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                          São Paulo, Brasil


                    São Paulo promove o
                 uso de madeira sustentável
                 Ações adotadas pela cidade de São Paulo como o
        Programa Madeira é Legal e o lançamento do Manual Madeira buscam
              deter o desmatamento ilegal das florestas na Amazônia.



Resumo

A redução da floresta nativa na Amazônia, por conta do avanço da fronteira agrícola,
desmate ou queima, constitui-se como o principal problema ambiental brasileiro, com
impactos globais. A queima e exploração predatória da floresta respondem pela maior
parte das emissões de gases causadores do efeito estufa do país, e é em grande parte de
responsabilidade exclusiva do Brasil, que consome a maior parte dos produtos extraídos da
floresta.

Ciente de seu papel na proteção da Amazônia, apesar da distância que a separa da floresta,
a cidade de São Paulo percebe sua responsabilidade no consumo e uso sustentável da
madeira. Por isso, recentemente elaborou um manual sobre o uso sustentável da madeira
na construção civil, e decretou o controle sobre a origem da madeira usada em obras da
prefeitura. O manual já está em sua segunda edição e vem influenciando positivamente
outros governos e empresas do setor de construção.


Importância do Uso Sustentável da Madeira

A queima e exploração predatória das florestas são atualmente os maiores responsáveis
pelas emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) no Brasil, correspondendo a 75%
das emissões. Além de causar problemas como a desertificação, perda de biodiversidade,
mudanças nos regimes de chuvas e escassez de água, o desmatamento no Brasil foi
responsável por 3% das emissões de GEE de todo o planeta, em 2006 (Greenpeace, 2008).

A extração de madeira é uma das atividades que mais afetam a floresta. Estima-se que até
80% da madeira extraída da Amazônia seja de origem ilegal. Por muito tempo, o Brasil não
assumiu seu papel nos problemas causados pela extração, responsabilizando o mercado
global como o vilão principal. Entretanto, os números apontam uma realidade diferente,
uma vez que o principal consumidor é o mercado interno, que compra 60% de toda madeira
extraída da Amazônia. O Sudeste do Brasil consome em torno de 27% e São Paulo compra
outros 15% (Greenpeace, 2008).
Muitas vezes, a madeira ilegal é
extraída de áreas empossadas por        Perfil do do Município
agricultores que limpam o terreno,      População 10.990.249 habitantes [IBGE/2008]
vendendo a madeira extraída para        Área 1.522.986 km2
investir em empreendimentos agro-       PIB R$ 282,8 milhões [IBGE/2006]
pecuários. A região Amazônica é         Orçamento municipal R$ 60,826 milhões [2008]
dotada de um solo raso, onde essas
plantações ou pastos têm uma curta
duração até a exaustão da terra.
Por esta razão, os fazendeiros têm                     Nome do Projeto
o hábito de empossar novas áreas,
abandonando uma região em vias de                      Programa Madeira é Legal
desertificação, sem vegetação nem
solo.
                                                       Objetivos
Isso demonstra a importância e
o peso que os consumidores no                          O Programa “Madeira é Legal”
país têm sobre a conservação da                        tem como objetivo incentivar e
floresta. Os governos enquanto                          promover o uso da madeira de
grandes consumidores têm um                                     origem legal e certificada na
enorme potencial para barrar ou                                 construção civil no Estado
permitir a continuidade desse ciclo                             e no Município de São Paulo
da madeira ilegal, através do seu                               por meio da cooperação
poder de compra além do poder de                                técnica e institucional entre
fiscalização, influenciando todo o                       as partes para viabilizar, de forma
mercado.                                               objetiva e transparente, a adoção de
                                                       um conjunto de ações que garantam
A madeira legal é proveniente de                       a consolidação do Programa.
desmate e manejo regulares e
autorizados por órgãos ambientais                      Além da adesão de entidades
competentes, federal ou estadual,                      representativas de setores da
cumprindo todos os requisitos legais                   construção civil, do governo do Estado
quanto à documentação. A madeira                          de São Paulo e da Prefeitura
ilegal é extraída sem cumprir                                do Município de São Paulo,
estes requisitos, proveniente de                                  o Programa conta com
desmate e corte seletivo ou manejo                                     o envolvimento de
ilegal. Já a madeira certificada                                         associações de
além de ter a documentação de                                           classe, produtores
acordo com a lei, contribui para o                                     e distribuidores de
desenvolvimento social e econômico                                   madeira. O Programa
das comunidades florestais. Para                                     busca desenvolver
que isso aconteça, o processo                                     mecanismos de controle,
de certificação deve assegurar a                              como a exigência da
manutenção da floresta, por meio do                         apresentação do DOF (Documento
manejo florestal, previsto em Lei,                       de Origem Florestal), e incentivar
bem como o emprego – sem uso de                        o uso da madeira certificada nos
mão de obra escrava ou infantil – e                    departamentos de compras do setor
a própria continuidade da atividade                    público e privado, como as grandes
econômica. Neste tipo de exploração                    construtoras, para identificar e
racional das florestas há menos                         monitorar a madeira que está sendo
desperdício e é possível lucrar com a                  comprada – que deve ser de origem
floresta por mais tempo.                                legal ou certificada. Realizar pesquisas

    4
    2
e desenvolvimento de produtos mais      ao controle legal dos
adequados à construção civil também     produtos de madeira. O
são objetivos do Programa.              artigo 46 dessa lei obriga
                                        quem recebe ou adquire,
O Protocolo de Cooperação voluntária    para fins comerciais ou
celebrado significa a consolidação de    industriais, madeira,
várias ações de diferentes atores no    lenha, carvão e outros
combate à madeira ilegal, e firma        produtos de origem
o compromisso entre as partes em        vegetal, a exigir a
implementar estes mecanismos de         exibição de licença do vendedor,
controle. A união das iniciativas       outorgada pela autoridade
contribuirá para fortalecer as ações    competente, e munir-se da via que
que estão em andamento.                 deverá acompanhar o produto até o
                                        final do beneficiamento.
O Programa pretende sensibilizar
outras cidades e estados da             Diante deste decreto, é exigido
federação quanto à relevância dessa     no edital de contratação que as
questão.                                empreiteiras contratadas comprovem
                                        a origem da madeira usada em obras
O uso de madeira plantada               do município, através da anexação da
especificamente para extração            Autorização de Transporte de Produto
é criticado pelo Programa. As           Florestal (ATPF) à nota fiscal.
plantações de eucalipto, pinho e
outras espécies exóticas adaptadas      O mecanismo ATPF/DOF
às condições climáticas do Brasil
fazem com que as florestas nativas       Segundo a legislação brasileira,
sejam negligenciadas, e dão lugar às    proprietários e posseiros de terra
atividades agropecuárias e à expansão   na região amazônica têm direito
urbana. Por outro lado, o manejo        a desmatar até 20% de suas terras
sustentável da floresta nativa é visto   (autorização de desmate)1. Esse
como instrumento mais viável para       desmate é documentado através da
a preservação da floresta tropical.      ATPF, no qual consta a quantidade de
Além dos benefícios ambientais, gera    madeira retirada e de quais espécies
ganhos financeiros que despertam o       são essas madeiras.
interesse econômico de mantê-la em
pé, minimizando a necessidade de        Uma ATPF é gerada em cada elo da
fiscalização e promovendo a geração      cadeia produtiva da madeira, com a
de renda da população local, que        quantidade e espécies de madeira do
trabalha na exploração sustentável      lote transportado. Assim, produtos
dos produtos da floresta.                de serralherias, marcenarias,
                                        revendedores e demais empresas
                                        possuem sua própria documentação
Madeira legal na cidade                 de quantidade e origem da madeira
de São Paulo                            usada em seus produtos, sendo
                                        possível rastrear o produto de madeira
O Decreto 46.380, de 2005               desde sua extração até seu uso final.

O município publicou o decreto          Essa documentação é controlada
nº 46.380, em 26 de setembro de         pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do
2005, obrigando seus fornecedores
a cumprirem a lei ambiental vigente     1Medida Provisória nº 2166-66 de 26 de julho de 2001.
(lei federal nº 9.605/98) quanto

                                                                                                5
                                                                                                3
Meio Ambiente e Recursos Naturais        Em 2003, preocupados com a
    Renováveis), do Ministério do Meio       situação das madeiras pressionadas
    Ambiente, que ao receber cópias da       – provenientes de espécies
    ATPF pode controlar a legalidade da      ameaçadas de extinção devido à
    madeira que circula no país.             exploração predatória – o governo
                                             da cidade de São Paulo, por meio da
    Entretanto, os consumidores              Secretaria Municipal do Verde e do
    finais pouco ou nunca exigiam             Meio Ambiente (SVMA) em parceria
    essa documentação junto à nota           com o Sindicato da Indústria da
    fiscal, fazendo com que ela caísse        Construção Civil do Estado de São
    em desuso. Ainda, o controle da          Paulo – SINDUSCON-SP e o Instituto
    legalidade da matéria-prima nunca        de Pesquisas Tecnológicas - IPT
    foi feito pelo IBAMA.                    desenvolveram o manual “Madeira:
                                             Uso Sustentável na Construção
    Quando o governo da cidade de            Civil”.
    São Paulo começou a exigir de seus
    fornecedores essa documentação,          Inicialmente, a SVMA entrou em
    o IBAMA já não tinha estrutura para      contato com o IPT para levantar
    atender o volume de documentos           informações sobre uma lista
    que haviam sido esquecidos pelos         publicada pelo IBAMA de madeiras
    consumidores de madeira. Assim, o        ameaçadas de extinção, na
    órgão precisou modernizar o sistema      qual predominavam as espécies
    de gestão de documentos ATPF e           utilizadas na construção civil.
    criou o DOF (Documento de Origem         Diante disso, o SINDUSCON-
    Florestal), por meio da Portaria         SP e fornecedores de madeiras
    n°253 de 18 de Agosto de 2006, do        para o setor da construção civil
    Ministério do Meio Ambiente.             consideraram a possibilidade de
                                             se classificar diferentes espécies
    O DOF é o documento obrigatório para     de madeira para os diversos
    o controle do transporte de produto      usos na construção civil em uma
    e subproduto florestal de origem          publicação.
    nativa, inclusive o carvão vegetal
    nativo. Acompanha, obrigatoriamente,     As madeiras pressionadas não têm
    o produto ou subproduto florestal         particularidades que as tornam
    nativo, da origem ao destino (o          melhores para algum tipo de função
    destino tem que constar no DOF), por     exercida na indústria, embora sejam as
    meio de transporte individual seja       mais demandadas. O uso de espécies
    rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial   não pressionadas é bem-vindo, pois
    ou marítimo.                             evita a extinção das madeiras mais
                                             demandadas. Ao mesmo tempo,
    Todas as informações do DOF              favorece e incentiva a manutenção
    ficam disponíveis on-line (www.           de uma floresta diversa em espécies
    ibama.gov.br), permitindo maior          – contrário às monoculturas de poucas
    agilidade e desburocratização no         espécies demandadas – através do
    serviço de controle e auditoria na       manejo sustentável, aumentando
    comercialização desses produtos Os       a oferta de madeiras passíveis de
    fornecedores de produtos florestais       utilização. Por exemplo, ao invés de
    informam o conteúdo de seus produtos     peroba-rosa, o manual apresenta 25
    diretamente ao IBAMA, que audita o       espécies alternativas para utilização na
    processo de acordo com a necessidade.    construção civil pesada interna, como
    Manual Madeira: Uso Sustentável na       o Angelim-pedra, Angelim-vermelho
    Construção Civil                         ou a Itaúba.

4
Quanto ao uso intenso de                  Protocolo de Cooperação
determinadas espécies, o                  Durante o lançamento do Manual foi
SINDUSCON-SP constatou que                assinado o Protocolo de Cooperação
os construtores desconhecem a             para a adoção de ações destinadas
existência e a possibilidade de uso       ao incentivo do uso de madeira de
de outras espécies de madeira na          origem legal na construção civil no
construção civil.                         estado e município de São Paulo.

A partir desta sinergia na troca          O objetivo do Protocolo é promover
de informações entre a SVMA, IPT          a cooperação técnica e institucional
e SINDUSCON-SP foram listadas             viabilizando ações que consolidem o
as madeiras não pressionadas              programa Madeira é Legal. O Protocolo
que podem ser usadas como                 permanece aberto para novas adesões
espécies alternativas. Essa lista foi     e os signatários atuais são:
incorporada à primeira edição do
manual publicado em 2003, por essas
três entidades, com tiragem de 5.000
exemplares – distribuídos entre os          • Governo Estadual e Municipal de São Paulo,
construtores filiados ao SINDUSCON-          • SINDUSCON-SP,
SP e parceiros da SVMA. A versão on-        • APEOP (Associação Paulista de Empresários de
line foi disponibilizada para o público       Obras Públicas),
nos sites destas instituições.
                                            • ASBEA (Associação Brasileira de Escritórios de
                                              Arquitetura),
Segunda edição do Manual Madeira
                                            • CBCS,

Após o sucesso da primeira versão           • SECOVI-SP (Sindicato das Empresas de Compra,
do manual e com a necessidade de              Venda, Locação e Administração de Imóveis
atualizar os dados e informações, foi         Residenciais e Comerciais de São Paulo),
lançada a segunda edição do manual          • APEMECC (Associação de Pequenas e Médias
em 18 de março de 2009. O foco está           Empresas de Construção Civil do Estado de São
na madeira certificada, proveniente            Paulo),
de manejo sustentável.                      • PFCA,
                                            • Fundação Getúlio Vargas pelo GVces (Centro de
Além da colaboração da SVMA, IPT e
                                              Estudos de Sustentabilidade),
SINDUSCON-SP, a publicação contou
                                            • WWF-Brasil,
com o apoio do PFCA - Grupo de
Produtores Florestais Certificados da        • Instituto Ethos,
Amazônia, WWF-Brasil, Greenpeace            • SINDIMASP (Sindicato do Comércio Atacadista de
Brasil e CBCS - Conselho Brasileiro de        Madeiras do Estado de São Paulo),
Construção Sustentável.                     • ANPM (Associação Nacional dos Produtores de Pisos
                                              de Madeira),
O novo manual foi distribuído
                                            • SINDIMOV (Sindicato da Indústria do Mobiliário de
principalmente nas entidades da
                                              São Paulo),
construção civil e madeireiras. A
                                            • INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
publicação também será anexada
aos alvarás de construção emitidos            Normalização e Qualidade Industrial),
pela prefeitura, com o objetivo             • AELO (Instituto de Engenharia e a Associação
de maximizar sua efetividade,                 das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento
instruindo os realizadores de obras           Urbano),
sobre os benefícios do uso de               • SBS (Sociedade Brasileira de Silvicultura),
madeira nativa oriunda do manejo            • ICLEI -Governos Locais pela Sustentabilidade.
sustentável.

                                                                                             5
Próximos passos                           formatadores de mercados e
                                              por último, sobre a necessidade
    Foi criado um grupo gestor composto       e importância de uma maior
    pelo SINDUSCON-SP, SVMA, Secretaria       transparência e responsabilização
    de Estado do Meio Ambiente (SMA),         das cadeias produtivas para o
    WWF-Brasil e a Associação dos             desenvolvimento sustentável.
    Produtores de Madeira Certificada.
    Esse grupo está à frente de iniciativas   Foi identificado que as leis
    de articulação para aplicação e           ambientais existentes são
    expansão do manual.                       apropriadas, mas precisam de uma
                                              estrutura de suporte para garantir o
    Os signatários da iniciativa se           seu pleno cumprimento. Desenvolver
    comprometeram às ações em prol            essa estrutura foi a intenção do
    do uso da madeira sustentável, além       decreto municipal 46.380/05,
    de ações coletivas de educação ao         que exige dos fornecedores
    usuário da madeira no Brasil.             documentação de procedência
                                              da madeira. A ação serviu como
    Ainda, a SVMA busca incluir outros        exemplo para a iniciativa privada
    materiais da construção como              que participa ativamente como
    areia e pedras em um esquema              signatário do Protocolo e promove a
    de legalidade e procedência               capacitação e sensibilização por meio
    comprovada. Da mesma forma que            de cursos, palestras e distribuição de
    foi feito com o decreto da madeira        manuais da madeira.
    legal, o foco da ação é com as
    empreiteiras, fornecedores do             Ficou claro o poder exercido pelo
    Estado, e consumidores diretos dos        Estado enquanto comprador. Através
    fornecedores de matéria-prima.            de medidas pontuais, foi possível
                                              influenciar uma larga cadeia
                                              produtiva como a da construção
    Lições aprendidas                         civil. Essa ação foi mais efetiva e
                                              econômica do que uma fiscalização
    Três grandes lições foram                 direta em toda a cadeia, gerando
    aprendidas nesse processo.                grandes benefícios para o meio
    A primeira foi em relação à               ambiente e uma economia indireta
    importância do poder público tomar        para o governo.
    a iniciativa. A segunda foi sobre o
    poder dos consumidores enquanto           A exigência do DOF demonstrou
                                              também que a governança na
                                              cadeia produtiva é essencial
                                              para a sustentabilidade. A falta
                                              de transparência permite crimes
                                              ambientais e fazem da ilegalidade o
                                              meio mais fácil e lucrativo, pois são
                                              baixos os riscos de punição e muitos
                                              os meios de esconder a atividade
                                              ilegítima.


                                              Replicabilidade

                                              A cidade de São Paulo deu o
                                              exemplo não só para outros governos

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como também para compradores                            por meio de projetos administrados
privados. O poder exercido                              pelo ICLEI, como o CPS-Brasil
enquanto comprador pode ir além                         - Fomentando Compras Públicas
do fomento da concorrência pelo                         Sustentáveis2 no Brasil e PoliCS –
menor preço, fazendo-se cumprir                         Políticas de Construção Sustentável3.
as leis ambientais e fomentando o                       No âmbito do CPS-Brasil, a Cidade
desenvolvimento sustentável.                            de São Paulo, como governo-piloto,
                                                        selecionou uma série de materiais de
A segunda edição do manual inclui                       construção a serem estudados pelo
informações sobre espécies de                           GVces, que fez um levantamento
árvores usadas em construções em                        desses produtos no mercado para
todo o país, além de dados sobre                        poder indicar opções sustentáveis.
condições climáticas e seus efeitos                     Esta listagem foi compartilhada com
na madeira em diferentes partes                         os outros participantes do projeto, o
do Brasil. O manual é de ampla                          Estado de Minas Gerais e São Paulo
aplicação, possibilitando a replicação                  e serve como uma ferramenta para
do conhecimento por diferentes                          estes governos incluírem produtos
agentes.                                                mais sustentáveis em seus catálogos
                                                        de compra.
O Decreto do município que exige
a documentação de origem da                             Os governos-participantes do PoliCS
madeira legal também serve como                         (São Paulo, Belo Horizonte, Porto
exemplo para outros governos                            Alegre, Buenos Aires e Montevidéu)
locais. Uma vez que a legislação                        estudarão as ações do programa
ambiental existe na esfera federal,                     Madeira é Legal enquanto estiverem
decretos semelhantes podem                              elaborando os seus projetos e
produzir resultados igualmente                          políticas.
positivos em diversos locais do
Brasil, refletindo na proteção da
floresta Amazônica. O Greenpeace                         Equipe
através do programa “Cidade Amiga
da Amazônia” divulgou o decreto                         • Secretaria do Verde e do Meio
em outras cidades, expandindo a                           Ambiente do Município de São Paulo
influência da iniciativa da cidade de                      – SVMA
São Paulo para outros municípios.                       • Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Esse programa, inicialmente voltado                       do Estado de São Paulo – IPT
somente para cidades tem crescido                       • Sindicato da Indústria da
para englobar também estados e                            Construção Civil do Estado de São
empresas, atualmente administrado                         Paulo – SINDUSCON-SP
pela Fundação Gétulio Vargas (FGV)
com o nome de Rede Amigos da
Amazônia (RAA).                                         Financiamento

As boas práticas do Programa Madeira                    O Programa Madeira é Legal é
é Legal também têm sido divulgadas                      realizado com a colaboração e
e compartilhadas em redes de                            esforço voluntário de um conjunto
governos brasileiros e internacionais                   de organizações. A SVMA utilizou a

2 O projeto CPS tem por objetivo estimular o mercado a oferecer produtos mais sustentáveis, utilizando para
  isso o poder de compra dos órgãos governamentais.
3
  O projeto PoliCS busca estabelecer o compromisso de governos locais na América do Sul para o desenvolvimen-
  to e implementação de políticas de construção sustentável (CS), com foco em eficiência energética e fomento
  a tecnologia de baixa emissão de carbono


                                                                                                                5
                                                                                                                7
máquina governamental para aplicar     Referências
    decretos e garantir o envolvimento
    das autoridades. O SINDUSCON-          Greenpeace (2008) A Campanha
    SP teve grande participação na         Cidades Amigas da Amazônia e
    publicação do manual e envolvimento    Estados Amigos da Amazônia, por
    da indústria da construção,            Adriana Imparato, Coordenadora
    enquanto o IPT realizou as pesquisas   de Campanhas, Greenpeace, Brasil.
    técnicas necessárias. Os demais        Disponível em:
    signatários têm auxiliado na difusão   www.iclei.org/index.php?id=7686,
    do programa, sensibilização e          acesso em março de 2009.
    capacitação das demais partes
    interessadas.                          Programa Madeira é Legal, disponível
                                           em:
                                           www.anggulo.com.br/madeira/retro/
    Contatos                               hotsite_retro.htm

    • Secretaria do Verde e Meio
      Ambiente da cidade de São Paulo      Data de publicação
      (SVMA)                               Maio 2009
      Rua do Paraíso, 387 – 04103-000
      – Paraíso – São Paulo, SP




                          ICLEI – Governos Locais
                          pela Sustentabilidade
                          é uma associação
                          internacional de governos
                          locais implementando o
                          desenvolvimento sustentável.
      A missão do ICLEI é construir e servir a um
      movimento mundial de governos locais para
      alcançar melhorias tangíveis na sustentabilidade
      global com foco especial nas condições
      ambientais através de ações locais cumulativas.

      Escritório de Projetos no Brasil
      Av. IV Centenário, 1268, sala 215 Portão 7A do
      Parque Ibirapuera
      CEP 04030-000 São Paulo, SP Brasil
      Tel: +55-11-5084 3079 Fax: + 55-11-5084 3082
      www.iclei.org/lacs/portugues



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São Paulo promove uso sustentável da madeira

  • 1. Estudos de casos São Paulo, Brasil São Paulo promove o uso de madeira sustentável Ações adotadas pela cidade de São Paulo como o Programa Madeira é Legal e o lançamento do Manual Madeira buscam deter o desmatamento ilegal das florestas na Amazônia. Resumo A redução da floresta nativa na Amazônia, por conta do avanço da fronteira agrícola, desmate ou queima, constitui-se como o principal problema ambiental brasileiro, com impactos globais. A queima e exploração predatória da floresta respondem pela maior parte das emissões de gases causadores do efeito estufa do país, e é em grande parte de responsabilidade exclusiva do Brasil, que consome a maior parte dos produtos extraídos da floresta. Ciente de seu papel na proteção da Amazônia, apesar da distância que a separa da floresta, a cidade de São Paulo percebe sua responsabilidade no consumo e uso sustentável da madeira. Por isso, recentemente elaborou um manual sobre o uso sustentável da madeira na construção civil, e decretou o controle sobre a origem da madeira usada em obras da prefeitura. O manual já está em sua segunda edição e vem influenciando positivamente outros governos e empresas do setor de construção. Importância do Uso Sustentável da Madeira A queima e exploração predatória das florestas são atualmente os maiores responsáveis pelas emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) no Brasil, correspondendo a 75% das emissões. Além de causar problemas como a desertificação, perda de biodiversidade, mudanças nos regimes de chuvas e escassez de água, o desmatamento no Brasil foi responsável por 3% das emissões de GEE de todo o planeta, em 2006 (Greenpeace, 2008). A extração de madeira é uma das atividades que mais afetam a floresta. Estima-se que até 80% da madeira extraída da Amazônia seja de origem ilegal. Por muito tempo, o Brasil não assumiu seu papel nos problemas causados pela extração, responsabilizando o mercado global como o vilão principal. Entretanto, os números apontam uma realidade diferente, uma vez que o principal consumidor é o mercado interno, que compra 60% de toda madeira extraída da Amazônia. O Sudeste do Brasil consome em torno de 27% e São Paulo compra outros 15% (Greenpeace, 2008).
  • 2. Muitas vezes, a madeira ilegal é extraída de áreas empossadas por Perfil do do Município agricultores que limpam o terreno, População 10.990.249 habitantes [IBGE/2008] vendendo a madeira extraída para Área 1.522.986 km2 investir em empreendimentos agro- PIB R$ 282,8 milhões [IBGE/2006] pecuários. A região Amazônica é Orçamento municipal R$ 60,826 milhões [2008] dotada de um solo raso, onde essas plantações ou pastos têm uma curta duração até a exaustão da terra. Por esta razão, os fazendeiros têm Nome do Projeto o hábito de empossar novas áreas, abandonando uma região em vias de Programa Madeira é Legal desertificação, sem vegetação nem solo. Objetivos Isso demonstra a importância e o peso que os consumidores no O Programa “Madeira é Legal” país têm sobre a conservação da tem como objetivo incentivar e floresta. Os governos enquanto promover o uso da madeira de grandes consumidores têm um origem legal e certificada na enorme potencial para barrar ou construção civil no Estado permitir a continuidade desse ciclo e no Município de São Paulo da madeira ilegal, através do seu por meio da cooperação poder de compra além do poder de técnica e institucional entre fiscalização, influenciando todo o as partes para viabilizar, de forma mercado. objetiva e transparente, a adoção de um conjunto de ações que garantam A madeira legal é proveniente de a consolidação do Programa. desmate e manejo regulares e autorizados por órgãos ambientais Além da adesão de entidades competentes, federal ou estadual, representativas de setores da cumprindo todos os requisitos legais construção civil, do governo do Estado quanto à documentação. A madeira de São Paulo e da Prefeitura ilegal é extraída sem cumprir do Município de São Paulo, estes requisitos, proveniente de o Programa conta com desmate e corte seletivo ou manejo o envolvimento de ilegal. Já a madeira certificada associações de além de ter a documentação de classe, produtores acordo com a lei, contribui para o e distribuidores de desenvolvimento social e econômico madeira. O Programa das comunidades florestais. Para busca desenvolver que isso aconteça, o processo mecanismos de controle, de certificação deve assegurar a como a exigência da manutenção da floresta, por meio do apresentação do DOF (Documento manejo florestal, previsto em Lei, de Origem Florestal), e incentivar bem como o emprego – sem uso de o uso da madeira certificada nos mão de obra escrava ou infantil – e departamentos de compras do setor a própria continuidade da atividade público e privado, como as grandes econômica. Neste tipo de exploração construtoras, para identificar e racional das florestas há menos monitorar a madeira que está sendo desperdício e é possível lucrar com a comprada – que deve ser de origem floresta por mais tempo. legal ou certificada. Realizar pesquisas 4 2
  • 3. e desenvolvimento de produtos mais ao controle legal dos adequados à construção civil também produtos de madeira. O são objetivos do Programa. artigo 46 dessa lei obriga quem recebe ou adquire, O Protocolo de Cooperação voluntária para fins comerciais ou celebrado significa a consolidação de industriais, madeira, várias ações de diferentes atores no lenha, carvão e outros combate à madeira ilegal, e firma produtos de origem o compromisso entre as partes em vegetal, a exigir a implementar estes mecanismos de exibição de licença do vendedor, controle. A união das iniciativas outorgada pela autoridade contribuirá para fortalecer as ações competente, e munir-se da via que que estão em andamento. deverá acompanhar o produto até o final do beneficiamento. O Programa pretende sensibilizar outras cidades e estados da Diante deste decreto, é exigido federação quanto à relevância dessa no edital de contratação que as questão. empreiteiras contratadas comprovem a origem da madeira usada em obras O uso de madeira plantada do município, através da anexação da especificamente para extração Autorização de Transporte de Produto é criticado pelo Programa. As Florestal (ATPF) à nota fiscal. plantações de eucalipto, pinho e outras espécies exóticas adaptadas O mecanismo ATPF/DOF às condições climáticas do Brasil fazem com que as florestas nativas Segundo a legislação brasileira, sejam negligenciadas, e dão lugar às proprietários e posseiros de terra atividades agropecuárias e à expansão na região amazônica têm direito urbana. Por outro lado, o manejo a desmatar até 20% de suas terras sustentável da floresta nativa é visto (autorização de desmate)1. Esse como instrumento mais viável para desmate é documentado através da a preservação da floresta tropical. ATPF, no qual consta a quantidade de Além dos benefícios ambientais, gera madeira retirada e de quais espécies ganhos financeiros que despertam o são essas madeiras. interesse econômico de mantê-la em pé, minimizando a necessidade de Uma ATPF é gerada em cada elo da fiscalização e promovendo a geração cadeia produtiva da madeira, com a de renda da população local, que quantidade e espécies de madeira do trabalha na exploração sustentável lote transportado. Assim, produtos dos produtos da floresta. de serralherias, marcenarias, revendedores e demais empresas possuem sua própria documentação Madeira legal na cidade de quantidade e origem da madeira de São Paulo usada em seus produtos, sendo possível rastrear o produto de madeira O Decreto 46.380, de 2005 desde sua extração até seu uso final. O município publicou o decreto Essa documentação é controlada nº 46.380, em 26 de setembro de pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do 2005, obrigando seus fornecedores a cumprirem a lei ambiental vigente 1Medida Provisória nº 2166-66 de 26 de julho de 2001. (lei federal nº 9.605/98) quanto 5 3
  • 4. Meio Ambiente e Recursos Naturais Em 2003, preocupados com a Renováveis), do Ministério do Meio situação das madeiras pressionadas Ambiente, que ao receber cópias da – provenientes de espécies ATPF pode controlar a legalidade da ameaçadas de extinção devido à madeira que circula no país. exploração predatória – o governo da cidade de São Paulo, por meio da Entretanto, os consumidores Secretaria Municipal do Verde e do finais pouco ou nunca exigiam Meio Ambiente (SVMA) em parceria essa documentação junto à nota com o Sindicato da Indústria da fiscal, fazendo com que ela caísse Construção Civil do Estado de São em desuso. Ainda, o controle da Paulo – SINDUSCON-SP e o Instituto legalidade da matéria-prima nunca de Pesquisas Tecnológicas - IPT foi feito pelo IBAMA. desenvolveram o manual “Madeira: Uso Sustentável na Construção Quando o governo da cidade de Civil”. São Paulo começou a exigir de seus fornecedores essa documentação, Inicialmente, a SVMA entrou em o IBAMA já não tinha estrutura para contato com o IPT para levantar atender o volume de documentos informações sobre uma lista que haviam sido esquecidos pelos publicada pelo IBAMA de madeiras consumidores de madeira. Assim, o ameaçadas de extinção, na órgão precisou modernizar o sistema qual predominavam as espécies de gestão de documentos ATPF e utilizadas na construção civil. criou o DOF (Documento de Origem Diante disso, o SINDUSCON- Florestal), por meio da Portaria SP e fornecedores de madeiras n°253 de 18 de Agosto de 2006, do para o setor da construção civil Ministério do Meio Ambiente. consideraram a possibilidade de se classificar diferentes espécies O DOF é o documento obrigatório para de madeira para os diversos o controle do transporte de produto usos na construção civil em uma e subproduto florestal de origem publicação. nativa, inclusive o carvão vegetal nativo. Acompanha, obrigatoriamente, As madeiras pressionadas não têm o produto ou subproduto florestal particularidades que as tornam nativo, da origem ao destino (o melhores para algum tipo de função destino tem que constar no DOF), por exercida na indústria, embora sejam as meio de transporte individual seja mais demandadas. O uso de espécies rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial não pressionadas é bem-vindo, pois ou marítimo. evita a extinção das madeiras mais demandadas. Ao mesmo tempo, Todas as informações do DOF favorece e incentiva a manutenção ficam disponíveis on-line (www. de uma floresta diversa em espécies ibama.gov.br), permitindo maior – contrário às monoculturas de poucas agilidade e desburocratização no espécies demandadas – através do serviço de controle e auditoria na manejo sustentável, aumentando comercialização desses produtos Os a oferta de madeiras passíveis de fornecedores de produtos florestais utilização. Por exemplo, ao invés de informam o conteúdo de seus produtos peroba-rosa, o manual apresenta 25 diretamente ao IBAMA, que audita o espécies alternativas para utilização na processo de acordo com a necessidade. construção civil pesada interna, como Manual Madeira: Uso Sustentável na o Angelim-pedra, Angelim-vermelho Construção Civil ou a Itaúba. 4
  • 5. Quanto ao uso intenso de Protocolo de Cooperação determinadas espécies, o Durante o lançamento do Manual foi SINDUSCON-SP constatou que assinado o Protocolo de Cooperação os construtores desconhecem a para a adoção de ações destinadas existência e a possibilidade de uso ao incentivo do uso de madeira de de outras espécies de madeira na origem legal na construção civil no construção civil. estado e município de São Paulo. A partir desta sinergia na troca O objetivo do Protocolo é promover de informações entre a SVMA, IPT a cooperação técnica e institucional e SINDUSCON-SP foram listadas viabilizando ações que consolidem o as madeiras não pressionadas programa Madeira é Legal. O Protocolo que podem ser usadas como permanece aberto para novas adesões espécies alternativas. Essa lista foi e os signatários atuais são: incorporada à primeira edição do manual publicado em 2003, por essas três entidades, com tiragem de 5.000 exemplares – distribuídos entre os • Governo Estadual e Municipal de São Paulo, construtores filiados ao SINDUSCON- • SINDUSCON-SP, SP e parceiros da SVMA. A versão on- • APEOP (Associação Paulista de Empresários de line foi disponibilizada para o público Obras Públicas), nos sites destas instituições. • ASBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), Segunda edição do Manual Madeira • CBCS, Após o sucesso da primeira versão • SECOVI-SP (Sindicato das Empresas de Compra, do manual e com a necessidade de Venda, Locação e Administração de Imóveis atualizar os dados e informações, foi Residenciais e Comerciais de São Paulo), lançada a segunda edição do manual • APEMECC (Associação de Pequenas e Médias em 18 de março de 2009. O foco está Empresas de Construção Civil do Estado de São na madeira certificada, proveniente Paulo), de manejo sustentável. • PFCA, • Fundação Getúlio Vargas pelo GVces (Centro de Além da colaboração da SVMA, IPT e Estudos de Sustentabilidade), SINDUSCON-SP, a publicação contou • WWF-Brasil, com o apoio do PFCA - Grupo de Produtores Florestais Certificados da • Instituto Ethos, Amazônia, WWF-Brasil, Greenpeace • SINDIMASP (Sindicato do Comércio Atacadista de Brasil e CBCS - Conselho Brasileiro de Madeiras do Estado de São Paulo), Construção Sustentável. • ANPM (Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira), O novo manual foi distribuído • SINDIMOV (Sindicato da Indústria do Mobiliário de principalmente nas entidades da São Paulo), construção civil e madeireiras. A • INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, publicação também será anexada aos alvarás de construção emitidos Normalização e Qualidade Industrial), pela prefeitura, com o objetivo • AELO (Instituto de Engenharia e a Associação de maximizar sua efetividade, das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento instruindo os realizadores de obras Urbano), sobre os benefícios do uso de • SBS (Sociedade Brasileira de Silvicultura), madeira nativa oriunda do manejo • ICLEI -Governos Locais pela Sustentabilidade. sustentável. 5
  • 6. Próximos passos formatadores de mercados e por último, sobre a necessidade Foi criado um grupo gestor composto e importância de uma maior pelo SINDUSCON-SP, SVMA, Secretaria transparência e responsabilização de Estado do Meio Ambiente (SMA), das cadeias produtivas para o WWF-Brasil e a Associação dos desenvolvimento sustentável. Produtores de Madeira Certificada. Esse grupo está à frente de iniciativas Foi identificado que as leis de articulação para aplicação e ambientais existentes são expansão do manual. apropriadas, mas precisam de uma estrutura de suporte para garantir o Os signatários da iniciativa se seu pleno cumprimento. Desenvolver comprometeram às ações em prol essa estrutura foi a intenção do do uso da madeira sustentável, além decreto municipal 46.380/05, de ações coletivas de educação ao que exige dos fornecedores usuário da madeira no Brasil. documentação de procedência da madeira. A ação serviu como Ainda, a SVMA busca incluir outros exemplo para a iniciativa privada materiais da construção como que participa ativamente como areia e pedras em um esquema signatário do Protocolo e promove a de legalidade e procedência capacitação e sensibilização por meio comprovada. Da mesma forma que de cursos, palestras e distribuição de foi feito com o decreto da madeira manuais da madeira. legal, o foco da ação é com as empreiteiras, fornecedores do Ficou claro o poder exercido pelo Estado, e consumidores diretos dos Estado enquanto comprador. Através fornecedores de matéria-prima. de medidas pontuais, foi possível influenciar uma larga cadeia produtiva como a da construção Lições aprendidas civil. Essa ação foi mais efetiva e econômica do que uma fiscalização Três grandes lições foram direta em toda a cadeia, gerando aprendidas nesse processo. grandes benefícios para o meio A primeira foi em relação à ambiente e uma economia indireta importância do poder público tomar para o governo. a iniciativa. A segunda foi sobre o poder dos consumidores enquanto A exigência do DOF demonstrou também que a governança na cadeia produtiva é essencial para a sustentabilidade. A falta de transparência permite crimes ambientais e fazem da ilegalidade o meio mais fácil e lucrativo, pois são baixos os riscos de punição e muitos os meios de esconder a atividade ilegítima. Replicabilidade A cidade de São Paulo deu o exemplo não só para outros governos 4 6
  • 7. como também para compradores por meio de projetos administrados privados. O poder exercido pelo ICLEI, como o CPS-Brasil enquanto comprador pode ir além - Fomentando Compras Públicas do fomento da concorrência pelo Sustentáveis2 no Brasil e PoliCS – menor preço, fazendo-se cumprir Políticas de Construção Sustentável3. as leis ambientais e fomentando o No âmbito do CPS-Brasil, a Cidade desenvolvimento sustentável. de São Paulo, como governo-piloto, selecionou uma série de materiais de A segunda edição do manual inclui construção a serem estudados pelo informações sobre espécies de GVces, que fez um levantamento árvores usadas em construções em desses produtos no mercado para todo o país, além de dados sobre poder indicar opções sustentáveis. condições climáticas e seus efeitos Esta listagem foi compartilhada com na madeira em diferentes partes os outros participantes do projeto, o do Brasil. O manual é de ampla Estado de Minas Gerais e São Paulo aplicação, possibilitando a replicação e serve como uma ferramenta para do conhecimento por diferentes estes governos incluírem produtos agentes. mais sustentáveis em seus catálogos de compra. O Decreto do município que exige a documentação de origem da Os governos-participantes do PoliCS madeira legal também serve como (São Paulo, Belo Horizonte, Porto exemplo para outros governos Alegre, Buenos Aires e Montevidéu) locais. Uma vez que a legislação estudarão as ações do programa ambiental existe na esfera federal, Madeira é Legal enquanto estiverem decretos semelhantes podem elaborando os seus projetos e produzir resultados igualmente políticas. positivos em diversos locais do Brasil, refletindo na proteção da floresta Amazônica. O Greenpeace Equipe através do programa “Cidade Amiga da Amazônia” divulgou o decreto • Secretaria do Verde e do Meio em outras cidades, expandindo a Ambiente do Município de São Paulo influência da iniciativa da cidade de – SVMA São Paulo para outros municípios. • Instituto de Pesquisas Tecnológicas Esse programa, inicialmente voltado do Estado de São Paulo – IPT somente para cidades tem crescido • Sindicato da Indústria da para englobar também estados e Construção Civil do Estado de São empresas, atualmente administrado Paulo – SINDUSCON-SP pela Fundação Gétulio Vargas (FGV) com o nome de Rede Amigos da Amazônia (RAA). Financiamento As boas práticas do Programa Madeira O Programa Madeira é Legal é é Legal também têm sido divulgadas realizado com a colaboração e e compartilhadas em redes de esforço voluntário de um conjunto governos brasileiros e internacionais de organizações. A SVMA utilizou a 2 O projeto CPS tem por objetivo estimular o mercado a oferecer produtos mais sustentáveis, utilizando para isso o poder de compra dos órgãos governamentais. 3 O projeto PoliCS busca estabelecer o compromisso de governos locais na América do Sul para o desenvolvimen- to e implementação de políticas de construção sustentável (CS), com foco em eficiência energética e fomento a tecnologia de baixa emissão de carbono 5 7
  • 8. máquina governamental para aplicar Referências decretos e garantir o envolvimento das autoridades. O SINDUSCON- Greenpeace (2008) A Campanha SP teve grande participação na Cidades Amigas da Amazônia e publicação do manual e envolvimento Estados Amigos da Amazônia, por da indústria da construção, Adriana Imparato, Coordenadora enquanto o IPT realizou as pesquisas de Campanhas, Greenpeace, Brasil. técnicas necessárias. Os demais Disponível em: signatários têm auxiliado na difusão www.iclei.org/index.php?id=7686, do programa, sensibilização e acesso em março de 2009. capacitação das demais partes interessadas. Programa Madeira é Legal, disponível em: www.anggulo.com.br/madeira/retro/ Contatos hotsite_retro.htm • Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo Data de publicação (SVMA) Maio 2009 Rua do Paraíso, 387 – 04103-000 – Paraíso – São Paulo, SP ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade é uma associação internacional de governos locais implementando o desenvolvimento sustentável. A missão do ICLEI é construir e servir a um movimento mundial de governos locais para alcançar melhorias tangíveis na sustentabilidade global com foco especial nas condições ambientais através de ações locais cumulativas. Escritório de Projetos no Brasil Av. IV Centenário, 1268, sala 215 Portão 7A do Parque Ibirapuera CEP 04030-000 São Paulo, SP Brasil Tel: +55-11-5084 3079 Fax: + 55-11-5084 3082 www.iclei.org/lacs/portugues 4 8