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Trabalho realizado pelas posgraduandas Josiane S. Martins Carvalho e Maria Teresita F. Bendicho, sob orientação dos Professores Roberto Meyer, Ivana Nascimento, Robert Schaer, Cláudia Brodskyn, Songelí Freire e Denise Lemaire, do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA. Atualizado em junho de 2003 Aula 5  CRITÉRIOS DE VALIDAÇÃO DOS TESTES SOROLÓGICOS
Os  testes sorológicos  são assim chamados porque  buscam detectar a presença de anticorpos existentes  no soro, produzidos pelo indivíduo contra um an- tígeno  específico. Por exemplo: um indivíduo que tenha sido infectado com o  Trypanossoma cruzi , vai apresentar no seu soro, anticorpos contra este para- sita – estes anticorpos podem então ser detectados por um  teste sorológico,  o que poderá confirmar, no caso, ser o referido indivíduo um portador da Doença de Chagas.  Por extensão, a detecção de um antígeno também se enquadra neste tipo de teste.
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A placa abaixo apresenta o resultado de um teste “ELISA” (você conhecerá este teste com detalhes adiante). Observe  os poços com  soros  controle positivo, controle negativo  e o “cut-off” (ponto de corte). Note que as cores são  nitidamente diferentes. Esta placa será lida por um fotocolorímetro, que informará os valores  de den- sidade ótica. Todos os outros poços  contem soros que estão sendo testados. Todos aqueles que apresentarem resultados abaixo do  “ cut-off” serão considerados negativos, enquanto que os que mos- trarem valores maiores, serão positivos.  Trata-se portanto de um teste qualitativo Cont. negativo Cut-off Cont. positivo
Agora veja um teste  semi-quantitativo , que você também conhecerá adiante (hemaglutinação passiva): Soros testes controle positivo controle negativo diluições seriadas dos soros testes de 1: 2  a  ..................  1:1024  Veja que na primeira fileira (de cima para baixo), a reação foi positiva até a diluição de 1:32 . Já na segunda fileira o resultado foi negativo em todas as diluições. O resultado do primeiro soro teste acima referido é:  reagente até a  diluição de 1:32  (ou  título:1:32 ). O segundo soro teste é  não reagente .
Um teste quantitativo fornece resultados precisos, com valores absolutos. Estes valores podem ser  expressos em massa por volume (por exemplo, mg/ml) ou em unidades internacionais também por  volume (por exemplo, UI/ml).  Você aprenderá adiante que estes valores são encontrados por inter- polação do valor da análise obtido com o soro teste (por exemplo, o valor de densidade ótica) em curvas construídas com valores padrões.  valores basais variação linear platô Abscissa: valores padrões conhecidos (por exemplo, mg/ml.) Ordenada: valores obtidos pelo  instrumento de medida (por  exemplo, D.O.) Você também aprenderá que a interpolação para a dosagem dos soros testes só  pode ser feita para valores que se encaixem na zona de variação linear, vista acima. Veja:
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A seguir você será apresentado aos  significados e quando for o caso, às maneiras de calcular os parâmetros mencionados. Você está também recebendo impressos contendo situações concretas com exemplos e exer- cícios para os cálculos mencionados.
REPRODUTIBILIDADE  =  confiabilidade, fidedignidade, ou precisão  Capacidade de obter resultados com valores muito próximos entre si, quando analisadas uma mesma amostra em um mesmo ou em diferentes ensaios.    Reprodutibilidade – termo usado para testes qualitativos.  Precisão - testes quantitativos (determina-se o coeficiente de variação).   Reprodutibilidade (%) =  Número de resultados concordantes   X 100 Número total de resultados    Testes quantitativos:  cv =  s X cv- coeficiente de variação  s= desvio padrão  X = média dos resultados 
  VALIDADE  =  acuidade, acurácia ou exatidão  Grau em que o exame é apropriado para medir o verdadeiro valor daquilo que é medido, observado ou interpretado. Capacidade de produzir valores muito próximos aos obtidos num ensaio de referência (padrão ouro).  O cálculo é feito pela expressão:  Número de resultados corretos  X 100 Número total de resultados      
SENSIBILIDADE  – é a capacidade de detectar amostras verdadeiramente positivas. É, portanto, a relação entre:   S =  AP  X 100 AP + FN     ESPECIFICIDADE  – é a capacidade em detectar amostras verdadeiramente negativas. O seu valor é obtido pela expressão:   E =  AN  X 100 AN + FP  ________________________  AP = amostras verdadeiramente positivas AN =  amostras verdadeiramente negativas FP = amostras falso-positivas FN = amostras falso-negativas    Um teste será mais sensível quando apresentar menos resultados falso-negativos, e mais específico quando apresentar menos resultados falso-positivos.
VALOR PREDITIVO            Valor preditivo positivo (VPP) - probabilidade de que um resultado positivo ser verdadeiramente positivo.          Valor preditivo negativo (VPN) - probabilidade de que um resultado negativo ser verdadeiramente negativo .   Veja as expressões para  VPP e VPN   VPP =  AP  X 100 AP + FP    VPN =  AN  X 100 FN + AN    Os valores preditivos de um teste variam de acordo com a prevalência da doença ou infecção. PREVALÊNCIA  – corresponde ao número total de casos de uma doença ou infecção numa determinada população, num período de tempo.  
  PONTO DE CORTE PARA DELIMITAR RESULTADOS POSITIVOS   O ponto de corte para um teste sorológico (“cut off”) ou limiar de reatividade, é o valor que define o limite entre um teste negativo e um teste positivo. A definição do ponto de corte leva em conta a distribuição das frequências dos resultados observados na população, bem como  os valores requeridos para a especificidade e a sensibilidade do teste em questão. Veja os gráficos abaixo:
A curva ROC ( “receiver operating curve” ), representada abaixo, tem sido bastante utilizada para definição de valores de “cut-off”.  Veja abaixo,  como exemplo, a curva ROC de um teste ELISA  (“ELISA  BHI”), desen- volvido  pelo Laboratório  de  Imunologia,  para  uma  doença  caprina (linfadenite caseosa).  Neste  caso, o “cut-off” foi determinado em 0,25, pois tal valor combina os melhores percentuais de sensibilidade e especificidade requeridos para o teste.
UTILIZAÇÃO DOS TESTES SOROLÓGICOS A maior ou menor sensibilidade e especificidade de um teste sorológico depende de qual a sua finalidade. -  Para  diagnóstico   - é necessário a utilização de testes mais específicos. Nestes casos, é importante que sejam evitados os testes falso-positivos.  - Para  triagem em Banco de Sangue (ou outras  finalidades similares)–  os testes são usados com fins preventivos, ou seja, a função é prevenir a contaminação do receptor. Aqui  busca-se evitar os  testes falso-negativos (a  repetição de um teste com resultado falso-positivo custa pouco, entretanto, a disseminação da doença em consequência de um resultado falso-negativo, tem que ser impedida a todo custo).
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Testes Sorológicos: Critérios de Validação e Utilização

  • 1. Trabalho realizado pelas posgraduandas Josiane S. Martins Carvalho e Maria Teresita F. Bendicho, sob orientação dos Professores Roberto Meyer, Ivana Nascimento, Robert Schaer, Cláudia Brodskyn, Songelí Freire e Denise Lemaire, do Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA. Atualizado em junho de 2003 Aula 5 CRITÉRIOS DE VALIDAÇÃO DOS TESTES SOROLÓGICOS
  • 2. Os testes sorológicos são assim chamados porque buscam detectar a presença de anticorpos existentes no soro, produzidos pelo indivíduo contra um an- tígeno específico. Por exemplo: um indivíduo que tenha sido infectado com o Trypanossoma cruzi , vai apresentar no seu soro, anticorpos contra este para- sita – estes anticorpos podem então ser detectados por um teste sorológico, o que poderá confirmar, no caso, ser o referido indivíduo um portador da Doença de Chagas. Por extensão, a detecção de um antígeno também se enquadra neste tipo de teste.
  • 3.
  • 4.
  • 5. A placa abaixo apresenta o resultado de um teste “ELISA” (você conhecerá este teste com detalhes adiante). Observe os poços com soros controle positivo, controle negativo e o “cut-off” (ponto de corte). Note que as cores são nitidamente diferentes. Esta placa será lida por um fotocolorímetro, que informará os valores de den- sidade ótica. Todos os outros poços contem soros que estão sendo testados. Todos aqueles que apresentarem resultados abaixo do “ cut-off” serão considerados negativos, enquanto que os que mos- trarem valores maiores, serão positivos. Trata-se portanto de um teste qualitativo Cont. negativo Cut-off Cont. positivo
  • 6. Agora veja um teste semi-quantitativo , que você também conhecerá adiante (hemaglutinação passiva): Soros testes controle positivo controle negativo diluições seriadas dos soros testes de 1: 2 a .................. 1:1024 Veja que na primeira fileira (de cima para baixo), a reação foi positiva até a diluição de 1:32 . Já na segunda fileira o resultado foi negativo em todas as diluições. O resultado do primeiro soro teste acima referido é: reagente até a diluição de 1:32 (ou título:1:32 ). O segundo soro teste é não reagente .
  • 7. Um teste quantitativo fornece resultados precisos, com valores absolutos. Estes valores podem ser expressos em massa por volume (por exemplo, mg/ml) ou em unidades internacionais também por volume (por exemplo, UI/ml). Você aprenderá adiante que estes valores são encontrados por inter- polação do valor da análise obtido com o soro teste (por exemplo, o valor de densidade ótica) em curvas construídas com valores padrões. valores basais variação linear platô Abscissa: valores padrões conhecidos (por exemplo, mg/ml.) Ordenada: valores obtidos pelo instrumento de medida (por exemplo, D.O.) Você também aprenderá que a interpolação para a dosagem dos soros testes só pode ser feita para valores que se encaixem na zona de variação linear, vista acima. Veja:
  • 8.
  • 9.
  • 10. A seguir você será apresentado aos significados e quando for o caso, às maneiras de calcular os parâmetros mencionados. Você está também recebendo impressos contendo situações concretas com exemplos e exer- cícios para os cálculos mencionados.
  • 11. REPRODUTIBILIDADE = confiabilidade, fidedignidade, ou precisão Capacidade de obter resultados com valores muito próximos entre si, quando analisadas uma mesma amostra em um mesmo ou em diferentes ensaios.   Reprodutibilidade – termo usado para testes qualitativos. Precisão - testes quantitativos (determina-se o coeficiente de variação).   Reprodutibilidade (%) = Número de resultados concordantes X 100 Número total de resultados   Testes quantitativos: cv = s X cv- coeficiente de variação s= desvio padrão X = média dos resultados 
  • 12.   VALIDADE = acuidade, acurácia ou exatidão Grau em que o exame é apropriado para medir o verdadeiro valor daquilo que é medido, observado ou interpretado. Capacidade de produzir valores muito próximos aos obtidos num ensaio de referência (padrão ouro). O cálculo é feito pela expressão:  Número de resultados corretos X 100 Número total de resultados      
  • 13. SENSIBILIDADE – é a capacidade de detectar amostras verdadeiramente positivas. É, portanto, a relação entre:   S = AP X 100 AP + FN     ESPECIFICIDADE – é a capacidade em detectar amostras verdadeiramente negativas. O seu valor é obtido pela expressão:   E = AN X 100 AN + FP ________________________ AP = amostras verdadeiramente positivas AN = amostras verdadeiramente negativas FP = amostras falso-positivas FN = amostras falso-negativas   Um teste será mais sensível quando apresentar menos resultados falso-negativos, e mais específico quando apresentar menos resultados falso-positivos.
  • 14. VALOR PREDITIVO         Valor preditivo positivo (VPP) - probabilidade de que um resultado positivo ser verdadeiramente positivo.         Valor preditivo negativo (VPN) - probabilidade de que um resultado negativo ser verdadeiramente negativo .   Veja as expressões para VPP e VPN   VPP = AP X 100 AP + FP   VPN = AN X 100 FN + AN    Os valores preditivos de um teste variam de acordo com a prevalência da doença ou infecção. PREVALÊNCIA – corresponde ao número total de casos de uma doença ou infecção numa determinada população, num período de tempo.  
  • 15.   PONTO DE CORTE PARA DELIMITAR RESULTADOS POSITIVOS   O ponto de corte para um teste sorológico (“cut off”) ou limiar de reatividade, é o valor que define o limite entre um teste negativo e um teste positivo. A definição do ponto de corte leva em conta a distribuição das frequências dos resultados observados na população, bem como os valores requeridos para a especificidade e a sensibilidade do teste em questão. Veja os gráficos abaixo:
  • 16. A curva ROC ( “receiver operating curve” ), representada abaixo, tem sido bastante utilizada para definição de valores de “cut-off”. Veja abaixo, como exemplo, a curva ROC de um teste ELISA (“ELISA BHI”), desen- volvido pelo Laboratório de Imunologia, para uma doença caprina (linfadenite caseosa). Neste caso, o “cut-off” foi determinado em 0,25, pois tal valor combina os melhores percentuais de sensibilidade e especificidade requeridos para o teste.
  • 17. UTILIZAÇÃO DOS TESTES SOROLÓGICOS A maior ou menor sensibilidade e especificidade de um teste sorológico depende de qual a sua finalidade. - Para diagnóstico - é necessário a utilização de testes mais específicos. Nestes casos, é importante que sejam evitados os testes falso-positivos. - Para triagem em Banco de Sangue (ou outras finalidades similares)– os testes são usados com fins preventivos, ou seja, a função é prevenir a contaminação do receptor. Aqui busca-se evitar os testes falso-negativos (a repetição de um teste com resultado falso-positivo custa pouco, entretanto, a disseminação da doença em consequência de um resultado falso-negativo, tem que ser impedida a todo custo).
  • 18. FIM