1. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Os MAIAS
INTRIGA Central: História da família Maia
Intriga principal: Carlos da Maia e Maria Eduarda
Intriga secundária: Pedro da Maia e Maria Monforte
Intriga central
EPISÓDIOS DA VIDA ROMÂNTICA retrata o
Portugal da segunda metade século XIX
CRÓNICA DE COSTUMES
Edição seguida: Edição, Livros do Brasil (2006) de acordo com a 1ª ed. 1888.
1
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
2. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
A crónica de costumes e a intriga principal
Episódios EPISÓDIO DA O SARAU
O JANTAR AS CORRIDAS
da vida O JANTAR DOS CORNETA DO LITERÁRIO DO
DO HOTEL NO
GOUVARINHOS DIABO E A TEATRO DA
romântica CENTRAL HIPÓDROMO
TARDE TRINDADE
Carlos vê
Carlos
Os Maias Mª Carlos Ega é
procura Revelação
Eduarda declara-se cúmplice
em vão da relação
pela a Mª na relação
Mª incestuosa
primeira Eduarda amorosa
Eduarda
vez
Passeio final de Ega e Carlos Portugal decadente e ocioso
“Falhámos a vida, menino” Fracasso pessoal e profissional
2
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
3. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
A crónica de costumes
EPISÓDIO TEMA(S)
Jantar e serão em Santa Olávia (cap. III) Educação (modelos educacionais)
Jantar do Hotel Central (cap. VI) Política, economia, literatura
(Romantismo vs Realismo)
Corridas do Hipódromo (cap. X) Atraso do país; imitação pindérica e
parola do estrangeiro
Jantar dos Gouvarinhos (cap. XII) Mediocridade intelectual da
aristocracia lisboeta.
Episódio do jornal “A tarde” (cap. XV) Jornalismo corrupto e sensacionalista
Sarau no Teatro da Trindade (cap. XVI) Música, retórica e Literatura: atraso
cultural do pais
Passeio de Ega e Carlos (cap. XVIII) Ociosidade e decadência
3
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
4. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
O Título: Os MAIAS
História da família Maia ao longo de três gerações
1ª Geração - Afonso da Maia Nascido antes do século, vítima de
(Maria Eduarda Runa) Portugal absolutista
2ª Geração - Pedro da Maia Representante da fase de instauração
(Maria Monforte) do Liberalismo
3ª Geração - Carlos da Maia Representante da queda dos ideais
(Maria Eduarda) liberais
4
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
5. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Intriga secundária (2ªgeração) Pedro da Maia e Mª Monforte
. A hereditariedade; a educação tradicional, Conservadora; o meio envolvente (Lisboa
sentimental, boémia, pervertida pelas leituras)
. Encontro fortuito com Mª Monforte
PAIXÃO
. Pedro procura um encontro com Mª Monforte
. Encontro através de Alencar / Melo
ELEMENTO DE OPOSIÇÃO:
a negreira (oposição real de Afonso)
. Encontros e casamento
. Vida de casados: viagem ao estrangeiro, vida social em Arroios, nascimento dos filhos
. Retardamento do encontro com Afonso
ELEMENTO DESENCADEADOR DO DRAMA:
o napolitano
. Infidelidade e fuga de Mª Monforte – reação de Pedro
O Suicídio – Solução romântica
. Regresso de Pedro ao Ramalhete, diálogo com Afonso e suicídio de Pedro
. Motivação para a morte de Afonso.
5
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
6. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Intriga Principal (3ª geração)
Uma história de amor (incestuosa) com dimensão de tragédia
Carlos da Maia e Mª Eduarda
. A educação segundo o modelo britânico; os ideias e os projetos
adiados; . Encontro fortuito com Mª Eduarda.
PAIXÃO - Desafio
. Carlos procura um encontro com Mª Eduarda
. Encontro através de Dâmaso (indireto)
ELEMENTO DE OPOSIÇÃO - Peripécias
a amante (oposição potencial de Afonso)
. Encontros e relações.
. Vida de relações: viagem ao estrangeiro e casamento adiado, vida social na Toca.
. Retardamento por causa de Afonso
ELEMENTO DESENCADEADOR DA TRAGÉDIA - Reconhecimento
Guimarães
. Descoberta do incesto – reações de Carlos.
Catástrofe
. Encontro de Carlos com Afonso, mudo - Morte física de Afonso.
. Partida de Maria Eduarda – Morte psicológica de Carlos e Maria Eduarda
6
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
7. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Carlos da Maia e Mª Eduarda – Elementos trágicos
. O tema do incesto: tal como na tragédia de Édipo Rei de Sófocles, o tema torna
o desenlace inevitável e a impossibilidade de qualquer solução pacífica.
. A grandeza das personagens: Carlos e Maria Eduarda são (como os heróis
da tragédia clássica) indivíduos que se destacam daqueles que os rodeiam pelo seu
caráter superior e excecional.
. A força do destino:
Aviso de Vilaça: “eram sempre fatais aos Maias as paredes do Ramalhete”
Escolha do nome de Carlos Eduardo: “um tal nome parecia-lhe conter todo o
destino de amores e façanhas”
Referência de Ega quando afirma que Carlos e a mulher que há de ser sua
estão: “ambos insensivelmente, irresistivelmente, fatalmente marchando um para o
outro”
Quando Carlos descobre o nome de Maria Eduarda: “Maria Eduarda, Carlos
Eduardo… Havia uma similitude nos seus nomes. Quem sabe se não pressagiava a
concordância dos seus destinos.”
Justificações de Carlos “o avô nunca compreenderia os motivos complicados,
fatais, iniludíveis que o tinham arrastado para Maria Eduarda” 7
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
8. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Carlos da Maia e Mª Eduarda – Elementos trágicos
. Os Presságios
. Diante da conversa com Ega e Carlos, Afonso “afastou-se todo dobrado sobre a
bengala, vencido enfim por aquele implacável destino …”
. A descrição do jardim do Ramalhete (Cap.I): a estátua de Vénus, o cedro e o
pinheiro a envelhecerem juntos; o ramo de girassóis; os móveis do escritório de Afonso
cobertos de panos brancos…;
. O sonho de Carlos no final do Hotel Central (Cap.VI);
. Os três lírios brancos que murchavam num vaso do Japão em casa de Maria
Eduarda (Cap.XI);
. Os indícios presentes no quarto de Maria Eduarda nos Olivais- Toca: “os amores
de Vénus e Marte”, “a cabeça degolada”, “uma enorme coruja”;
. Na primeira noite passada com Carlos, “os olhos de Maria Eduarda pendiam-se
outra vez na escuridão – como recebendo dela o presságio de um futuro onde tudo
seria confuso e escuro também” (Cap. XI)
. Maria Eduarda reconhece semelhanças entre Carlos e a sua mãe “Sabes tu com
quem te pareces às vezes? É extraordinário mas é verdade. Pareces-me com a
minha mãe.”;
8
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
9. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Os Maias– Elementos Cromáticos
Amarelo (predomina na consumação do amor – na toca e no quiosque);
• Vermelho (paixão e destruição);
Camélia que Pedro ostenta na lapela na primeira aparição pública com Maria
Monforte (cap.I);
A sombrinha vermelha de Maria Monforte (cap.I)
O leque que Maria Eduarda abre no primeiro encontro com Carlos (cap.XI);
A decoração da sala da casa de Maria Eduarda na Rua de S. Francisco (cap. XI);
O nome da Toca que Maria Eduarda sugere pintado “em letras vermelhas”
• Preto (conotado com morte e luto)
O negro do véu de Maria Eduarda aquando da sua 1ª aparição;
A sombra negra do vulto de Alencar no sonho de Carlos com Maria Eduarda, no
dia em que a vê pela 1ª vez. (cap.VI)
Maria Monforte e Maria Eduarda conjugam o vermelho (leque negro [negro
conotado com morte e luto] pintado com flores vermelhas, sombrinha
escarlate) com o amarelo/dourado (cabelos de ouro), pelo que, tanto
simbolizam a vida como a morte, o divino e o humano.
9
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
10. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Os Maias– Elementos Simbólicos
Apesar do tom realista , Os Maias estão povoados de símbolos cuja compreensão
enriquece a leitura. Alguns desses símbolos funcionam como indícios (conforme
evidenciado anteriormente) da tragédia amorosa, aos quais se acrescentam ainda a
Toca (esconderijo de amores proibidos) e o cofre que Maria Monforte entregou a
Guimarães (materialização do destino). Outros como representação da decadência
nacional:
. O Ramalhete: está simbolicamente ligado à decadência moral do Portugal da
Regeneração;
. O passeio final de Carlos e Ega: por Lisboa nos finais de 1886 (cap. XVIII): a
glória do passado, o olhar triste sobre a inercia presente de um país sem futuro ou
sem estímulos para construir o futuro.
(consultar fotocópia de apoio: O Simbolismo n’Os Maias)
10
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
11. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
O passeio final de Carlos e Ega por PORTUGAL PASSADO
Lisboa nos finais de 1886 (Camões)
contrasta
CAMÕES E Com o PORTUGAL DO
CHIADO estagnação e PRESENTE
(nostalgia e ociosidade
(liberalismo frustrado, crise de
decadência) identidade nacional)
Monumento aos Restauradores
PELA Importação símbolo da renovação nacional
AVENIDA cultural; contrasta
(frustração) Falta com a nova geração, ociosa,
da identidade exibicionista, a imitar sem estilo
nacional o que vem do estrangeiro
PELA Saudosismo BAIRRO DO ALTO DA
AVENIDA inoperante CIDADE/CASTELO
(autenticidade) símbolos do Portugal absolutista
anterior a 1820
Destruição RAMALHETE EM RUÍNA
RAMALHETE e morte
Reflexo de Lisboa/Portugal
11
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
12. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
O Tempo n’Os Maias
. O tempo da História (cronológico) – ação central: 1875-1887;
. O tempo Histórico: reporta-se a factos inerentes à história nacional e
universal;
. O tempo Psicológico: tempo do sonho, da ilusão, dos projetos e das
emoções.
. O tempo do discurso – as alterações de ordem temporal dos factos –
anacronias – e as mudanças de ritmo narrativo são frequentes:
A ordem temporal: analepses, prolepses e elipses,
A isocronia – cena dialogada (tentativa de conceder ao tempo do
discurso uma duração semelhante à do tempo da história)
12
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista
13. Dina Baptista | www.sebentadigital.com
EB 2,3/S de Vale de Cambra
2011/2012
| Português – 11º ano | Os Maias, de Eça de Queirós
Fontes Consultadas
COSTA, José R., Eça de Queirós, Os Maias em
análise – Antologia comentada, Porto Editora, 2005.
FERNANDES, António, Augusto, A Síntese em
Esquema - Análise Textual (Ensino Secundário),
Edições Asa, s/d.
JACINTO, Conceição e LANÇA, Gabriela, Análise da
Obra Os Maias, Eça de Queirós – Ensino
Secundário, Porto Editora, 2006.
PINTO, Elisa Costa; FONSECA, Paula e BAPTISTA,
Plural 11, Lisboa Editora, 2011.
13
www.sebentadigital.com | Português 11ºano | A professora: Dina Baptista