1. 1º Trimestre de 2018 Adultos
ISSN 1678-6823
Professor
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2.
3. 1Lições Bíblicas /Professor2018 - Janeiro/Fevereiro/Março
PROFESSOR
SumárioS u m á r i o
Lição 1
A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo 3
Lição 2
Uma Salvação Grandiosa 10
Lição 3
A Superioridade de Jesus em relação a Moisés 19
Lição 4
Jesus é Superior a Josué — O meio de entrar no Repouso de Deus 26
Lição 5
Cristo é Superior a Arão e à Ordem Levítica 34
Lição 6
Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia 43
Lição 7
Jesus — Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior 51
Lição 8
Uma Aliança Superior 59
Lição 9
Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança 66
Lição 10
Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança 74
Lição 11
Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja 81
Lição 12
Exortações Finais na Grande Maratona da Fé 89
Liçõesdo1ºtrimestrede2018 – José Gonçalves
A Supremacia de Cristo
Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus
Lições
Bíblicas
4. Publicação Trimestral da
Casa Publicadora das Assembleias de Deus
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Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002
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2 Lições Bíblicas /Professor
PROFESSOR
Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
Lições
Bíblicas
Prezado professor,
Presidente da Convenção Geral
das Assembleias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho
Consultoria Doutrinária e Teológica
Antonio Gilberto e Claudionor de Andrade
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva
Gerente Comercial
Cícero da Silva
Gerente da Rede de Lojas
João Batista Guilherme da Silva
Gerente de TI
Rodrigo Sobral Fernandes
Chefe de Arte & Design
Wagner de Almeida
Chefe do Setor de Educação Cristã
César Moisés Carvalho
Redatores
Marcelo Oliveira e Telma Bueno
Projeto gráfico e capa
Flamir Ambrósio
Diagramação
Nathany Silvares
Graças a Deus por mais um ano de
estudos bíblicos que daremos início!
Que o Altíssimo Deus ilumine nossas
mentes e aqueça nosso coração com o
entendimento da sua poderosa Palavra.
Neste trimestre estudaremos a
Carta aos Hebreus. Por que estudá-la?
Em primeiro lugar, porque essa carta
é diferente de qualquer outra em o
Novo Testamento. Trata-se de uma carta
intensa e poderosa em conteúdo e, por
isso,profundaparaonossoaprendizado.
É a carta do Novo Testamento que mais
se refere ao Antigo a fim de expor sua
excepcional ênfase na pessoa e no mi-
nistério de Jesus Cristo. Nesse aspecto,
é uma carta altamente cristológica.
Por esses e outros motivos é que
estudaremos essa maravilhosa epístola.
Nossos votos são de que você inicie
este novo ano estudando e aprendendo
para viver segundo os ensinos de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Um trimestre de bênçãos!
Deus o abençoe!
José Wellington Bezerra da Costa
Presdiente do Conselho Administrativo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Diretor Executivo
5. 3Lições Bíblicas /Professor2018 - Janeiro/Fevereiro/Março
Verdade Prática
“Havendo Deus, antigamente, falado,
muitas vezes e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas, a nós falou-
nos, nestes últimos dias, pelo Filho.”
(Hb 1.1)
Por meio de Cristo, Deus revelou-se
de uma forma especial e definitiva
ao seu povo.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 2 Tm 3.16
Hebreus, uma carta inspirada como
as demais do Novo Testamento
Terça – 1 Tm 3.16
Cristo, manifestado em carne
Quarta – Hb 1.1
A revelação profética na Antiga
Aliança
Quinta – Hb 1.2,3
Cristo, a revelação final de Deus
Sexta – Hb 1.4,5
Cristo, superior aos anjos em
natureza e essência
Sábado – Hb 1.6-8
Cristo, superior aos anjos em majes-
tade e deidade
Lição 1
7 de Janeiro de 2018
A Carta aos Hebreus
e a Excelência de Cristo
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6. 4 Lições Bíblicas /Professor Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
OBJETIVO GERAL
Apresentar as características da Carta aos Hebreus e a superioridade de Cristo.
HINOS SUGERIDOS: 306, 439, 561 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Pontuar a autoria, o destinatário e o propósito da Carta de Hebreus;
Expor a superioridade de Cristo em relação aos profetas;
Mostrar a superioridade de Cristo em relação aos anjos.
I
II
III
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 - Havendo Deus, antigamente, falado,
muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, a nós falou-nos,
nestes últimos dias, pelo Filho,
2 - a quem constituiu herdeiro de tudo,
por quem fez também o mundo.
3 - O qual, sendo o resplendor da sua
glória, e a expressa imagem da sua
pessoa, e sustentando todas as coisas
pela palavra do seu poder, havendo
feito por si mesmo a purificação dos
nossos pecados, assentou-se à destra
da Majestade, nas alturas;
4 - feito tanto mais excelente do que os
anjos, quanto herdou mais excelente
nome do que eles.
5 - Porqueaqualdosanjosdissejamais:
TuésmeuFilho,hojetegerei?Eoutravez:
EulhesereiporPai,eelemeseráporFilho?
6 - E, quando outra vez introduz no
mundo o Primogênito, diz: E todos os
anjos de Deus o adorem.
7 - E, quanto aos anjos, diz: O que de
seus anjos faz ventos e de seus minis-
tros, labareda de fogo.
8 - Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos sé-
culos, cetro de equidade é o cetro do
teu reino.
9 - Amaste a justiça e aborreceste a
iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus,
te ungiu com óleo de alegria, mais do
que a teus companheiros.
10 - E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste
a terra, e os céus são obra de tuas mãos;
11 - eles perecerão, mas tu perma-
necerás; e todos eles, como roupa,
envelhecerão,
12 - e, como um manto, os enrolarás,
e, como uma veste, se mudarão; mas
tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão.
13 - E a qual dos anjos disse jamais:
Assenta-te à minha destra, até que
ponha os teus inimigos por escabelo
de teus pés?
14 - Não são, porventura, todos eles
espíritos ministradores, enviados para
servir a favor daqueles que hão de
herdar a salvação?
Hebreus 1.1-14
7. 5Lições Bíblicas /Professor2018 - Janeiro/Fevereiro/Março
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição introdutória do nosso
estudo da Carta aos Hebreus, queremos
iniciar dizendo que assim como todos
os escritos da Bíblia, esta carta é um
documento especial. Em nenhum outro
documento do Novo Testamen-
to encontramos um apelo
exortativo tão forte. Isso
possuía uma razão de ser —
os crentes hebreus davam
sinais de enfraquecimento
espiritual e até mesmo o
risco de abandonarem a fé!
Era, portanto, urgente admo-
está-los a perseverarem. Jesus,
a quem o autor mostra ser maior do
que os profetas, maior do que todas as
hostes angélicas, maior do que Arão,
Moisés, Josué e até mesmo os céus, é
nosso grande ajudador nessa jornada.
I – AUTORIA, DESTINATÁRIO
E PROPÓSITO
1. Autoria. A Carta aos Hebreus
não revela o nome do seu autor. Esse
fato fez com que surgissem inúmeras
controvérsias em torno de sua autoria. É
certo que os cristãos primitivos sabiam
quem realmente a escreveu; todavia, já
por volta do segundo século da nossa
era não havia mais consenso quanto a
isso. Clemente de Alexandria, no final
do segundo século, atribuiu ao apóstolo
Paulo a sua autoria, contudo, ao afirmar
que Paulo a escreveu em hebraico e que
Lucas a teria traduzido para o grego,
passou a ser duramente questionado.
As razões são basicamente duas: O texto
de Hebreus, um dos mais rebuscados
do Novo Testamento grego, não
parece ser uma tradução. Por
outro lado, o estilo usado
na carta não parece ser de
forma alguma de Paulo.
Outros nomes surgiram
como possíveis autores de
Hebreus: Barnabé, Apolo,
Lucas, Clemente Romano, etc.
O certo é que somente Deus sabe
quem é o seu autor. Por outro lado, o
fato de ter sua autoria desconhecida
em nada diminui a sua autoridade.
2. Destinatários. Não há dúvida de
que a Carta aos Hebreus foi escrita para
cristãos judeus. Deve ser observado que
essa carta foi endereçada a uma comu-
nidade específica de cristãos e não a um
grupo indeterminado. O autor conhece
o público a quem endereça o seu texto
e espera até mesmo encontrar-se com
eles (Hb 13.19,23). Onde viviam esses
crentes é um ponto debatido pelos te-
ólogos. Baseados na expressão “os da
Itália vos saúdam” (Hb 13.24), muitos
eruditos argumentam que esses crentes
se encontravam fora de Roma, capital
do Império Romano. A data da carta é
Prezado(a) professor(a), iniciaremos mais um trimestre pela graça de Deus.
A carta de Hebreus é o objeto do nosso estudo nestes próximos três meses.
Antes de iniciar o estudo da primeira lição em classe, apresente o comentarista
deste trimestre: pastor José Gonçalves, escritor, conferencista, comentarista
de Lições Bíblicas Adultos da CPAD, membro da Comissão de Apologética da
CGADB e líder da Assembleia de Deus em Água Branca - PI.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A carta de He-
breus é uma men-
sagem de instrução e
exortação que serve
à Igreja de Cristo
ao longo dos
séculos.
PONTO
CENTRAL
8. 6 Lições Bíblicas /Professor Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
motivo de disputa, mas as evidências
internas permitem-nos situá-la antes
da destruição do Templo de Jerusalém
no ano 70 d.C.
3. Propósito. O escritor I. Howard
Marshal observa que Hebreus combina
instrução com exortação. De fato, essa
carta possui uma grande carga exortati-
va. Ela exorta os crentes a terem ânimo,
confiança e fé em um tempo marcado
pela apostasia. Muitos pareciam estar
desanimados com a oposição que a nova
fé vinha sofrendo e em razão disso esta-
vamvoltandoàsantigaspráticasjudaicas.
A carta, portanto, exorta esses crentes a
suportarem as pressões e perseguições,
lembrando-os que não haviam ainda
derramado sangue pela sua fé (Hb 12.4).
Essaspalavrascontinuamecoandonesses
dias quando muitos crentes demonstram
apatia e falta de fervor espiritual diante
de um mundo hostil.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A autoria de Hebreus é desconhe-
cida; seus destinatários eram cristãos
judeus; seu propósito, exortar os
cristãos a terem ânimo e fé.
II – CRISTO — A PALAVRA SUPERIOR
A DOS PROFETAS
1. A revelação profética e a Antiga
Aliança. Ao falar da supremacia de Je-
sus, o autor de Hebreus primeiramente
o faz em relação aos profetas. Deus
falou no passado pelos profetas e no
presente pelo Filho (Hb 1.1). A revelação
profética no antigo Israel fez com que
esse povo se distinguisse dos demais.
O autor mostra um Deus que se revela,
que se comunica com os seus. Ele fala
de uma forma direta a seu povo, não é
um Deus mudo! Os advérbios gregos
polymerôs (“muitas vezes”) e polytropos
(“muitas maneiras”), que modificam
o verbo falar, mostram a intensidade
dessa comunicação. Deus, em nenhum
momento da história, deixou o seu povo
sem orientação. Ele fala, e fala sempre
o que é necessário.
2. A revelação profética e a Nova
Aliança. Aos cristãos da Nova Aliança,
Deus falou por intermédio do seu Filho
(Hb 1.1). O uso das expressões “havendo
falado” ou “depois de ter falado” (Hb
1.1,2) por parte do autor mostra que
essa ação de Deus foi um fato consuma-
do. Isso tem levado alguns intérpretes
a dizer que a partir daquele momento,
Deus não falaria mais diretamente com
ninguém. Mas isso é ir além daquilo que
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), para introduzir o
primeiro tópico desta lição, se possível,
reproduza o quadro-resumo que se
encontra acima. O objetivo é pontuar
as questões de autoria, destinatário e
propósito da carta em estudo.
AUTORIA Desconhecida.
DESTINATÁRIO Cristãos judeus,
provavelmente.
Propósito Exortar os
cristãos a terem
ânimo e fé em
tempos de
apostasia.
O escritor I. Howard Marshal
observaqueHebreuscombinainstrução
com exortação.
9. 7Lições Bíblicas /Professor2018 - Janeiro/Fevereiro/Março
SÍNTESE DO TÓPICO II
Da Antiga à Nova Aliança, Cristo
é a revelação plena de Deus Pai, por
isso, Ele é superior aos profetas.
SUBSÍDIO LEXICOGRÁFICO
“REVELAÇÃO – [Do gr. apokalupsis;
do lat. revelatio, tirar o véu] Manifes-
tação sobrenatural de uma verdade
que se achava oculta. Tendo em vista
o caráter e a urgência das profecias
do último livro da Bíblia, Apocalipse é
considerado a revelação por excelência
(Ap 1.1-3).
REVELAÇÃO BÍBLICA – Conheci-
mento divino preservado nas Sagradas
Escrituras, e posto à disposição da hu-
manidade. Consta do Antigo e do Novo
Testamento. É a nossa única regra de
fé e prática.
REVELAÇÃO PROGRESSIVA – Evo-
lução progressiva e dispensacional das
verdades divinas que, tendo a sua gêne-
o autor tencionava dizer. O uso dessa
expressão é mais bem entendida como
significando que Deus falou de forma
completa nos dias do autor, todavia,
sem a conotação temporal de que
não falaria mais no futuro. O Espírito
profético, que é o Espírito de Cristo (1
Pe 1.11; Rm 8.9,10), continua dando
à Igreja hoje a percepção do plano e
vontade de Deus para o seu povo (Jo
14.26; 15.26; 16.13). E isso sempre em
consonância com as Escrituras.
3. Cristo: a revelação final. O
objetivo do autor aqui, evidentemen-
te, é mostrar que Cristo é o clímax da
revelação profética. Ele é a revelação
final! O ministério profético na Antiga
Aliança era de importância ímpar. O
Senhor disse que falaria por intermédio
de seus profetas: “Certamente o Senhor
Jeová não fará coisa alguma, sem ter
revelado o seu segredo aos seus ser-
vos, os profetas” (Am 3.7). O silêncio
profético, portanto, era a pior forma de
castigo que poderia vir ao antigo Israel.
Os profetas eram importantes, mas a
relevância deles estava muito longe
daquela possuída por Jesus Cristo, o
Filho de Deus. Os profetas eram apenas
servos, mas o Filho era o herdeiro de
CONHEÇA MAIS
*Hebreus: Inigualável e não convencional
“Com relação à sua forma inigualável e não convencional, Orí-
genes observou: ‘Começa como um tratado, prossegue como
um sermão e termina como uma carta’. Ao invés de iniciar com
uma saudação, o primeiro parágrafo de Hebreus é semelhante
às palavras de abertura de um tratado teológico formal (1.1-4).
Então, o livro prossegue mais como um sermão do que como
uma carta convencional do Novo Testamento, alternando-se
entre um argumento cuidadosamente construído (baseado em
uma exposição do Antigo Testamento) e uma
séria exortação.” Para conhecer mais
leia “Comentário Bíblico Pente-
costal Novo Testamento”,
CPAD, p.1529-39.
Deus e o agente da Criação (Hb 1.2).
Ele é o redentor do mundo! Nenhum
profeta morreu de forma vicária pelo
povo de Deus.
10. 8 Lições Bíblicas /Professor Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
mesmo se pode dizer dos anjos. Eles não
possuem a mesma essência divina que o
Filho.Époressarazãoqueoautordestaca
que o Filho é chamado de “Deus” (v.8)
e que por isso merece adoração (v.6). A
Ele toda honra e glória!
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus Cristo é superior aos anjos
em relação à natureza, essência,
majestade e deidade.
III – CRISTO — SUPERIOR AOS
ANJOS
1. Cristo: superior em natureza e
essência.Devemos ter sempre em mente
que o autor de Hebreus tenciona mostrar
a superioridade de Cristo em relação às
demais ordens da criação. O seu foco
aqui são os anjos. A cultura judaica via os
anjos como seres de uma ordem superior
e mediadores da revelação divina (At
7.53; Gl 3.19; Hb 2.2). Mesmo cercados
de força e poder, os anjos eram inferiores
ao Filho (Hb 1.4). Jesus é o reflexo da
glória de Deus e possuidor da mesma
essência divina (Hb 1.3). O autor usa
dois vocábulos gregos que deixam isso
bem definido: apaugasma e character,
que significam respectivamente “radi-
ância” e “reflexo”, traduzidos aqui como
resplendor e “caráter”, com o sentido de
expressãoexatadoseuser. Embora sendo
pessoas diferentes, tanto o Filho como o
Pai possuem a mesma essência. Cristo é
o Deus revelado!
2. Cristo: superior em majestade e
deidade. O autor passa então a mostrar a
supremaciadeCristoemrelaçãoaosanjos
por meio de vários fatos documentados
nas Escrituras. Os anjos são criaturas,
o Filho é Criador. O filho é gerado, não
criado. C. S. Lewis observa que o que
Deus gera é Deus; assim como o que o
homem gera é homem. O que Deus cria
não é Deus; da mesma forma que o que o
homem faz não é homem. Daí a razão de
os homens não serem filhos de Deus no
mesmo sentido que Cristo. Eles podem
assemelhar-seaDeusemcertosaspectos,
mas não pertencem à mesma espécie. O
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“ANJOS. A palavra ‘anjo’ (hb. Malak;
gr. angelos) significa ‘mensageiro’. Os
anjos são mensageiros ou servidores
celestiais de Deus (Hb 1.13.14), criados
porDeusantesdeexistiraterra(Jó38.4-7;
Sl 148.2,5; Cl 1.16).
(1) A Bíblia fala em anjos bons e em
anjosmaus,emboraressalteque todosos
anjos foram originalmente criados bons
e santos (Gn 1.31). Tendo livre-arbítrio,
numerososanjosparticiparamdarebelião
de Satanás (Ez 28.12-17; 2 Pe 2.4; Jd 6;
Ap 12.9; Mt 4.10) e abandonaram o seu
estado original de graça como servos de
Deus, e assim perderam o direito à sua
posição celestial.
(2)ABíbliafalanumavastahostesde
anjos bons (1 Rs 22.19; Sl 68.17; 148.2;
Dn 7.9,10; Ap 5.11), embora os nomes
de apenas dois sejam registrados nas
Escrituras: Miguel (Dn 12.1; Jd 9; Ap 12.7)
e Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.19,26). Segundo
parece, os anjos estão divididos em di-
ferentes categorias: Miguel é chamado
de arcanjo (lit.: ‘anjo principal’, Jd 9; 1 Ts
4.16); há serafins (Is 6.2), querubins (Ez
10.1-3), anjos com autoridade e domínio
(Ef3.10;Cl1.16)easmiríadesdeespíritos
ministradores angelicais (Hb 1.13,14; Ap
5.11)” (BíbliadeEstudoPentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 1995, p.386).
se no Antigo Testamento, culminaram e
se completaram no Novo. O texto-áureo
da revelação progressiva acha-se em
Hebreus 1.1,2” (ANDRADE, Claudionor
Corrêa de. Dicionário Teológico. Rio de
Janeiro: CPAD, 1999, pp.255,56).
11. 9Lições Bíblicas /Professor2018 - Janeiro/Fevereiro/Março
CONCLUSÃO
O autor de hebreus não quis se iden-
tificar, mas isso em nada compromete
a autoridade desse documento. Desde
os primórdios, a igreja valeu-se dos
ensinos dessa carta para fortalecer a fé
dos crentes. Clemente de Alexandria fez
amplo uso das exortações encontradas
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p. 36. Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
PARA REFLETIR
A respeito de a Carta aos Hebreus e a Excelência
de Cristo, responda:
• Quem é o autor da carta aos Hebreus?
A carta aos Hebreus não revela o nome do seu autor.
• Para quem a carta foi escrita e por quê?
Ela foi escrita para os cristãos judeus. O propósito da carta foi para exortar
aos cristãos a terem ânimo e fé em tempos de apostasia.
• Segundo as Escrituras, o Espírito de Deus deixou de falar nos dias
atuais?
Não. Deus, em nenhum momento da história, deixou o seu povo sem
orientação.
• Qual a pior forma de castigo que poderia vir ao antigo Israel?
O silêncio profético.
• Por que o escritor da Carta aos Hebreus diz que os anjos são inferiores
ao Filho?
Porque os anjos são criaturas, o Filho é Criador.
nessa carta e, ao assim fazer, reconhecia
o profundo valor espiritual de Hebreus.
Nesses últimos dias, onde os joelhos
de muitos cristãos parecem vacilantes,
faz-se necessário atentarmos diligente-
mente para o conselho encontrado em
Hebreus, “se ouvirdes hoje a sua voz,
não endureçais o vosso coração” (3.7).
ANOTAÇÕESDOPROFESSOR
12. Lições Bíblicas /Professor10 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
Verdade Prática
“Como escaparemos nós, se não aten-
tarmos para uma tão grande salvação,
a qual, começando a ser anunciada
pelo Senhor, foi-nos, depois, confirma-
da pelos que a ouviram.”
(Hb 2.3)
A salvação não é algo dado ao crente
compulsoriamente. O cristão é exor-
tado a ser vigilante e não negligente
em relação a essa dádiva recebida.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Jo 10.9
Jesus deu testemunho de uma tão
grande salvação
Terça – Hb 2.3
A Igreja Primitiva deu testemunho
da salvação
Quarta – Hb 2.7,9
A salvação do homem tornou neces-
sária a humanização do Redentor
Quinta – Hb 2.14
A eficácia da salvação é demonstrada
na vitória sobre o Diabo
Sexta – Hb 2.15
A eficácia da salvação é demonstrada
no triunfo sobre a morte
Sábado – Hb 2.18
A eficácia da salvação é demonstra-
da na vitória sobre as tentações
Uma Salvação Grandiosa
Lição 2
14 de Janeiro de 2018
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13. Lições Bíblicas /Professor 112018 - Janeiro/Fevereiro/Março
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 - Portanto, convém-nos atentar, com
mais diligência, para as coisas que
já temos ouvido, para que, em tempo
algum, nos desviemos delas.
2 - Porque, se a palavra falada pelos
anjos permaneceu firme, e toda trans-
gressão e desobediência recebeu a
justa retribuição,
3 - como escaparemos nós, se não
atentarmos para uma tão grande
salvação, a qual, começando a ser
anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois,
confirmada pelos que a ouviram;
4 - testificando também Deus com
eles, por sinais, e milagres, e várias
maravilhas, e dons do Espírito Santo,
distribuídos por sua vontade?
5 - Porque não foi aos anjos que sujei-
tou o mundo futuro, de que falamos;
6 - mas, em certo lugar, testificou
alguém, dizendo: Que é o homem,
para que dele te lembres? Ou o filho
do homem, para que o visites?
7 - Tu o fizeste um pouco menor do
que os anjos, de glória e de honra
o coroaste e o constituíste sobre as
obras de tuas mãos.
8 - Todas as coisas lhe sujeitaste
debaixo dos pés. Ora, visto que lhe
sujeitou todas as coisas, nada deixou
que lhe não esteja sujeito. Mas, agora,
ainda não vemos que todas as coisas
lhe estejam sujeitas;
9 - vemos, porém, coroado de glória
e de honra aquele Jesus que fora feito
um pouco menor do que os anjos, por
causa da paixão da morte, para que,
pela graça de Deus, provasse a morte
por todos.
10 - Porque convinha que aquele, para
quem são todas as coisas e mediante
quem tudo existe, trazendo muitos
filhos à glória, consagrasse, pelas
aflições, o Príncipe da salvação deles.
11 - Porque, assim o que santifica
como os que são santificados, são
todos de um; por cuja causa não se
envergonha de lhes chamar irmãos,
12 - dizendo: Anunciarei o teu nome
a meus irmãos, cantar-te-ei louvores
no meio da congregação.
13 - E outra vez: Porei nele a minha
confiança. E outra vez: Eis-me aqui
a mim e aos filhos que Deus me deu.
14 - E, visto como os filhos participam
da carne e do sangue, também ele par-
ticipou das mesmas coisas, para que,
pela morte, aniquilasse o que tinha
o império da morte, isto é, o diabo,
15 - e livrasse todos os que, com medo
da morte, estavam por toda a vida
sujeitos à servidão.
16 - Porque, na verdade, ele não tomou
os anjos, mas tomou a descendência
de Abraão.
17 - Pelo que convinha que, em tudo,
fosse semelhante aos irmãos, para ser
misericordioso e fiel sumo sacerdote
naquilo que é de Deus, para expiar os
pecados do povo.
18 - Porque, naquilo que ele mesmo,
sendo tentado, padeceu, pode socorrer
aos que são tentados.
Hebreus 2.1-18
14. Lições Bíblicas /Professor12 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
OBJETIVO GERAL
Explicar que a salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente, por
isso, ele deve ser vigilante e não negligenciar a graça recebida.
HINOS SUGERIDOS: 35, 156, 542 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar a grandiosidade da salvação divina;
Discutir a necessidade da salvação;
Saber que a salvação pela fé em Cristo é eficaz.
I
II
III
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
15. Lições Bíblicas /Professor 132018 - Janeiro/Fevereiro/Março
Prezado(a) professor(a), estudaremos a exortação do escritor de Hebreus a
respeito da grandiosidade da salvação. Salvação essa que recebemos mediante a
féemJesusCristo.Elaéresultadodagraçadivina,masCristopagouumaltopreço.
Porisso,nocapítulodois,oautoraosHebreusfazumasériaadvertênciaarespeito
dosquenegligenciamtãograndesalvação.Pararedimirahumanidadepecadora,
Cristo assumiu a forma humana a fim de se identificar conosco e nos outorgar a
salvação. Ele morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou coroado de glória e
honra.Cristotambémnoselevouaumacondiçãosuperior,adefilhos(as)deDeus.
Jesusésuperioraosanjoseatodasascoisas,easalvaçãoqueEleofereceéomaior
bem que o ser humano pode obter, por isso não devemos negligenciar tal graça.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
OautordáinícioàseçãodeHebreus
2.1-18 com uma forte exortação. Era
necessário por parte dos crentes maior
firmeza em relação as coisas espirituais.
O que o autor observava entre eles era
certa letargia e negligência diante de
umfatodetãograndeimportância
comoéasalvação.Nesseaspecto
a resposta devia ser dada por
meio do retorno às verdades
anteriormente ouvidas e que
haviam sido esquecidas. Isso
eradesumaimportânciaporque
evitavaquealgumdelesviessease
desviar.Defato,ovocábulogregousado
peloautor—pararreo—,traduzidocomo
“desviar”,significaoriginalmente“perder
o rumo”. O termo era usado também em
relação a um barco que acidentalmente
era desancorado e lançado à deriva em
altomar.Nopensamentodoautorsóhavia
umamaneirademanter-senorumocerto:
ancorandoobarconoportoseguro,Jesus.
I – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
1. Testemunhada pelo Senhor. O
autor faz um contraste entre as alianças
doSinaiedoCalvário.EnquantoaAntiga
Aliançafoiintermediadaporanjos(v.2),a
NovaAliançatinhaJesus,oFilhodeDeus,
comoseumediador.Oautor,então,fazuma
analogiaentreasduasAliançasparaqueo
contrasteentreambasfiquebemdefinido.
Foi Jesus, o Filho de Deus, e não os anjos,
que anunciou essa tão grande salvação.
Por serem mediadores da Lei, os
anjosdespertavamgrandeestima
e respeito dos judeus por eles.
Se uma Aliança firmada na Lei,
mediadaporanjos,imperfeitae
transitória,requeriaobediência
por parte dos crentes, muito
maisaNovaAliançaqueéperfeita
e eterna. Se quem não observava os
princípios do Antigo Pacto, quebrando
os seus preceitos, era punido de forma
dura,quecastigomereciaquemultrajava
aNovaAliança,queemtudoerasuperior?
2.Proclamadapelosqueaouviram.
Essa salvação grandiosa foi primeira-
mente anunciada pelo Senhor e, poste-
riormente, por “aqueles que a ouviram”
(Hb 2.3). Fica evidente nesse texto que o
autor não foi uma testemunha ocular dos
feitos de Jesus, mas recebera a Palavra
por meio dos que a “ouviram”. Mesmo
não tendo recebido a Palavra de Deus
Precisamos ser
vigilantes e não
negligenciarmos
a salvação
divina.
PONTO
CENTRAL
16. Lições Bíblicas /Professor14 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
SÍNTESE DO TÓPICO I
Pela fé em Jesus Cristo recebemos
uma salvação grandiosa.
perseveranteemCristo.Estasseteadver-
tênciasnãosãodivagações,noentantose
relacionam diretamente com o principal
propósitodoautor.Aíntimaconexãoentre
este parágrafo e a interpretação em 1.5-
14demonstraqueaexposiçãobíblicado
autor não era propriamente um fim, mas
originou-sedesuapreocupaçãoporseus
leitores e sua perigosa situação.
O rico vocabulário e os dons do
autor como orador são novamente
evidentes. A construção grega de 2.1-4
consiste em duas sentenças: uma de-
claração direta (2.1), seguida por uma
longa sentença explicativa (2.2-4), que
inclui uma pergunta retórica (‘como
escaparemos nós?’) com uma condição
(‘se atentarmos para [ou negligenciar-
mos] uma tão grande salvação’, 2.3a).
Aexpressão“Portanto”(2.1)ligaeste
parágrafoaoesplendoreàincomparável
supremacia do Filho no capítulo 1. Pelo
fato de o Filho ser superior aos profetas
eaosanjos,seoqueDeus‘nosfaloupelo
Filho’ (1.2) for negligenciado, seremos
muitomaisculpáveis:‘Portanto,convém-
nos atentar, com mais diligência, para as
coisasquejátemosouvido,paraque,em
tempoalgum,nosdesviemosdelas”(AR-
RINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2004, p.1549).
II – UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA
1. Por intermédio da humanização
do Redentor. Na seção vv.5-9, o autor
toma o Salmo 8 como pano de fundo de
seuargumento(Sl8.4-6).Nesseaspecto,
ele segue a Septuaginta que usa o termo
“anjo”, em vez do texto massorético, que
trazapalavra“Deus”.Namentalidadeju-
daica,daqualoautorparticipa,ohomem
foi feito como coroa da criação e a ele foi
confiadotodoodomínio.Todavia,devido
à queda, esse domínio fora perdido. Na
diretamente do Senhor, o autor não tem
dúvida que a mensagem apostólica era
essencialmenteamesmaPalavradeDeus.
Essefatodeveriafazercomqueoscrentes
fossem mais diligentes na observância
dos preceitos neotestamentários. De
fato, a palavra bebaioô, aqui traduzida
como “confirmar”, tem o sentido de algo
que transmite segurança e confiança. Em
outras palavras, o que o Senhor anunciou
e que, posteriormente, foi proclamado
por testemunhas oculares, deve servir
de fundamento da nossa fé.
3. Confirmada pelo Espírito Santo.
A mensagem, que primeiramente fora
anunciada pelo Senhor e testemunhada
pelos que a ouviram, foi instrumentali-
zada pelo Espírito Santo. Nesse aspecto,
as traduções — “distribuições feitas
pelo Espírito Santo” ou “distribuições
do Espírito Santo” (Hb 2.4) — expressam
bem o que o autor quis dizer. O Espírito
Santo é o agente por trás de cada milagre
e sinal operados na história do povo
de Deus, tanto do passado quanto do
presente. O autor quer chamar a atenção
de seu público leitor mais uma vez para
a importância da mensagem recebida,
ou seja, ela fora também testemunhada
de uma forma concreta e palpável pelo
Espírito Santo por intermédio da distri-
buição de seus muitos dons.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Hebreus 2.1-4
“Estaéaprimeiradesetepassagens
em Hebreus onde o autor combina uma
urgenteexortaçãocomumasoleneadver-
tênciaafimdemoverseusleitoresauma
confiançarenovada,aumaesperançaefé
17. Lições Bíblicas /Professor 152018 - Janeiro/Fevereiro/Março
SÍNTESE DO TÓPICO II
DepoisdaQuedaasalvaçãotornou-
senecessária,porisso,pormeiodacruz,
Jesus veio restaurar a humanidade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jesus, superior aos anjos em sua
missão redentora (Hb 2.5-18)
Esta seção dá continuidade ao pen-
samento iniciado em 1.5-14 a respeito
da superioridade do Filho em relação
aos anjos, porém sob uma perspectiva
diferente. No capítulo 1 a ênfase estava
na divindade da natureza do Filho; aqui
mentedoautordessaEscritura,portanto,
o Salmo 8 não pode se aplicar a Adão,
nem tampouco a raça pós-queda, mas a
Jesus, o Messias, que por meio da cruz,
veio restaurar a humanidade caída.
2. Por meio do sofrimento do
Redentor. Para um judeu do primeiro
século era escandalosa a ideia de um
Messias sofredor. Como então assegu-
rar que Jesus era superior aos anjos se
Ele morrera em uma cruz? O autor de
Hebreus usa o versículo cinco do Salmo
8 para explicar esse aparente parado-
xo. Sim, argumenta ele, Jesus de fato
foi feito um “pouco” menor do que os
anjos por causa da sua humanização. Os
intérpretes entendem que as palavras
“pouco” e “pouco tempo” (Hb 2.7,9)
podem denotar posição ou tempo. Em
outras palavras, Jesus se tornou “menor”
que os anjos enquanto vivia os limites
da condição humana e experimentou
o sofrimento advindo desse estado
de humilhação. Todavia, foi por meio
deste mesmo sofrimento de Cristo que
os homens tornaram-se livres.
3. Por intermédio da glorificação
do Redentor. Na mente do autor, Cristo
CONHEÇA MAIS
*Salvação
“1. Sõteria (σωτηρία) denota ‘libertação, preservação,
salvação’. O termo ‘salvação’ é usado no Novo Testamen-
to para se referir a: (a) o livramento material e temporal
de perigo e apreensão: (1) nacional (Lc 1.69,71; At 7.25,
‘liberdade’); (2) pessoal, como do mar (At 27.34, ‘saúde’);
da prisão (Fp 1.19); do dilúvio (Hb 11.7); (b) o livramento
espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus
aos que aceitam as condições estabelecidas por Ele
referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus,
somente em quem será obtido (At 4.12), e sob confis-
são dEle como Senhor (Rm 10.10); para este
propósito o Evangelho é o instrumento
de salvação (Rm 1.16; Ef 1.13 [...])”.
Para conhecer mais leia “Dicio-
nário Vine”, CPAD, p.967.
não sofreu para ser glorificado, mas Ele
foi glorificado porque sofreu. Foi por
intermédio do sofrimento que Ele foi
“coroado de glória e de honra, [...] para
que,pelagraçadeDeus,provasseamorte
por todos” (Hb 2.9). Para os crentes que
viam no sofrimento algo incompatível
com o viver cristão, e que, devido a isso
estavam desanimados, essas palavras
serviam de ânimo e consolo.
18. Lições Bíblicas /Professor16 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
SÍNTESE DO TÓPICO III
O sacrifício de Cristo foi único,
eficaz e nos garante a vitória sobre
o Diabo, a morte e a tentação.
diosa salvação. Para que a salvação se
efetivasse o Salvador precisava sofrer e
morrer pelos homens. Somente por meio
da morte na cruz, o Diabo, arqui-inimigo
dos homens, seria derrotado (Hb 2.14). O
autor usa o verbo grego catargeo para se
referir à derrota de Satanás. Esse verbo
tem o sentido de “destronar” ou “tornar
inoperante”.Porintermédiodacruz,Cristo
destronou e desarmou Satanás dasarmas
que este possuía. Foi na cruz que Ele
despojou os principados e as potestades
e nos garantiu a vitória (Cl 2.15).
2. Vitória sobre a morte. Com a
entrada do pecado no mundo a morte
passou a ser um inimigo temido. Essa
arma poderosa era usada por Satanás
para manter os homens debaixo do jugo
do medo (Hb 2.15). Todavia, ao morrer
na cruz por todos os homens, Jesus
venceu a morte. Os homens continuam
a morrer, mas os que o recebem como
Salvador tem a vida eterna, pois a morte
não tem mais domínio sobre eles.
3. Vitória sobre a tentação. Pela
primeira vez na epístola o autor usa
a denominação “sumo sacerdote” em
relação a Jesus (Hb 2.17). O tema do
sacerdócio de Cristo será explorado
pelo autor com maior profundidade em
passagens posteriores (Hb 3.1; 4.14-16;
5.1-10; 6.20; 7.14-19,26-28; 8.1-6; 9.11-
28; 10.1-39). Todavia, aqui o seu uso é
justificado no contexto da identificação
de Jesus com seus “irmãos”, os salvos.
Esse sumo sacerdote é misericordioso e
fiel. Por ter assumido a natureza humana,
e se identificado com os homens nos seus
limites, Ele sabe o que é ser tentado e
por essa razão está pronto a ajudá-los.
o enfoque está em sua humanidade e no
sofrimentocomocomponentesnecessá-
rios de sua missão redentora. Os anjos,
por um lado, são servos; sua missão para
ohomemcomo‘espíritosministradores’é
‘servirafavordaquelesquehãodeherdar
asalvação’(1.14).OFilho,poroutrolado,
é o Salvador; sua missão para o homem
como‘oPríncipedasalvaçãodeles’(2.10)
é ‘salvar perfeitamenteosque por ele se
chegam a Deus’ (7.25). Entretanto, como
Salvador, a missão redentora do Filho
envolviatantoahumilhaçãocomoaglória.
Como o homem perfeito, Jesus se
tornou o verdadeiro representante da
raça humana e o cumprimento absoluto
doSalmos8.SomenteElepoderiacumprir
‘opropósitodeclaradodoCriadorquando
trouxe a raça humana à existência. Mas,
assim fazendo, Ele teve de se identificar
plenamente com a condição humana,
incluindo o sofrimento humano (cf. Hb
4.15,16; 5.6), a fim de ‘abrir o caminho
da salvação para a humanidade e agir
eficazmente como o Sumo Sacerdote
de seu povo na presença de Deus. Isto
significa que Ele não é apenas aquEle em
quem se cumpre a soberania destinada
à humanidade, mas também aquEle
que, por causa do pecado humano, deve
concretizar esta soberania por meio do
sofrimento e da morte. Portanto, o Filho,
que já foi apresentado como superior aos
anjos, teve de ser feito ‘um pouco menor
do que os anjos’ (2.7a) antes de poder
ser ‘coroado de glória e de honra’ (2.7b)
como Senhor sobre todas as coisas” (AR-
RINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2004, pp. 1551,52).
III – UMA SALVAÇÃO EFICAZ
1. Vitória sobre o Diabo. Na con-
clusão de seu argumento o autor mostra
os métodos e os resultados dessa gran-
19. Lições Bíblicas /Professor 172018 - Janeiro/Fevereiro/Março
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Pela graça de Deus, Jesus
provou a morte por todos os homens
(Hb 2.9). Três verdades importantes
estão sucintamente incorporadas aqui:
1. A morte de Jesus na cruz, para
realizar a salvação, foi um ato da graça
de Deus.
2. Sua morte foi em favor de (byper)
cadapecador;umclaroensinodeHebreus
é que sua morte foi uma expiação subs-
titutiva pelo nosso pecado (cf. 5.1; 7.27).
Sua morte não foi uma ‘expiação
limitada’ — isto é, para algumas pessoas
seletas, como alguns reivindicam — mas
Ele provou temporariamente a morte
por todos os homens. Sua morte é de
proveito para todo aquele que por fé
se submete a Ele como Senhor e Cristo.
Para os judeus daqueles dias, ‘a
ideia de um Messias em sofrimento
CONCLUSÃO
Por meio da sua humanização e
humilhação Jesus se tornou o legítimo
Sumo Sacerdote representante da hu-
manidade. Os anjos de fato são seres
especiais a serviço de Deus, entretanto,
Jesus não veio socorrê-los, mas buscar a
descendência de Abraão, os crentes. Por
intermédio de seu sofrimento e morte,
Ele pode dar vida aos que estão mortos.
era detestável e a reivindicação cristã
de que isto convinha, deveria ser vista
contra este panorama. Qualquer que seja
a razão para a cruz, não há dúvida alguma
de que tais fatos revelam a natureza de
Deus. É neste sentido que ‘convinha’
que as coisas ocorressem como de fato
ocorreram” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
2.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2004,p.1553).
PARA REFLETIR
A respeito de Uma Salvação Grandiosa, responda:
• Segundo o autor aos Hebreus, qual a única maneira de manter-se no
rumo certo?
No pensamento do autor só havia uma maneira de manter-se no rumo certo:
ancorando o barco no porto seguro, Jesus.
• Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança
foi mediada por quem?
Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança tinha
Jesus, o Filho de Deus, como seu mediador.
• Como os homens tornaram-se livres?
Por meio do sofrimento de Cristo.
• O que foi preciso ser feito para que a salvação se efetivasse?
Para que a salvação se efetivasse o Salvador precisava sofrer e morrer
pelos homens.
• Por que Jesus Cristo, o verdadeiro Sumo Sacerdote, sabe o que é ser
tentado e, por isso, está pronto a nos ajudar nas fraquezas?
Por ter assumido a natureza humana, e se identificado com os homens nos seus
limites, Ele sabe o que é ser tentado e por essa razão está pronto a ajudá-los.
20. Lições Bíblicas /Professor18 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p. 37. Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
ANOTAÇÕESDOPROFESSOR
SUGESTÃO DE LEITURA
Nesta obra você fará um
estudo panorâmico sobre os
temas mais relevantes das
doutrinas da fé pentecostal.
O amor e o sacrifício de Jesus
Cristo narrado de uma maneira
surpreendente.
A obra examina argutamente
as implicações da crucificação
de Jesus para a nossa cura e
restauração.
Doutrinas
Bíblicas: o
Fundamento
da nossa Fé
Ele Escolheu
os Cravos
Feridas que
Curam
21. Lições Bíblicas /Professor 192018 - Janeiro/Fevereiro/Março
Verdade Prática
“Porque ele é tido por digno de tanto
maior glória do que Moisés, quanto
maior honra do que a casa tem aquele
que a edificou.”
(Hb 3.3)
Cristo em tudo foi superior a Moisés
na Casa de Deus, pois enquanto o
legislador hebreu foi um mordomo, o
Salvador foi o dono.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 3.1
Uma vocação superior dada a
Cristo por Deus Pai
Terça – Lc 19.10
Uma missão superior que apenas
Cristo poderia cumprir
Quarta – Hb 3.1; 1 Tm 2.5
Cristo – O único Mediador entre
os homens e Deus
Quinta – Hb 3.2
Cristo, o edificador da Casa
de Deus
Sexta – Hb 3.5,6
Cristo, não apenas servo, mas
Filho
Sábado – Hb 3.7,8
Cristo, superior em palavra
à Lei
A Superioridade de Jesus
em relação a Moisés
Lição 3
21 de Janeiro de 2018
WWW.ESCOLA-EBD.COMBR
22. Lições Bíblicas /Professor20 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
OBJETIVO GERAL
Evidenciar a superioridade de Jesus em relação ao legislador Moisés.
HINOS SUGERIDOS: 295, 396, 620 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar a superioridade da vocação, da missão e da mediação de
Jesus em relação a Moisés;
Exprimir a autoridade maior de Jesus em relação a Moisés;
Esclarecer a superioridade do discurso de Jesus em relação ao de Moisés.
I
II
III
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 - Pelo que, irmãos santos, participantes
da vocação celestial, considerai a Jesus
Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da
nossa confissão,
2 - sendo fiel ao que o constituiu, como
também o foi Moisés em toda a sua casa.
3 - Porque ele é tido por digno de tanto
maior glória do que Moisés, quanto
maior honra do que a casa tem aquele
que a edificou.
4 - Porque toda casa é edificada por
alguém, mas o que edificou todas as
coisas é Deus.
5 - E, na verdade, Moisés foi fiel em toda
a sua casa, como servo, para testemunho
das coisas que se haviam de anunciar;
6 - mas Cristo, como Filho, sobre a sua
própria casa; a qual casa somos nós, se
tão somente conservarmos firme a con-
fiança e a glória da esperança até ao fim.
7 - Portanto, como diz o Espírito Santo,
se ouvirdes hoje a sua voz,
8 -nãoendureçaisovossocoração,comona
provocação,nodiadatentaçãonodeserto,
9 - onde vossos pais me tentaram, me
provaram e viram, por quarenta anos, as
minhas obras.
10 - Por isso, me indignei contra esta
geração e disse: Estes sempre erram em
seu coração e não conheceram os meus
caminhos.
11 - Assim, jurei na minha ira que não
entrarão no meu repouso.
12 - Vede, irmãos, que nunca haja em
qualquer de vós um coração mau e infiel,
para se apartar do Deus vivo.
13 - Antes, exortai-vos uns aos outros
todos os dias, durante o tempo que se
chama Hoje, para que nenhum de vós se
endureça pelo engano do pecado.
14 - Porque nos tornamos participantes
de Cristo, se retivermos firmemente o
princípio da nossa confiança até ao fim.
1 5 - Enquanto se diz: Hoje, se
ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso
coração, como na provocação.
16 - Porque, havendo-a alguns ouvido, o
provocaram; mas não todos os que saíram
do Egito por meio de Moisés.
17 - Mas com quem se indignou por
quarenta anos? Não foi, porventura, com
os que pecaram, cujos corpos caíram no
deserto?
18 - E a quem jurou que não entrariam
no seu repouso, senão aos que foram
desobedientes?
19 - E vemos que não puderam entrar
por causa da sua incredulidade.
Hebreus 3.1-19
23. Lições Bíblicas /Professor 212018 - Janeiro/Fevereiro/Março
COMENTÁRIO
A Antiga Aliança apresenta Moisés como “apóstolo”, isto é, o mensageiro
de Deus da Aliança com o povo de Israel, e o seu irmão Arão, como sumo
sacerdote do povo de Deus, respectivamente. Essa dispensação deu lugar a
uma nova ordem, a um novo concerto em que Cristo Jesus se apresenta como
executor desses dois ofícios. Agora, Ele é o apóstolo da Nova Aliança e o Sumo
Sacerdote perfeito. Essa verdade é que permeia toda a lição.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
INTRODUÇÃO
O autor dá início ao capítulo três
fazendo um contraste entre Moisés e
Cristo. Ele estava consciente da grande
estima que seus compatriotas tinham
pela figura do grande legislador
hebreu, Moisés. Em nenhum
momento desse contraste
o autor deprecia a pessoa
de Moisés, mas sempre o
coloca como um homem
fiel a Deus na execução de
sua obra. Entretanto, mes-
mo tendo assumido a grande
missão de conduzir o povo rumo
à Terra Prometida, Moisés não poderia
se equiparar a Jesus, o Autor da nossa
fé. O contraste entre Moisés e Cristo
é bem definido: Moisés é visto como
um administrador da casa, Jesus como
Edificador; Moisés é retratado como
servo, Jesus como Filho; Moisés foi
enviado em uma missão terrena, Jesus
numa missão celestial, eterna.
I – UMA TAREFA SUPERIOR
1. Uma vocação superior. O au-
tor introduz a seção vv.1-6 tomando
como ponto de partida o que havia
dito anteriormente — Jesus era o
autor e mediador da nossa salvação
(Hb 2.14-18). Tomando por base esse
conhecimento, seus leitores, a quem
ele chama afetuosamente de irmãos
santos, deveriam ficar atentos ao que
seria dito agora (Hb 3.1). Eles não
eram apenas um povo nômade pelo
deserto escaldante à procura da Terra
Prometida, mas herdeiros de uma vo-
cação celestial. Eles deveriam se
lembrar de quem os fez aptos
e idôneos dessa vocação.
Nesse aspecto, os leitores
de Hebreus não deveriam
ter dúvida alguma de que
Jesus, como Aquele que os
conduzia ao destino eterno,
era em tudo superior a Moisés,
a quem coube a missão de conduzir
o povo à Canaã terrena.
2. Uma missão superior. O autor
pela primeira vez usa a palavra apóstolo
em relação a Jesus (Hb 3.1). A palavra
apóstolo se refere a alguém que é co-
missionado como um representante
autorizado. Não havia dúvida de que
Moisés havia sido um enviado de Deus
em uma missão, todavia, ele não foi
o “apóstolo da grande salvação”. A
missão de Moisés foi tirar o povo de
dentro do Egito e conduzi-lo à Terra
Prometida, mas a missão de Jesus é a
de conduzir a Igreja à Canaã celestial.
A missão mosaica era daqui, a Canaã
terrena; a missão de Jesus possuía uma
vocação celestial. Cristo não foi apenas
um enviado em uma missão, mas acima
de tudo, o apóstolo da nossa confissão,
A carta de Hebreus
revela a superiori-
dade de Jesus em
relação a Moisés
quanto à tarefa, à
autoridade e o
discurso.
PONTO
CENTRAL
24. Lições Bíblicas /Professor22 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), inicie a
aula desta semana fazendo as seguintes
perguntas:
a) O que Moisés representou para
o povo de Israel?
b) Qual foi o papel de Moisés no
estabelecimento da Antiga Aliança de
Deus com o seu povo?
c) Por que Moisés é uma autoridade
respeitada na história de Israel?
Ouça as respostas dos alunos e em
seguida faça um resumo abordando as
respostas das três perguntas a fim de
amarrar as informações. A ideia dessa
atividade é familiarizar a classe com
Moisés a fim de, a partir da importân-
cia dele para o povo judeu, destacar
a magnitude de Jesus Cristo como o
mediador da Nova Aliança.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Em relação a Moisés, a carta de He-
breusapresentaoSenhorJesuscomuma
vocaçãosuperior,umamissãosuperior
e uma mediação superior.
alguém com autoridade na missão de
nos conduzir ao destino eterno.
3. Uma mediação superior. Depois
de afirmar que Jesus era “o apóstolo”,
o autor também diz que Ele é o “sumo
sacerdote da nossa confissão”. Jesus
era superior a Moisés, não apenas
em relação à missão, mas também
em relação à função que exercia. O
autor fará um contraste mais deta-
lhado entre o sacerdócio de Cristo e
o araônico mais adiante, mas aqui os
crentes deveriam ter em mente que a
mediação de Jesus era em tudo superior
ao sistema mosaico e levítico. Cristo
era o mediador da nossa confissão. A
palavra “confissão” traduz o termo
original homologia, que tem o sentido
primeiro de “concordância”. Quando
confessamos Jesus como Salvador,
concordamos que Ele em tudo tem a
primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior
do que tudo e do que todos; Ele, e
somente Ele, é a razão do nosso viver.
CONHEÇA MAIS
*A possibilidade de não chegar
ao fim da caminhada
“O livro de Hebreus considera a possibilidade de
permanecer firme na fé ou de abandoná-la como uma
escolha real, que deve ser feita por cada um dos leito-
res; o autor ilustra as consequências da segunda opção
referindo-se à destruição dos hebreus rebeldes no de-
serto após sua gloriosa libertação do Egito.”
Leia mais em “Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento”,
CPAD, p.1557-59.
II – UMA AUTORIDADE SUPERIOR
1. Construtor, não apenas admi-
nistrador. O autor destaca que tanto
Moisés como Jesus foram fiéis na “casa
de Deus” (Hb 3.2). Eles foram fiéis na
missão que lhes foram confiada. Isso
mostra o apreço que o autor possuía
pelo legislador hebreu. Todavia, ao se
referir a Jesus, o autor usa a palavra
grega aksioô, traduzida como “digno”,
“valor”, “mérito”. Duas coisas precisam
25. Lições Bíblicas /Professor 232018 - Janeiro/Fevereiro/Março
ser destacadas no uso desse vocábulo
pelo autor. Primeiramente ele quer
mostrar que o mérito de Jesus era maior
do que o de Moisés. Nosso Senhor era
o construtor do edifício, da casa de
Deus, e não apenas o mordomo, como
fora Moisés. Os crentes precisavam
enxergar isso e, assim, valorizarem
mais a sua salvação. Por outro lado, ao
usar o pretérito perfeito (tempo verbal
grego), ele demonstra que a glória de
Moisés era desvanecente, enquanto a
de Jesus era permanente.
2. O perigo de ver, mas não crer.
“[...] E viram, por quarenta anos, as
minhas obras” (Hb 3.9). Erra quem
pensa que só acredita quem vê. Parece
que quem muito vê, menos acredita.
Acaba ficando acostumado com o
sobrenatural. Para algumas pesso-
as o sobrenatural se “naturaliza”. É
exatamente isso que aconteceu no
deserto e era especificamente isso
que acontecera com a comunidade dos
primeiros leitores de Hebreus. Tanto
Moisés como Jesus foram poderosos
em obras, mas isso não era suficiente
para segurar os crentes. É preocupante
quando o cristão se acostuma com
o sobrenatural e nada mais parece
impactá-lo ou sensibilizá-lo.
3. O perigo de começar, mas não
terminar. “Estes sempre erram em
seu coração e não conheceram os
meus caminhos” (Hb 3.10b). Com essas
palavras o autor mostra o perigo de
começar, mas não chegar; de andar,
mas se desviar. Alguns do antigo povo
de Deus haviam começado bem, mas
terminado mal. Muitos caíram pelo ca-
minho, desistiram da estrada. O mesmo
risco estava ocorrendo com os cristãos
neotestamentários — haviam começado
bem, mas corriam o risco de caírem e
perderem a fé. Esse alerta é para nós
hoje! Como está a tua fé?
SÍNTESE DO TÓPICO II
HebreusdestacaoSenhorJesuscomo
o construtor da Nova Aliança; o Filho
amado de Deus; o ministro excelente
da Igreja de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Pedro apresenta Jesus como o
Profeta semelhante a Moisés (vv.22,23).
Moisés havia declarado: ‘O SENHOR, teu
Deus, te despertará um profeta do meio
de ti, de teus irmãos, como eu; a ele
ouvireis’ (Dt 18.15). Seria natural dizer
que Josué cumpriu essa profecia. Josué,
o seguidor de Moisés, realmente veio
depois deste e foi um grande libertador
de seu tempo. Surgiu, porém, outro Josué
(na língua hebraica, os nomes Josué e Je-
sus são idênticos). Os cristãos primitivos
reconheciam Jesus como o derradeiro
cumprimento da profecia de Moisés.
No final do capítulo (vv.25,26),
Pedro lembra aos ouvintes a aliança
com Abraão, muito importante para
se entender a obra de Cristo: ‘Vós sois
os filhos dos profetas e do concerto
que Deus fez em nossos pais, dizendo
a Abraão: Na tua descendência serão
benditas todas as famílias da terra.
Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus,
primeiro o enviou a vós, para que nis-
so vos abençoasse, e vos desviasse, a
cada um, das vossas maldades’. Claro
está que, agora, é Jesus quem traz a
bênção prometida e cumpre a aliança
com Abraão – e não apenas a Lei dada
por meio de Moisés” (HORTON, Stan-
ley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1996, pp.307,08).
III – UM DISCURSO SUPERIOR
1. O perigo de ouvir, mas não aten-
der. Seguindo a redação da Septuaginta
26. Lições Bíblicas /Professor24 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“SE OUVIRDES HOJE A SUA VOZ Ci-
tandoSalmos95.7-11,oescritorserefereà
desobediênciadeIsraelnodeserto,depois
doêxododoEgito,comoadvertênciaaos
crentes sob o novo concerto. Porque os
israelitas deixaram de resistir ao pecado
e de permanecer leais a Deus, foram
impedidos de entrar na Terra Prometida
(verNm14.29-43;Sl95.7-10).Semelhan-
temente,oscrentesdoNovoTestamento
devem reconhecer que eles, também,
podem ficar fora do repouso divino, se
forem desobedientes e deixarem que
seus corações se endureçam.
NÃO ENDUREÇAIS O VOSSO CO-
RAÇÃO
O Espírito Santo fala conosco a
respeito do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.8-11; Rm 8.11-14; Gl 5.16-
25). Se formos indiferentes à sua voz,
nossos corações se tornarão cada vez
mais duros e rebeldes a ponto de se
tornarem insensíveis à Palavra de Deus
ou aos apelos do Espírito Santo (v.7).
A verdade e o viver em retidão já não
serão prioridades nossas. Cada vez
mais, buscaremos prazer nos caminhos
do mundo e não nos caminhos de Deus
(v.10). O Espírito Santo nos adverte que
Deus não continuará a insistir conosco
indefinidamente se endurecermos os
nossos corações por rebeldia (vv.7-11;
Gn 6.3). Existe um ponto do qual não há
retorno (vv.10,11; 6.6; 10.26)” (Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1995, p.1902).
SÍNTESE DO TÓPICO III
AmensagemdeCristofazalgunsaler-
tas: o perigo de ouvir, mas não atender
ao apelo; o perigo de ver, mas não crer
narevelação;operigodecomeçar,mas
não terminar a jornada.
(tradução grega da Bíblia Hebraica), o
autor cita o Salmo 95.7-11 para trazer
uma série de advertências. Se o povo
de Deus no Antigo Pacto precisou ser
exortado, maior exortação precisava
os que tinham maiores promessas.
Primeiramente havia o perigo de ouvir
e não atender (Hb 3.7,8). No passado, o
povo de Deus tinha ouvido a mensagem
divina; entendido, mas não atendido!
O mesmo erro estava se repetindo. O
Espírito Santo, falando profeticamente
pela boca do salmista, advertia os o
leitores para que seus corações não
se endurecessem. É um apelo atual,
porque o povo de Deus muitas vezes
demonstra ser tardio para ouvir.
2. A humilhação do servo. A hu-
milhação de Jesus teve início com
o esvaziamento de sua glória para
tomar a forma de servo e culminou
com o sofrimento na cruz (Fp 2.7,8).
Sua humilhação está relacionada aos
seus sofrimentos, como o ser perse-
guido, desprezado pelas autoridades,
discriminado (Jo 1.46), silenciado
diante de seus acusadores, açoitado
impiedosamente, injustamente julgado
diante de Pilatos e Caifás e, finalmente,
crucificado e morto. Assim se cumpriu
cada detalhe da profecia a respeito do
Servo Sofredor (Is 53).
3. O exemplo a ser seguido. Quan-
do andou na Terra, Jesus nos ofereceu
o melhor exemplo, fazendo a vontade
do Pai e amando o próximo com um
amor sem igual (Jo 4.34; Lc 4.18,19).
Logo, a partir da vida do Salvador, so-
mos estimulados a priorizar o Reino de
Deus, a pessoa do Altíssimo em todas
as áreas de nossa vida, não permitindo
que nada tome o seu lugar em nosso
coração. Assim, somos instados a amar
o próximo na força do mesmo amor que
o Pai tem por nós (Mc 12.30,31).
27. Lições Bíblicas /Professor 252018 - Janeiro/Fevereiro/Março
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p. 37. Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
PARA REFLETIR
A respeito da Superioridade de Jesus
em relação a Moisés, responda:
• Qual o ponto de partida para o autor aos Hebreus introduzir o assunto
sobre a vocação superior de Jesus?
Que Jesus era o autor e mediador da nossa salvação (Hb 2.14-18).
• Em que concordamos quando confessamos Jesus como Salvador?
Quando confessamos Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo
tem a primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele
e somente Ele é a razão do nosso viver.
• O que devemos destacar quando o autor usa aksioô, isto é, “digno”,
“valor” e “mérito”?
Diferente de Moisés, o mérito de Jesus era maior e sua glória era permanente.
• Se Moisés foi um ministro de Deus no culto da congregação do de-
serto, o que foi Jesus?
O ministro da Igreja, o povo de Deus na Nova Aliança, “a qual casa somos
nós” (Hb 3.6).
• Qual risco corria os cristãos neotestamentários?
O perigo de ouvir, mas não atender, o perigo de ver, mas não crer e o perigo
de começar, mas não terminar.
CONCLUSÃO
Ao mostrar a superioridade de
Jesus sobre Moisés, o autor da Carta
aos Hebreus não tencionava exaltar o
primeiro e desprezar o segundo, mas
pôr em relevo a obra do Calvário, bem
como esclarecer como os crentes devem
ANOTAÇÕESDOPROFESSOR
valorizá-la. Ora, se Moisés que não era
divino, que não se deu sacrificalmente
em lugar de ninguém, merecia ser
ouvido, então por que Jesus, o Filho
do Deus bendito, Senhor da Igreja e
superior aos anjos, não merecia reco-
nhecimento ainda maior?
28. Lições Bíblicas /Professor26 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
Verdade Prática
Lição 4
28 de Janeiro de 2018
“Procuremos, pois, entrar naquele
repouso, para que ninguém caia no
mesmo exemplo de desobediência.”
(Hb 4.11)
O descanso provido por Josué foi
terreno, temporário e incompleto; o
descanso provido por Cristo é celestial,
eterno e completo.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 4.2
A mensagem de Deus deve ser
recebida pela fé
Terça – Hb 4.6
A mensagem de Deus deve ser
acompanhada pela obediência
Quarta – Hb 4.7
A mensagem de Deus dever ser
acolhida com contrição
Quinta – Hb 4.8,9
A mensagem de Deus promove um
descanso real e total
Sexta – Hb 4.11
A mensagem de Deus promove um
descanso eterno
Sábado – Hb 4.12
A Palavra de Deus é viva e eficaz
Jesus é Superior a Josué —
O meio de entrar no Repouso
de Deus
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29. Lições Bíblicas /Professor 272018 - Janeiro/Fevereiro/Março
OBJETIVO GERAL
Demonstrar que Jesus é superior a Josué na mensagem e no provimento
de repouso para o povo de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 47, 146, 212 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que a mensagem de Jesus é superior a de Josué;
Mencionar a provisão de um descanso superior ao de Josué;
Apontar a superioridade da orientação de Jesus em relação à de Josué.
I
II
III
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.1-13
1 - Temamos, pois, que, porventura,
deixada a promessa de entrar no seu
repouso, pareça que algum de vós fique
para trás.
2 - Porque também a nós foram pre-
gadas as boas-novas, como a eles,
mas a palavra da pregação nada lhes
aproveitou, porquanto não estava
misturada com a fé naqueles que a
ouviram.
3 - Porque nós, os que temos crido,
entramos no repouso, tal como disse:
Assim, jurei na minha ira que não
entrarão no meu repouso; embora as
suas obras estivessem acabadas desde
a fundação do mundo.
4 - Porque, em certo lugar, disse assim
do dia sétimo: E repousou Deus de todas
as suas obras no sétimo dia.
5 - E outra vez neste lugar: Não entrarão
no meu repouso.
6 - Visto, pois, que resta que alguns en-
trem nele e que aqueles a quem primeiro
foram pregadas as boas-novas não
entraram por causa da desobediência,
7 - determina, outra vez, um certo dia,
Hoje, dizendo por Davi, muito tempo de-
pois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a
sua voz, não endureçais o vosso coração.
8 - Porque, se Josué lhes houvesse dado
repouso, não falaria, depois disso, de
outro dia.
9 - Portanto, resta ainda um repouso
para o povo de Deus.
10 - Porque aquele que entrou no seu
repouso, ele próprio repousou de suas
obras, como Deus das suas.
11 - Procuremos, pois, entrar naquele
repouso, para que ninguém caia no
mesmo exemplo de desobediência.
12 - Porque a palavra de Deus é viva, e
eficaz,emaispenetrantedoquequalquer
espada de dois gumes, e penetra até
à divisão da alma, e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir
os pensamentos e intenções do coração.
13 - E não há criatura alguma encober-
ta diante dele; antes, todas as coisas
estão nuas e patentes aos olhos daquele
com quem temos de tratar.
30. Lições Bíblicas /Professor28 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
COMENTÁRIO
O texto de Hebreus 4 mostra o que a história de Josué representa para a
Igreja de Cristo. Enquanto o ministério do sucessor de Moisés foi de caráter
terreno, temporário e incompleto – primeiro porque Israel não conquistou toda
a terra; depois, as guerras continuaram −, Jesus Cristo proveu um descanso
celestial, eterno e completo. Na lição desta semana, é preciso fazer o contraste
entre os ministérios de Jesus e Josué, conforme abaixo:
JOSUÉ Terreno Temporário Incompleto
JESUS Celestial Eterno Completo
Devido à popularização da teologia da prosperidade, bem como o aumento
da “politização ideológica” dos movimentos evangélicos, é comum alguns
cristãos virarem as costas para a dimensão celestial e eterna do ministério
de Jesus, alegando que se dermos ênfase ao “céu” formaremos cristãos
“escapistas”. O problema é que eles se esqueceram de combinar isso com o
autor de Hebreus. A natureza celestial, eterna e esperançosa do ministério
de Cristo é cristalina nas Escrituras! Por isso, embora a obra de Cristo tenha
consequências presentes como uma antecipação das bênçãos futuras, claro
que podemos vivê-las hoje, aqui e agora, não tenha receio de enfatizar a
natureza do porvir da obra de Cristo, pois Ele nos prometeu a vivência da
comunhão no Reino Celestial (Mt 26.28,29).
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
INTRODUÇÃO
A conquista de Canaã sob a lide-
rança de Josué é retratada pelo autor
da Carta aos Hebreus como um tipo da
Canaã celestial. Deus havia prometido a
conquista da terra a Moisés e Josué
(Êx 3.8; Js 1.2,3). Mas ao longo
da jornada do Êxodo muitos
ficaram pelo caminho. A
incredulidade e a desobe-
diência, somadas à falta
de ânimo, fizeram com
que o povo não vivesse
as promessas de Deus em
sua plenitude. O mesmo
processo estava se repetindo
agora com os crentes da Nova Aliança
e pelas mesmas razões. A única forma
de voltar para a corrida e completar
o percurso, entrando no descanso de
Deus, era observando a sua Palavra.
I – JESUS PROVEU UMA MENSAGEM
SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma mensagem que deve
ser recebida pela fé. O autor
inicia sua argumentação com
uma afirmação e uma decla-
ração. Primeiramente ele
afirma que as boas-novas
foram pregadas a seus
contemporâneos, assim
como havia acontecido com
os crentes dos dias de Josué
(Hb 4.2). Tanto aqui como no
versículo seis, o autor usa o verbo
grego euangelizomai, que significa
Enquanto Josué pro-
porcionou um descan-
so terreno, temporário
e incompleto para Israel,
Jesus Cristo proveu um
descanso celestial,
eterno e completo
para a Igreja.
PONTO
CENTRAL
31. Lições Bíblicas /Professor 292018 - Janeiro/Fevereiro/Março
“evangelizar”, “pregar as boas-novas a
alguém”. É a mesma raiz que dá origem
à palavra “evangelho”. Em segundo
lugar, o autor declara que “a palavra
da pregação nada lhes aproveitou,
porquanto não estava misturada com
a fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2).
Muitos crentes do Antigo Pacto haviam
ficado de fora da Terra Prometida por-
que não receberam a mensagem com
fé, o que se poderia esperar então dos
que receberam a mensagem em sua
plenitude, mas não lhe deram crédito?
2. Uma mensagem que se funda-
menta na obediência. O autor passa a
mostrar a razão de alguns não terem
entrado no descanso de Deus: “Visto,
pois, que resta que alguns entrem nele
e que aqueles a quem primeiro foram
pregadas as boas novas não entraram
por causa da desobediência” (Hb 4.6).
A desobediência (gr. apeitheia) é a
manifestação ativa da incredulidade.
Essa palavra ocorre seis vezes no texto
original e foi usada pelo apóstolo Paulo
para se referir aos “filhos da desobe-
diência” (Ef 2.2). O crente, quando não
crê, age da mesma forma do incrédulo.
O autor de Hebreus usa essa palavra
novamente no versículo 11, do mesmo
capítulo, quando alerta o crente a não
“cair no exemplo de desobediência”.
A mensagem de Deus só tem proveito
quando acompanhada pela obediência.
3. Uma mensagem que conduz à
contrição. A mensagem de Deus para
ser recebida necessita encontrar co-
rações receptivos, abertos: “Hoje, se
ouvirdes a sua voz, não endureçais o
vosso coração” (Hb 4.7b). O autor usa
o termo sklerynô – traduzido como
“duro”, “endurecido” – quatro vezes
nesta carta. Esse termo deu origem
a palavra portuguesa “esclerose”,
“esclerosado”, isto é, “endurecido”,
“enrijecido”. É a mesma palavra usada
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), o recebimento da
Palavra com fé, o viver em obediência
e o coração contrito e aberto à Palavra
são os três aspectos do ouvinte da
mensagem de Jesus que devem ser
enfatizados neste primeiro tópico. Deixe
claro que sem fé é impossível agradar a
Deus; sem obediência à Palavra não há
fundamento na vida cristã; sem coração
contrito não há arrependimento.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A mensagem de Jesus deve ser perce-
bida pela fé, praticada com obediência
e recebida em contrição pessoal.
por Lucas em Atos 19.9 para dizer que
os judeus se “mostraram endurecidos”
e por essa razão rejeitaram a mensagem
de Paulo. Aqui em Hebreus, como em
outros lugares do Novo Testamento, é
o homem, e não Deus, que endurece o
seu próprio coração. Deus só endurece
quem já está anteriormente endurecido
(Rm 1.28,29). Para que a mensagem
tenha efeito é preciso encontrar cora-
ções contritos.
II – JESUS PROVEU UM DESCANSO
SUPERIOR AO DE JOSUÉ
1. Um descanso total. Quando
contrastamos o capítulo 11.23 com o
13.1 do livro de Josué surge uma per-
gunta: Josué conquistou ou não Canaã?
Especialistas em línguas semíticas
avaliam que Josué 11.23 refere-se a
uma avaliação otimista das campanhas
do líder do povo de Deus. Ora, o povo
peregrino ansiava por vir chegar o dia de
herdar a Terra Prometida. Nesse sentido,
e como era comum à época, o exército
de Josué estabeleceu a supremacia
militar por sobre toda Canaã assim
32. Lições Bíblicas /Professor30 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
que chegou ao território, embora não
tivesse pleno controle de cada cidade
e vila, conforme deixa patente Josué
13.1. Logo, os capítulos 11 e 13 não
são contraditórios, mas confirmam que
o descanso dado por Josué ao antigo
povo de Deus foi incompleto e parcial.
Por outro lado, o que o autor de Hebreus
está mostrando é que o descanso pro-
vido por Jesus foi completo, total. Nada
ficou para ser conquistado.
2. Um descanso real. A redação
de Hebreus 4.8, diz: “Porque, se Jo-
sué lhes houvesse dado repouso, não
falaria, depois disso, de outro dia”. A
conquista de Canaã era apenas um tipo
da qual a Canaã celestial é o antítipo. A
conquista da Terra Prometida por Josué
era apenas uma sombra da qual Jesus
é a realidade. Quem proveu, de fato,
um descanso para o povo de Deus foi
Jesus, não Josué: “Vinde a mim, todos
os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
3. Um descanso eterno. Para o
autor de Hebreus, o descanso provido
SÍNTESE DO TÓPICO II
O descanso que Jesus proveu para
o seu povo é completo, real e eterno.
por Josué não foi apenas incompleto e
tipológico, ele foi também temporário:
“Portanto, resta ainda um repouso para
o povo de Deus” (Hb 4.9). O descanso
não é aqui! Embora desfrutemos das
bênçãos do reino na era presente, to-
davia, o futuro aguarda a sua plenitude.
A estrada é longa e ninguém pode se
deixar fatigar pelo caminho. É preciso
caminhar com dedicação e vigilância:
“Procuremos, pois, entrar naquele re-
pouso, para que ninguém caia no mesmo
exemplo de desobediência” (Hb 4.11).
CONHEÇA MAIS
*O Descanso
“A preocupação pastoral do autor se torna
novamente evidente: ‘Que, porventura, deixada
a promessa de entrar no seu repouso, pareça
que algum de vós fique para trás’ (cf.3.12,13;
4.11). Entrar no repouso de Deus não é algo que
acontece automaticamente após a conversão a
Cristo, da mesma maneira que Israel não entrou
automaticamente em Canaã após a sua reden-
ção do Egito. Como Bruce observa, os leitores
‘farão bem em temer a possibilidade de perder
a grande bênção que nos está prometida, da
mesma maneira que a geração de israelitas que
morreu no deserto perdeu a Canaã terrestre,
embora este fosse o objetivo que tinham diante
de si quando saíram do Egito’.” Leia mais
em “Comentário Bíblico Pente-
costal Novo Testamento”,
CPAD, p.1563,64.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O repouso de Deus, no qual os
crentes são convidados a entrar, é algo
para o presente ou para o futuro? Certa-
mente o repouso de Deus em seu sentido
mais amplo aguarda a era por vir, mas há
33. Lições Bíblicas /Professor 312018 - Janeiro/Fevereiro/Março
também um sentido presente de entrar
pela fé, como é indicado pelo versículo 3:
‘porque nós, os que temos crido [tempo
passado], entramos [tempo presente] no
repouso’ (cf. a ênfase do tempo presente
em 4.1,10,11). A fé torna possível, no
presente, realidades que são futuras,
invisíveis, ou celestiais (cf. 11.1).
Em 4.3-5, são enfatizados dois
fatos importantes:
1) O repouso de Deus é uma rea-
lidade presente e completa (4.3c,4) e
2) Os israelitas não puderam entrar
no repouso de Deus (4.3b,5b) por causa
de sua incredulidade e desobediência
(3.19; 4.6). Note que nosso autor cita
Gênesis 2.2 em Hebreus 4.4 e se refere
ao Salmos 95.11 (duas vezes) em He-
breus 4.3,5. Sua preocupação por seus
leitores é que entrem no repouso de
Deus agora pela fé e que não o percam
para sempre, como fez a geração que
peregrinou no deserto. A incredulidade
fecha o coração para Deus e torna sua
promessa sem efeito.
O que é o repouso de Deus? É um
repouso baseado na conclusão de sua
obra na criação (4.3c,4), do qual o sába-
do sagrado é um testemunho duradouro.
Nossa participação em seu repouso é
baseada na obra consumada de Cristo
na cruz; o fato de Ele estar ‘assentado’
(que inclui o pensamento de repouso)
à direita do Pai é o testemunho dura-
douro. O fato de Deus ter repousado
não significa que Ele, por conseguinte,
tenha estado ou esteja em um estado
de ociosidade, mas apenas que não há
nada a se acrescentar àquilo que Ele
fez. Deus repousou após criar todas
as coisas porque sua obra (de criar)
foi terminada ‘desde a fundação do
mundo’ (4.3c)” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, pp.1563,64).
III – JESUS PROVEU UMA
ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma palavra viva. Já vimos que
o autor de Hebreus afirma que a geração
do Êxodo ouviu as boas-novas da Pala-
vra de Deus, mas não lhe deu ouvido.
Novamente o povo de Deus estava
diante de sua Palavra. Essa Palavra não
foi anunciada por um anjo, Moisés nem
tampouco por Josué, mas pelo próprio
Filho de Deus — Jesus. Essa Palavra não
mais se limita à letra, a Lei, porque ela
é “viva” (Ez 37.3,4). Jesus afirmou que
suas palavras “são espírito e vida” (Jo
6.63). Como devemos nos portar diante
da Palavra Viva de Deus?
2. Uma palavra eficaz. A Palavra
de Deus é viva, ela produz vida. Mas
além de viva, ela é eficaz. Produz re-
sultados: “sendo de novo gerados,
não de semente corruptível, mas da
incorruptível, pela palavra de Deus,
viva e que permanece para sempre”
(1 Pe 1.23). O autor mostra que essa
palavra é produtiva. O termo energes,
traduzido como “eficaz”, é usado na
Bíblia para se referir à atividade divina
que produz resultados: “assim será a
palavra que sair da minha boca; ela
não voltará para mim vazia; antes fará
o que me apraz e prosperará naquilo
para que a enviei” (Is 55.11).
3. Uma palavra penetrante. A
Palavra de Deus é retratada como um
instrumento vivo, eficaz e cortante,
“mais penetrante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até
à divisão da alma, e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir
os pensamentos e intenções do coração”
(Hb 4.12). A metáfora usada pelo autor
é muito forte e serve para mostrar que
a Palavra de Deus possui um grande
poder de penetração. Ela não fica na
superfície, mas vai até o centro do ser
34. Lições Bíblicas /Professor32 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
CONCLUSÃO
A palavra chave desta lição é
“descanso”. Todos nós nos fatigamos
na caminhada da vida. O problema,
portanto, não é se cansar, mas permitir
que fatores diversos interrompam a
nossa jornada de fé. Com os israelitas
o desânimo veio como consequência
da infidelidade, incredulidade e deso-
bediência. As mesmas coisas podem
acontecer conosco se não atentarmos
para a santa, viva e eficaz Palavra de
Deus. Nessa jornada temos como guia
não um Moisés ou um Josué, mas Jesus,
o autor e consumador da nossa fé.
PARA REFLETIR
A respeito de Jesus é Superior a Josué –
O meio de entrar no Repouso de Deus, responda:
• Qual a primeira afirmação do autor aos Hebreus?
Que as Boas-novas foram pregadas aos seus contemporâneos, assim como
havia acontecido com os crentes dos dias de Josué (Hb 4.2).
• O que é preciso para que a mensagem tenha efeito?
A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar corações re-
ceptivos, abertos.
• Segundo a lição, o que foi a conquista de Canaã?
A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da qual
Jesus é a realidade.
• Para o autor de Hebreus, o que foi o descanso de Josué?
Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi apenas in-
completo e tipológico, ele foi também temporário: “Portanto, resta ainda
um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9).
• Se os israelitas falharam ao não ouvir as palavras de Moisés e Josué,
qual o cuidado que os cristãos devem ter?
Os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder
a essa Palavra.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Ao terminar a exposição deste tópi-
co, e com o auxílio das seções objetivos
específicos e sínteses dos tópicos, faça
uma breve recapitulação dos assuntos
abordados nesta aula. Não esqueça
SÍNTESE DO TÓPICO III
A orientação de Jesus foi manifesta
por meio de uma Palavra viva, eficaz
e penetrante.
humano. Os israelitas falharam por não
ouvir as palavras de Moisés e Josué, e
os cristãos, por outro lado, deveriam
ter mais prontidão para responder a
essa Palavra.
também de trabalhar com a classe as
questões da seção Para Refletir.
35. Lições Bíblicas /Professor 332018 - Janeiro/Fevereiro/Março
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p. 38. Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
ANOTAÇÕESDOPROFESSOR
SUGESTÃO DE LEITURA
Um abrangente dicionário
bíblico disponível para estu-
dantes, eruditos e leigos.
Um estudo profundo dos
principais termos bíblicos de
cunho teológico.
O autor contextualiza as Epís-
tolas, tornando-as imprescin-
díveis aos crentes de hoje.
Dicionário
Bíblico
Wycliffe
Dicionário
Vine
Gálatas,
Filipenses,
1 e 2 Tessa-
lonicenses,
Hebreus
36. Lições Bíblicas /Professor34 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
Verdade Prática
“Visto que temos um grande sumo
sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que
penetrou nos céus, retenhamos firme-
mente a nossa confissão.”
(Hb 4.14)
Como Filho de Deus e Sumo
Sacerdote, Jesus intercede eficaz-
mente por sua Igreja.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 4.14
Jesus, Sumo Sacerdote qualificado
para representar os homens diante
de Deus
Terça – Hb 4.15
Jesus, Sumo Sacerdote identificado
com a condição humana
Quarta – Hb 5.4
Jesus, Sumo Sacerdote e ministro
do santuário
Quinta – Hb 5.7
Jesus, o Sumo Sacerdote de vida
santa
Sexta – Hb 5.8, 12.28
Jesus, o Sumo Sacerdote obediente
e submisso que nos ensina
Sábado – Hb 5.9-14
Jesus, o Sumo Sacerdote
transcendente e necessário
Cristo é Superior a Arão
e à Ordem Levítica
Lição 5
4 de Fevereiro de 2018
WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR
37. Lições Bíblicas /Professor 352018 - Janeiro/Fevereiro/Março
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hb 4.14 – Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus,
que penetrou nos céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão.
15 – Porque não temos um sumo sa-
cerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas; porém um que,
como nós, em tudo foi tentado, mas
sem pecado.
16 – Cheguemos, pois, com confiança
ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça,
a fim de sermos ajudados em tempo
oportuno.
Hb 5.1 – Porque todo sumo sacerdote,
tomado dentre os homens, é constituído
a favor dos homens nas coisas concer-
nentes a Deus, para que ofereça dons
e sacrifícios pelos pecados,
2 – e possa compadecer-se ternamente
dos ignorantes e errados, pois também
ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 – E, por esta causa, deve ele, tanto
pelo povo como também por si mesmo,
fazer oferta pelos pecados.
4 – E ninguém toma para si essa hon-
ra, senão o que é chamado por Deus,
como Arão.
5 – Assim, também Cristo não se glo-
rificou a si mesmo, para se fazer sumo
sacerdote, mas glorificou aquele que
lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 – Como também diz noutro lu-
gar: Tu és sacerdote eternamente, se-
gundo a ordem de Melquisedeque.
7 – O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, com grande clamor e
lágrimas, orações e súplicas ao que
o podia livrar da morte, foi ouvido
quanto ao que temia.
8 – Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu.
9 – E, sendo ele consumado, veio a ser
a causa de eterna salvação para todos
os que lhe obedecem,
10 – chamado por Deus sumo sacerdo-
te, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 – Do qual muito temos que dizer,
de difícil interpretação, porquanto vos
fizestes negligentes para ouvir.
12 – Porque, devendo já ser mestres
pelo tempo, ainda necessitais de que
se vos torne a ensinar quais sejam os
primeiros rudimentos das palavras
de Deus; e vos haveis feito tais que
necessitais de leite e não de sólido
mantimento.
13 – Porque qualquer que ainda se ali-
menta de leite não está experimentado
na palavra da justiça, porque é menino.
14 – Mas o mantimento sólido é para
os perfeitos, os quais, em razão do
costume, têm os sentidos exercitados
para discernir tanto o bem como o mal.
Hebreus 4.14-16; 5.1-14
OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que,
por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.
HINOS SUGERIDOS: 152, 291, 402 da Harpa Cristã
38. Lições Bíblicas /Professor36 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio
de Jesus Cristo;
Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.
I
II
III
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
39. Lições Bíblicas /Professor 372018 - Janeiro/Fevereiro/Março
Hebreus 4.14-16 talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição
do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor
como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque
Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus
encoraja os cristãos: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para
que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados
em tempo oportuno” (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de Je-
sus começa a ser exposta a partir de
Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor
apresenta Jesus como “o grande sumo
sacerdote que penetrou os céus”. Jesus,
portanto, era um Sumo Sacerdo-
te grandioso, misericordioso
e compassivo. Na seção de
Hebreus 5.1-10, o autor sacro
apresenta de forma detalha-
da uma discussão sobre as
atribuições e qualificações
do sacerdócio. A intenção dele
é mostrar que o sacerdócio de Jesus
superou o sacerdócio arônico e a ordem
levítica em grandeza e qualificação. Os
sacerdotes humanos eram cobertos de
fraquezas e defeitos e, por isso, pouco
podiam fazer pelos homens. Todavia,
Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma
ordem superior e perfeita e, por conta
disso, capaz de condoer-se e socorrer
os que a Ele recorrem. Por fim, o autor
finaliza censurando os crentes pela
ignorância deles frente a uma doutrina
de tão grande relevância.
I – UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os
homens diante de Deus. O escritor de
Hebreus mostra que o sumo sacerdote
do Antigo Pacto era escolhido dentre
seus pares (Hb 5.1). Com essa expo-
sição o autor quer chamar a atenção
para o mistério da encarnação, quando
Deus se humaniza para tratar com
os homens. Mesmo porque,
como afirma certo teólogo, “é
necessário que um homem
seja escolhido para repre-
sentar homens ao tratar dos
pecados deles contra Deus”.
Jesus, nosso Sumo Sacerdote,
é quem nos apresentou diante
de Deus. Ao contrário do sacerdócio
arônico, que oferecia ofertas e sacri-
fícios, Jesus ofereceu sua própria vida
como oferta a Deus em nosso favor
(Hb 4.14-16).
2. Por compreender melhor a
condição humana. Para melhor com-
preender a condição humana, o autor
prossegue com sua exposição da
função sacerdotal. O sumo sacerdote
era alguém tirado de entre o povo e
com a capacidade de compreender a
condição humana. A palavra “compa-
decer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo
grego metriopatheia, que significa
escolher um meio termo a fim de se
evitar os extremos. Um sacerdote que
trabalhava com as exigências da Lei
Jesus Cristo é o sa-
cerdote perfeito que
executou o mais
perfeito sacrifício
pela humani-
dade.
PONTO
CENTRAL
40. Lições Bíblicas /Professor38 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
SÍNTESE DO TÓPICO I
O sacerdócio de Cristo é mais qua-
lificado do que o de Arão e o da ordem
levítica porque representa melhor o ser
humano diante de Deus, pois compre-
ende a condição humana, e também
por pertencer ao “sacerdócio do céu”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da quali-
ficação do sacerdócio de Cristo em
relação ao de Arão e ao da ordem levíti-
ca. Utilize o auxílio do esquema abaixo.
e, ao mesmo tempo com as fraquezas
humanas, necessitava, a todo mo-
mento, evitar os extremos. Isso se
tornava mais emblemático quando
ele precisava fazer sacrifícios pelos
pecados alheios e os seus próprios.
Ele não poderia ser complacente com
o pecado nem tampouco agir com
extrema severidade. Na mente do
autor sagrado somente Jesus, o Sumo
Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse
requisito.
3. Pela posição que exerceu. Não
era sumo sacerdote quem quisesse
ser, mas aquele a quem o Senhor
chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa
claro que a palavra “honra” tem o
sentido de “cargo” ou “posição” e está
relacionada ao ministério sacerdotal
ao qual o Senhor delegou a alguém.
Ser um ministro do altar era algo
extremamente honroso, de grande
importância e de muita responsabi-
lidade. Tanto Arão como seus filhos
foram escolhidos diretamente por
Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl
105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote,
em tudo foi superior e mais honrado
do que Arão visto pertencer a uma
ordem sacerdotal superior e haver
sido enviado do céu para essa missão.
AS RAZÕES DA SUPERIORIDADE DA QUALIFICAÇÃO DO SACERDÓCIO
Representa melhor o
ser humano diante de
Deus:
Compreende melhor a
condição humana:
Pertence a um “sacerdócio
superior”:
“Jesus, nosso sumo
sacerdote, é quem nos
apresentou diante de
Deus. Ao contrário do
sacerdócio arônico, que
oferecia ofertas e sacri-
fícios, Jesus ofereceu
sua própria vida como
oferta a Deus em nosso
favor (Hb 4.14-16).”
“Um sacerdote que
trabalhava com as
exigências da Lei e,
ao mesmo tempo com
as fraquezas huma-
nas, necessitava, a
todo tempo, evitar os
extremos. Na men-
te do autor sagrado
somente Jesus, o sumo
sacerdote perfeito,
pôde cumprir com
esse requisito [porque
ninguém como Ele
compreendia tão bem
a condição humana].”
“Não era sumo sacerdo-
te quem quisesse ser,
mas aquele a quem o Se-
nhor chamasse (Hb 5.4).
[...]Jesus, nosso sumo
sacerdote, em tudo foi
superior e mais honra-
do do que Arão visto
pertencer a uma ordem
sacerdotal superior e
haver sido enviado do
céu para essa missão.”
41. Lições Bíblicas /Professor 392018 - Janeiro/Fevereiro/Março
II – UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito
pelo qual viveu. Em sua exposição
sobre o sacerdócio de Cristo, o autor
combina o Salmo 2.7 com o 110.4.
Essas citações servem para o autor
sacro argumentar a favor da filiação
divina e da realeza do sacerdócio de
Jesus. Respeitados especialistas em
Antigo Testamento ressaltam que o
tipo de “messias” que os judeus da
época de Jesus esperavam era de natu-
reza político-religiosa. Entretanto, os
textos dos Salmos mostram que Jesus
Cristo não era um messias político nem
meramente religioso, mas o Messias
aclamado por Deus em Salmos 2.7 e
reconhecido pelo Pai como Sumo Sa-
cerdote em Salmos 110.4: o Messias
que os cristãos reconhecem como o
Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote
do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo
sendo Filho de Deus, não glorificou a
si mesmo nem tampouco buscou honra
para si, mas exerceu o sacerdócio por
meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).
2. Pela vida santa que possuía.
A primeira parte do versículo sete do
capítulo cinco de Hebreus é usada
pelo autor sacro para se referir à vida
piedosa de Jesus. Intercessão, compai-
xão, oração e súplicas são qualidades
presentes em um verdadeiro sacerdote.
O autor destaca que os fatos por ele
levantados aconteceram quando Jesus
ainda exercia seu ministério terreno,
revelando dessa forma o seu viver san-
to. Os intérpretes destacam que esses
fatos estão relacionados com a oração
de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36),
CONHEÇA MAIS
*Todo o sumo sacerdote
Duas qualificações são necessárias para um verdadei-
ro sacerdócio. (1) O sacerdote deve ser compassivo,
manso e paciente com aqueles que se desviam por
ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza
(v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29). (2) Deve ser designa-
do por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.
[...] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e
o preço que com frequência se paga pela obediência
a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp
2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote per-
feito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorre-
ram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em
todos os sentidos (vv.1-6), para nos
prover a eterna salvação.” Leia
mais em “Bíblia de Estudo
Pentecostal”, CPAD,
pp.1905,06.
Nosso Cristo, mesmo sen-
do Filho de Deus, não glorificou a si
mesmo nem tampouco buscou honra
para si, mas exerceu o sacerdócio por
meio da vontade do Pai.
42. Lições Bíblicas /Professor40 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
conforme narra os Evangelhos e serve
para mostrar que um sacerdote assim,
santo, piedoso e compassivo, é capaz
de condoer-se das fraquezas humanas
e dos que sofriam.
3. Pela submissão que demons-
trou. A expressão “foi ouvido quanto
ao que temia” (Hb 5.7, ARC) é traduzida
na Almeida Revista e Atualizada (ARA)
como “tendo sido ouvido por causa da
sua piedade”. A razão da diferença nas
traduções é a palavra eulabeia usada
pelo autor. Essa palavra só aparece
duas vezes no Novo Testamento grego
e as duas ocorrências encontram-se
em Hebreus: uma aqui no capítulo 5
e outra em Hebreus 12.28. Em He-
breus 12.28, tanto a ARC como a ARA
traduzem como “reverência”. Não há
dúvida que este último sentido deve
ser mantido aqui. Eulabeia, portanto,
mantém o sentido de um temor pie-
doso e reverente. O viver temente
de Jesus o conduziu a suportar o
sofrimento em favor da humanidade
e, dessa forma, a completar a obra
expiatória em favor de todos.
III – UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO À IMPORTÂNCIA
TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente.
A última parte da seção de Hebreus
5.11-14 forma um parêntese feito
pelo autor para chamar a atenção da
importância teológica que possuía
SÍNTESE DO TÓPICO II
A realeza, o propósito pelo qual
viveu, a vida santa que possuía e a
submissão demonstrada no seu mi-
nistério apontam para superioridade
do serviço de Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Filho e sacerdote (5.5,6). O
autor cita duas passagens. A primei-
ra estabelece o direito de Jesus, na
condição de filho, de ministrar no
próprio céu (cf.8.3-6). A segunda,
estabelece seu direito de servir na
terra como Sumo Sacerdote. A razão
pela qual é importante traçar o sacer-
dórcio de Jesus desde Melquisedeque
é discutida no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é
responder de acordo com o pedido ou
o comando de outra pessoa. Ambos
os Testamentos deixam claro que a
obediência a Deus cresce em direção
ao relacionamento pessoal com Ele e
é motivado pelo amor. Duas das mais
importantes passagens das epístolas
examinam a obediência de Cristo.
Filipenses 2 focaliza a atitude de
humildade e renúncia, expressas na
encarnação de Cristo. E sua trajetória
até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5,
discute o significado da obediência
de Cristo. Ao aprender a obedecer ele
estabeleceu suas credenciais como
um verdadeiro ser humano, vivendo
da mesma maneira que vivemos, no
que diz respeito à obediência a Deus.
Assim qualificado, Jesus tornou-se o
‘Autor da salvação eterna para todos
os que lhe obedecem’” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p.859).
O viver temente de Jesus o
conduziu a suportar o sofrimento em
favor da humanidade e, dessa forma, a
completar a obra expiatória em favor
de todos.
43. Lições Bíblicas /Professor 412018 - Janeiro/Fevereiro/Março
SÍNTESE DO TÓPICO III
A doutrina da superioridade sacer-
dotal de Cristo é transcendental aos
princípios formadores da fé cristã e
essencial à nossa fé.
CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de He-
breus e todo o capítulo cinco trazem
aspectos relevantes sobre o sistema
sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que
o autor apresentou, primeiramente, as
qualificações que eram exigidas para
um sacerdote e depois as contrastou
com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus.
O Filho de Deus viveu toda a nossa
condição humana e, como sacerdote
perfeito, está habilitado para interceder
por nós. Esta é uma doutrina que todos
devemos conhecer bem.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo [5]. O sumo
sacerdote ocupava uma posição única na
religião de Israel, um cargo acessível tão
somente a um descendente de Arão. Por
isso, o escritor se mostra cauteloso ao
enumerar as qualificações de Cristo para
esse papel na fé, no Novo Testamento.
O sumo sacerdote é tomado dentre os
homens. Sua comissão de representar
a outros homens diante de Deus exige
que Ele seja uma pessoa sensível às
necessidades dos seres humanos (v.4).
Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacer-
essa doutrina — o sacerdócio de Jesus
Cristo. A compreensão dessa doutrina
era de suma importância para o viver
cristão, mas a falta de crescimento por
parte dos leitores tornava difícil para o
autor torná-la compreendida. Era uma
doutrina que transcendia em muito
aqueles princípios formadores da fé
cristã. Requeria maturidade, o que só
teria sido possível se eles exercitassem
suas mentes na meditação da Palavra.
2. Uma doutrina essencial. Se
por um lado essa doutrina era por
natureza transcendente, por outro,
formava o âmago da fé cristã. A sua
compreensão traz substância à nossa
fé. Não era de admirar que os hebreus
estavam indolentes, desanimados e
fracos. Não possuíam uma fé substan-
cial (Hb 5.13,14). Quando não se tem
maturidade suficiente na vida cristã
fica difícil e, às vezes, impossível de
se fazer escolhas acertadas.
dócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as
qualificações de sensibilidade diante da
fraqueza humana. Como homem, Jesus
aprendeu a obediência pelas cousas
que sofreu (vv.7,8). Devidamente quali-
ficado, foi nomeado sumo sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque
e se transformou na fonte de nossa
salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor
lança mais uma advertência devido à
aparente incapacidade de seus leitores
de perceberem até mesmo as mais
elementares verdades do cristianismo.
Para caminhar em direção à maturida-
de, devem se valer das verdades que
têm ensinado, como guia a distinguir
o bem do mal. Para ser considerada
alimento sólido e não leite, a verdade
deve ser explicitada na prática (vv.11-
14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis
a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010, p.859).
Quando não se tem matu-
ridade suficiente na vida cristã fica
difícil e, às vezes, impossível de se
fazer escolhas acertadas.
44. Lições Bíblicas /Professor42 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p. 38. Você encontrará mais subsídios
para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
PARA REFLETIR
A respeito de Cristo é Superior a Arão
e à Ordem Levítica, responda:
• Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb
4.14-16).
• Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais
honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que
Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado
do céu para essa missão.
• Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo
sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua
filiação divina.
• Quais as qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um
verdadeiro sacerdote.
• Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Exercitando a mente na meditação da Palavra.
SUGESTÃO DE LEITURA
Um exemplar de estudos do
Antigo Testamento sendo uma
referência muito útil tanto
para os estudantes iniciantes
quanto aos mais maduros.
Uma exposição dos principais
ensinamentos teológicos do
Antigo Testamento.
O livro trata do valor, o
problema e a tarefa de pregar
com o Antigo Testamento.
Faces do
Antigo
Testamento
Teologia
do Antigo
Testamento
Pregando
a partir do
Antigo
Testamento
45. Lições Bíblicas /Professor 432018 - Janeiro/Fevereiro/Março
Verdade Prática
Lição 6
11 de Fevereiro de 2018
“Para que vos não façais negligentes,
mas sejais imitadores dos que, pela fé
e paciência, herdam as promessas.”
(Hb 6.12)
Contra o perigo da apostasia, a Pala-
vra de Deus revela a necessidade de
ânimo e perseverança de fé.
Texto Áureo
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Hb 6.1,2
A necessidade do crescimento
espiritual em Cristo
Terça – Hb 6.4
Apostasia, um perigo na vida de
quem foi regenerado
Quarta – Hb 6.5
Apostasia, um perigo na vida de
quem viveu as realidades do Reino
Quinta – Hb 6.10
O serviço cristão, a obra de Deus e
a justiça divina
Sexta – Hb 6.12,13
Abraão, um exemplo de
perseverança e fidelidade
Sábado – Hb 6.20
Jesus, o nosso precursor na
Eternidade com Deus
PerseverançaeFé
emTempodeApostasia
WWW.ESCOLA-EBD.COM.BR
46. Lições Bíblicas /Professor44 Janeiro/Fevereiro/Março - 2018
OBJETIVO GERAL
Conscientizar que para perseverarmos na fé precisamos crescer em Cristo,
estar em constante vigilância e confiar nas promessas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tó-
pico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
HINOS SUGERIDOS: 75, 79, 107 da Harpa Cristã
Afirmar a necessidade do crescimento espiritual;
Sinalizar a necessidade de vigilância espiritual num tempo de apostasia;
Conscientizar acerca da necessidade de confiarmos nas promessas de Deus.
I
II
III
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 – Pelo que, deixando os rudimentos
da doutrina de Cristo, prossigamos
até a perfeição, não lançando de novo
o fundamento do arrependimento de
obras mortas e de fé em Deus,
2 – e da doutrina dos batismos, e da
imposição das mãos, e da ressurreição
dos mortos, e do juízo eterno.
3 – E isso faremos, se Deus o permitir.
4 – Porque é impossível que os
que já uma vez foram iluminados, e
provaram o dom celestial, e se fizeram
participantes do Espírito Santo,
5 – e provaram a boa palavra de Deus
e as virtudes do século futuro,
6 – e recaíram sejam outra vez renova-
dos para arrependimento; pois assim,
quanto a eles, de novo crucificam o
Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
7 – Porque a terra que embebe a chuva
que muitas vezes cai sobre ela e produz
erva proveitosa para aqueles por quem
é lavrada recebe a bênção de Deus;
8 – mas a que produz espinhos e abro-
lhos é reprovada e perto está da maldi-
ção; o seu fim é ser queimada.
9 – Mas de vós, ó amados, espe-
ramos coisas melhores e coisas que
acompanham a salvação, ainda que
assim falamos.
10 – Porque Deus não é injusto para se
esquecer da vossa obra e do trabalho
de amor que, para com o seu nome,
mostrastes, enquanto servistes aos
santos e ainda servis.
11 – Mas desejamos que cada um
de vós mostre o mesmo cuidado até
ao fim, para completa certeza da
esperança;
12 – para que vos não façais negli-
gentes, mas sejais imitadores dos
que, pela fé e paciência, herdam as
promessas.
13 – Porque, quando Deus fez a pro-
messa a Abraão, como não tinha outro
maior por quem jurasse, jurou por si
mesmo,
14 – dizendo: Certamente, abençoan-
do, te abençoarei e, multiplicando, te
multiplicarei.
15 – E assim, esperando com paciência,
alcançou a promessa.
Hebreus 6.1-15