SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
Baixar para ler offline
Mensagem, Fernando Pessoa
Algumas interpretações, símbolos e
outras mensagens da Mensagem
Aqueles portugueses do futuro, para quem
porventura estas páginas encerrem qualquer lição, ou
contenham qualquer esclarecimento, não devem
esquecer que elas foram escritas numa época da Pátria
em que havia minguado a estatura nacional dos homens
e falido a panaceia abstracta dos sistemas. A angústia e a
inquietação de quem as escreveu, porque as escreveu
quando não podia haver senão inquietação e angústia,
devem ser pesadas na mão esquerda, quando se tome, na
mão direita, o peso ao seu valor científico.
Serão, talvez e oxalá, habitantes de um período
mais feliz (…) aqueles que lerem, aproveitando, estas
páginas arrancadas, na mágoa de um presente infeliz à
saudade imensa de um futuro melhor.
Fernando Pessoa, Da República, p. 105, Ática (1979)
Epígrafe latina da obra
• “Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis
signum”:
– “Bendito sejas Deus nosso Senhor, que nos deu sinal.”
– Expressão latina comum em obras rosa-crucianas.
– É um aviso e um anúncio ao leitor: Mensagem é uma
obra de símbolos.
– O símbolo magno: Jesus Cristo – logos – o
intermediário intelectual entre a vontade de Deus e
razão humana.
O meu intenso sofrimento patriótico, o meu
intenso desejo de melhorar o estado de Portugal
provocam em mim – como explicar com que ardor,
com que intensidade, com que sinceridade! – mil
projectos que, mesmo se realizáveis por um só
homem, exigiram dele uma característica
puramente negativa em mim – força de vontade.
(…)
Ninguém suspeita do meu amor patriótico,
mais intenso do que o de todos aqueles a quem
encontro ou conheço.
Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, pp. 7-8 Ática (1966)
Estrutura Externa
Divisão em 3 partes (com subdivisões)
1 ª parte – “Brasão” (19 poemas)
I – Os Campos
1º “O dos Castellos”
2º “O das Quinas”
II – Os Castellos
1º “Ulysses”
2º “Viriato”
3º “Conde D. Henrique”
4º “D. Tareja”
5º “D. Afonso Henriques”
6º “D. Diniz”
7º I “D. João, o Primeiro”
7º II “D. Filipa de Lencastre”
III – As Quinas
1º “D. Duarte, Rei de Portugal”
2º “D. Fernando, Infante de Portugal”
3º “D. Pedro, Regente de Portugal”
4º “D. João, Infante de Portugal”
5º “D. Sebastião, rei de Portugal”
IV – A Coroa
1º “Nuno Álvares Pereira”
V – O Timbre
1º “A Cabeça do Grypho/ O Infante de D. Henrique”
2º “Uma asa do Grypho/ D. João, o Segundo”
3º “A outra asa do Grypho/ Afonso de Albuquerque”
Brasão Real do séc. XV
Imagem de http://www.tabacaria.com.pt
Epígrafe latina de “Brasão”
• “Bellum sine bello”:
– “Guerra sem a guerra.”/ “Guerra sem combate.”/
“Guerra sem guerrear.”
– “Potência sem ato” (Agostinho da Silva)
– é o poder associado à recusa consciente da
violência, recusa essa que enobrece o poder.
– ideal de conquista espiritual e humana - pela
difusão da cultura portuguesa - a via para o
Quinto Império.
1ª parte – “Brasão”
• Referências à fundação da nação e às
figuras históricas que, pela sua açãoação,
mais se destacaram na História de Portugal,
até à época dos Descobrimentos
Só duas nações – a Grécia passada e Portugal
futuro – receberam dos deuses a concessão de
serem não só elas mas também todas as outras. (…)
Tristes de nós se faltarmos à missão que
Aquele que nos pôs ao Ocidente da Europa, e tais
nos fez quais somos, nos impôs quando nos deu
este nosso aceso e transcendido espírito
aventureiro. Depois da conquista dos mares deve
vir a conquista das almas.
Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, pp. 134 e 240, Ática
(1980)
Estrutura Externa
Divisão em 3 partes (com subdivisões)
2ª parte – “Mar Português”(12 poemas)
I “O Infante”
II “Horizonte”
III “Padrão”
IV “O Mostrengo”
V “Epitaphio a Bartolomeu Dias”
VI “Os Colombos”
VII “Occidente”
VIII “Fernão de Magalhães”
IX “Ascensão de Vasco da Gama”
X “Mar Portuguez”
XI “A Última Nau”
XII “Prece”
Epígrafe latina de “Mar Português”
• “Possessio maris”:
– “Posse do mar.”
– o desvendar do mar ignoto pelo Portugal dos
séculos XV e XVI que representa a vitória do
querer e da ousadia sobre a ignorância.
– privilégio dos triunfos do espírito sobre os ganhos
materiais; poucas referências ao império físico e
nenhuma às riquezas materiais.
Navegadores antigos tinham esta frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso.”
Quero para mim o espírito desta frase, transformada a
forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário;
o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o
meu corpo e a minha alma lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade, ainda que
para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na
essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de
engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da
humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa
Raça.
Fernando Pessoa, nota manuscrita pelo poeta, publicada pela primeira vez na 1ª edição de Obra
Poética, Edições Nova Aguilar
2ª parte – “Mar Português”
• Introduz a significação puramente simbólica
das realizações dos portugueses ao
desbravarem os mares, dando “novos“novos
mundos ao mundo”mundos ao mundo”
Estrutura Externa
Divisão em 3 partes (com subdivisões)
3ª parte – “O Encoberto” (13 poemas)
I – Os Símbolos
1º “D. Sebastião”
2º “O Quinto Império”
3º “O Desejado”
4º “As Ilhas Afortunadas”
5º “O Encoberto”
II – Os Avisos
1º “O Bandarra”
2º “António Vieira”
3º “Terceiro”
III – Os Tempos
1º “Noite”
2º “Tormenta”
3º “Calma”
4º “Antemanhã”
5º “Nevoeiro”
Há só uma espécie de propaganda com que se pode
levantar o moral de uma nação – a construção ou renovação e a
difusão consequente e multimoda de um grande mito nacional.
De instinto, a humanidade odeia a verdade, porque sabe, com o
mesmo instinto, que não há verdade, ou que a verdade é
inatingível. O mundo conduz-se por mentiras; quem quiser
despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe deliberadamente,
e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e
se compenetrar da verdade da mentira que criou. (…)
Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes
profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é
pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová-
lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar
em nós, por o incarnar. Feito isso, cada um de nós
independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem
esforço em tudo o que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera
estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem.
Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de
onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo,
o Quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião.
Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, vol. III, pp. 652-654
Epígrafe latina de “O Encoberto”
• “Pax in Excelsis”
– “Paz nas Alturas.”/ “Suprema Paz.”
– mensagem de paz e fraternidade, “um apelo à
unidade e universalidade” (R. Bréchon).
– tema do Quinto Império e do Desejado: a paz
universal será apanágio do Quinto Império.
– “Valete, Fratres!”: expressão latina que encerraencerra a
obra (e despedida habitual dos membros de certas sociedades
secretas)
• “Felicidades, Irmãos!”: o Quinto Império será o reino da
fraternidade
Todo o Império que não é baseado no Império Espiritual é
uma Morte de pé, um Cadáver mandado. (…)
Criando uma civilização espiritual própria, subjugaremos
todos os povos; porque contra as artes e as forças do espírito
não há resistência possível, sobretudo quando elas sejam bem
organizadas, fortificadas por almas generais do Espírito. (…)
Criemos um Imperialismo andrógino, reunidor das
qualidades masculinas e femininas: imperialismo que seja cheio
de todas as subtilezas do domínio feminino e todas as forças e
estruturações do domínio masculino. Realizemos Apolo
espiritualmente. (…)
Assim temos que no Quinto Império haverá a reunião das
duas forças separadas há muito, mas de há muito aproximando-
se: o lado esquerdo da sabedoria – ou seja, a ciência, o
raciocínio, a especulação intelectual; e o seu lado direito – ou
seja o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e
cabalística.
De aí o ser o Império português ao mesmo tempo um
império de cultura e o mesmo império universal.
Fernando Pessoa, Portugal, Sebastianismo e Quinto Império, Publ. Europa-América, Mem-Martins, 1986
3ª parte – “O Encoberto”
• Anuncia-se o Quinto Império, a importância
da figura mítica de D. Sebastião e das
profecias de Bandarra e do Padre António
Vieira.
• Apelo à mudança de atitude dos portugueses
do séc. XX e a passagem do caos noturno à
fase do renascimento.
Quinto Império
• Império de fraternidade universal vivido na
Terra;
• Preconiza o renascimento humano numa
outra era;
• Regresso ao Paraíso Perdido: após a morte
(“O Encoberto”) terá lugar o Renascimento –
momento em que a eternidade – união entre
o Homem e Deus – será reconquistada.
Os Heróis
• Adquirem sentido enquanto figuras míticas;
• Valor da ação dos seus feitos na história e evolução da
Humanidade;
• Realização de uma missão que os imortalizou;
• Através das suas provas concretizou-se uma obra;
• Os portugueses cumpriram um desejo divino, cujo
caminho é um processo iniciático que conduz ao
aperfeiçoamento progressivo do ser humano, em
direção a Deus.
Estrutura Tripartida
• Ideia de que as profecias se realizam três vezes em
três tempos distintos.
• Na tradição cabalística: nº 33 – potencial de
transformação e unificação de duas polaridades
opostas = o espiritual governa o físico e a mente
governa a matéria.
• Na tradição cristã: nº 33 – Trindade Pai, Filho e Espírito
Santo; no Génesis: criação do mundo em 6 dias – 3
dias para o Céu e a Terra, outros 3 para povoar o
mundo criado.
• Fases da existência – 33 – nascimento: “Brasão”;
percurso da vida: “Mar Português”; morte: “O
Encoberto”
Simbologia dos Números
• Simboliza o Ser, a Revelação.
• Ideia harmónica entre o consciente e o inconsciente: união
dos contrários.
• Perfeição.
• Os pólos unem-se numa totalidade que os concilia,
resultando numa energia que dá ao humano a comunhão
com o transcendente.
• “Nuno Álvares Pereira” – único poema sob o título “A
Coroa”: unidade; o centro onde coexistem
harmoniosamente forças antitéticas = dimensão sobre-
humana.
• Símbolo da divisão (o criador e o ente criado).
• Dualidade: expressão de contrários ou de
complementaridade.
• Paradoxo da existência: a vida e a morte.
• Princípios antagónicos: passivo e ativo. “Os Campos”: 2
poemas. 1º poema: Portugal = campo pronto a ser
fecundado. 2º poema: Cristo, símbolo do sofrimento e
tormenta, exemplo das provações a passar, para se
chegar ao princípio ativo.
• União entre Deus, o Universo e o Homem.
• Totalidade.
• Ligado a Cristo – 3 vertentes: a de rei, a de padre, a de profeta.
• Conjunto de poemas – “Timbre”: “A Cabeça do Grypho/ O Infante D.
Henrique”; “Uma Asa do Grypho/ D. João II” e “A outra asa do Grypho/
Afonso Albuquerque” – estas personagens míticas cumprem o arquétipo
do rei e do padre, pelo seu poder e espiritualidade.
• Conjunto de poemas – “Os Avisos”: “O Bandarra”; “António Vieira” e
“Terceiro” – cumprem a função profética do anúncio do Quinto Império.
• Fases da existência: nascimento, crescimento e morte.
• Mensagem liga-se ao ciclo da vida: “Brasão” = nascimento da Nação; “Mar
Português” evidencia o seu crescimento e o seu momento áureo histórico;
“O Encoberto” preconiza a morte, à qual se segue o Renascimento.
• Da Ordem, do Equilíbrio, da Harmonia.
• Perfeição.
• Três conjuntos de poemas: “As Quinas”, “Os Símbolos” e “Os
Tempos”.
• “As Quinas” – 5 chagas de Cristo = o seu sofrimento para a salvação
da Humanidade (as figuras de D. Duarte, D. Fernando, D. Pedro, D.
João e D. Sebastião são engrandecidas).
• “Os Símbolos” – 5 poemas em que os valores simbólicos unificantes
assumem maior relevo.
• “Os Tempos” – anuncia-se o fechar de um ciclo e incita-se ao início
de outro, que instaurará a Ordem a partir do Caos (o momento
presente). Será um tempo de harmonia, em que Humanidade
conhecerá a sua dimensão divina, num reino Espiritual – o Quinto
Império.
• Período temporal unificante – a semana.
• Totalidade das energias após a completude de um ciclo.
• “Os Castellos” – série de 7 poemas: títulos de personagens
históricas (exceptuando “Ulysses”).
• Renovação de um ciclo que se inicia com os filhos de D. Filipa
de Lencastre e termina com D. Sebastião.
• Número mágico associado ao Poder e ao ato de Criação – na
Bíblia: 7º dia – descanso de Deus depois da criação do Mundo
= ligação entre Deus e o Homem (a sua obra) – “As Quinas”:
explicita a relação entre o divino e o humano.
• Unidade – 1 ano tem 12 meses.
• Número da cidade santa – a Jerusalém Celeste que terá 12 portas e
na qual terão lugar os 12 apóstolos. 12 apóstolos = eleição de um
novo povo; preconizam a fidelidade a Cristo.
• Símbolo das mutações operadas no interior do ser humano e da
perpétua evolução do Universo.
• Marca o fina de um ciclo involutivo, ao qual se sucede a morte, que
dá lugar ao Renascimento.
• “Mar Português” – 12 poemas: encerra referências míticas ao
período áureo da História nacional (que fecha um ciclo) ao qual se
seguiram 4 séculos de trevas – presentes em “O Encoberto”, no qual
se apela ao Renascimento.
Símbolos unificadores da obra
Brasão – o passado inalterável
Campo – espaço de vida, fecundidade, alimento e de ação
Quinas – chagas de Cristo: dimensão espiritual
Castelo – refúgio e segurança
Coroa – perfeição e poder
Timbre – poder e posse legítima; marca dada por Deus; sagração
do herói para missão transcendente – através do conhecimento
Grifo – terra (leão) e céu (águia): criação de uma obra terrestre e
celeste
Padrão – marco; sinal de presença da cristandade; obra da
civilização cristã
Mar – vida e morte (dinamismo das ondas); espaço iniciático;
ponto de partida; reflexo do céu; princípio masculino
Terra – casa do homem; espelho do céu; paraíso mítico;
princípio feminino
Mostrengo – o desconhecido; as lendas do mar; os obstáculos a
vencer
Nau– viagem; iniciação aquisição de conhecimentos
Ilha– refúgio espiritual; espaço de conquista; recompensa do sacrifício
Noite– morte; tempo de inércia; tempo de germinação; certeza de vida
Manhã – luz; felicidade; harmonia; vida; o novo mundo
Nevoeiro – indefinição; promessa de vida; força criadora; novo dia
Em síntese…
Assunto: “a essência de Portugal e a sua missão a cumprir” –
Portugal a haver.
O herói: “são símbolo de atitudes”; “figuras incorpóreas que
ilustram o ideal de ser português”; involuntário – “o braço do
herói é movido pela vontade divina”; herói “desvendador e
dominador de mundos”; “a insatisfação é o seu fado: sem a
grandeza da alma que os torna infelizes nada vale a pena” (in
Jacinto Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa)
Quinto Império – Portugal a haver: “é a mística certeza do vir
a ser pela lição do ter sido. É Portugal-espírito, Portugal – ente
de cultura, esperança tanto mais forte quanto a hora da
decadência a estimula, nevoeiro que não é mais do que a
condição negativa necessária para surgir o Salvador” (in António
Machado Pires, «Os Lusíadas de Camões e a Mensagem de Fernando Pessoa»)
Desejo ser um criador de mitos, que é a tarefa mais alta
que pode obrar alguém na humanidade.
Só aquilo que vale a pena custa e dói. Bendita a dor e a
pena pelas quais o Mundo se transforma.
Fernando Pessoa
Bibliografia:
Hipólito, N. (2010). As mensagens da Mensagem – Mensagem de Fernando Pessoa, anotada e
comentada. Dissertação não publicada.
Jacinto, C. e Lança, G. (1998). A análise do texto – Mensagem, Fernando Pessoa. Porto: Porto
Editora.
Mimoso, J. M. (s.d.). Mensagem de Fernando Pessoa anotada. Disponível em
www.tabacaria.com.pt

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagemameliapadrao
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa Ana Cristina Matias
 
Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem   Fernando PessoaMensagem   Fernando Pessoa
Mensagem Fernando Pessoaguest0f0d8
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemInesa M
 
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)Sara Guerra
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"InsdeCastro7
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemPaulo Vitorino
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaDina Baptista
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoAlexandra Canané
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasAntónio Teixeira
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"VniaRodrigues30
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
 
D.Fernando Infante de Portugal
D.Fernando Infante de PortugalD.Fernando Infante de Portugal
D.Fernando Infante de PortugalIolanda Pinheiro
 
"Fernão de Magalhães", a Mensagem
"Fernão de Magalhães", a Mensagem"Fernão de Magalhães", a Mensagem
"Fernão de Magalhães", a MensagemIsabel Costa
 

Mais procurados (20)

Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
 
Nevoeiro
Nevoeiro   Nevoeiro
Nevoeiro
 
Calma
CalmaCalma
Calma
 
Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem   Fernando PessoaMensagem   Fernando Pessoa
Mensagem Fernando Pessoa
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
 
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)
D. Dinis - A Mensagem (Fernando Pessoa)
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
 
Dona tareja
Dona tarejaDona tareja
Dona tareja
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante""Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
"Mensagem" de Fernando Pessoa- "O Infante"
 
Mensagem elementos simbólicos
Mensagem  elementos simbólicosMensagem  elementos simbólicos
Mensagem elementos simbólicos
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
D.Fernando Infante de Portugal
D.Fernando Infante de PortugalD.Fernando Infante de Portugal
D.Fernando Infante de Portugal
 
Noite
NoiteNoite
Noite
 
"Fernão de Magalhães", a Mensagem
"Fernão de Magalhães", a Mensagem"Fernão de Magalhães", a Mensagem
"Fernão de Magalhães", a Mensagem
 
Mensagem - Fernando Pessoa
Mensagem - Fernando Pessoa Mensagem - Fernando Pessoa
Mensagem - Fernando Pessoa
 

Semelhante a Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos

Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem Fernando PessoaMensagem Fernando Pessoa
Mensagem Fernando PessoaEL Chenko
 
Estrutura de 'Mensagem'
Estrutura de 'Mensagem'Estrutura de 'Mensagem'
Estrutura de 'Mensagem'12_A
 
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolver
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolverOs Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolver
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolvercomplementoindirecto
 
Lusíadas e mensagem
Lusíadas e mensagemLusíadas e mensagem
Lusíadas e mensagemPaulo Moura
 
Os Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesOs Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesGijasilvelitz 2
 
A mensagem de fernando pessoa
A mensagem de fernando pessoa A mensagem de fernando pessoa
A mensagem de fernando pessoa balolas
 
Portugues pessoa
Portugues pessoaPortugues pessoa
Portugues pessoabalolas
 
Portugues pessoa a mensagem
Portugues pessoa a mensagem Portugues pessoa a mensagem
Portugues pessoa a mensagem Tiago Filipe
 
Mensagem 100110090843-phpapp01
Mensagem 100110090843-phpapp01Mensagem 100110090843-phpapp01
Mensagem 100110090843-phpapp01Alcindo Correia
 

Semelhante a Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos (20)

MensagemFP
MensagemFP MensagemFP
MensagemFP
 
Mensagem Fernando Pessoa
Mensagem Fernando PessoaMensagem Fernando Pessoa
Mensagem Fernando Pessoa
 
mensagem (1).pptx
mensagem (1).pptxmensagem (1).pptx
mensagem (1).pptx
 
Estrutura de 'Mensagem'
Estrutura de 'Mensagem'Estrutura de 'Mensagem'
Estrutura de 'Mensagem'
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Mensagem síntese
Mensagem   sínteseMensagem   síntese
Mensagem síntese
 
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolver
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolverOs Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolver
Os Lusíadas e Mensagem - Questões para desenvolver
 
Lusíadas e mensagem
Lusíadas e mensagemLusíadas e mensagem
Lusíadas e mensagem
 
Sebastianismo e V Império
Sebastianismo e V ImpérioSebastianismo e V Império
Sebastianismo e V Império
 
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
 
Os Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de CamõesOs Lusíadas de Luís de Camões
Os Lusíadas de Luís de Camões
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
A mensagem de fernando pessoa
A mensagem de fernando pessoa A mensagem de fernando pessoa
A mensagem de fernando pessoa
 
Portugues pessoa
Portugues pessoaPortugues pessoa
Portugues pessoa
 
Portugues pessoa a mensagem
Portugues pessoa a mensagem Portugues pessoa a mensagem
Portugues pessoa a mensagem
 
Mensagem 100110090843-phpapp01
Mensagem 100110090843-phpapp01Mensagem 100110090843-phpapp01
Mensagem 100110090843-phpapp01
 
Reflexos de Camões em Pessoa
Reflexos de Camões em PessoaReflexos de Camões em Pessoa
Reflexos de Camões em Pessoa
 

Mais de sin3stesia

Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantossin3stesia
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiasin3stesia
 
Tempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à ÍndiaTempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à Índiasin3stesia
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelosin3stesia
 
Batalha de Aljubarrota
Batalha de AljubarrotaBatalha de Aljubarrota
Batalha de Aljubarrotasin3stesia
 
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os LusíadasA Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadassin3stesia
 
Texto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriasTexto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriassin3stesia
 
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_CavaleirosAuto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleirossin3stesia
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteirasin3stesia
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptsin3stesia
 
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_InfernoQuadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Infernosin3stesia
 
Rubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralRubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralsin3stesia
 
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho EscritoRubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho Escritosin3stesia
 
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos CriativosRubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos Criativossin3stesia
 
Jorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiaJorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiasin3stesia
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticassin3stesia
 
Florbela Espanca
Florbela EspancaFlorbela Espanca
Florbela Espancasin3stesia
 
Os Maias: Cap. I e II
Os Maias: Cap. I e IIOs Maias: Cap. I e II
Os Maias: Cap. I e IIsin3stesia
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualizaçãosin3stesia
 

Mais de sin3stesia (20)

Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
 
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologiaIlha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
Ilha dos Amores- Os Lusíadas: simbologia
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
Tempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à ÍndiaTempestade e Chegada à Índia
Tempestade e Chegada à Índia
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
 
Batalha de Aljubarrota
Batalha de AljubarrotaBatalha de Aljubarrota
Batalha de Aljubarrota
 
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os LusíadasA Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
A Morte de Inês de Castro - Os Lusíadas
 
Texto dramático história e categorias
Texto dramático história e categoriasTexto dramático história e categorias
Texto dramático história e categorias
 
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_CavaleirosAuto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
Auto_Barca_Cavaleiros_Os_Quatro_Cavaleiros
 
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_AlcoviteiraAuto_Barca_Inferno_Alcoviteira
Auto_Barca_Inferno_Alcoviteira
 
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_pptAuto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
Auto da barca_do_inferno_O_Sapateiro_ppt
 
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_InfernoQuadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
Quadros de sistematizacao_Auto_Barca_Inferno
 
Rubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oralRubrica apresentação oral
Rubrica apresentação oral
 
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho EscritoRubrica Avaliação Trabalho Escrito
Rubrica Avaliação Trabalho Escrito
 
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos CriativosRubrica Avaliacao Textos Criativos
Rubrica Avaliacao Textos Criativos
 
Jorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografiaJorge Amado: biobibliografia
Jorge Amado: biobibliografia
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticas
 
Florbela Espanca
Florbela EspancaFlorbela Espanca
Florbela Espanca
 
Os Maias: Cap. I e II
Os Maias: Cap. I e IIOs Maias: Cap. I e II
Os Maias: Cap. I e II
 
Cesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - ContextualizaçãoCesário Verde - Contextualização
Cesário Verde - Contextualização
 

Último

PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...Colaborar Educacional
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaBenigno Andrade Vieira
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974AnaRitaFreitas7
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXHisrelBlog
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxMarceloDosSantosSoar3
 
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdf
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdfMês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdf
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdfEscolaSecundria2
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)profesfrancleite
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123JaineCarolaineLima
 
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegraTermo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegrafernando846621
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
 
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptxAula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
 
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdf
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdfMês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdf
Mês da Leitura - Agrupamento de Escolas de Vagos 2024.pdf
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
 
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegraTermo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
Termo de audiência de Mauro Cid na ìntegra
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 

Mensagem de Fernando Pessoa: interpretações e símbolos

  • 1. Mensagem, Fernando Pessoa Algumas interpretações, símbolos e outras mensagens da Mensagem
  • 2. Aqueles portugueses do futuro, para quem porventura estas páginas encerrem qualquer lição, ou contenham qualquer esclarecimento, não devem esquecer que elas foram escritas numa época da Pátria em que havia minguado a estatura nacional dos homens e falido a panaceia abstracta dos sistemas. A angústia e a inquietação de quem as escreveu, porque as escreveu quando não podia haver senão inquietação e angústia, devem ser pesadas na mão esquerda, quando se tome, na mão direita, o peso ao seu valor científico. Serão, talvez e oxalá, habitantes de um período mais feliz (…) aqueles que lerem, aproveitando, estas páginas arrancadas, na mágoa de um presente infeliz à saudade imensa de um futuro melhor. Fernando Pessoa, Da República, p. 105, Ática (1979)
  • 3. Epígrafe latina da obra • “Benedictus Dominus Deus noster qui dedit nobis signum”: – “Bendito sejas Deus nosso Senhor, que nos deu sinal.” – Expressão latina comum em obras rosa-crucianas. – É um aviso e um anúncio ao leitor: Mensagem é uma obra de símbolos. – O símbolo magno: Jesus Cristo – logos – o intermediário intelectual entre a vontade de Deus e razão humana.
  • 4. O meu intenso sofrimento patriótico, o meu intenso desejo de melhorar o estado de Portugal provocam em mim – como explicar com que ardor, com que intensidade, com que sinceridade! – mil projectos que, mesmo se realizáveis por um só homem, exigiram dele uma característica puramente negativa em mim – força de vontade. (…) Ninguém suspeita do meu amor patriótico, mais intenso do que o de todos aqueles a quem encontro ou conheço. Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, pp. 7-8 Ática (1966)
  • 5. Estrutura Externa Divisão em 3 partes (com subdivisões) 1 ª parte – “Brasão” (19 poemas) I – Os Campos 1º “O dos Castellos” 2º “O das Quinas” II – Os Castellos 1º “Ulysses” 2º “Viriato” 3º “Conde D. Henrique” 4º “D. Tareja” 5º “D. Afonso Henriques” 6º “D. Diniz” 7º I “D. João, o Primeiro” 7º II “D. Filipa de Lencastre” III – As Quinas 1º “D. Duarte, Rei de Portugal” 2º “D. Fernando, Infante de Portugal” 3º “D. Pedro, Regente de Portugal” 4º “D. João, Infante de Portugal” 5º “D. Sebastião, rei de Portugal” IV – A Coroa 1º “Nuno Álvares Pereira” V – O Timbre 1º “A Cabeça do Grypho/ O Infante de D. Henrique” 2º “Uma asa do Grypho/ D. João, o Segundo” 3º “A outra asa do Grypho/ Afonso de Albuquerque”
  • 6. Brasão Real do séc. XV Imagem de http://www.tabacaria.com.pt
  • 7. Epígrafe latina de “Brasão” • “Bellum sine bello”: – “Guerra sem a guerra.”/ “Guerra sem combate.”/ “Guerra sem guerrear.” – “Potência sem ato” (Agostinho da Silva) – é o poder associado à recusa consciente da violência, recusa essa que enobrece o poder. – ideal de conquista espiritual e humana - pela difusão da cultura portuguesa - a via para o Quinto Império.
  • 8. 1ª parte – “Brasão” • Referências à fundação da nação e às figuras históricas que, pela sua açãoação, mais se destacaram na História de Portugal, até à época dos Descobrimentos
  • 9. Só duas nações – a Grécia passada e Portugal futuro – receberam dos deuses a concessão de serem não só elas mas também todas as outras. (…) Tristes de nós se faltarmos à missão que Aquele que nos pôs ao Ocidente da Europa, e tais nos fez quais somos, nos impôs quando nos deu este nosso aceso e transcendido espírito aventureiro. Depois da conquista dos mares deve vir a conquista das almas. Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, pp. 134 e 240, Ática (1980)
  • 10. Estrutura Externa Divisão em 3 partes (com subdivisões) 2ª parte – “Mar Português”(12 poemas) I “O Infante” II “Horizonte” III “Padrão” IV “O Mostrengo” V “Epitaphio a Bartolomeu Dias” VI “Os Colombos” VII “Occidente” VIII “Fernão de Magalhães” IX “Ascensão de Vasco da Gama” X “Mar Portuguez” XI “A Última Nau” XII “Prece”
  • 11. Epígrafe latina de “Mar Português” • “Possessio maris”: – “Posse do mar.” – o desvendar do mar ignoto pelo Portugal dos séculos XV e XVI que representa a vitória do querer e da ousadia sobre a ignorância. – privilégio dos triunfos do espírito sobre os ganhos materiais; poucas referências ao império físico e nenhuma às riquezas materiais.
  • 12. Navegadores antigos tinham esta frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso.” Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade, ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça. Fernando Pessoa, nota manuscrita pelo poeta, publicada pela primeira vez na 1ª edição de Obra Poética, Edições Nova Aguilar
  • 13. 2ª parte – “Mar Português” • Introduz a significação puramente simbólica das realizações dos portugueses ao desbravarem os mares, dando “novos“novos mundos ao mundo”mundos ao mundo”
  • 14. Estrutura Externa Divisão em 3 partes (com subdivisões) 3ª parte – “O Encoberto” (13 poemas) I – Os Símbolos 1º “D. Sebastião” 2º “O Quinto Império” 3º “O Desejado” 4º “As Ilhas Afortunadas” 5º “O Encoberto” II – Os Avisos 1º “O Bandarra” 2º “António Vieira” 3º “Terceiro” III – Os Tempos 1º “Noite” 2º “Tormenta” 3º “Calma” 4º “Antemanhã” 5º “Nevoeiro”
  • 15. Há só uma espécie de propaganda com que se pode levantar o moral de uma nação – a construção ou renovação e a difusão consequente e multimoda de um grande mito nacional. De instinto, a humanidade odeia a verdade, porque sabe, com o mesmo instinto, que não há verdade, ou que a verdade é inatingível. O mundo conduz-se por mentiras; quem quiser despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe deliberadamente, e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e se compenetrar da verdade da mentira que criou. (…) Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová- lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar em nós, por o incarnar. Feito isso, cada um de nós independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem esforço em tudo o que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem. Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo, o Quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião. Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, vol. III, pp. 652-654
  • 16. Epígrafe latina de “O Encoberto” • “Pax in Excelsis” – “Paz nas Alturas.”/ “Suprema Paz.” – mensagem de paz e fraternidade, “um apelo à unidade e universalidade” (R. Bréchon). – tema do Quinto Império e do Desejado: a paz universal será apanágio do Quinto Império. – “Valete, Fratres!”: expressão latina que encerraencerra a obra (e despedida habitual dos membros de certas sociedades secretas) • “Felicidades, Irmãos!”: o Quinto Império será o reino da fraternidade
  • 17. Todo o Império que não é baseado no Império Espiritual é uma Morte de pé, um Cadáver mandado. (…) Criando uma civilização espiritual própria, subjugaremos todos os povos; porque contra as artes e as forças do espírito não há resistência possível, sobretudo quando elas sejam bem organizadas, fortificadas por almas generais do Espírito. (…) Criemos um Imperialismo andrógino, reunidor das qualidades masculinas e femininas: imperialismo que seja cheio de todas as subtilezas do domínio feminino e todas as forças e estruturações do domínio masculino. Realizemos Apolo espiritualmente. (…) Assim temos que no Quinto Império haverá a reunião das duas forças separadas há muito, mas de há muito aproximando- se: o lado esquerdo da sabedoria – ou seja, a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; e o seu lado direito – ou seja o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e cabalística. De aí o ser o Império português ao mesmo tempo um império de cultura e o mesmo império universal. Fernando Pessoa, Portugal, Sebastianismo e Quinto Império, Publ. Europa-América, Mem-Martins, 1986
  • 18. 3ª parte – “O Encoberto” • Anuncia-se o Quinto Império, a importância da figura mítica de D. Sebastião e das profecias de Bandarra e do Padre António Vieira. • Apelo à mudança de atitude dos portugueses do séc. XX e a passagem do caos noturno à fase do renascimento.
  • 19. Quinto Império • Império de fraternidade universal vivido na Terra; • Preconiza o renascimento humano numa outra era; • Regresso ao Paraíso Perdido: após a morte (“O Encoberto”) terá lugar o Renascimento – momento em que a eternidade – união entre o Homem e Deus – será reconquistada.
  • 20. Os Heróis • Adquirem sentido enquanto figuras míticas; • Valor da ação dos seus feitos na história e evolução da Humanidade; • Realização de uma missão que os imortalizou; • Através das suas provas concretizou-se uma obra; • Os portugueses cumpriram um desejo divino, cujo caminho é um processo iniciático que conduz ao aperfeiçoamento progressivo do ser humano, em direção a Deus.
  • 21. Estrutura Tripartida • Ideia de que as profecias se realizam três vezes em três tempos distintos. • Na tradição cabalística: nº 33 – potencial de transformação e unificação de duas polaridades opostas = o espiritual governa o físico e a mente governa a matéria. • Na tradição cristã: nº 33 – Trindade Pai, Filho e Espírito Santo; no Génesis: criação do mundo em 6 dias – 3 dias para o Céu e a Terra, outros 3 para povoar o mundo criado. • Fases da existência – 33 – nascimento: “Brasão”; percurso da vida: “Mar Português”; morte: “O Encoberto”
  • 23. • Simboliza o Ser, a Revelação. • Ideia harmónica entre o consciente e o inconsciente: união dos contrários. • Perfeição. • Os pólos unem-se numa totalidade que os concilia, resultando numa energia que dá ao humano a comunhão com o transcendente. • “Nuno Álvares Pereira” – único poema sob o título “A Coroa”: unidade; o centro onde coexistem harmoniosamente forças antitéticas = dimensão sobre- humana.
  • 24. • Símbolo da divisão (o criador e o ente criado). • Dualidade: expressão de contrários ou de complementaridade. • Paradoxo da existência: a vida e a morte. • Princípios antagónicos: passivo e ativo. “Os Campos”: 2 poemas. 1º poema: Portugal = campo pronto a ser fecundado. 2º poema: Cristo, símbolo do sofrimento e tormenta, exemplo das provações a passar, para se chegar ao princípio ativo.
  • 25. • União entre Deus, o Universo e o Homem. • Totalidade. • Ligado a Cristo – 3 vertentes: a de rei, a de padre, a de profeta. • Conjunto de poemas – “Timbre”: “A Cabeça do Grypho/ O Infante D. Henrique”; “Uma Asa do Grypho/ D. João II” e “A outra asa do Grypho/ Afonso Albuquerque” – estas personagens míticas cumprem o arquétipo do rei e do padre, pelo seu poder e espiritualidade. • Conjunto de poemas – “Os Avisos”: “O Bandarra”; “António Vieira” e “Terceiro” – cumprem a função profética do anúncio do Quinto Império. • Fases da existência: nascimento, crescimento e morte. • Mensagem liga-se ao ciclo da vida: “Brasão” = nascimento da Nação; “Mar Português” evidencia o seu crescimento e o seu momento áureo histórico; “O Encoberto” preconiza a morte, à qual se segue o Renascimento.
  • 26. • Da Ordem, do Equilíbrio, da Harmonia. • Perfeição. • Três conjuntos de poemas: “As Quinas”, “Os Símbolos” e “Os Tempos”. • “As Quinas” – 5 chagas de Cristo = o seu sofrimento para a salvação da Humanidade (as figuras de D. Duarte, D. Fernando, D. Pedro, D. João e D. Sebastião são engrandecidas). • “Os Símbolos” – 5 poemas em que os valores simbólicos unificantes assumem maior relevo. • “Os Tempos” – anuncia-se o fechar de um ciclo e incita-se ao início de outro, que instaurará a Ordem a partir do Caos (o momento presente). Será um tempo de harmonia, em que Humanidade conhecerá a sua dimensão divina, num reino Espiritual – o Quinto Império.
  • 27. • Período temporal unificante – a semana. • Totalidade das energias após a completude de um ciclo. • “Os Castellos” – série de 7 poemas: títulos de personagens históricas (exceptuando “Ulysses”). • Renovação de um ciclo que se inicia com os filhos de D. Filipa de Lencastre e termina com D. Sebastião. • Número mágico associado ao Poder e ao ato de Criação – na Bíblia: 7º dia – descanso de Deus depois da criação do Mundo = ligação entre Deus e o Homem (a sua obra) – “As Quinas”: explicita a relação entre o divino e o humano.
  • 28. • Unidade – 1 ano tem 12 meses. • Número da cidade santa – a Jerusalém Celeste que terá 12 portas e na qual terão lugar os 12 apóstolos. 12 apóstolos = eleição de um novo povo; preconizam a fidelidade a Cristo. • Símbolo das mutações operadas no interior do ser humano e da perpétua evolução do Universo. • Marca o fina de um ciclo involutivo, ao qual se sucede a morte, que dá lugar ao Renascimento. • “Mar Português” – 12 poemas: encerra referências míticas ao período áureo da História nacional (que fecha um ciclo) ao qual se seguiram 4 séculos de trevas – presentes em “O Encoberto”, no qual se apela ao Renascimento.
  • 30. Brasão – o passado inalterável Campo – espaço de vida, fecundidade, alimento e de ação Quinas – chagas de Cristo: dimensão espiritual Castelo – refúgio e segurança Coroa – perfeição e poder Timbre – poder e posse legítima; marca dada por Deus; sagração do herói para missão transcendente – através do conhecimento Grifo – terra (leão) e céu (águia): criação de uma obra terrestre e celeste Padrão – marco; sinal de presença da cristandade; obra da civilização cristã
  • 31. Mar – vida e morte (dinamismo das ondas); espaço iniciático; ponto de partida; reflexo do céu; princípio masculino Terra – casa do homem; espelho do céu; paraíso mítico; princípio feminino Mostrengo – o desconhecido; as lendas do mar; os obstáculos a vencer Nau– viagem; iniciação aquisição de conhecimentos Ilha– refúgio espiritual; espaço de conquista; recompensa do sacrifício Noite– morte; tempo de inércia; tempo de germinação; certeza de vida Manhã – luz; felicidade; harmonia; vida; o novo mundo Nevoeiro – indefinição; promessa de vida; força criadora; novo dia
  • 32. Em síntese… Assunto: “a essência de Portugal e a sua missão a cumprir” – Portugal a haver. O herói: “são símbolo de atitudes”; “figuras incorpóreas que ilustram o ideal de ser português”; involuntário – “o braço do herói é movido pela vontade divina”; herói “desvendador e dominador de mundos”; “a insatisfação é o seu fado: sem a grandeza da alma que os torna infelizes nada vale a pena” (in Jacinto Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa) Quinto Império – Portugal a haver: “é a mística certeza do vir a ser pela lição do ter sido. É Portugal-espírito, Portugal – ente de cultura, esperança tanto mais forte quanto a hora da decadência a estimula, nevoeiro que não é mais do que a condição negativa necessária para surgir o Salvador” (in António Machado Pires, «Os Lusíadas de Camões e a Mensagem de Fernando Pessoa»)
  • 33. Desejo ser um criador de mitos, que é a tarefa mais alta que pode obrar alguém na humanidade. Só aquilo que vale a pena custa e dói. Bendita a dor e a pena pelas quais o Mundo se transforma. Fernando Pessoa Bibliografia: Hipólito, N. (2010). As mensagens da Mensagem – Mensagem de Fernando Pessoa, anotada e comentada. Dissertação não publicada. Jacinto, C. e Lança, G. (1998). A análise do texto – Mensagem, Fernando Pessoa. Porto: Porto Editora. Mimoso, J. M. (s.d.). Mensagem de Fernando Pessoa anotada. Disponível em www.tabacaria.com.pt