SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA
                                  Eliphas Levi


A grande associação cabalística, conhecida na Europa sob o nome de Maçonaria,
surge de repente no mundo, no momento em que o protesto contra a Igreja acaba
de desmembrar a unidade cristã. Os historiadores desta ordem não sabem
explicar-lhe a origem: uns dão-lhe por mãe uma associação de pedreiros formada
no tempo da construção da catedral de Estrasburgo; outros dão-lhe Cromwell por
fundador, sem entrarem em indagações se os ritos da maçonaria inglesa do tempo
de Cromwell não são organizados contra este chefe da anarquia puritana; há
ignorantes que atribuem aos jesuítas, senão a fundação ao menos a continuação
e a direção desta sociedade muito tempo secular e sempre misteriosa. À parte
esta última opinião, que se refuta por si mesma, podem se conciliar todas as
outras, dizendo que os irmãos maçons pediram aos construtores da catedral de
Estrasburgo seu nome e os emblemas de sua arte, que eles se organizaram pela
primeira vez publicamente na Inglaterra, a favor das instituições radicais e a
despeito do despotismo de Cromwell. Pode-se ajuntar que eles tiveram os
templários por modelos, os rosa-cruzes por pais e os joanitas por antepassados.
Seu dogma é o de Zozoastro e de Hermes, sua regra é a iniciação progressiva,
seu princípio a igualdade regulada pela hierarquia e a fraternidade universal; são
os continuadores da escola de Alexandria, herdeiros de todas as iniciações
antigas; são os depositários dos segredos do Apocalipse e do Zohar; o objeto de
seu culto é a verdade representada pela luz; eles toleram todas as crenças e não
professam senão uma só e mesma filosofia; eles não procuram senão a verdade,
não ensinam senão a realidade e querem chamar progressivamente todas os
inteligências à razão. O fim alegórico da maçonaria é a reconstrução do templo de
Salomão; o fim real é a reconstituição da unidade social pela aliança da razão e da
fé, e o restabelecimento da hierarquia, conforme a ciência e a virtude, com a
iniciação e as provas por graus. Nada é mais belo, está se vendo, nada é maior do
que estas idéias e estas tendências; infelizmente as doutrinas da unidade e a
submissão à hierarquia não se conservaram na maçonaria universal; houve logo
aí uma maçonaria dissidente, oposta à maçonaria ortodoxa, e as maiores
calamidades da revolução francesa foram o resultado desta cisão.



A LENDA DE HIRAM

Os franco-maçons tiveram sua lenda secreta; é a de Hiram, completada pela de
Ciro e de Zorobabel. Eis a lenda de Hiram: Quando Salomão mandou construir o
templo, confiou seus planos a um arquiteto chamado Hiram. Este arquiteto, para
por ordem nos trabalhos, dividiu os trabalhadores segundo sua habilidade e como
era grande o número deles, a fim de reconhecê-los, quer para empregá-los
segundo seu mérito, quer para remunerá-Ios segundo seu trabalho, ele deu a
cada categoria de aprendizes, de companheiros e aos mestres palavras de passe
e senhas particulares... Três companheiras quiseram usurpar a posição de
mestres, sem o devido merecimento; puseram-se de emboscada nas três portas
principais do templo, e quando Hiram se apresentou para sair, um dos


                             www.trocadelivros.kit.net                            1
ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA
                                  Eliphas Levi

companheiros pediu-lhe a palavra de ordem dos mestres, ameaçando-o com sua
régua. Hiram lhe respondeu: "Não foi assim que recebi a palavra que me pedis." O
companheiro furioso bateu em Híram com sua régua fazendo-lhe uma primeira
ferida. Hiram correu a uma outra porta, onde encontrou o segundo companheiro;
mesma pergunta, a mesma resposta, e esta vez Hiram foi ferido com um
esquadro, dizem outros com uma alavanca. Na terceira porta estava o terceiro
assassino que abateu o mestre com uma machadinha.
Estes três companheiros esconderam em seguida o cadáver sob um montão de
escombros, e plantaram sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia,
fugindo depois como Caim após a morte de Abel. Salomão, porém, não vendo
regressar seu arquiteto, despachou nove mestres para procurá-lo; o ramo de
acácia lhes revelou o cadáver, eles o tiraram de sob os escombros e como lá
havia ficado bastante tempo, eles exclamaram, levantando-o: Mach Benach o que
significa: a carne solta-se dos ossos. A Hiram foram prestadas as últimas honras,
mandando depois Salomão 27 mestres à cata dos assassinos. O primeiro foi
surpreendido numa caverna: perto dele ardia uma lâmpada, corria um regato a
seus pés e para sua defesa achava-se a seu lado um punhal. O mestre que
penetrou na caverna e reconheceu o assassino, tomou o punhal e feriu-o gritando:
Nekun palavra que quer dizer vingança; sua cabeça foi levada a Salomão que
estremeceu ao vê-la e disse ao que tinha assassinado: "Desgraçado, não sabias
tu que eu me reservava o direito de punir?" Então todos os mestres se ajoelharam
e pediram perdão para aquele cujo zelo o levara tão longe. O segundo assassino
foi traído por um homem que lhe dera asilo; ele se escondera num rochedo perto
de um espinheiro ardente, sobre o qual brilhava um arco-íris; ao seu lado achava-
se deitado um cão cuja vigilância os mestres enganaram; pegaram o criminoso,
amarraram-no e o conduziram-no a Jerusalém onde sofreu o último suplício. O
terceiro foi morto por um leão que foi preciso vencer para apoderar-se do cadáver;
outras versões dizem que ele se defendeu a machadadas contra os mestres que
chegaram enfim a desarmá-lo e o levaram a Salomão que lhe fez expiar seu
crime. Tal é a primeira lenda; eis agora a explicação. Salomão é a persondicação
da ciência e da sabedoria supremas. O templo é a realização e a figura do reino
hierárquico da verdade e da razão sobre a terra. Hiram é o homem que chegou ao
domínio pela ciência e pela sabedoria. Ele governa pela justiça e pela ordem,
dando a cada um segundo suas obras.
Cada grau da ordem possui uma palavra que lhe exprime a inteligência. Não há
senão uma palavra para Hiram, mas esta palavra pronuncia-se de três maneiras
diferentes. De um modo para os aprendizes, e pronunciada por eles significa
natureza e explica-se pelo trabalho. De outro modo pelos companheiros e entre
eles significa pensamento explicando-se pelo estudo. De outro modo para os
mestres e em sua boca significa verdade, palavra que se explica pela sabedoria.
Esta palavra é a de que servem para designar Deus, cujo verdadeiro nome é
indizível e incomunicável. Assim há três graus na hierarquia como bá três portas
no templo. Há três raios na luz. Há três forças na natureza. Estas forças são
figuradas pela régua que une, a alavanca que levanta e a machadinha que firma.
A rebelião dos instintos brutais, contra a aristocracia hierática da sabedoria, arma-
se sucessivamente destas três forças que ela desvia da harmonia. Há três


                              www.trocadelivros.kit.net                             2
ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA
                                  Eliphas Levi

rebeldes típicos: O rebelde à natureza; o rebelde à ciência; o rebelde à verdade.
Eles eram figurados no inferno dos antigos pelas três cabeças de Cérbero. Eles
são figurados na Bíblia por Coié, Dathan e Abiron. Na lenda maçonica, eles são
designados por nomes que variam segundo as ritos. O primeiro que se chama
ordinariamente Abiran ou assassino de Hirain, fere o grão-mestre com a régua. É
a história do justo que se mata, em nome da lei, pelas pai xões humanas. O
Segundo, chamado Mephiboseth, do nome de um pretendente ridículo e enfermo
à realeza de Davi, fere Hiram com a alavanca ou a esquadria.
É assim que a alavanca popular ou a esquadria de uma louca igualdade toma-se o
instrumento da tirania entre as mãos da multidão e atenta, mais infelizmente ainda
do que a régua, à realeza da sabedoria e da virtude. O terceiro enfim acaba com
Hiram com a machadinha, Como fazem os instintos brutais quando querem fazer a
ordem em nome da violência e do medo, abafando a inteligência. O ramo de
acácia sobre o túmulo de Hiram é como a cruz sobre nossos altares. É o sinal da
ciência que sobreve à ciência; é o raio verde que anuncia uma outra primavera.
Quando os homens perturbam assim a ordem da natureza, a Providência intervém
para restabelecê-la, como Salomão para vingar a morte de Hiram. Aquele que
assassinou com a régua, morre pelo punhal. Aquele que feriu com a alavanca ou a
esquadria, morrerá sob o machado da lei. É a sentença eterna dos regicidas.
Aquele que triunfou pela machadinha, cairá vítima da força de que abusou e será
estrangulado pelo leão. O assassino pela régua é denunciado pela lâmpada
mesma que o esclarece e pela fonte onde bebe , isto é, a ele será aplicada a pena
de talião. O assassino pela alavanca será surpreendido quando sua vigilância for
deficiente como um cão adormecido e será entregue por seus cúmplices; porque a
anarquia é a mãe da traição. O leão que devora o assassino pela machadinha, é
uma das formas da esfinge de Édipo. E aquele que vencer o leão merecerá
suceder a Hiram na sua dignidade. ' O cadáier putrefatu de Hiram mostra que as
formas mudam, mas que o espírito fica. A fonte de água que corre perto do
primeiro fascínora lembra D dilúvio que puniu os crimes contra a natureza. O
espinheiro ardente e o arco-íris que fazem descobrir o Segundo assassino,
representam a luz e a vida, denunciando os atentados contra o pensamento.
Enfim o leão vencido representa o trinunfo do espírito sobre a matéria e a
submissio definitiva da força à inteligência. Desde o começo do trabalho do
espírito para edificar o templo da unidade, Hiram foi morto muitas vezes e
ressuscita sempre. É Adonis morto pelo javali; é Osíris assassinado por Tífon. É
Pitágoras proscrito, é Orfeu despedaçado pelas bacantes, é Moisés abandonado
nas cavernas do Monte Neba, é Jesus morto por Caifás, Judas e Pilatos. Os
verdadeiros maçõns são pois os que persistem em querer construir. o templo,
segundo o plano iÍe Hirain. Tal é a grande e principal lenda da maçonaria; as
outras são menos belas e menos profundas, luas não pensamos dever divulgar-
se-lue os mistérios, e se bem que não tenhamos recebido a iniciação senão de
Deus e de nossos trabalhos, consideramos o segredo da alta maçonaria como o
nosso. Chegado por nossos esforços a um gráu científico que nos impõe silêncio,
não nos julgamos melhor empenhados por nossas convicções do que por um
juramento. A ciência é uma nobreza que obriga e não desmerecemos a coroa
principesca dos rosa-cruzes. Nós não cremos também na ressurreição de Hiram.


                             www.trocadelivros.kit.net                           3
ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA
                                  Eliphas Levi

Os ritos da maçonaria são destinados a transmitir a lembrança das lendas da
iniciação e a conservá-la entre nossos irmãos. Pergmita-nos-ào talvez como, se a
maçonaria é tão sublime e tão santa, pôde ela ser proscrita e tantas vezes
condenada pela igreja. Já respondemos a esta questão, falando das cisões e das
profanações da maçonaria. A maçonaria é a gnose e os falsos gnóstieos fizeram
condenar os verdadeiros. O que os obriga a esconder-se, não é o temor da luz, a
luz é o que eles querem, o que eles procuram, o que eles adoram. Mas eles
temem os profanadores, isto é, os falsos intérpretes, os caluniadores, os céticos
de sorriso estúpido, os inimigos de toda crença e de toda moralidade. Em nosso
tempo aliás um grande numero de homens que se julgam francos-maçons,
ignoram o sentido que seus ritos e perderam a chave de seus mistérios.
Eles não compreendem mesmo mais seus quadros simbólicos, e não entendem
mais nada dos sinais hieroglíiicos com que são pintados os tapetes de suas lojas.
Estes quadros e estes sinais são páginas do livro da ciência absoluta e universal.
Podem ser lidas com o auxílio das chaves cabalísticas e não têm nada de oculto
para o iniciado que possui as clavículas de Salomão. A maçonaria foi não somente
profanada mas serviu mesmo de véu e de pretexto às cabalas da anarquia, pela
influência oculta dos vingadores de Jaques de Molay, e dos continuadores da obra
cismática do templo. Em lugar de vingar a morte de Hiram, vingaram-se seus
assassinos. Os anarquistas retomaram a régua, o esquadro e a malheta e em
cima escreveram liberdade, igualdade e fraternidade. Isto é, liberdade para as
cobiças, igualdade na baixeza e fraternidade para destruir. Eis os homens que a
Igreja condenou justamente e que condenará sempre.

                                                         Texto retirado da Internet




                             www.trocadelivros.kit.net                            4

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

The Major Extraterrestrial Races
The Major Extraterrestrial RacesThe Major Extraterrestrial Races
The Major Extraterrestrial RacesRick Jordan
 
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdf
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdfZagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdf
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdfStripovizijacom
 
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)Tompa *
 
Zagor ludens 283-uskrsnuce
Zagor ludens 283-uskrsnuceZagor ludens 283-uskrsnuce
Zagor ludens 283-uskrsnuceStripovizijacom
 
0769. OPKLADA ZA STRAH
0769. OPKLADA ZA STRAH0769. OPKLADA ZA STRAH
0769. OPKLADA ZA STRAHTompa *
 
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022Karol Vargas
 
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARITompa *
 
TTF.WB.VOL2.06
TTF.WB.VOL2.06TTF.WB.VOL2.06
TTF.WB.VOL2.06Arcee327
 
Minna no Nihongo chuukyuu_i_script_kaitou
Minna no Nihongo  chuukyuu_i_script_kaitouMinna no Nihongo  chuukyuu_i_script_kaitou
Minna no Nihongo chuukyuu_i_script_kaitouArtur Filipe Segumdo
 
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaA Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaIgreja Adventista do Sétimo Dia
 
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)Renata Carvalho Silva
 
Suzuki Piano School Volume 5 New International Edition
Suzuki Piano School Volume 5 New International EditionSuzuki Piano School Volume 5 New International Edition
Suzuki Piano School Volume 5 New International EditionQAZ123WSX456
 
Marti Misterija VC 007 - Veliki Hudini
Marti Misterija VC 007 - Veliki HudiniMarti Misterija VC 007 - Veliki Hudini
Marti Misterija VC 007 - Veliki HudiniStripovizijacom
 
Zs 1065 zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)
Zs 1065   zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)Zs 1065   zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)
Zs 1065 zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)zoran radovic
 
Zs 0909 zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)
Zs 0909   zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)Zs 0909   zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)
Zs 0909 zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)zoran radovic
 
O pecado imperdoável - Palestra 23
O pecado imperdoável - Palestra 23O pecado imperdoável - Palestra 23
O pecado imperdoável - Palestra 23Rogerio Sena
 
TTF.DRT-EOS.01
TTF.DRT-EOS.01TTF.DRT-EOS.01
TTF.DRT-EOS.01Arcee327
 
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)Darul Amal Chishtia
 
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaO Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaIgreja Adventista do Sétimo Dia
 

Mais procurados (20)

The Major Extraterrestrial Races
The Major Extraterrestrial RacesThe Major Extraterrestrial Races
The Major Extraterrestrial Races
 
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdf
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdfZagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdf
Zagor - VC 170 - Senke nad brodom Golden bejbi.pdf
 
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)
AMERIČKA ODISEJA GIGANT (U BOJI)
 
Zagor ludens 283-uskrsnuce
Zagor ludens 283-uskrsnuceZagor ludens 283-uskrsnuce
Zagor ludens 283-uskrsnuce
 
0769. OPKLADA ZA STRAH
0769. OPKLADA ZA STRAH0769. OPKLADA ZA STRAH
0769. OPKLADA ZA STRAH
 
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022
Catálogo Oriflame Costa Rica Agosto 2022
 
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI
009. ZAGOR - GRAD U MOČVARI
 
TTF.WB.VOL2.06
TTF.WB.VOL2.06TTF.WB.VOL2.06
TTF.WB.VOL2.06
 
Minna no Nihongo chuukyuu_i_script_kaitou
Minna no Nihongo  chuukyuu_i_script_kaitouMinna no Nihongo  chuukyuu_i_script_kaitou
Minna no Nihongo chuukyuu_i_script_kaitou
 
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaA Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
A Nova Terra - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
 
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)
Ritual do grau 31 da maçonaria ( grande inspetor inquisidor comendador)
 
Suzuki Piano School Volume 5 New International Edition
Suzuki Piano School Volume 5 New International EditionSuzuki Piano School Volume 5 New International Edition
Suzuki Piano School Volume 5 New International Edition
 
Marti Misterija VC 007 - Veliki Hudini
Marti Misterija VC 007 - Veliki HudiniMarti Misterija VC 007 - Veliki Hudini
Marti Misterija VC 007 - Veliki Hudini
 
Zs 1065 zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)
Zs 1065   zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)Zs 1065   zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)
Zs 1065 zagor - potop u darkvudu (scanturion & delfin & emeri)(5 mb)
 
Lms 749 - kit teler - opasan plan
Lms   749 - kit teler - opasan planLms   749 - kit teler - opasan plan
Lms 749 - kit teler - opasan plan
 
Zs 0909 zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)
Zs 0909   zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)Zs 0909   zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)
Zs 0909 zagor - zmajevo grotlo (scanturion & folpi & emeri)(5 mb)
 
O pecado imperdoável - Palestra 23
O pecado imperdoável - Palestra 23O pecado imperdoável - Palestra 23
O pecado imperdoável - Palestra 23
 
TTF.DRT-EOS.01
TTF.DRT-EOS.01TTF.DRT-EOS.01
TTF.DRT-EOS.01
 
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)
Monthly Khazina-e-Ruhaniyaat August'22 (Vol.13, Issue 4)
 
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja AdventistaO Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
O Santuário de Deus - Ouvindo a Voz de Deus, Estudo Bíblico, Igreja Adventista
 

Destaque

Melodias Dos Mundos Superiores
Melodias Dos Mundos SuperioresMelodias Dos Mundos Superiores
Melodias Dos Mundos SuperioresHOME
 
24. meditación. pgr. 2016
24. meditación. pgr. 201624. meditación. pgr. 2016
24. meditación. pgr. 2016fomtv
 
Separata zohar - arnaldo niskier
Separata   zohar - arnaldo niskier Separata   zohar - arnaldo niskier
Separata zohar - arnaldo niskier Ana Infante
 
114. transfiguración, pgr.2016
114. transfiguración, pgr.2016114. transfiguración, pgr.2016
114. transfiguración, pgr.2016fomtv
 
O livro dos segredos
O livro dos segredosO livro dos segredos
O livro dos segredosMarco Pinto
 
Curso rosacruz grau onze alquimista
Curso rosacruz grau onze alquimistaCurso rosacruz grau onze alquimista
Curso rosacruz grau onze alquimistaItanimulli
 

Destaque (8)

Melodias Dos Mundos Superiores
Melodias Dos Mundos SuperioresMelodias Dos Mundos Superiores
Melodias Dos Mundos Superiores
 
24. meditación. pgr. 2016
24. meditación. pgr. 201624. meditación. pgr. 2016
24. meditación. pgr. 2016
 
Dicionário alquimico
Dicionário alquimicoDicionário alquimico
Dicionário alquimico
 
Separata zohar - arnaldo niskier
Separata   zohar - arnaldo niskier Separata   zohar - arnaldo niskier
Separata zohar - arnaldo niskier
 
55215881 gabirol-s-a-cabala
55215881 gabirol-s-a-cabala55215881 gabirol-s-a-cabala
55215881 gabirol-s-a-cabala
 
114. transfiguración, pgr.2016
114. transfiguración, pgr.2016114. transfiguración, pgr.2016
114. transfiguración, pgr.2016
 
O livro dos segredos
O livro dos segredosO livro dos segredos
O livro dos segredos
 
Curso rosacruz grau onze alquimista
Curso rosacruz grau onze alquimistaCurso rosacruz grau onze alquimista
Curso rosacruz grau onze alquimista
 

Semelhante a Eliphas levi a origem mágica da maçonaria

Ataque e defesa astral marcelo ramos mota
Ataque e defesa astral   marcelo ramos motaAtaque e defesa astral   marcelo ramos mota
Ataque e defesa astral marcelo ramos motaPaulo Russel
 
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdf
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdfDos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdf
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdfGlaucoRodriguesCampo
 
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdf
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdfMaçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdf
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdfWagnerDaCruz2
 
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2Correios
 
História Básica da Magia
História Básica da MagiaHistória Básica da Magia
História Básica da MagiaPedro Henrique
 

Semelhante a Eliphas levi a origem mágica da maçonaria (6)

Carta a um maçon
Carta a um maçonCarta a um maçon
Carta a um maçon
 
Ataque e defesa astral marcelo ramos mota
Ataque e defesa astral   marcelo ramos motaAtaque e defesa astral   marcelo ramos mota
Ataque e defesa astral marcelo ramos mota
 
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdf
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdfDos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdf
Dos Delitos e Das Penas - Beccaria.pdf
 
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdf
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdfMaçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdf
Maçonaria e o Rito Brasileiro.pdf.pdf
 
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2
Aos efésios ontem, aos brasilienses hoje v2
 
História Básica da Magia
História Básica da MagiaHistória Básica da Magia
História Básica da Magia
 

Eliphas levi a origem mágica da maçonaria

  • 1. ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA Eliphas Levi A grande associação cabalística, conhecida na Europa sob o nome de Maçonaria, surge de repente no mundo, no momento em que o protesto contra a Igreja acaba de desmembrar a unidade cristã. Os historiadores desta ordem não sabem explicar-lhe a origem: uns dão-lhe por mãe uma associação de pedreiros formada no tempo da construção da catedral de Estrasburgo; outros dão-lhe Cromwell por fundador, sem entrarem em indagações se os ritos da maçonaria inglesa do tempo de Cromwell não são organizados contra este chefe da anarquia puritana; há ignorantes que atribuem aos jesuítas, senão a fundação ao menos a continuação e a direção desta sociedade muito tempo secular e sempre misteriosa. À parte esta última opinião, que se refuta por si mesma, podem se conciliar todas as outras, dizendo que os irmãos maçons pediram aos construtores da catedral de Estrasburgo seu nome e os emblemas de sua arte, que eles se organizaram pela primeira vez publicamente na Inglaterra, a favor das instituições radicais e a despeito do despotismo de Cromwell. Pode-se ajuntar que eles tiveram os templários por modelos, os rosa-cruzes por pais e os joanitas por antepassados. Seu dogma é o de Zozoastro e de Hermes, sua regra é a iniciação progressiva, seu princípio a igualdade regulada pela hierarquia e a fraternidade universal; são os continuadores da escola de Alexandria, herdeiros de todas as iniciações antigas; são os depositários dos segredos do Apocalipse e do Zohar; o objeto de seu culto é a verdade representada pela luz; eles toleram todas as crenças e não professam senão uma só e mesma filosofia; eles não procuram senão a verdade, não ensinam senão a realidade e querem chamar progressivamente todas os inteligências à razão. O fim alegórico da maçonaria é a reconstrução do templo de Salomão; o fim real é a reconstituição da unidade social pela aliança da razão e da fé, e o restabelecimento da hierarquia, conforme a ciência e a virtude, com a iniciação e as provas por graus. Nada é mais belo, está se vendo, nada é maior do que estas idéias e estas tendências; infelizmente as doutrinas da unidade e a submissão à hierarquia não se conservaram na maçonaria universal; houve logo aí uma maçonaria dissidente, oposta à maçonaria ortodoxa, e as maiores calamidades da revolução francesa foram o resultado desta cisão. A LENDA DE HIRAM Os franco-maçons tiveram sua lenda secreta; é a de Hiram, completada pela de Ciro e de Zorobabel. Eis a lenda de Hiram: Quando Salomão mandou construir o templo, confiou seus planos a um arquiteto chamado Hiram. Este arquiteto, para por ordem nos trabalhos, dividiu os trabalhadores segundo sua habilidade e como era grande o número deles, a fim de reconhecê-los, quer para empregá-los segundo seu mérito, quer para remunerá-Ios segundo seu trabalho, ele deu a cada categoria de aprendizes, de companheiros e aos mestres palavras de passe e senhas particulares... Três companheiras quiseram usurpar a posição de mestres, sem o devido merecimento; puseram-se de emboscada nas três portas principais do templo, e quando Hiram se apresentou para sair, um dos www.trocadelivros.kit.net 1
  • 2. ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA Eliphas Levi companheiros pediu-lhe a palavra de ordem dos mestres, ameaçando-o com sua régua. Hiram lhe respondeu: "Não foi assim que recebi a palavra que me pedis." O companheiro furioso bateu em Híram com sua régua fazendo-lhe uma primeira ferida. Hiram correu a uma outra porta, onde encontrou o segundo companheiro; mesma pergunta, a mesma resposta, e esta vez Hiram foi ferido com um esquadro, dizem outros com uma alavanca. Na terceira porta estava o terceiro assassino que abateu o mestre com uma machadinha. Estes três companheiros esconderam em seguida o cadáver sob um montão de escombros, e plantaram sobre este túmulo improvisado um ramo de acácia, fugindo depois como Caim após a morte de Abel. Salomão, porém, não vendo regressar seu arquiteto, despachou nove mestres para procurá-lo; o ramo de acácia lhes revelou o cadáver, eles o tiraram de sob os escombros e como lá havia ficado bastante tempo, eles exclamaram, levantando-o: Mach Benach o que significa: a carne solta-se dos ossos. A Hiram foram prestadas as últimas honras, mandando depois Salomão 27 mestres à cata dos assassinos. O primeiro foi surpreendido numa caverna: perto dele ardia uma lâmpada, corria um regato a seus pés e para sua defesa achava-se a seu lado um punhal. O mestre que penetrou na caverna e reconheceu o assassino, tomou o punhal e feriu-o gritando: Nekun palavra que quer dizer vingança; sua cabeça foi levada a Salomão que estremeceu ao vê-la e disse ao que tinha assassinado: "Desgraçado, não sabias tu que eu me reservava o direito de punir?" Então todos os mestres se ajoelharam e pediram perdão para aquele cujo zelo o levara tão longe. O segundo assassino foi traído por um homem que lhe dera asilo; ele se escondera num rochedo perto de um espinheiro ardente, sobre o qual brilhava um arco-íris; ao seu lado achava- se deitado um cão cuja vigilância os mestres enganaram; pegaram o criminoso, amarraram-no e o conduziram-no a Jerusalém onde sofreu o último suplício. O terceiro foi morto por um leão que foi preciso vencer para apoderar-se do cadáver; outras versões dizem que ele se defendeu a machadadas contra os mestres que chegaram enfim a desarmá-lo e o levaram a Salomão que lhe fez expiar seu crime. Tal é a primeira lenda; eis agora a explicação. Salomão é a persondicação da ciência e da sabedoria supremas. O templo é a realização e a figura do reino hierárquico da verdade e da razão sobre a terra. Hiram é o homem que chegou ao domínio pela ciência e pela sabedoria. Ele governa pela justiça e pela ordem, dando a cada um segundo suas obras. Cada grau da ordem possui uma palavra que lhe exprime a inteligência. Não há senão uma palavra para Hiram, mas esta palavra pronuncia-se de três maneiras diferentes. De um modo para os aprendizes, e pronunciada por eles significa natureza e explica-se pelo trabalho. De outro modo pelos companheiros e entre eles significa pensamento explicando-se pelo estudo. De outro modo para os mestres e em sua boca significa verdade, palavra que se explica pela sabedoria. Esta palavra é a de que servem para designar Deus, cujo verdadeiro nome é indizível e incomunicável. Assim há três graus na hierarquia como bá três portas no templo. Há três raios na luz. Há três forças na natureza. Estas forças são figuradas pela régua que une, a alavanca que levanta e a machadinha que firma. A rebelião dos instintos brutais, contra a aristocracia hierática da sabedoria, arma- se sucessivamente destas três forças que ela desvia da harmonia. Há três www.trocadelivros.kit.net 2
  • 3. ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA Eliphas Levi rebeldes típicos: O rebelde à natureza; o rebelde à ciência; o rebelde à verdade. Eles eram figurados no inferno dos antigos pelas três cabeças de Cérbero. Eles são figurados na Bíblia por Coié, Dathan e Abiron. Na lenda maçonica, eles são designados por nomes que variam segundo as ritos. O primeiro que se chama ordinariamente Abiran ou assassino de Hirain, fere o grão-mestre com a régua. É a história do justo que se mata, em nome da lei, pelas pai xões humanas. O Segundo, chamado Mephiboseth, do nome de um pretendente ridículo e enfermo à realeza de Davi, fere Hiram com a alavanca ou a esquadria. É assim que a alavanca popular ou a esquadria de uma louca igualdade toma-se o instrumento da tirania entre as mãos da multidão e atenta, mais infelizmente ainda do que a régua, à realeza da sabedoria e da virtude. O terceiro enfim acaba com Hiram com a machadinha, Como fazem os instintos brutais quando querem fazer a ordem em nome da violência e do medo, abafando a inteligência. O ramo de acácia sobre o túmulo de Hiram é como a cruz sobre nossos altares. É o sinal da ciência que sobreve à ciência; é o raio verde que anuncia uma outra primavera. Quando os homens perturbam assim a ordem da natureza, a Providência intervém para restabelecê-la, como Salomão para vingar a morte de Hiram. Aquele que assassinou com a régua, morre pelo punhal. Aquele que feriu com a alavanca ou a esquadria, morrerá sob o machado da lei. É a sentença eterna dos regicidas. Aquele que triunfou pela machadinha, cairá vítima da força de que abusou e será estrangulado pelo leão. O assassino pela régua é denunciado pela lâmpada mesma que o esclarece e pela fonte onde bebe , isto é, a ele será aplicada a pena de talião. O assassino pela alavanca será surpreendido quando sua vigilância for deficiente como um cão adormecido e será entregue por seus cúmplices; porque a anarquia é a mãe da traição. O leão que devora o assassino pela machadinha, é uma das formas da esfinge de Édipo. E aquele que vencer o leão merecerá suceder a Hiram na sua dignidade. ' O cadáier putrefatu de Hiram mostra que as formas mudam, mas que o espírito fica. A fonte de água que corre perto do primeiro fascínora lembra D dilúvio que puniu os crimes contra a natureza. O espinheiro ardente e o arco-íris que fazem descobrir o Segundo assassino, representam a luz e a vida, denunciando os atentados contra o pensamento. Enfim o leão vencido representa o trinunfo do espírito sobre a matéria e a submissio definitiva da força à inteligência. Desde o começo do trabalho do espírito para edificar o templo da unidade, Hiram foi morto muitas vezes e ressuscita sempre. É Adonis morto pelo javali; é Osíris assassinado por Tífon. É Pitágoras proscrito, é Orfeu despedaçado pelas bacantes, é Moisés abandonado nas cavernas do Monte Neba, é Jesus morto por Caifás, Judas e Pilatos. Os verdadeiros maçõns são pois os que persistem em querer construir. o templo, segundo o plano iÍe Hirain. Tal é a grande e principal lenda da maçonaria; as outras são menos belas e menos profundas, luas não pensamos dever divulgar- se-lue os mistérios, e se bem que não tenhamos recebido a iniciação senão de Deus e de nossos trabalhos, consideramos o segredo da alta maçonaria como o nosso. Chegado por nossos esforços a um gráu científico que nos impõe silêncio, não nos julgamos melhor empenhados por nossas convicções do que por um juramento. A ciência é uma nobreza que obriga e não desmerecemos a coroa principesca dos rosa-cruzes. Nós não cremos também na ressurreição de Hiram. www.trocadelivros.kit.net 3
  • 4. ORIGENS MÁGICAS DA MAÇONARIA Eliphas Levi Os ritos da maçonaria são destinados a transmitir a lembrança das lendas da iniciação e a conservá-la entre nossos irmãos. Pergmita-nos-ào talvez como, se a maçonaria é tão sublime e tão santa, pôde ela ser proscrita e tantas vezes condenada pela igreja. Já respondemos a esta questão, falando das cisões e das profanações da maçonaria. A maçonaria é a gnose e os falsos gnóstieos fizeram condenar os verdadeiros. O que os obriga a esconder-se, não é o temor da luz, a luz é o que eles querem, o que eles procuram, o que eles adoram. Mas eles temem os profanadores, isto é, os falsos intérpretes, os caluniadores, os céticos de sorriso estúpido, os inimigos de toda crença e de toda moralidade. Em nosso tempo aliás um grande numero de homens que se julgam francos-maçons, ignoram o sentido que seus ritos e perderam a chave de seus mistérios. Eles não compreendem mesmo mais seus quadros simbólicos, e não entendem mais nada dos sinais hieroglíiicos com que são pintados os tapetes de suas lojas. Estes quadros e estes sinais são páginas do livro da ciência absoluta e universal. Podem ser lidas com o auxílio das chaves cabalísticas e não têm nada de oculto para o iniciado que possui as clavículas de Salomão. A maçonaria foi não somente profanada mas serviu mesmo de véu e de pretexto às cabalas da anarquia, pela influência oculta dos vingadores de Jaques de Molay, e dos continuadores da obra cismática do templo. Em lugar de vingar a morte de Hiram, vingaram-se seus assassinos. Os anarquistas retomaram a régua, o esquadro e a malheta e em cima escreveram liberdade, igualdade e fraternidade. Isto é, liberdade para as cobiças, igualdade na baixeza e fraternidade para destruir. Eis os homens que a Igreja condenou justamente e que condenará sempre. Texto retirado da Internet www.trocadelivros.kit.net 4