é vendida nos Bèré - Começar mercados brasileiros para uso ritual nas casas- Bèru - Medo de-santo. Diz-se também "banha-de-Oxalá" e Bi - Nascer "limo-da-costa". A mesma denominação é dada Biyi - Nasceu aqui, agora. a gordura de origem animal extraída do Bô - Adorar. carneiro BOMBOJIRA – vd. Èsù. BANHOS – vd. Àgbo. vd. Amacis. BORÍ – Ritual que, juntamente com a lavagem- BARCO – Termo que designa o grupo dos que de-contas, abre o ciclo iniciático. Fora deste se iniciam em conjunto. Suas dimensões são ciclo, rito terapêutico. Em ambos os casos, variáveis. Há barcos de mais de vinte neófitos e consiste em "dar de comer e beber a cabeça" "barcos-de-um-só". Através do barco se Buburú - Maldoso consegue a primeira hierarquização dos seus Burú - ruim, negativo, destrutivo membros na carreira iniciática. Como unidade Buruku – Mau de iniciação gera obrigações e precedências BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrente imperativas entre os irmãos-de-barco ou na vida cerimonial dos candomblés. irmãos-de-esteira Especialmente servem às práticas do dilogun – Barapetu - grande, uma pessoa de distinção sistema divinatório onde são empregados BARRACÃO – vd. Casa-de-santo. geralmente dezesseis búzios BATUCAJÉ – Com este termo costumava designar-se a percussão que acompanha as “C” Cabaça – Fruto do cabaceiro (Cucurbita CASA-DE-SANTO – Designação do espaço lagenaria L., ou Lagenaria vulgaris – circunscrito que constitui a sede de um grupo cucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça de culto. Costuma chamar-se também de ilé é freqüentemente utilizada nos cultos afro- (kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns brasileiros como utensílio, instrumento casos, barracão. Este ultimo termo serve musical" insígnia de òriìsà ou mesmo para também para designar o recinto onde ocorrem representar a união de Obàtálá e Odùduwà (o as festas públicas. Céu e a Terra). CATIMBO – vd. Candomblés CABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados Catular - Cortar o cabelo com tesoura, nos candomblés-de-angola, de caboclos e na preparando para o ritual de raspagem para umbanda. São representados, geralmente, iniciação no Candomblé. como índios do Brasil ou de terreiros da África CAURIS – vd. Búzios. mítica. CAXIXI – Chocalho de cabaça e de vime Cafofo - Túmulo. trançado, contendo sementes ou seixos. Em Cambaú - Cama. alguns casos, vasilhames rituais em miniatura. CAMARINHA – vd. Runko. CESTO-DA-CRlAÇÃO – 0 saco-de-existência CANDOMBLÉS – Designação genérica dos (àpò aiyé), que, na cosmologia do povo-de- cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto, santo, Olódùmarè deu a Obàtálá para que distinguir-se pelas suas designações regionais: criasse o mundo a flor das águas primordiais. candomblés (leste-setentrional, especialmente Foi, no entanto, Odùduwà quem verteu o seu Bahia), xangôs (nordeste-oriental, conteúdo sobre a superfície das águas especialmente Pernambuco), tambores CONGO – vd. Nação (nordeste ocidental, especialmente São Luís Conguém - Galinha da Angola. do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa CONTRA-EGUN – Trança de palha-da-costa litorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós que os neófitos trazem amarrada nos dois (Nordeste), batuques ou parás (região braços, logo abaixo do ombro, com a meridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina finalidade de afastar os espíritos dos mortos e Paraná), batuques e babaçuês (região Cutilagem - É o corte que se faz na cabeça do setentrional, Amazonas, Pará e Maranhão), iniciado; é realizado para abrir o canal macumba (Rio de Janeiro e São Paulo). energético principal que o ser humano tem no CANDOMBLÉS-DE-CABOCLO – vd. Caboclo. corpo, exatamente no topo da cabeça, (no vd. Candomblés Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o Caô - É um tipo de Xangô. interior de uma pessoa.
  • 25. “D” Dã - Orixá das correntes oriundas do Daomé. considerado indispensável para a elaboração Dáàdáà - bom ou bonito de grande parte das comidas-de-santo. Suas Dabòbò - proteger, fornecer proteção folhas servem para guarnecer entradas e Dáda - Beleza saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò) Dàgalágbà - tornar-se um homem adulto DESPACHO – Tipo de oferenda dedicada a Èsù, Dàgbá - envelhecer, ficar velho, crescer quer no início das crimônias (vd.Pàdé), quer Dagô - Dê licença. nas encruzilhadas, nos matos, rios e Dáhùn - Responder cemitérios. Dalè - quebrar uma promessa DIA-DO-NOME – vd. Orúko DAN – Serpente sagrada (Daomé – Benin) Dídá - ara - boa saúde representando a eternidade e a mobilidade Dide - Levantar. sob a figura de uma cobra que engole a Dígí – espelho própria cauda. Genericamente designa os DIJINA – Nome iniciático dos filhos-de-santo filhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se dos candomblés de nação angola sincretizada com Òsùmàrè e Besen. DILOGUN (Érìn dínlógun) – Nome dado à DANDALUNDA – vd. Yemoja adivinhação com búzios que podem ser de 4 a Dara - Bom, agradável. 36 (mais comumente 16). Nesse jogo de Ifá Dára - bom, ser bom as respostas ao oráculo são dadas por Èsù Dáradára - muito bom, tudo certo Dín – Fritar Dê - Chegar. DÓBÁLÈ – Cumprimento prescrito aos DEFUMADOR – Composto de essências iniciados de òrìsà femininos diante dos lugares aromáticas, folhas e cascas, usado ritualmente consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo, em fumigações propiciatórias e terapêuticas òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termo Délade - coroar um rei iká designa o seu correspondente para o caso Dele - chegar em casa de filhos-de-santo de brisa masculinos DENDÊ – Palmeira africana aclimatada no Dùbúlè – deitar Brasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla Dudu - Preto. utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo Dúpé - Agradecer obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é Dúro - De pé “E” E Káàárò - Bom-dia efun" (vd. 18-Efun). Como sinônimo de efun E Káàsán - Boa-tarde ocorre, também, afin E Kále - Boa-noite Ègbé - comunidade de pessoas com o mesmo Ebí - Família propósito Ebi – Fome Égbéé - amuleto de proteção para o Orixá EBO – Termo que designa, genericamente, (Ògún) oferendas e sacrifícios, Usa-se também Egbò - chaga, ferida trabalho, despacho e, as vezes, feitiço. Ègbón - Irmão mais velho EBÔMIN – Pessoa veterana no culto; título Ègé - Aipim adquirido após a obrigação de sete anos. Egun - Alma, espírito. Nome genérico dos Opõe-se a iaô, sendo equivalente a vodunci espíritos dos mortos Èdán àrá - pedra de raio, sagrada para o Orixá Égún - espírito dos ancestrais Sàngó Egúngún - Espíritos dos ancestrais, cultuados Èdò - Fígado especialmente em terreiros situados na Ilha de Edu - Carvão. Itaparica, na Bahia Edùn - machado Èhin - Costas Éèdì - encanto, feitiço Ehín - Dente Éègun - ossos, ossos humanos Eiye - pássaro ÈÈWÒ – vd. Quizila Eiyelé - Pombo Efi - fumar Eja - Peixa Efó - vegetais verdes Èjè - Sangue Èfóri - dor de cabeça Eji - chuva EFUN – Nome dado a argila branca com que Èjìká - Ombro são pintados os neófitos. Essa pintura Ejò - cobra corresponde ao que se chama de "mão-de- Ejó - Cobra. Èkáná - Unha
  • 26. Èké - pessoa mentirosa, falsa, fraudulenta Erin - Elefante Ékú - rato Erinká - milho na espiga Elebó - Aquele que está de obrigação. Aquele Eró – Segredo em nome do qual se faz o sacrifício ou Erú - carregamento, fardo oferenda Erú - Carrego; carga. Èlédà - Criador Erú - Cinza Eledá - Orixá guia. Erú - Escravo Elégbògi - curandeiro que usa ervas Èrúbo - compromisso de fazer uma oferenda Elésù - pessoa que adora o mensageiro Èsú aos Orixás Elìkan - Ninguém Erupe - sujo Elu - estranho Esan - Vingança. Èmi - Eu Èsin – Religião Èmí - respiração, também se refere a alma ESSA – Espíritos de ancestrais ilustres do humana candomblé Emi – Vida Èsù – Primogênito da criação. Também ENI – Nome dado a esteira de palha utilizada conhecido como Elégbára (jeje) é pelos neófitos, sobretudo durante o período de popularmente referido como compadre ou reclusão. É empregada como "mesa", "cama" homem-da-rua. Suscetível, irritadiço, violento, e "tapete" em distintos ritos. No candomblé é malicioso, vaidoso e grosseiro. Dizem que usual a expressão "irmãos-de-esteira" para provoca as calamidades publicas e privadas, designar o conjunto de neófitos reclusos ao os desentendimentos e as brigas. Mensageiro mesmo tempo, e que eventualmente tenham dos' òrìsà e portador das oferendas. Guardião partiIhado esse artefato simbólico na liturgia dos mercados, templos, casas e cidades. da iniciação Ensinou aos homens a arte divinatória. Ènia - Ser humano Costuma-se sincretizá-lo com o diabo. Ocorre Enìní - inimigo tanto em representações masculinas como Enini - orvalho da manhã femininas. Nas casas angola é Bombogira; nas Enu - Boca casas angola-congo é (Exúlonã). Na umbanda Enyin - você tem múltiplas personagens, entre elas, Epô - Azeite, óleo Pomba-gira. Suas cores são o vermelho e o Epô-pupa - Azeite de dendê preto. Saudação – "Laró yè!" Equê - Mentira. ESTEIRA – vd. Eni EQUÉDE – Cargo honorífico circunscrito às Eti - Ouvido mulheres que servem os òrìsà sem, Èwà - Feijão entretanto, serem por eles possuídos. É o Ewé - folha de planta equivalente feminino de ogã Èwòn – corrente Eran - Carne Ewú - cabelo grisalho, sinal de dignidade Eranko – Animal Ewu - perigo ERÉ – Termo que caracteriza um estágio de Èwúre - cabra transe atribuído a um espírito-criança Eya - tribo Ére - Estátua Eyin - Ovo Erè - Lama Eyin - Vós “F” Fá - Raspar Fenukó - Beijar Fadaka - Prata Féran - Gostar Faiya - encantar, seduzir Fèrè - flauta FAMÍLIA-DE-SANTO – Termo de referencia Ferese - janela que designa os laços de parentesco místico Fijúbà - respeitar nos quais incorre o filho-de-santo em virtude Filá - Gorro, chapéu da iniciação FILHO-PEQUENO – Termo de parentesco Fári - cortar o cabelo com lâmina (raspar) místico que se refere a um laço interposto Farí - Raspar cabeça pela iniciação entre um noviço e seu padrinho, Fé - amar gerando obrigações e deveres semelhantes Fe - há muito tempo aos do compadrio (vd. Mãe-pequena). FEITO – 0 mesmo que adósùu e iaô. FILHO-DE-SANTO – Diz-se de todo aquele que FEITURA – Processo de iniciação que implica é afiliado ao candomblé. (vd.Povo-de-santo). em reclusão, catulagem, raspagem, pintura, FIRMA – Fecho de colar de forma cilíndrica. instrução esotérica, imposição do osùu (vd.) e Suas cores indicam a vinculação de seu apresentação publica (vd.) orúko portador a um determinado òrìsà Féniyawo - casar Fò - Lavar
  • 27. Fó - Quebrar Funfun - Branco Fòiya - estar com medo, amedrontado Fúnlèfólorun - dar liberdade, agir de maneira FÓN – vd. Jeje. vd. Nação certa Fowólérán - agir com paciência Fúnwiniwini - garoar Fún - Dar Fúù - o som feito pelo vento Funfun - branco “G” Ga - Alta, grande Gbìn - Plantar Gáàri - refeição feita de farinha de mandioca Gbó - Ouvir Gala - veado, alce Gbogbo - Todos GANZÁ – Instrumento musical de percussão, Gbóju - bravo semelhante a um chocalho, geralmente de Gbórín - grande folha-de-flandres e forma cilíndrica, contendo Gbúròó – ouvir em seu interior pedaçosde chumbo ou seixos Gé - Cortar Gari - Farinha Gé Irun - Cortar o cabelo GB Gèlédé - sociedade dedicada a homenagear os Gbabe - esquecer ancestrais Gbada - faca com lâmina grande Géndé - homem forte Gbàdúrà - rezar Gibá - Jogar Gbagbo - acreditar Gòmbó - cicatriz; marca no rosto que indica Gbaguda - farinha de mandioca linhagem Gbajumo - cavalheiro; homem gentil Góòlù - ouro Gbé - levantar Gùn - pessoa alta Gbédè - agir de maneira inteligente Gun - subir Gbérè - cumprimentos Gunnugun - abutre, urubu Gbese - dívida Gúrúrú – Pipoca Gbéyàwó - casar “H” Hà - expressão de prazer He - pegar, apanhar Halè - amedrontar, ameaçar, intimidar Hó - ferver HAMUNYIA – Cadencia executada pelos Hun - tecer, trançar atabaques e agogôs que capitula a estrutura Hùwà - comportar-se dos diferentes toques que marcam o siré (vd.). Mais conhecida por Avamunha “I” Ia - Mãe Ibá - Colar, cheio de objetos ritualístico Ia ia – Avó Ìbà - homenagem em respeito aos Orixás IABÁ – vd. Aborô. Ibà pójúpójú - febre muito alta IÁBASSÉ – Especialista ritual encarregada do Ìbamolè - forças espirituais que são preparo das comidas votivas dos òrìsà. merecedoras de respeito IÁ-EFUN – Especialista ritual encarregada das Iban - Queixo pinturas corporais durante o período de Ìbanújé - Tristeza iniciação. Embora esse título honorífico Ibéjì - Gêmeos signifique literalmente "mãe-do-efun", o ofício Ìbere - Origem litúrgico não se limita às pinturas com o Ìbí - Nascimento pigmento branco (efun). São também Ìbínu - Raiva empregados: wájí e osùn, respectivamente as Ibó - Lugar de adoração cores azul e vermelho Ibô - Mato IÁLAXÉ – Titulo honorifico geralmente Ibòòji - sombra ostentado pela própria mãe-de-santo, Ibúlè - àrun - leito de doença significando "mãe-do-axé" ou "zeladora-do- Ibúlè - ikú - leito de morte axé" Ibùsùn òkú - cemitério Ialorixá - Mãe de santo (sacerdote de orixá) Idà - Espada IAÔ – Termo que designa o noviço após a fase Ida-oba - Espada do Rei ritual da reclusão iniciatória. Em yorùbá Ìdáwò - consulente de adivinhação significa "esposa mais jovem" Ide - Pulseira
  • 28. Ideruba - Fantasma nascimento do novo filho-de-santo e, de um Idí - Ânus, nádega modo geral, a fecundidade Ìdódò - Umbigo Ìkú - Morte Idunnu – Felicidade Ikùn - estômago IFÁ – Deus dos oráculos e da adivinhação. Ilà - marcas faciais Senhor do destino. Há quem afirme ser sua Ilá - Quiabo representação a cabaça envolvida por uma Ìlà Òrùn - Leste trama de fios de búzios. Sua cor é o branco. Ilê – Casa - vd. Casa-de-santo Seu dia é a quinta-feira. Conhecido também Ilè - Terra como Òrúnmìlà, "somente-o-céu-sabe-quem- Ilé Okú – Cemitério será-salvo". Saudação – "Eèpààbàbá/" ILÉ-ÒRÌSÀ – Expressão yorùbá que designa a Ifá - Adivinhação dependência de uma casa-de-santo onde se Ifáiyable - visão mística encontram depositadas as diferentes insígnias Ìfeseji - perdão e objetos que compõem a representação Ìfun - Intestino emblemática de cada um dos òrìsà. É também Iga - quintal de um ancião conhecida a forma "quarto-de-santo" ou Ìgbà - história "casa-do-santo" Igbado - milho Ìlú - Cidade Ìgbàlè – cemitério Ìlù - tambor IGBÁ ODÙ – Expressão yorubá que designa a Ìmale - respeito ao ancestral cabaça ou o artefato litúrgico que contém no Ìmáwò - ara - encarnação, estado de seu interior os elementos simbólicos e as reencarnação substancias que tornam possfvel a existência Imo - ope - folhas de palmeira individualizada. Ìmólè - forças da natureza (Òrìsà) Imonamona - raio IGBÁ-ORÍ – Expressão yorùbá que designa, no Imú - Nariz rito do borí, o recipiente em que vão sendo Iná - fogo depositadas as substancias constitutivas e Inã – Fogo reveladoras da identidade do sacrificante. INKICE – vd. Òrìsà Literalmente significa "cabaça-da-cabeça". Na Inón - Fogo liturgia dos candomblés é freqüentemente Ìpàdé - encontro utilizada a forma ibá, com o mesmo sentido Ipadê - Reunião Igbe – Grito Ìpelé - pequena cicatriz facial que indica a ÌGBÍN – Cadência rítmica lenta executada pela linhagem familiar orquestra cerimonial em louvor a Òòsàálá. 0 Ipin - guardião termo designa também o molusco Ìpitan - tradição oral gasterópode terrestre, com concha univalva, Ìràwò - estrelas corpo prolongado e tentáculos na cabeça. E o Ìrèmòjé - cânticos do funeral dos caçadores caracol também conhecido como "o boi de Ìrépo - Harmonia Òòsàálá" e sua oferenda predileta. Na Ìrésì - arroz linguagem corrente dos candomblés é usual a Irin - ferro, sagrado para o Orixá Ògún forma ibí IRMÃO-DE-AXÉ – Termo de referência que Ìgbín - lesma, caracol designa a relação de parentesco místico entre Igbó - floresta os membros de uma mesma casa-de-santo. Igbódù Òrìsà - local sagrado para iniciar uma Diz-se, também, irmão-de-santo. pessoa nos mistérios dos Orixás IRMÃO-DE-BARCO – vd. Barco. Ìgboro - rua, estrada IRMÃO-DE-ESTEIRA – vd. Eni Igi - Árvore Iró - Mentira Igi - òpe - palmeira Irun - cabelo Ihò - buraco Irúnmòle - forças da natureza (Òrìsà) Ija - luta, briga Ìsàlè - órgãos reprodutores Ìjábà - Acidente Ise - trabalho Ìjéta - Anteontem Ìségún - reverência aos antepassados Ijexá - Nome de uma região da Nigéria e de Isinkú - funeral, enterro um toque para os Orixás Oxum, Ogum e Ìtan - àtowodowo - lenda tradicional, história Oxalá. sobre os orixás Iji - Árvore Ìtan - história, lenda, mitologia Ijo - Dança Ìtefá - iniciado nos fundamentos de Ifá Ìka – Dedo Ito - urina IKÁ – vd. Dòbálé Ìwà - àgba - caráter de um ancião Ìkóòdíde – Pena vermelha do papagaio-da- Ìwà - édá - natureza costa (Psittacus eritacus, sp.). Simboliza o Ìwà - Respeito
  • 29. Iwájú orí - Testa Iyalaxé - Mãe do axé do terreiro Ìwé Ìrohin - Notícia do jornal Ìyálè - esposa mais velha em uma família Ìwo - Chifre polígama. Ìwo - Tu ÌYálorísà - mulher iniciada nos mistérios das Ìwò Òrùn - Oeste forças da natureza (Òrìsà), mãe de santo. Iwóòrò - ouro ÌYÁSAN – Divindade das tempestades e do Rio Ìyá - àgan - mulher mais velha, (anciã), Niger, mulher de Ògún, e, depois, de Sòngó. dentro da sociedade dos médiuns ancestrais Relacionada com os vendavais, os raios e os Ìyá - mãe trovões. Sincretizada com Santa Bárbara. Seu Ìyá nlá - Vovó dia da semana é a quarta-feira. Suas insígnias Ìyáàgbà - avóÌyáláwo - divindade de ifá são a espada e o espanta-moscas de crinas de feminina, significa: " mãe dos mistérios ". cavalo. Suas cores são o vermelho escuro e o Iyabasé – Cozinheira marrom. Considerada a mãe dos egún, que é IYÁ EGBÉ – Titulo honorífico importante na a única a dominar. Saudação – "Eparrei !" hierarquia dos terreiros que distingue sua Iyekan - ancestrais do pai portadora como "mãe-da-comunidade" Iyo – Sal Ìyáláwo - divindade feminina, mãe dos mistérios “J” Jáde - Sair Jéwó - confessar Jádeogun - preparar o combate Ji - Acordar, roubar Jádi - atacar Jigi - espelho Jagunjagun - Guerreiro, Soldado Jije - comer Jajá - Esteira Jikelewi - borrifar Jalè - Roubar Jimi - Acorda-me Jé - acordar Jó - Dançar Je - comer Jóko - sentar Je ewo - má sorte que vem como o resultado Jóná - estar em chamas de uma violação de tabu/regra Jóò - desculpar, perdoar Jéjé - rogar uma praga Jowo - grande favor JEJE – vd. Nação. vd. Fón. Júbà - Respeitar JELÚ – Um dos nomes pelos quais é conhecido Juba - rezas, pedido Èsù Àjelú ou Ijelú Juwó – Acenar Jeun - Comer “K” Kà - Ler, contar Kíkún - mortal Kábiyèsí - cumprimento de respeito a um rei Kiniun - leão (oba) Kó - Aprender Kábíyèsìlè - expressão de respeito a um chefe Ko Dara - Ruim ou mais velho Kò Tòpé - De nada Kàdárà - destino Kókóró - chave; sagrado para o mensageiro K'àgò - pedir permissão para entrar em uma Exu (Èsú) casa Kòla - noz de cola amarga. Sagrada para a Kalè - sentar maioria dos Orixás Kan - Azedo Korin - cantar Kaná - estar em chamas Kórira - odiar Kárò - bom dia Koró - Fel, amargo Kárùn - ficar doente Kosi – Nada Kàwé - ler Kòtò - Buraco Káwó - saudação, aclamação Ku - morrer Ké - cortar Ku - Morrer Kedere - clarear, esclarecer Kunle - ajoelhar no chão como um gesto de Kéhìndé - o segundo gêmeo a nascer respeito, tanto para um local sagrado como Kekerê - Pequeno para uma pessoa mais velha Kékeré - pequeno Kunrin - cantar Kéré - ser pequeno Kuru - Longe KÉTU – vd. Nação Kurumu – redondo
  • 30. “L” Là - Abrir Léwà - ser bonito Lá - sonhar Lile - Feroz, violento Labalábá - Borboleta Liló - Partir Lábelè - secretamente Ló - Ir Làí - làí - o começo (considerar tempo) Lódè - do lado de fora Láí - láí - para sempre Lodê - Lado de fora, lá fora Láikú - imortal Lodê oni - no presente Lailai - Para sempre Lodo - No rio Lála - Sonhar LÒGÚN EDE – Divindade yorùbá considerada Lálé - De noite no Brasil filho de Ibualama ou Inle (Òsóòsì) e Làlóju - esclarecer, iluminar Òsun Yéyéponda. Homem durante seis meses, Láná - Ontem jovem e caçador. Nos outros seis, mulher, Larin – Moderado bela ninfa que só come peixes. Suas insígnias LAVAGENS – Termo genérico pelo qual são são o ofà (vd.) e o leque dourado (abebe) de designados os ritos Iustrais dos candomblés. Òsun. Suas cores são o azul e o amarelo-ouro Esses ritos purificatórios podem ser translúcido. Seu dia da semana é quinta-feira. exercitados sobre os colares cerimoniais, as Saudação – "Lóògún!" pedras (òtá) consagradas aos òrìsà, e nos Lókan - bravo templos. A mais tradicional manifestação Lókun - forte publica dessa cerimônia é realizada na Igreja Lóla - Amanhã de N. S. do Bonfim, na Bahia. Lona - No caminho LAVAGEM-DE-CONTAS – Rito de agregação Lóni - hoje que consiste em lustrar os colares sagrados. Lósàn - De tarde Esse ritual marca o aparecimento do Lowo - Rico postulante como abiã, vinculando-o a Lówò - ser rico, ter abundância estrutura hierárquica de uma casa-de-santo Lu - Furar Lê - Forte Lukoun – pênis Létòl'tò - segmentos de um ritual “M” Ma - de fato, realmente Cheval, PALMAE) que guarnecem as entradas MACUMBAS – vd. Candomblés. de uma casa-de-santo contra os egún, os MÃE-CRIADEIRA – Termo de referência que espíritos dos mortos designa a ebômin encarregada de atender o MATAMBA – vd. Ìyásan. noviço durante o seu período de reclusão. É a MAWU – vd. Òòsàálá responsável pelo preparo e administração dos Meje - Sete alimentos; higiene pessoal; guarda-roupa e Mejeji - Duas vezes instrução do neófito nos mistérios do culto. Méjì - dois Por isso, diz-se que "cria" aquele que está Mérin - quatro sendo iniciado. Mérìndílógún - dezesseis (16), também usado MÃE-DE-SANTO – vd. Babalorixá. para referir a um sistema de adivinhação MÃE-PEQUENA – Título honorífico feminino usado pelos iniciados de Orixás que está que corresponde à segunda pessoa na ordem baseado nos primeiros dezesseis versos da hierárquica de uma casa-de-santo. Também divindade Ifá (Odù) ocorre a forma ia-kekerê. Seu equivalente Meta - três masculino é pai-pequeno. Diz-se, também, Méwà - dez mãe ou pai-pequeno daquele que, ao lado da Mi - engolir, respirar mãe ou pai-de-santo, encarrega-se da Mí - Viver formação do iaô (vd. Filho-pequeno) Mi-amiami - Farofa oferecida para exu Maga - sacerdote chefe do Orixá Xangô Mímo - sagrado, divino (Sàngó) Míràn - outro Maleme - Pedido de perdão Mò - Conhecer Malú - Vaca Mo - Eu Malu - Boi Modê – Cheguei Malú Ako - Boi Mojú - saber, conhecer Màlúù - boi Mojubá - Apresentando meu humilde respeito. Mandinga - Feitiço Louvação endereçada aos ancestrais ilustres, Màrìwò - folhas de palmeira - As folhas forças da natureza e aos próprios òrìsà, desfiadas do dendezeiro (Elaeis guyneensis, A. durante os ofícios litúrgicos
  • 31. Móoru - tempo quente MUZENZA – Diz-se dos filhos-de-santo nos Mú - Pegar candomblés de "nação" angola. 0 mesmo que Mu – beber iaô. Por extensão, designa a primeira saída Muló - Levar embora pública do neófito no rito angola. Significa, Mun – Beber literalmente, "estranho ser animado", na etimologia da língua kikongo. “N” Nà - Bater Nlo - indo Ná - Gastar Nmu – bebendo Ná - primeiro de todos NOZ-DE-COLA – vd. Obì NAÇÃO – Designa, no Brasil, os grupos que Nrin - caminhando cultuam divindades provenientes da mesma Nro - pensando etnia africana, ou do mesmo subgrupo étnico. Nu - Sumir Mo exemplos do primeiro caso as "nações" Nyín – você congo, angola, jeje, ao passo que o segundo caso é ilustrado por kétu, ijesà e òyó,correspondentes aos subgrupos da etnia nagô. Trata-se, na verdade, de categorias abrangentes as quais se reduziram as múltiplas etnias que o tráfico negreiro fez representadas no Pais. 0 termo tem servido para circunscrever os traços diacríticos através dos quais se revela um mundo caracterizado por um notável conjunto de elementos comuns. Tem servido, além disso, paia hierarquizar esse universo em termos da maior ou menor "pureza" atribuída a cada "nação" em virtude de uma suposta fidelidade e autenticidade litúrgicas. Najé - Prato feito com argila NÀNÁ – Divindade das águas primordiais, dos pântanos e brejos. Daí associada quer ao limo fertilizante e a vida, quer a putrefação e a morte. Considerada mãe de Omolú é sincretizada com Sant'Ana. Suas cores são o vermelho, o branco e o azul que exibe em seus colares. Sua insígnia é o Ibiri – artefato confeccionado com a nervura central das folhas do dendezeiro, de ápice recurvo como um báculo. Seu dia é sábado. Saudação – "Sálùba" Nba - juntar-se Nfe - amar Ni - dizer, ser, alguém, aquele, depende do contexto Ní - Ter Ni Àárò - De manhã Níbi - No lugar Nígbàtí - quando Nikan - sozinho Níle - em casa Nínú - dentro Nipa - Sobre Nipon - Grosso. Nítorí - Por que Nítorípè - Porque Nje - bem Njo - dançar Nko - não Nlá - grande
  • 32. “O” Òde - do lado de fora O - ele, ela, isto Odê - Fora, rua Obá – Rei Òde ayé - o mundo todo OBÁ – Terceira mulher de Sòngó, Obá é a Odideé - papagaio deusa nigeriana do rio do mesmo nome. Odò - Rio Muitas vezes se confunde com Ìyásan, pois, Òdodo - justiça além de casada com Sòngó, usa também Odù – Destino espada de cobre. Na outra mão leva, seja um ODÙ – Pronunciamento oracular resultante da escudo, seja um leque com o qual esconde prática divinatória com o òpèlè (vd.), com os uma de suas orelhas em lembrança do cocos de dendê (vd.) ou com os búzios (vd.). episódio mítico que deu margem à sua Há 16 odù primários ou maiores. Suas rivalidade com Òsun. No Brasil é sincretizada combinações com os 16 secundários resultam com Santa Catarina e Santa Joana d'Arc. Seu em 256, cujos desdobramentos chegam a dia é quarta-feira. Seus colares são de contas 4.096. Cada odù é nominado e pertence a alternadamente amarelas e vermelhas de uma divindade tonalidades leitosas. E saudada como ODÙDUWÀ – Divindade yorubá, ora "Obáxireê!" apresentada, nos mitos, como masculino e OBALÚWÀIYÉ – É a "forma" jovem de irmão de Obàtálá (vd.) (vd. também Cesto-da- Sòpònnón, do qual Omolu é a "forma" velha. criação), ora como feminino e, no caso, Divindade da varfvola e das moléstias infecto- esposa deste ultimo. Odùduwà significa "a contagiosas e epidêmicas, consta como filho cabaça de onde jorrou a vida". É evocada, no de Nàná, criado por Yemoja, e, portanto, Brasil, em alguns terreiros (vd.) e, também, irmão de Òsùmàrè Veste-se todo de palha, no candomblé-dos-eguns de Itaparica (vd. com o que cobre as suas ulcerações. Sua Egúngún). saudação – "Atotó!" – significa "Calma!", ODUNDUN – A folha-da-costa ou saião exigida a um deus tão poderoso e temível. africano (Kalanchoe brasiliensis, Comb.– Sua insígnia é o sàsàra – feixe de nervuras CRASSULACEAE). Uma das folhas rituais mais das folhas do dendezeiro, amarrado com tiras importantes dos candomblés de couro, em vermelho e preto (ou branco e Odukun - batata doce preto), incrustradas de búzios. É sincretizado, Odún - Ano no Brasil, com São Roque, as vezes, com São Òdúndún - erva medicinal Lázaro e ainda com São Sebastião, em Recife OFÀ – Designa o instrumento simbólico de Oba obìnrin - Rainha mãe Òsóòsi, consistindo num arco e flecha unidos OBÀTÁLÁ – vd.Òòsàálá em metal branco ou bronze Obé - Termo que designa a faca usada nos Ofá - Arco e flecha sacrifícios, por extensão qualquer faca no Ofà - flecha jargão do candomblé Òfin - lei, direito Obé fari - Navalha Ofò - feitiçaria Oberó - Alguidar Òfurufú - Respirar, ar, espaço Obì - noz de cola, usado num sistema OGÃ – Título honorífico conferido, seja pelo simplificado de adivinhação. Fruto de uma chefe do terreiro, seja por um òrìsà palmeira africana (Cola acuminata, Schott. & incorporado, aos beneméritos da casa-de- Endl. – STER-CULIACEAE) aclimatada no santo, que contribuam com sua riqueza, Brasil. Indispensável no candomblé, onde prestígio e poder, para a proteção e o brilho serve de oferenda para os òrìsà e é usado nas do àse (vd.). Esse tipo de titulatura admite práticas divinatórias simples, cortado em uma série de especificações que abrangem, pedaços desde cargos administrativos, até funções Obí - sexo feminino .rituais. A iniciação dos ogãs é mais breve e se Obinrin - Mulher distingue daquela dos iaôs (vd.), por excluir a Obirim - Mulher, feminino catulagem, a raspagem e alguns outros Òbo - Macaco rituais. Tal como as equédes (vd.) os ogãs não Óbo – vagina são passíveis de transe. OBRIGAÇÃO – vd. Ebo. Ògá - Chefe OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS – E uma das Ogbe - crista de galo obrigações mais importantes da carreira Ogbo ato - ficar velho, vida longa iniciática. Equivale a um autentico rito de Ogboni - sociedade de homens anciões que investidura, a partir do qual, tornando-se adoram o Orixá Onile ebômin, o filho-de-santo pode proceder a Ògèdè - Banana iniciação de outros Ògèdè - encanto, feitiçaria Òbukó - bode Ogìnrin – mulher Odé - Caçador
  • 33. ÒGÚN – Divindade da forja e dos usuários do OLÓÒRUN – Divindade suprema yorubá, ferro; por extensão, da guerra e da agricultura criador do céu e da terra. Deus do e, também, da caça ou de todas as demais firmamento. É o Eléeda, "senhor-das- atividades que envolvem a manipulação de criaturas-vivas"; o eléèémí "dono-da-vida"; instrumentos de ferro. É rei de Iré e por isso que criou o homem e a mulher a partir do chamado, no Brasil, Oníré. Costuma ser barro, encarregando seu filho, Obàtálá, de representado por um semicírculo soldado a moldá-los e animá-los com o sopro vivificante. base por uma haste, no qual se encontram, De caráter inamovível, é o numinoso que pendurados no arco do semicírculo, todo o tipo permanece fora do alcance dos homens que de instrumentos, que, como o conjunto não Ihe podem render culto. Não tem inteiro, são de ferro. E filho de Yemoja e irmão insígnias. Sua cor é o branco absoluto. É de Èsú e Òsóòsì. Por isso, tem a ver com os também chamado de Olódù-marè caminhos, a caça e a pesca. Pertence-Ihe a Olórí - chefe faca sacrificial – o òbe (vd.). Os colares são de Olórum - Deus contas verdes ou azul-escuro (em angola). Olosa - Orixá da laguna Seu dia é a terça-feira. Saudação – "Ògún yé!" OLOSSAIN – Sacerdote encarregado da coleta Ogun - Guerra e da preparação ritual das ervas sagradas na Ògún - Orixá da Guerra e Metais liturgia dos candomblés. 0 mesmo que Ohùn - Voz babalossain Òjiji - Sombra Olòwò - sábio mais velho Ojise - mensageiros Olùkó - Professor Òjò - chuva Oluwo - chefe adivinhador de Ifá do conselho Ojó Àbáméta - Sábado masculino dos anciãos Ojó Àikú - Domingo Omi - Água Ojó Ajé - Segunda-feira Omi ayé - as águas da terra Ojó Bò - Quinta-feira Omi Dúdú - Café preto Ojó Etí - Sexta-feira Omira - sangue menstrual Ojó Ìségún - Terça-feira Omi-tútù - água fria Ojó Rú - Quarta-feira Omo - filho, criança. Òjòlá - jibóia Omodé - criança jovem Ojú - olho ou face, dependendo do contexto Ònà - estrada, caminho Ojú - óòri - sepultura, túmulo Ongé – Comida Ojù àse - força nos olhos Oníbàárà - cliente Ojú ònà - caminho, estrada Oníbode - porteiro Oju ona - Olho da rua, ( caminho ) Onílé - guarda da casa Ojú Òrun - Céu Oni're - nome em louvor para o Orixá do ferro Ojubona - professor Ogun, que significa "chefe da cidade de Ire" Ojugbede - sacerdote chefe do Orixá do ferro Onísé - trabalhador Ògún em Ilé Ifè Onje - omida Oka - cobra Onje Àárò - Café da manhã Okan - Coração Onje Alé - Jantar Òkè - Montanha Onje Òsán - Almoço Oko - Esposo Òòni - O Rei da nação Yorubá Okó - Pênis Oòrùn - Sol Okòn - coração Òòsà - o mesmo que Orixá Òkú - cadáver, defunto ÒÒSÀÁLÁ – Este é o nome pelo qual se Òkun - o oceano, mar conhece, no Brasil, Obàtálá (o Senhor do Pano Okunlin - Homem Branco) e significa "o grande òrisà". Filho de Òkúta - Pedra Olóòrun (vd.) foi encarregado por este de criar Olé - ladrão o mundo e os homens. Nesta ultima condição Olodê - Senhor da rua é portador dos títulos de Àjàlá, Àjàlámò e Alá- Olódùmarè - Supremo– vd. Olóòrun morerê. Apresenta-se ora como um jovem Olona - nome em louvor ao Orixá Ogun que guerreiro, simbolizado pelo arrebol – significa: "proprietário da estrada" Òsògìnyón, ora como um velho, curvado ao OLÓÒJÀ – Expressão yorubá que na língua peso dos anos, simbolizado pelo sol poente – ordinária significa seja o vendedor, seja o Òsòlúfón. Suas insígnias, em prata lavrada, dono do mercado. Na cosmologia do povo-de- são, em conseqüência, ora a espada e o pilão, santo, a locução dono-do-mercado equivale a ora o òpásorò – um bastão com aros um dos títulos de Èsú superpostos, adornados de pingentes, OLÓRÍ – Termo que designa o "dono da encimados por um passado (em geral uma cabeça", isto é, o òrìsà pessoal de cada pomba) – símbolo do poder. Costuma-se iniciado (vd. Orí). sincretizá-lo com Nosso Senhor do Bonfim.