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Narrativa
Crédito
Os slides desta apresentação foram
elaborados por:
1.  André Luiz Battaiola
2.  Flávio Eduardo Martins
3.  Rafael Pereira Dubiela
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Narrativa
Índice
Narrativa
Storyline
Argumento
Roteiro Literário
Linguagem Cinematográfica
Roteiro Técnico
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Narrativa
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas.
São Paulo: Editora Ática, 1991.
Narrativa – Livro Base
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Narrativa
Narrativa - Surgimento
EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, 2005
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Narrativa
Narrativa - Surgimento
Narrar é uma manifestação que acompanha o homem desde sua origem. em
pedra nos tempos da caverna.
Exemplos:
• os mitos — histórias das origens (de um povo, de objetos, de lugares)
—, transmitidos pelos povos através das gerações, são narrativas;
• a Bíblia — livro que condensa, história, filosofia e dogmas do povo
cristão compreende muitas narrativas: da origem do homem e da
mulher, dos milagres de Jesus etc.
Modernamente, poderíamos citar um sem-número de narrativas: novela de
TV, filme de cinema, peça de teatro, notícia de jornal, gibi, desenho
animado... Muitas são as possibilidades de narrar, oralmente ou por escrito,
em prosa ou em verso, usando imagens ou não.
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
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Narrativa
Narrativa - Surgimento
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Narrativa
Narrativa - Gêneros
1.  épico: é o gênero narrativo ou de ficção que se estrutura sobre uma
história;
2.  lírico: é o gênero ao qual pertence a poesia lírica;
3.  dramático: é o gênero teatral, isto é, aquele que engloba o texto de
teatro, uma vez que o espetáculo em si foge à alçada da literatura.
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
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Narrativa
Narrativa - Gêneros
1.  épico: é o gênero narrativo ou de ficção que se estrutura sobre uma
história;
2.  lírico: é o gênero ao qual pertence a poesia lírica;
3.  dramático: é o gênero teatral, isto é, aquele que engloba o texto de
teatro, uma vez que o espetáculo em si foge à alçada da literatura.
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
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Narrativa
Narrativa - Gêneros
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
O gênero épico recebe tal nome das epopéias (narrativas heróicas em versos),
apesar de modernamente este gênero manifestar-se sobretudo em prosa. Neste
livro usaremos o termo gênero narrativo por acreditarmos que seja mais
pertinente à prosa de ficção.
O conceito de ficção merece também um esclarecimento, já que de modo geral
as pessoas atribuem a ele um sentido mais limitado: narrativa de ficção
científica. Na verdade o termo tem significado mais abrangente: imaginação,
invenção. Para os limites deste livro fica estabelecido que literatura de ficção é a
narrativa literária em prosa.
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Narrativa
Narrativa - Tipos
1.  Romance
2.  Novela
3.  Conto
4.  Crônica
Complexidade, Conflitos, Tempo, Espaço, Personagens
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Narrativa
Narrativa - Tipos
Romance
É uma narrativa longa, que envolve um número considerável de
personagens (em relação à novela e ao conto), maior número de
conflitos, tempo e espaço mais dilatados. Embora haja romances que
datem do século XVI (D. Quijote de La Mancha, de Cervantes, por
exemplo), este tipo de narrativa consagrou-se sobretudo no século XIX,
assumindo o papel de refletir a sociedade burguesa.
Ex: Incidente em Antares, de Érico Veríssimo
Podemos classificar o romance quanto a sua temática. Os tipos mais
conhecidos são de amor, de aventura, policial, ficção científica,
psicológico, pornográfico etc.
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Narrativa
Narrativa - Tipos
Novela
É um romance mais curto, isto é, tem um
número menor de personagens, conflitos e
espaços, ou os tem em igual número ao
romance, com a diferença de que a ação no
tempo é mais veloz na novela. Difere em muito
da novela de TV, a qual tem uma série de casos
(intrigas) paralelos e uma infinidade de
momentos de clímax.
Um exemplo de novela seria Max e os felinos,
de Moacyr Scliar, na qual o personagem central,
Max, vive muitas aventuras. A passagem do
tempo é muito rápida, tornando a leitura
agradável.
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Narrativa
Narrativa - Tipos
Conto
É uma narrativa mais curta, que tem como característica central condensar
conflito, tempo, espaço e reduzir o número de personagens. O conto é um
tipo de narrativa tradicional, isto é, já adotado por muitos autores nos
séculos XVI e XVII, como Cervantes e Voltaire, mas que hoje é muito
apreciado por autores e leitores, ainda que tenha adquirido características
diferentes, por exemplo, deixar de lado a intenção moralizante e adotar o
fantástico ou o psicológico para elaborar o enredo.
Obs.: Tanto o conto quanto a novela podem abordar qualquer tipo de tema
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Narrativa
Narrativa - Tipos
Crônica
Por se tratar de um texto híbrido, nem sempre apresenta uma narrativa
completa; uma crônica pode contar, comentar, descrever, analisar. De
qualquer forma, as características distintivas da crônica são: texto curto,
leve, que geralmente aborda temas do cotidiano.
Ex: Crônica do Amor, Arnaldo Jabor
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Narrativa
Narrativa – História
EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, XXX
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Narrativa
Narrativa – Estrutura
A estrutura narrativa não é um mero relato de acontecimentos,
mas sim a perfeita harmonia entre os elementos narrativos:
tempo, espaço, personagens, enredo e narrador.
EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, XXX
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Narrativa
Narrativa - Definição
CHATMAN, S.. Story and Discourse: narrative
structure in fiction and film. New York: Cornell
University Press, 1978
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Narrativa
Narrativa - Definição
Contar histórias é uma atividade praticada por muita gente: pais, filhos,
professores, amigos, namorados, avós... Enfim, todos contam-escrevem ou
ouvem-lêem toda espécie de narrativa: histórias de fadas, casos, piadas,
mentiras, romances, contos, novelas... Assim, a maioria das pessoas é capaz de
perceber que toda narrativa tem elementos fundamentais, sem os quais ela não
pode existir; tais elementos de certa forma responderiam às seguintes questões:
O que aconteceu? Quem viveu os fatos? Como? Onde? Por quê?
Em outras palavras, a narrativa é estruturada sobre cinco elementos
principais:
1. Enredo
2. Personagens
3. Tempo
4. Espaço
5. Narrador
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Narrativa
O conjunto dos fatos de uma história é conhecido por muitos nomes: intriga,
ação, trama, história. O termo mais largamente difundido é enredo (narrativa
textual).
Duas são as questões fundamentais a se observar no enredo:
• sua estrutura (vale dizer, as partes que o compõem) e
• sua natureza ficcional.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Natureza Ficcional: Verossimilhança
É a lógica interna do enredo, que o torna verdadeiro para o leitor é, pois, a
essência do texto de ficção.
Os fatos de uma história não precisam ser verdadeiros, no sentido de
corresponderem exatamente a fatos ocorridos no universo exterior ao texto,
mas devem ser verossímeis; isto quer dizer que, mesmo sendo inventados, o
leitor deve acreditar no que lê. Esta credibilidade advém da organização
lógica dos fatos dentro do enredo. Cada fato da história tem uma motivação
(causa), nunca é gratuito e sua ocorrência desencadeia inevitavelmente novos
fatos (conseqüência).
Causa <-> Fato <-> Consequência
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Estrutura
Para se entender a organização dos fatos no enredo não basta perceber
que toda história tem começo, meio e fim; é preciso compreender o
elemento estruturador : o conflito.
Tomemos como exemplo as histórias infantis, conhecidas por todos;
imaginemos Chapeuzinho Vermelho sem Lobo Mau, o Patinho Feio sem
a feiúra, a Cinderela sem a meia-noite; teríamos histórias sem graça,
porque faltaria a elas o que lhes dá vida e movimento: o conflito.
Seja entre dois personagens, seja entre o personagem e o ambiente, o
conflito possibilita ao leitor-ouvinte criar expectativa frente aos fatos do
enredo.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Conflito
É qualquer componente da história (personagens, fatos, ambiente,
idéias, emoções) que se opõe a outro, criando uma tensão que organiza
os fatos da história e prende a atenção do leitor.
Além dos conflitos já mencionados, entre personagens, e entre o
personagem e o ambiente, podemos encontrar nas narrativas os conflitos
morais, religiosos, econômicos e psicológicos; este último seria o conflito
interior de um personagem que vive uma crise emocional.
Em geral, o conflito caracteriza as partes do enredo.
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Narrativa
Estrutura do Enredo
1.  Exposição
2.  Complicação
3.  Clímax
4.  Desfecho
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Estrutura do Enredo
1. Exposição: (ou introdução ou apresentação) coincide geralmente
com o começo da história, no qual são apresentados os fatos
iniciais, os personagens, às vezes o tempo e o espaço. Enfim, é a
parte na qual se situa o leitor diante da história que irá ler.
2. Complicação: (ou desenvolvimento) é a parte do enredo na qual
se desenvolve o conflito (ou os conflitos - na verdade pode haver
mais de um conflito numa narrativa).
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Estrutura do Enredo
3. Clímax: momento culminante da história, isto quer dizer que é o
momento de maior tensão, no qual o conflito chega a seu ponto
máximo. O clímax é o ponto de referência para as outras partes do
enredo, que existem em função dele.
4. Desfecho: (desenlace ou conclusão) é a solução dos conflitos, boa
ou má, vale dizer configurando-se num final feliz ou não. Há
muitos tipos de desfecho: surpreendente, feliz, trágico, cômico etc.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Exemplo:
Pedro pára, pára Pedro
Stanislaw Ponte Preta
Febeapá. Rio de Janeiro, Sabiá, 1967. v. 2, p. 71.
(exposição)
Um grupo de gozadores de Aracaju fundava uma associação chamada
Clube Sergipano de Penetras, especializado em penetrar em festas
sem ser convidado.
(complicação)
O clube estreou auspiciosamente, comparecendo ao casamento da
filha do Governador Lourival Batista, pra comer doce e aceitar
croquete oferecido em bandeja.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
(clímax)
O presidente do clube, universitário Wadson Oliveira, ainda aproveitou
a presença do Vice-Presidente Pedro Aleixo nas bodas e pediu a
palavra, saudando-o copiosamente, a chamá-lo a cada instante de
benemérito do país, grande figura política, ínclito patriota, etc., etc.,
etc.
(desfecho)
Dizem que Pedro Aleixo acreditou.
Pedro Aleixo foi eleito vice-presidente da república na chapa
do marechal Artur da Costa e Silva, pela Aliança Renovadora
Nacional, em 3 de outubro de 1966
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Exposição:
apresentação do fato inicial — a criação do Clube Sergipano de
Penetras;
Complicação:
as complicações ou o desenvolvimento do fato inicial — a festa de
casamento, na qual o clube estréia;
Clímax:
o ponto culminante da história que coincide com o ápice da festa —o
discurso louvatório do presidente do clube;
Desfecho:
é como termina a história — neste caso há um final irônico, porque o
Clube de Penetras tem uma boa recepção, ao contrário do que se
pudesse esperar.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Enredo psicológico
Para concluir as considerações sobre o enredo, falta-nos falar sobre a
narrativa psicológica, na qual os fatos nem sempre são evidentes,
porque não equivalem a ações concretas do personagem, mas a
movimentos interiores; seriam fatos emocionais que comporiam o
enredo psicológico.
Excetuando este aspecto, o enredo psicológico se estrutura como o
enredo de ação; isto equivale a dizer que tem um conflito, apresenta
partes, verossimilhança e, portanto, é passível de análise.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Enredo psicológico
Um exemplo de enredo psicológico seria o conto de Clarice Lispector,
“Amor”.
Uma dona-de-casa entra num bonde com uma sacola de compras,
vindo a observar um cego na calçada. Essa visão provoca nela uma
série de emoções que compõem o corpo do texto. A narrativa
apresenta poucos fatos exteriores e está repleta de fatos
psicológicos:
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Enredo psicológico
(...) Mas os ovos se haviam quebrado no embrulho de jornal. Gemas
amarelas e viscosas pingavam entre os fios da rede [sacola]. O cego
interrompera a mastigação e avançava as mãos inseguras, tentando
inutilmente pegar o que acontecia. O embrulho dos ovos foi jogado
fora da rede e, entre os sorrisos dos passageiros e o sinal do
condutor, o bonde deu a nova arrancada de partida.
Poucos instantes depois já não a olhavam mais. O bonde se sacudia
nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para sempre. Mas o
mal estava feito.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
Enredo psicológico
A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a
tricotara. A rede perdera o sentido e estar no bonde era um fio partido;
não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha
música o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Por quê?
Teria esquecido de que havia cegos? A piedade a sufocava, Ana
respirava pesadamente. Mesmo as coisas que existiam antes do
acontecimento estavam agora de sobreaviso, tinham um ar mais
hostil, perecível... O mundo se tornara de novo um mal-estar. Vários
anos ruíam, as gemas amarelas escorriam. (...)
LYSPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: José Olympio,
1978. p. 21.
Narrativa - Enredo
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Narrativa
A personagem ou o personagem é um ser fictício que é responsável pelo
desempenho do enredo; em outras palavras, é quem faz a ação. Por mais
real que pareça, o personagem é sempre invenção, mesmo quando se
constata que determinados personagens são baseados em pessoas reais.
O personagem é um ser que pertence à história e que, portanto, só
existe como tal se participa efetivamente do enredo, isto é, se age ou
fala. Se um determinado ser é mencionado na história por outros
personagens mas nada faz direta ou indiretamente, ou não interfere de
modo algum no enredo, pode-se não o considerar personagem.
Bichos, homens ou coisas (navios, robots, carros, et’s, etc), os personagens
se definem no enredo pelo que fazem ou dizem, e pelo julgamento que
fazem dele o narrador e os outros personagens. De acordo com estas
diretrizes podemos identificar-lhes os caracteres ou características, estejam
eles condensados em trecho descritivos ou dispersos na história
Narrativa - Personagem
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Narrativa
Narrativa - Personagem
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Narrativa
Narrativa - Personagem
Classificação dos personagens
1. Quanto ao papel desempenhado no enredo (Arquétipos):
a)  Protagonista
•  Herói
•  Anti-Herói
b)  Antagonista
2. Quanto à caracterização:
a)  Personagens planos
•  Tipo – Jornalista, Sertanejo, Estudante
•  Caricatura – Analista de Bagé, Zé Bonitinho, Mineirinho
b)  Personagens redondos
•  F—características físicas
•  P—características psicológicas
•  S—características sociais
•  I—características ideológicas
•  M —características morais
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Considerado o tempo fictício, isto é, interno ao texto, entranhado no
enredo. Os fatos de um enredo estão ligados ao tempo em vários níveis:
1.  Época em que se passa a história
2.  Duração da história (Tempo Real (Tempo Dramático))
3.  Tempo cronológico
4.  Tempo psicológico
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Época em que se passa a história
Constitui o pano de fundo para o enredo. A época da história nem
sempre coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita. Um
exemplo disso é o romance de Umberto Eco, O Nome da Rosa, que
retrata a Idade Média, embora tenha sido escrito e publicado
recentemente.
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Duração da história
Muitas histórias se passam em curto período de tempo, já outras têm um
enredo que se estende ao longo de muitos anos. Os contos de um modo
geral apresentam uma duração curta em relação aos romances, nos quais
o transcurso do tempo é mais dilatado.
Como exemplo de duração curta, o conto de Rubem Fonseca, “Feliz Ano
Novo” (o livro tem o mesmo nome), cujo enredo se passa em algumas
horas na véspera do Ano-Novo.
No outro extremo, apresentaríamos os romances Cem anos de solidão, de
Gabriel García Márquez, ou então O tempo e o vento, de Érico Veríssimo,
nos quais se narra a vida de muitas gerações de uma família,
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Duração da história
Obs.: Para identificar o tempo-época ou a duração, procure fazer um
levantamento dos índices de tempo, pois tais referências representam
marcações de tempo; por exemplo: “Era no tempo do Rei”, que inicia o
romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de
Almeida, indica a época em que se passa a história.
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Tempo cronológico
É o nome que se dá ao tempo que transcorre na ordem natural dos fatos
no enredo isto e do começo para o final. Está, portanto, ligado ao enredo
linear (que não altera a ordem que os fatos ocorreram); chama-se
cronológico porque é mensurável em horas, dias, meses, anos, séculos.
Para você compreender melhor esta categoria de tempo, pense em uma
história que começa narrando a infância do personagem e depois os
demais fatos de sua vida na ordem em que eles ocorreram: você terá o
tempo cronológico. Isto é o que ocorre na novela de Moacyr Scliar, Max e
os felinos.
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Tempo psicológico
É o nome que se dá ao tempo que transcorre numa ordem determinada
pelo desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens, isto é,
altera a ordem natural dos acontecimentos. Está, portanto, ligado ao
enredo não linear (no qual os acontecimentos estão fora da ordem
natural). Um exemplo de tempo psicológico é o romance de Machado
de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, no qual o narrador, já
defunto, conta seu enterro, depois sua morte, só então conta sua
infância, sua juventude, aos caprichos do “defunto autor”.
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Tempo psicológico
Confira o tempo psicológico neste trecho do livro no qual o personagem
narrador relata seu delírio, pré-morte. Ele conversava com a Natureza,
Pandora, que lhe permite ver o que é a vida do homem:
(...) Isto dizendo, arrebatou-me ao alto de uma montanha. Inclinei os
olhos a uma das vertentes, e contemplei, durante um tempo largo, ao
longe, através de um nevoeiro, uma coisa única. Imagina tu, leitor, uma
redução dos séculos, e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas
as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a
destruição recíproca dos seres e das coisas. (..)
Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos
do delírio são outros, eu via tudo o que passava diante de mim, —
flagelos e delícias,
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Tempo psicológico
Meu olhar, enfarado e distraído, viu enfim chegar o século presente, e
atrás dele os futuros. (...) Re dobrei de atenção; fitei a vista; ia enfim ver
o último— o último! mas então já a rapidez da marcha era tal, que
escapava a toda a compreensão; ao pé dela o relâmpago seria um
século. Talvez por isso entraram os objetos a trocarem-se; uns
cresceram, outros minguaram, outros perderam-se no ambiente; um
nevoeiro cobriu tudo, — menos o hipopótamo que ali me trouxera, e que
aliás começou a diminuir, a diminuir, a diminuir, até ficar do tamanho de
um gato. Era efetivamente um gato. Encarei-o bem; era o meu gato
Sultão, que brincava à porta da alcova, com uma bola de papel...
ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática,
1982. p. 22-3.)
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Narrativa
Narrativa - Tempo
Tempo psicológico
Exemplos:
Sunset Boulevart, 1950
http://www.youtube.com/watch?v=xzYqUpV_B-A
Propaganda da Heineken
Animatic 2012
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Narrativa
Espaço
Espaço é, por definição, o lugar onde se passa a ação numa narrativa.
Se a ação for concentrada, isto é, se houver poucos fatos na história,
ou se o enredo for psicológico, haverá menos variedade de espaços;
pelo contrário, se a narrativa for cheia de peripécias (acontecimentos),
haverá maior afluência de espaços.
O espaço tem como funções principais situar as ações dos
personagens e estabelecer com eles uma interação, quer influenciando
suas atitudes, pensamentos ou emoções, quer sofrendo eventuais
transformações provocadas pelos personagens.
Narrativa - Espaço
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Narrativa
Espaço
Assim como os personagens, o espaço pode ser caracterizado mais
detalhadamente em trechos descritivos, ou as referências espaciais
podem estar diluídas na narração. De qualquer maneira é possível
identificar-lhe as características, por exemplo, espaço fechado ou aberto,
espaço urbano ou rural e assim por diante.
O termo espaço, de um modo geral, só dá conta do lugar físico onde
ocorrem os fatos da história; para designar um “lugar” psicológico, social,
econômico etc., empregamos o termo ambiente.
Narrativa - Tempo
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Narrativa
Espaço
Ambiente
Funções
1.  Situar os personagens no tempo, no espaço, no grupo
social, enfim nas condições em que vivem.
2.  Ser a projeção dos conflitos vividos pelos personagens.
3.  Estar em conflito com os personagens.
4.  Fornecer índices (pistas) para o andamento do enredo.
Narrativa – Espaço - Ambiente
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Narrativa
Espaço
Ambiente
Caracterização – Aspectos Relevantes
1.  época (em que se passa a história);
2.  características físicas (do espaço);
3.  aspectos socioeconômicos;
4.  aspectos psicológicos, morais, religiosos.
Narrativa – Espaço - Ambiente
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Narrativa
Narrador
(Não existe narrativa sem narrador, pois ele é o elemento estruturador da
História.)
Dois são os termos mais usados pelos manuais de análise literária, para
designar a função do narrador na história:
• foco narrativo e
• ponto de vista (do narrador ou da narração).
Tanto um quanto outro referem-se à posição ou perspectiva do narrador
frente aos fatos narrados. Assim, teríamos dois tipos de narrador,
identificados à primeira vista pelo pronome pessoal usado na narração:
• terceira pessoa do singular (ele) ou
• primeira pessoa do singular (eu).
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrador
Terceira pessoa:
Narrador que está fora dos fatos narrados, portanto seu ponto de vista
tende a ser mais imparcial. O narrador em terceira pessoa é conhecido
também pelo nome de narrador observador e suas características
principais são:
• onisciência: o narrador sabe tudo sobre a história;
• onipresença: o narrador está presente em todos os lugares da
história.
Variantes de narrador em terceira pessoa
a) Narrador “intruso” - fala com o leitor ou julga diretamente o
comportamento dos personagens;
b) Narrador “parcial”: se identifica com determinado personagem da história
e, mesmo não o defendendo explicitamente, permite que ele tenha mais
espaço, isto é, maior destaque na história.
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrador
Primeira pessoa ou narrador personagem:
Participa diretamente do enredo como qualquer personagem, portanto tem
seu campo de visão limitada, isto é, não é onipresente, nem onisciente.
No entanto, dependendo do personagem que narra a história, de quando
o faz e de que relação estabelece com o leitor, podemos ter algumas
variantes de narrador personagem.
Variantes do narrador personagem
a)  Narrador testemunha - geralmente não é o personagem principal, mas
narra acontecimentos dos quais participou, ainda que sem grande
destaque;
b)  Narrador protagonista - é o personagem central.
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrador
Primeira pessoa ou narrador personagem:
Participa diretamente do enredo como qualquer personagem, portanto
tem seu campo de visão limitada, isto é, não é onipresente, nem
onisciente. No entanto, dependendo do personagem que narra a
história, de quando o faz e de que relação estabelece com o leitor,
podemos ter algumas variantes de narrador personagem.
Variantes do narrador personagem
a)  Narrador testemunha
b)  Narrador protagonista:
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrador
Primeira pessoa ou narrador personagem:
Narrador testemunha
Geralmente não é o personagem principal, mas narra
acontecimentos dos quais participou, ainda que sem grande
destaque. Um exemplo deste tipo de participação do narrador
personagem é o romance Amor de salvação, de Camilo Castelo
Branco, no qual o narrador é amigo de Afonso de Teive,
personagem principal; do reencontro dos dois depois de alguns
anos decorridos da amizade na época da universidade nasce a
história tentando aproximar o jovem boêmio idealista Afonso do
pai careca e barrigudo, que o narrador vê diante de si.
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrador
Primeira pessoa ou narrador personagem:
Narrador protagonista:
Narrador que também é o personagem central. Por exemplo,
Paulo Honório, narrador do romance São Bernardo, de Graciliano
Ramos, homem duro, que tenta entender a si e a sua vida após a
morte da esposa Madalena; Bento, de Dom casmurro, de
Machado de Assis, célebre por dar sua versão sobre a possível
traição de Capitu, seu grande amor. Nos dois casos tem-se um
narrador que está distante dos fatos narrados e que, portanto,
pode ser mais crítico de si mesmo.
Narrativa – Narrador
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Narrativa
Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem
Tema
Idéia em torno do qual se desenvolve a história.
Assunto
Concretização do tema, isto é, como o tema aparece desenvolvido no enredo.
Mensagem
Pensamento ou conclusão que se pode depreender da história lida ou ouvida.
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Narrativa
Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem
EXEMPLO: Animatic
Tema
Deturpação de valores // Arrependimento no Pós-Morte // Amor e tragédia no
mundo espiritual
Assunto
O espírito de um homem rico e avarento redescobre o amor pela sua esposa
quando ela visita seu túmulo.
Mensagem
O verdadeiro amor é o maior tesouro de um homem // Quem ama o amor
esquece o dinheiro.
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Narrativa
Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem
Co-relação com Parâmetros de produção de Narrativas para Roteirização
Assunto
Situação Dramática
Tema
Mensagem
Premissa Dramática
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Narrativa
Narrativa - Definição
CHATMAN, S.. Story and Discourse: narrative
structure in fiction and film. New York: Cornell
University Press, 1978
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Narrativa
Narrativa – Discurso (Estilo)
QUENEAU, R. Exercícios de Estilo. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1995
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Narrativa
Dalton Trevisan
"Sarnento, aquele cão. Tinha três pernas. Foi mijar. Caiu."
http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html
Narrativa – Discurso (Estilo)
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Narrativa
http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html
* Thomas Bernhard
"Eu estava cansado de ver aquelas caras idiotas, aquele povo imbecil com seu ar
soberbamente idiota, aqueles vienenses enfatuados e idiotas enquanto estava
recostado ao muro, pensava 'como podem os habitantes de um país ser tão
congenitamente, tão irremediavelmente idiotas, é repulsivo', enquanto recostado
ao muro observava o grotesco espetáculo de um cão nojento cheio de feridas,
com uma perna a menos, mancando em direção a um poste idiota, idiota como
cada centímetro quadrado de Viena, eu pensava recostado ao muro 'esse cão
sem perna é igual aos vienenses, todos são cérebros com uma pata a menos,
todos encostam-se no poste para urinar e caem, e rolam no próprio mijo, esses
vienenses tão estúpidos, sarnentos e idiotas', pensava enquanto estava
recostado ao muro e o cão tentava urinar e caía."
Narrativa – Discurso (Estilo)
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Narrativa
http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html
* Clarice Lispector
"Eu era uma cadela de três pernas. E não era. Melhor: eu me era sendo,
obliquamente, desequilibradamente. Me era, vista de fora com a dolorosa
consciência da perna faltante, mas indiferente. E vista de dentro, espessa,
sem compreender, sem nem ao menos tentar. E era também uma perna que
perdeu a cadela. E era o poste, a cadela, a ausência da perna. Tudo se me
era assim tão imóvel, tão docemente sem sentido, tão perna. E eu me era
sendo, vendo o liquido luminoso e amarelado, orelha abrupta colada ao chão.
E a urina se me era, e eu não sei o que digo, e então adoro."
Narrativa – Discurso (Estilo)
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Narrativa
Narrativa – Discurso (Retórica)
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Narrativa
Recursos da Retórica
www.radames.manosso.nom.br/retorica/recursos.htm
A Glossary of Rhetorical Terms with Examples
www.uky.edu/ArtsSciences/Classics/rhetoric.html
Narrativa – Discurso (Retórica)
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Narrativa
Narrativa – Discurso (Retórica)
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O parlamentar XXX é um poço de virtudes.
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Yet Brutus says he was ambitious;
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Shakespeare, Julius Caesar

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Narrativa - Estrutura do Enredo

  • 1. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 1 Narrativa Crédito Os slides desta apresentação foram elaborados por: 1.  André Luiz Battaiola 2.  Flávio Eduardo Martins 3.  Rafael Pereira Dubiela
  • 2. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 2 Narrativa Índice Narrativa Storyline Argumento Roteiro Literário Linguagem Cinematográfica Roteiro Técnico
  • 3. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 3 Narrativa GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991. Narrativa – Livro Base
  • 4. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 4 Narrativa Narrativa - Surgimento EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, 2005
  • 5. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 5 Narrativa Narrativa - Surgimento Narrar é uma manifestação que acompanha o homem desde sua origem. em pedra nos tempos da caverna. Exemplos: • os mitos — histórias das origens (de um povo, de objetos, de lugares) —, transmitidos pelos povos através das gerações, são narrativas; • a Bíblia — livro que condensa, história, filosofia e dogmas do povo cristão compreende muitas narrativas: da origem do homem e da mulher, dos milagres de Jesus etc. Modernamente, poderíamos citar um sem-número de narrativas: novela de TV, filme de cinema, peça de teatro, notícia de jornal, gibi, desenho animado... Muitas são as possibilidades de narrar, oralmente ou por escrito, em prosa ou em verso, usando imagens ou não. GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
  • 6. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 6 Narrativa Narrativa - Surgimento
  • 7. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 7 Narrativa Narrativa - Gêneros 1.  épico: é o gênero narrativo ou de ficção que se estrutura sobre uma história; 2.  lírico: é o gênero ao qual pertence a poesia lírica; 3.  dramático: é o gênero teatral, isto é, aquele que engloba o texto de teatro, uma vez que o espetáculo em si foge à alçada da literatura. GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
  • 8. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 8 Narrativa Narrativa - Gêneros 1.  épico: é o gênero narrativo ou de ficção que se estrutura sobre uma história; 2.  lírico: é o gênero ao qual pertence a poesia lírica; 3.  dramático: é o gênero teatral, isto é, aquele que engloba o texto de teatro, uma vez que o espetáculo em si foge à alçada da literatura. GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991.
  • 9. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 9 Narrativa Narrativa - Gêneros GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. São Paulo: Editora Ática, 1991. O gênero épico recebe tal nome das epopéias (narrativas heróicas em versos), apesar de modernamente este gênero manifestar-se sobretudo em prosa. Neste livro usaremos o termo gênero narrativo por acreditarmos que seja mais pertinente à prosa de ficção. O conceito de ficção merece também um esclarecimento, já que de modo geral as pessoas atribuem a ele um sentido mais limitado: narrativa de ficção científica. Na verdade o termo tem significado mais abrangente: imaginação, invenção. Para os limites deste livro fica estabelecido que literatura de ficção é a narrativa literária em prosa.
  • 10. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 10 Narrativa Narrativa - Tipos 1.  Romance 2.  Novela 3.  Conto 4.  Crônica Complexidade, Conflitos, Tempo, Espaço, Personagens
  • 11. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 11 Narrativa Narrativa - Tipos Romance É uma narrativa longa, que envolve um número considerável de personagens (em relação à novela e ao conto), maior número de conflitos, tempo e espaço mais dilatados. Embora haja romances que datem do século XVI (D. Quijote de La Mancha, de Cervantes, por exemplo), este tipo de narrativa consagrou-se sobretudo no século XIX, assumindo o papel de refletir a sociedade burguesa. Ex: Incidente em Antares, de Érico Veríssimo Podemos classificar o romance quanto a sua temática. Os tipos mais conhecidos são de amor, de aventura, policial, ficção científica, psicológico, pornográfico etc.
  • 12. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 12 Narrativa Narrativa - Tipos Novela É um romance mais curto, isto é, tem um número menor de personagens, conflitos e espaços, ou os tem em igual número ao romance, com a diferença de que a ação no tempo é mais veloz na novela. Difere em muito da novela de TV, a qual tem uma série de casos (intrigas) paralelos e uma infinidade de momentos de clímax. Um exemplo de novela seria Max e os felinos, de Moacyr Scliar, na qual o personagem central, Max, vive muitas aventuras. A passagem do tempo é muito rápida, tornando a leitura agradável.
  • 13. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 13 Narrativa Narrativa - Tipos Conto É uma narrativa mais curta, que tem como característica central condensar conflito, tempo, espaço e reduzir o número de personagens. O conto é um tipo de narrativa tradicional, isto é, já adotado por muitos autores nos séculos XVI e XVII, como Cervantes e Voltaire, mas que hoje é muito apreciado por autores e leitores, ainda que tenha adquirido características diferentes, por exemplo, deixar de lado a intenção moralizante e adotar o fantástico ou o psicológico para elaborar o enredo. Obs.: Tanto o conto quanto a novela podem abordar qualquer tipo de tema
  • 14. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 14 Narrativa Narrativa - Tipos Crônica Por se tratar de um texto híbrido, nem sempre apresenta uma narrativa completa; uma crônica pode contar, comentar, descrever, analisar. De qualquer forma, as características distintivas da crônica são: texto curto, leve, que geralmente aborda temas do cotidiano. Ex: Crônica do Amor, Arnaldo Jabor
  • 15. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 15 Narrativa Narrativa – História EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, XXX
  • 16. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 16 Narrativa Narrativa – Estrutura A estrutura narrativa não é um mero relato de acontecimentos, mas sim a perfeita harmonia entre os elementos narrativos: tempo, espaço, personagens, enredo e narrador. EISNER, W. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, XXX
  • 17. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 17 Narrativa Narrativa - Definição CHATMAN, S.. Story and Discourse: narrative structure in fiction and film. New York: Cornell University Press, 1978
  • 18. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 18 Narrativa Narrativa - Definição Contar histórias é uma atividade praticada por muita gente: pais, filhos, professores, amigos, namorados, avós... Enfim, todos contam-escrevem ou ouvem-lêem toda espécie de narrativa: histórias de fadas, casos, piadas, mentiras, romances, contos, novelas... Assim, a maioria das pessoas é capaz de perceber que toda narrativa tem elementos fundamentais, sem os quais ela não pode existir; tais elementos de certa forma responderiam às seguintes questões: O que aconteceu? Quem viveu os fatos? Como? Onde? Por quê? Em outras palavras, a narrativa é estruturada sobre cinco elementos principais: 1. Enredo 2. Personagens 3. Tempo 4. Espaço 5. Narrador
  • 19. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 19 Narrativa O conjunto dos fatos de uma história é conhecido por muitos nomes: intriga, ação, trama, história. O termo mais largamente difundido é enredo (narrativa textual). Duas são as questões fundamentais a se observar no enredo: • sua estrutura (vale dizer, as partes que o compõem) e • sua natureza ficcional. Narrativa - Enredo
  • 20. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 20 Narrativa Natureza Ficcional: Verossimilhança É a lógica interna do enredo, que o torna verdadeiro para o leitor é, pois, a essência do texto de ficção. Os fatos de uma história não precisam ser verdadeiros, no sentido de corresponderem exatamente a fatos ocorridos no universo exterior ao texto, mas devem ser verossímeis; isto quer dizer que, mesmo sendo inventados, o leitor deve acreditar no que lê. Esta credibilidade advém da organização lógica dos fatos dentro do enredo. Cada fato da história tem uma motivação (causa), nunca é gratuito e sua ocorrência desencadeia inevitavelmente novos fatos (conseqüência). Causa <-> Fato <-> Consequência Narrativa - Enredo
  • 21. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 21 Narrativa Estrutura Para se entender a organização dos fatos no enredo não basta perceber que toda história tem começo, meio e fim; é preciso compreender o elemento estruturador : o conflito. Tomemos como exemplo as histórias infantis, conhecidas por todos; imaginemos Chapeuzinho Vermelho sem Lobo Mau, o Patinho Feio sem a feiúra, a Cinderela sem a meia-noite; teríamos histórias sem graça, porque faltaria a elas o que lhes dá vida e movimento: o conflito. Seja entre dois personagens, seja entre o personagem e o ambiente, o conflito possibilita ao leitor-ouvinte criar expectativa frente aos fatos do enredo. Narrativa - Enredo
  • 22. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 22 Narrativa Conflito É qualquer componente da história (personagens, fatos, ambiente, idéias, emoções) que se opõe a outro, criando uma tensão que organiza os fatos da história e prende a atenção do leitor. Além dos conflitos já mencionados, entre personagens, e entre o personagem e o ambiente, podemos encontrar nas narrativas os conflitos morais, religiosos, econômicos e psicológicos; este último seria o conflito interior de um personagem que vive uma crise emocional. Em geral, o conflito caracteriza as partes do enredo. Narrativa - Enredo
  • 23. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 23 Narrativa Estrutura do Enredo 1.  Exposição 2.  Complicação 3.  Clímax 4.  Desfecho Narrativa - Enredo
  • 24. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 24 Narrativa Estrutura do Enredo 1. Exposição: (ou introdução ou apresentação) coincide geralmente com o começo da história, no qual são apresentados os fatos iniciais, os personagens, às vezes o tempo e o espaço. Enfim, é a parte na qual se situa o leitor diante da história que irá ler. 2. Complicação: (ou desenvolvimento) é a parte do enredo na qual se desenvolve o conflito (ou os conflitos - na verdade pode haver mais de um conflito numa narrativa). Narrativa - Enredo
  • 25. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 25 Narrativa Estrutura do Enredo 3. Clímax: momento culminante da história, isto quer dizer que é o momento de maior tensão, no qual o conflito chega a seu ponto máximo. O clímax é o ponto de referência para as outras partes do enredo, que existem em função dele. 4. Desfecho: (desenlace ou conclusão) é a solução dos conflitos, boa ou má, vale dizer configurando-se num final feliz ou não. Há muitos tipos de desfecho: surpreendente, feliz, trágico, cômico etc. Narrativa - Enredo
  • 26. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 26 Narrativa Exemplo: Pedro pára, pára Pedro Stanislaw Ponte Preta Febeapá. Rio de Janeiro, Sabiá, 1967. v. 2, p. 71. (exposição) Um grupo de gozadores de Aracaju fundava uma associação chamada Clube Sergipano de Penetras, especializado em penetrar em festas sem ser convidado. (complicação) O clube estreou auspiciosamente, comparecendo ao casamento da filha do Governador Lourival Batista, pra comer doce e aceitar croquete oferecido em bandeja. Narrativa - Enredo
  • 27. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 27 Narrativa (clímax) O presidente do clube, universitário Wadson Oliveira, ainda aproveitou a presença do Vice-Presidente Pedro Aleixo nas bodas e pediu a palavra, saudando-o copiosamente, a chamá-lo a cada instante de benemérito do país, grande figura política, ínclito patriota, etc., etc., etc. (desfecho) Dizem que Pedro Aleixo acreditou. Pedro Aleixo foi eleito vice-presidente da república na chapa do marechal Artur da Costa e Silva, pela Aliança Renovadora Nacional, em 3 de outubro de 1966 Narrativa - Enredo
  • 28. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 28 Narrativa Exposição: apresentação do fato inicial — a criação do Clube Sergipano de Penetras; Complicação: as complicações ou o desenvolvimento do fato inicial — a festa de casamento, na qual o clube estréia; Clímax: o ponto culminante da história que coincide com o ápice da festa —o discurso louvatório do presidente do clube; Desfecho: é como termina a história — neste caso há um final irônico, porque o Clube de Penetras tem uma boa recepção, ao contrário do que se pudesse esperar. Narrativa - Enredo
  • 29. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 29 Narrativa Enredo psicológico Para concluir as considerações sobre o enredo, falta-nos falar sobre a narrativa psicológica, na qual os fatos nem sempre são evidentes, porque não equivalem a ações concretas do personagem, mas a movimentos interiores; seriam fatos emocionais que comporiam o enredo psicológico. Excetuando este aspecto, o enredo psicológico se estrutura como o enredo de ação; isto equivale a dizer que tem um conflito, apresenta partes, verossimilhança e, portanto, é passível de análise. Narrativa - Enredo
  • 30. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 30 Narrativa Enredo psicológico Um exemplo de enredo psicológico seria o conto de Clarice Lispector, “Amor”. Uma dona-de-casa entra num bonde com uma sacola de compras, vindo a observar um cego na calçada. Essa visão provoca nela uma série de emoções que compõem o corpo do texto. A narrativa apresenta poucos fatos exteriores e está repleta de fatos psicológicos: Narrativa - Enredo
  • 31. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 31 Narrativa Enredo psicológico (...) Mas os ovos se haviam quebrado no embrulho de jornal. Gemas amarelas e viscosas pingavam entre os fios da rede [sacola]. O cego interrompera a mastigação e avançava as mãos inseguras, tentando inutilmente pegar o que acontecia. O embrulho dos ovos foi jogado fora da rede e, entre os sorrisos dos passageiros e o sinal do condutor, o bonde deu a nova arrancada de partida. Poucos instantes depois já não a olhavam mais. O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para sempre. Mas o mal estava feito. Narrativa - Enredo
  • 32. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 32 Narrativa Enredo psicológico A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar no bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Por quê? Teria esquecido de que havia cegos? A piedade a sufocava, Ana respirava pesadamente. Mesmo as coisas que existiam antes do acontecimento estavam agora de sobreaviso, tinham um ar mais hostil, perecível... O mundo se tornara de novo um mal-estar. Vários anos ruíam, as gemas amarelas escorriam. (...) LYSPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. p. 21. Narrativa - Enredo
  • 33. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 33 Narrativa A personagem ou o personagem é um ser fictício que é responsável pelo desempenho do enredo; em outras palavras, é quem faz a ação. Por mais real que pareça, o personagem é sempre invenção, mesmo quando se constata que determinados personagens são baseados em pessoas reais. O personagem é um ser que pertence à história e que, portanto, só existe como tal se participa efetivamente do enredo, isto é, se age ou fala. Se um determinado ser é mencionado na história por outros personagens mas nada faz direta ou indiretamente, ou não interfere de modo algum no enredo, pode-se não o considerar personagem. Bichos, homens ou coisas (navios, robots, carros, et’s, etc), os personagens se definem no enredo pelo que fazem ou dizem, e pelo julgamento que fazem dele o narrador e os outros personagens. De acordo com estas diretrizes podemos identificar-lhes os caracteres ou características, estejam eles condensados em trecho descritivos ou dispersos na história Narrativa - Personagem
  • 34. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 34 Narrativa Narrativa - Personagem
  • 35. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 35 Narrativa Narrativa - Personagem Classificação dos personagens 1. Quanto ao papel desempenhado no enredo (Arquétipos): a)  Protagonista •  Herói •  Anti-Herói b)  Antagonista 2. Quanto à caracterização: a)  Personagens planos •  Tipo – Jornalista, Sertanejo, Estudante •  Caricatura – Analista de Bagé, Zé Bonitinho, Mineirinho b)  Personagens redondos •  F—características físicas •  P—características psicológicas •  S—características sociais •  I—características ideológicas •  M —características morais
  • 36. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 36 Narrativa Narrativa - Tempo Considerado o tempo fictício, isto é, interno ao texto, entranhado no enredo. Os fatos de um enredo estão ligados ao tempo em vários níveis: 1.  Época em que se passa a história 2.  Duração da história (Tempo Real (Tempo Dramático)) 3.  Tempo cronológico 4.  Tempo psicológico
  • 37. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 37 Narrativa Narrativa - Tempo Época em que se passa a história Constitui o pano de fundo para o enredo. A época da história nem sempre coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita. Um exemplo disso é o romance de Umberto Eco, O Nome da Rosa, que retrata a Idade Média, embora tenha sido escrito e publicado recentemente.
  • 38. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 38 Narrativa Narrativa - Tempo Duração da história Muitas histórias se passam em curto período de tempo, já outras têm um enredo que se estende ao longo de muitos anos. Os contos de um modo geral apresentam uma duração curta em relação aos romances, nos quais o transcurso do tempo é mais dilatado. Como exemplo de duração curta, o conto de Rubem Fonseca, “Feliz Ano Novo” (o livro tem o mesmo nome), cujo enredo se passa em algumas horas na véspera do Ano-Novo. No outro extremo, apresentaríamos os romances Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, ou então O tempo e o vento, de Érico Veríssimo, nos quais se narra a vida de muitas gerações de uma família,
  • 39. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 39 Narrativa Narrativa - Tempo Duração da história Obs.: Para identificar o tempo-época ou a duração, procure fazer um levantamento dos índices de tempo, pois tais referências representam marcações de tempo; por exemplo: “Era no tempo do Rei”, que inicia o romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, indica a época em que se passa a história.
  • 40. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 40 Narrativa Narrativa - Tempo Tempo cronológico É o nome que se dá ao tempo que transcorre na ordem natural dos fatos no enredo isto e do começo para o final. Está, portanto, ligado ao enredo linear (que não altera a ordem que os fatos ocorreram); chama-se cronológico porque é mensurável em horas, dias, meses, anos, séculos. Para você compreender melhor esta categoria de tempo, pense em uma história que começa narrando a infância do personagem e depois os demais fatos de sua vida na ordem em que eles ocorreram: você terá o tempo cronológico. Isto é o que ocorre na novela de Moacyr Scliar, Max e os felinos.
  • 41. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 41 Narrativa Narrativa - Tempo Tempo psicológico É o nome que se dá ao tempo que transcorre numa ordem determinada pelo desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens, isto é, altera a ordem natural dos acontecimentos. Está, portanto, ligado ao enredo não linear (no qual os acontecimentos estão fora da ordem natural). Um exemplo de tempo psicológico é o romance de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, no qual o narrador, já defunto, conta seu enterro, depois sua morte, só então conta sua infância, sua juventude, aos caprichos do “defunto autor”.
  • 42. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 42 Narrativa Narrativa - Tempo Tempo psicológico Confira o tempo psicológico neste trecho do livro no qual o personagem narrador relata seu delírio, pré-morte. Ele conversava com a Natureza, Pandora, que lhe permite ver o que é a vida do homem: (...) Isto dizendo, arrebatou-me ao alto de uma montanha. Inclinei os olhos a uma das vertentes, e contemplei, durante um tempo largo, ao longe, através de um nevoeiro, uma coisa única. Imagina tu, leitor, uma redução dos séculos, e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das coisas. (..) Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos do delírio são outros, eu via tudo o que passava diante de mim, — flagelos e delícias,
  • 43. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 43 Narrativa Narrativa - Tempo Tempo psicológico Meu olhar, enfarado e distraído, viu enfim chegar o século presente, e atrás dele os futuros. (...) Re dobrei de atenção; fitei a vista; ia enfim ver o último— o último! mas então já a rapidez da marcha era tal, que escapava a toda a compreensão; ao pé dela o relâmpago seria um século. Talvez por isso entraram os objetos a trocarem-se; uns cresceram, outros minguaram, outros perderam-se no ambiente; um nevoeiro cobriu tudo, — menos o hipopótamo que ali me trouxera, e que aliás começou a diminuir, a diminuir, a diminuir, até ficar do tamanho de um gato. Era efetivamente um gato. Encarei-o bem; era o meu gato Sultão, que brincava à porta da alcova, com uma bola de papel... ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ática, 1982. p. 22-3.)
  • 44. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 44 Narrativa Narrativa - Tempo Tempo psicológico Exemplos: Sunset Boulevart, 1950 http://www.youtube.com/watch?v=xzYqUpV_B-A Propaganda da Heineken Animatic 2012
  • 45. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 45 Narrativa Espaço Espaço é, por definição, o lugar onde se passa a ação numa narrativa. Se a ação for concentrada, isto é, se houver poucos fatos na história, ou se o enredo for psicológico, haverá menos variedade de espaços; pelo contrário, se a narrativa for cheia de peripécias (acontecimentos), haverá maior afluência de espaços. O espaço tem como funções principais situar as ações dos personagens e estabelecer com eles uma interação, quer influenciando suas atitudes, pensamentos ou emoções, quer sofrendo eventuais transformações provocadas pelos personagens. Narrativa - Espaço
  • 46. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 46 Narrativa Espaço Assim como os personagens, o espaço pode ser caracterizado mais detalhadamente em trechos descritivos, ou as referências espaciais podem estar diluídas na narração. De qualquer maneira é possível identificar-lhe as características, por exemplo, espaço fechado ou aberto, espaço urbano ou rural e assim por diante. O termo espaço, de um modo geral, só dá conta do lugar físico onde ocorrem os fatos da história; para designar um “lugar” psicológico, social, econômico etc., empregamos o termo ambiente. Narrativa - Tempo
  • 47. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 47 Narrativa Espaço Ambiente Funções 1.  Situar os personagens no tempo, no espaço, no grupo social, enfim nas condições em que vivem. 2.  Ser a projeção dos conflitos vividos pelos personagens. 3.  Estar em conflito com os personagens. 4.  Fornecer índices (pistas) para o andamento do enredo. Narrativa – Espaço - Ambiente
  • 48. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 48 Narrativa Espaço Ambiente Caracterização – Aspectos Relevantes 1.  época (em que se passa a história); 2.  características físicas (do espaço); 3.  aspectos socioeconômicos; 4.  aspectos psicológicos, morais, religiosos. Narrativa – Espaço - Ambiente
  • 49. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 49 Narrativa Narrador (Não existe narrativa sem narrador, pois ele é o elemento estruturador da História.) Dois são os termos mais usados pelos manuais de análise literária, para designar a função do narrador na história: • foco narrativo e • ponto de vista (do narrador ou da narração). Tanto um quanto outro referem-se à posição ou perspectiva do narrador frente aos fatos narrados. Assim, teríamos dois tipos de narrador, identificados à primeira vista pelo pronome pessoal usado na narração: • terceira pessoa do singular (ele) ou • primeira pessoa do singular (eu). Narrativa – Narrador
  • 50. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 50 Narrativa Narrador Terceira pessoa: Narrador que está fora dos fatos narrados, portanto seu ponto de vista tende a ser mais imparcial. O narrador em terceira pessoa é conhecido também pelo nome de narrador observador e suas características principais são: • onisciência: o narrador sabe tudo sobre a história; • onipresença: o narrador está presente em todos os lugares da história. Variantes de narrador em terceira pessoa a) Narrador “intruso” - fala com o leitor ou julga diretamente o comportamento dos personagens; b) Narrador “parcial”: se identifica com determinado personagem da história e, mesmo não o defendendo explicitamente, permite que ele tenha mais espaço, isto é, maior destaque na história. Narrativa – Narrador
  • 51. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 51 Narrativa Narrador Primeira pessoa ou narrador personagem: Participa diretamente do enredo como qualquer personagem, portanto tem seu campo de visão limitada, isto é, não é onipresente, nem onisciente. No entanto, dependendo do personagem que narra a história, de quando o faz e de que relação estabelece com o leitor, podemos ter algumas variantes de narrador personagem. Variantes do narrador personagem a)  Narrador testemunha - geralmente não é o personagem principal, mas narra acontecimentos dos quais participou, ainda que sem grande destaque; b)  Narrador protagonista - é o personagem central. Narrativa – Narrador
  • 52. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 52 Narrativa Narrador Primeira pessoa ou narrador personagem: Participa diretamente do enredo como qualquer personagem, portanto tem seu campo de visão limitada, isto é, não é onipresente, nem onisciente. No entanto, dependendo do personagem que narra a história, de quando o faz e de que relação estabelece com o leitor, podemos ter algumas variantes de narrador personagem. Variantes do narrador personagem a)  Narrador testemunha b)  Narrador protagonista: Narrativa – Narrador
  • 53. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 53 Narrativa Narrador Primeira pessoa ou narrador personagem: Narrador testemunha Geralmente não é o personagem principal, mas narra acontecimentos dos quais participou, ainda que sem grande destaque. Um exemplo deste tipo de participação do narrador personagem é o romance Amor de salvação, de Camilo Castelo Branco, no qual o narrador é amigo de Afonso de Teive, personagem principal; do reencontro dos dois depois de alguns anos decorridos da amizade na época da universidade nasce a história tentando aproximar o jovem boêmio idealista Afonso do pai careca e barrigudo, que o narrador vê diante de si. Narrativa – Narrador
  • 54. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 54 Narrativa Narrador Primeira pessoa ou narrador personagem: Narrador protagonista: Narrador que também é o personagem central. Por exemplo, Paulo Honório, narrador do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, homem duro, que tenta entender a si e a sua vida após a morte da esposa Madalena; Bento, de Dom casmurro, de Machado de Assis, célebre por dar sua versão sobre a possível traição de Capitu, seu grande amor. Nos dois casos tem-se um narrador que está distante dos fatos narrados e que, portanto, pode ser mais crítico de si mesmo. Narrativa – Narrador
  • 55. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 55 Narrativa Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem Tema Idéia em torno do qual se desenvolve a história. Assunto Concretização do tema, isto é, como o tema aparece desenvolvido no enredo. Mensagem Pensamento ou conclusão que se pode depreender da história lida ou ouvida.
  • 56. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 56 Narrativa Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem EXEMPLO: Animatic Tema Deturpação de valores // Arrependimento no Pós-Morte // Amor e tragédia no mundo espiritual Assunto O espírito de um homem rico e avarento redescobre o amor pela sua esposa quando ela visita seu túmulo. Mensagem O verdadeiro amor é o maior tesouro de um homem // Quem ama o amor esquece o dinheiro.
  • 57. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 57 Narrativa Narrativa – Tema, Assunto e Mensagem Co-relação com Parâmetros de produção de Narrativas para Roteirização Assunto Situação Dramática Tema Mensagem Premissa Dramática
  • 58. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 58 Narrativa Narrativa - Definição CHATMAN, S.. Story and Discourse: narrative structure in fiction and film. New York: Cornell University Press, 1978
  • 59. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 59 Narrativa Narrativa – Discurso (Estilo) QUENEAU, R. Exercícios de Estilo. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1995
  • 60. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 60 Narrativa Dalton Trevisan "Sarnento, aquele cão. Tinha três pernas. Foi mijar. Caiu." http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html Narrativa – Discurso (Estilo)
  • 61. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 61 Narrativa http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html * Thomas Bernhard "Eu estava cansado de ver aquelas caras idiotas, aquele povo imbecil com seu ar soberbamente idiota, aqueles vienenses enfatuados e idiotas enquanto estava recostado ao muro, pensava 'como podem os habitantes de um país ser tão congenitamente, tão irremediavelmente idiotas, é repulsivo', enquanto recostado ao muro observava o grotesco espetáculo de um cão nojento cheio de feridas, com uma perna a menos, mancando em direção a um poste idiota, idiota como cada centímetro quadrado de Viena, eu pensava recostado ao muro 'esse cão sem perna é igual aos vienenses, todos são cérebros com uma pata a menos, todos encostam-se no poste para urinar e caem, e rolam no próprio mijo, esses vienenses tão estúpidos, sarnentos e idiotas', pensava enquanto estava recostado ao muro e o cão tentava urinar e caía." Narrativa – Discurso (Estilo)
  • 62. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 62 Narrativa http://puragoiaba.blogspot.com/2004/07/exerccios-de-estilo-1.html * Clarice Lispector "Eu era uma cadela de três pernas. E não era. Melhor: eu me era sendo, obliquamente, desequilibradamente. Me era, vista de fora com a dolorosa consciência da perna faltante, mas indiferente. E vista de dentro, espessa, sem compreender, sem nem ao menos tentar. E era também uma perna que perdeu a cadela. E era o poste, a cadela, a ausência da perna. Tudo se me era assim tão imóvel, tão docemente sem sentido, tão perna. E eu me era sendo, vendo o liquido luminoso e amarelado, orelha abrupta colada ao chão. E a urina se me era, e eu não sei o que digo, e então adoro." Narrativa – Discurso (Estilo)
  • 63. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 63 Narrativa Narrativa – Discurso (Retórica)
  • 64. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 64 Narrativa Recursos da Retórica www.radames.manosso.nom.br/retorica/recursos.htm A Glossary of Rhetorical Terms with Examples www.uky.edu/ArtsSciences/Classics/rhetoric.html Narrativa – Discurso (Retórica)
  • 65. U F P R LAI-DI – Dep. Design – André Luiz Battaiola 65 / 65 Narrativa Narrativa – Discurso (Retórica) Ironia O parlamentar XXX é um poço de virtudes. Irony Yet Brutus says he was ambitious; And Brutus is an honorable man. Shakespeare, Julius Caesar