Em 2017, a economia brasileira voltou a apresentar sinais positivos nas suas principais variáveis macroeconômicas, após dois anos nos quais o País atravessou a maior recessão de sua história. Assim, segundo o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou um crescimento de 1,0% em relação a 2016, sendo esse crescimento resultado do incremento tanto da produção agropecuária quanto das indústrias extrativas e de transformação. A inflação, por seu lado, foi significativamente reduzida, ficando, inclusive, ligeiramente abaixo da banda mínima estabelecida pelo regime de metas da inflação. Tal fato permitiu ao Banco Central reduzir substancialmente a taxa nominal de juros. Pelo lado do mercado de trabalho, verificou-se uma redução na taxa de desemprego e um incremento no número de ocupados. No setor externo, o País apresentou o seu maior superávit em dólares na balança comercial, enquanto a taxa de câmbio apresentou pequenas oscilações, em torno de R$ 3,2.
8. Alguns Indicadores da Conjuntura Econômica Brasileira
PIB. Em 2017, encerrou 6,0% abaixo de 2014. Ou seja, apesar de tecnicamente
o país ter saído da recessão, o volume de bens e serviços produzidos em 2017
ficou abaixo do que foi produzido três anos atrás. O volume do Produto foi
menor em 2017 do que em 2011, seis anos de estagnação.
FBKF. Apresentou queda no seu volume por quatro anos consecutivos (2014-
2017). Com isso, o volume dos investimentos, em 2017, está 27% abaixo do que
foi em 2013. Com o atual volume de investimentos, a FBKF terá que crescer
cerca de 38% para alcançar o patamar de 2013. O volume dos investimentos
encontra-se abaixo do patamar alcançado em 2008.
Consumo das Famílias. Apesar do crescimento de 1,0% verificado em 2017, o
volume de consumo das famílias ainda está 6,5% abaixo do seu montante em
2014.
9. Construção Civil. Apresentou queda no volume de produção nos últimos
quatro anos (2014-2017). Com isso, o volume de obras da Construção Civil
encerrou 2017 estando 20,0% abaixo do que esteve em 2013. A Construção
Civil inclui não apenas empreendimentos imobiliários, mas também as
obras de infraestrutura e serviços associados à construção. Trata-se de um
setor com importantes efeitos de encadeamento com outras atividades e
gerador de empregos.
Indústria de Transformação. Apesar do crescimento de 1,7% verificado em
2017, o volume do produto encontra-se abaixo do volume de 2004. Em
2017 o crescimento esteve presente na maioria das atividades industriais.
No entanto, este crescimento foi puxado pela Fabricação de veículos
automotores, reboques e carrocerias, cujo crescimento foi no volume de
produção foi de 17,2% em 2017. Este setor representa cerca 7,0% do VTI da
Indústria de Transformação Brasileira. Seu crescimento, em 2017, foi
impulsionado pelas exportações, cujo volume cresceu 28,2% em 2017,
10. Dívida Pública: a DLSP, em setembro de 2014, representava 32,0% do
PIB. Em dezembro de 2017 este percentual elevou-se para 51,6% do
PIB. Um crescimento de cerca de 20 pontos percentuais em 2 anos e 3
meses. No que se refere à Divida Bruta 69,7% e 83,1%,
respectivamente. 61,6% em dezembro de 2014.
Desemprego. Apesar da redução nas taxas de desemprego observadas
a partir de abril de 2017, em dezembro de 2014 o país tinha cerca de
6,5 milhões de desempregados. Em Março de 2017 este valor foi
superior a 14 milhões de trabalhadores. Em dezembro de 2017 este
número havia sido reduzido para 12,3 milhões.
Setor Externo. Apesar do crescimento de 5,2% nas Exportações, em
2017 verificou-se um crescimento de 5,0% nas importações.
11. Questões Qualitativas para a análise da Conjuntura
Estagnação da atividade industrial por mais de 13 anos, com reflexos
sobre toda a cadeia produtiva. Isto acaba por aumentar a dependência do
país em relação aos produtos importados.
Questão do emprego. O país precisou de 11 anos para trazer a taxa de
desemprego de 11,9% para um pouco mais de 4,0%. A precarização nas
relações trabalhistas que irão ocorrer a partir da Reforma trabalhista, com
impacto sobre a renda e qualificação da mão de obra. O projeto que está
sendo implementado no país tem por objetivo reduzir substancialmente
os custos com o trabalho, no sentido de buscar uma concorrência com
China e India. Este é um projeto extremamente nefasto do ponto de vista
social.
12. Problemas com a desnacionalização de nossas indústrias: setor da
Construção, Petrobras, Indústria naval e Embraer.
Do ponto de vista social, tal projeto é insustentável em função do
aumento da Pobreza e do crescimento na desigualdade e, por
consequência, da violência.
Deterioração dos Serviços Públicos.