Convite a pesquisa em Filosofia e Ciencias Humanas: Orientações básicas para ...
Aprendizagem em Grupo
1. PAPER
Jacir L. Casagrande
O paper caracteriza-se principalmente pela originalidade, ou seja, as
reflexões devem ser do autor do paper. Segundo Medeiros (1997), se o autor
apenas compilou informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre
elas, o produto do seu trabalho será um relatório e não um paper.
Espera-se de quem o escreve uma avaliação e/ou interpretação dos
fatos ou das informações que foram recolhidas, ou seja, o desenvolvimento
sintético de um ponto de vista acerca de um tema, de uma realidade
observada, de um texto. É uma tomada de posição definida e a expressão
dos conhecimentos de forma original.
Para elucidar melhor o conceito de paper, vale lembrar o que ele não é:
O paper não é: a) um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte);
b) idéias de outras pessoas, repetidas não criticamente; c) uma
série de citações, não importa se habilmente postas juntas: d)
opinião pessoal evidenciada, não demonstrada; e) cópia do trabalho
de outra pessoa sem reconhecê-la, quer o trabalho seja ou não
publicado, profissional ou amador: isto é plágio (ROTH apud
MEDEIROS, 1997, p. 187).
A realidade e a educação atual não podem aceitar aquele aluno que
simplesmente decora textos para tirar boas notas e que simplesmente reúne
um amontoado de idéias de outros autores e apresenta isso como se fosse
seu. Hoje, exige-se que um aluno saiba ler e interpretar, que questione e se
posicione diante da realidade e do que é dito, apresentando suas próprias
idéias. Isso é sinal de maturidade intelectual.
Através do paper, o educando desenvolve sua capacidade de reflexão e
criatividade diante do que está escrito (livro, artigo, revista, jornal...), diante
do que é apresentado (palestra, congresso, seminário, curso...) e também
diante do que pode ser observado numa realidade (empresa, projeto,
entidade, viagem de estudos...).
É uma reflexão original, em que o educando deixa de ser um receptor
passivo e passa a ser um sujeito crítico e ativo na construção de novos
conhecimentos. Paper é uma "posição", do autor, mas é também o
2. posicionamento de outros autores sobre o assunto. Por isso, pode exigir, a
pesquisa de estudos já efetuados por outros autores.
Trata-se de um tipo de trabalho pequeno, conciso. Pode tratar de um
problema, um tema, uma questão, uma situação e/ou abordar apenas uma
parte de um texto ou realidade observada. A decisão sobre qual ponto
específico a abordar, pode ser definido pelo professor ou pelo próprio aluno.
Deve ficar evidente, que o fato do paper ter uma abrangência menor
em termos de conteúdo, não significa dizer que o conteúdo deva ser
abordado com menos profundidade. A delimitação do tema propicia o
aprofundamento do conteúdo.
Quantas páginas deve ter o paper? O mais usado é o paper de duas
páginas. Na verdade o tamanho ou quantidade de páginas pode ser definido
pelo professor, considerando a demanda ou necessidade do conteúdo a ser
trabalhado
A estrutura do paper:
1 Dados de identificação
2 Introdução: é o 1º
parágrafo, onde deve aparecer o objetivo, delimitação
ou objeto específico de reflexão.
3 Desenvolvimento: deve aparecer de forma clara, o posicionamento,
avaliação ou questionamento do autor em relação ao ponto específico que
foi abordado.
4 Conclusão: é último parágrafo, a síntese concisa das principais idéias
defendidas no desenvolvimento do trabalho.
5 Referências: textos, obras, materiais consultados.
3. PAPER
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CURSO:
DISCIPLINA: CIÊNCIA E PESQUISA
PROFESSOR : JACIR L. CASAGRANDE
ALUNO:
APRENDIZAGEM EM GRUPO
Neste paper pretendemos destacar a importância da aprendizagem em
grupo para as empresas que, através de um planejamento estratégico
objetivam colocar-se a frente das concorrentes na virada deste século. As
idéias que aprensentamos seguem o pensamento de Senge em sua obra A
Quinta Disciplina.
É importante perceber que uma equipe se torna mais eficiente, quando
consegue canalizar as energias individuais, criando-se uma sinergia na
direção da concretização dos objetivos comuns, que se tornam uma extensão
dos objetivos individuais.
O aprendizado em grupo torna-se fundamental para o sucesso da
organização quando considerado como um processo de alinhamento e
desenvolvimento da capacidade de um grupo criar os resultados desejados, o
que implica na criação de um objetivo comum e também do domínio pessoal.
Neste sentido, como bem coloca Senge, o aprendizado individual, até
certo ponto torna-se irrelevante para o aprendizado organizacional. No
entanto, quando grupos aprendem em conjunto, tornam-se microcosmos de
aprendizado para a organização inteira, onde as realizações do grupo podem
determinar um padrão de aprendizado para toda a organização.
O aprendizado pode ser considerado como de pouca valia para a
organização se o grupo não aprender a canalizar o potencial de muitas
mentes, de maneira que a inteligência do conjunto seja maior que a
individual. É de fundamental importância que cada membro tenha consciência
de que faz parte de uma equipe e passe a agir de modo a complementar as
ações dos outros integrantes.
Senge coloca com muita propriedade que, a disciplina do aprendizado
em grupo requer a prática do diálogo e da discussão. No diálogo, o grupo
4. analisa questões complexas sob diferentes pontos de vista, comunicando
suas idéias livremente. O resultado dos processos de comunicação
permanente nas organizações, é uma análise livre que traz à tona a
experiência e o modo de pensar das pessoas, sem precisar se ater a
nenhuma opinião individual.
É muito interessante a percepção de que através do diálogo as
pessoas podem entender a incoerência de seu pensamento. O diálogo torna-
se fundamental para ajudar as pessoas a verem a importância da natureza
representativa e participativa do pensamento nas organizações, da
construção coletiva do raciocínio. E uma das razões pelas quais o diálogo é
tão importante para o sucesso das organizações está no fato de criar
condições para descobrir o profundo sentido do aprendizado em grupo.
O aprendizado em grupo através do diálogo, da participação, da
discussão e enfim de todos os processos de comunicação dentro das
organizações, não acontece de forma harmônica e pacífica. Concluímos com
a visão do autor de que, as grandes equipes não são caracterizadas pela
ausência de conflito, mas um dos indicadores mais seguros de que uma
equipe vem aprendendo continuamente é a existência de conflito de idéias,
pois ele é produtivo. O livre fluxo de idéias conflitantes é primordial para o
raciocínio criativo, para a descoberta de novas soluções que ninguém
conseguiria encontrar individualmente.
SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina: arte, teoria e prática da organização
de aprendizagem 9a
. ed.. São Paulo: Editora Best Seller, 1990, Cap. 12, pg.
211-235.
APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS EM PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS
Jacir L. Casagrande
Segundo a NBR 6022 de 08/1994, o artigo é um texto com autoria
declarada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do conhecimento.
5. O artigo, apesar de sua dimensão reduzida, pode ser entendido
como um trabalho completo. Segundo Köche (1997), o artigo é a
apresentação sintética, dos resultados de investigação ou estudo realizados
para resolver um problema ou questão.
Para Salvador (1977, p.24), existem cinco razões para escrever
artigos científicos:
a) expor aspectos novos por nós descobertos, mediante o estudo e a
pesquisa, a respeito de uma questão, ou de aspectos que julgamos
terem sido tratados apenas superficialmente, ou soluções novas
para questões conhecidas; b) expor de uma maneira nova uma
questão já antiga; c) anunciar resultados de pesquisa, que será
exposta futuramente em livro; d) desenvolver aspectos secundários
de uma questão que não tiveram o devido tratamento em livro que
foi editado ou que será editado; e) abordar assuntos controvertidos
para os quais não houve tempo de preparar um livro.
Os artigos publicados em periódicos, revistas, meios eletrônicos ou
defendidos em eventos, são meios atualizados de informações e devem ser
valorizados pelos acadêmicos e professores, como fontes de pesquisa privilegiada.
A NBR 6022/1994, fixa recomendações a serem seguidas, para a
publicação de um artigo, conforme estrutura:
1 Elementos pré-textuais:
a) título: deve expressar o conteúdo do artigo
b) autoria: nome(s) do(s) autor(es), acompanhado(s) de breve
currículo que o(s) qualifique na área de conhecimento do artigo. O currículo,
bem como o endereço para contato, eventuais agradecimentos do(s)
autor(es) e a data de entrega dos originais à redação do periódico devem
aparecer em rodapé na página de abertura ou como nota editorial no final do
artigo.
c) resumo: parágrafo que sintetiza os objetivos pretendidos, a
metodologia e as conclusões alcançadas no artigo. Para a elaboração de
resumos, ver NBR 6028/1990.
d) palavras-chave: termos indicativos do conteúdo do artigo.
2Elementos textuais
6. a) Texto: corpo do artigo estruturado em introdução,
desenvolvimento e conclusão. No caso de divisão em seções, sua ordenação
deve seguir o sistema de numeração progressiva (ver NBR 6024), com
subtítulos de caráter informativo.
A introdução apresenta o tema, a questão, o problema, a
justificativa, a finalidade do artigo, bem como os indicativos da metodologia
utilizada na pesquisa.
O desenvolvimento trata da matéria de forma abrangente e
objetiva.é a apresentação dos resultados do estudo.
A conclusão destaca os resultados obtidos e pode abrir
perspectivas para novas pesquisas.
b)Elementos de apoio
Notas, citações, tabelas, quadros, fórmulas e ilustrações,
apresentados de acordo com a normatização correspondente em vigor.
Sempre que possível, deve-se evitar o uso de notas de rodapé ou no final de
texto e a separação de partes do texto em anexos e apêndices.
c) Referencias: lista dos trabalhos citados no artigo (ver NBR
6023).
3 Elementos pós-textuais
a) apêndice: texto escrito pelo autor e que complementa a
argumentação principal do artigo.
b) anexo: documento, nem sempre do autor do artigo, que serve de
fundamentação, comprovação ou ilustração.
c) tradução do resumo: apresentação do resumo, precedido do
título, em língua diferente daquela em que o artigo está escrito ou seguindo
determinações do conselho editorial ao qual o artigo será submetido.
Apesar da normatização existente, é bom salientar que nem todas
as revistas e periódicos seguem a mesma ordem dos elementos. Os
conselhos editoriais podem modificar alguns itens atendendo a necessidades
específicas.
7. RESENHA CRÍTICA COMO TRABALHO ACADÊMICO
Jacir L. Casagrande
A resenha crítica como trabalho acadêmico, provoca o
desencadeamento do processo da autêntica investigação no estudante de
graduação. É considerado por alguns metodólogos, como sendo um tipo
trabalho muito complexo para ser cobrado na graduação. No entanto, as
experiências práticas demonstram que se bem orientada, a resenha crítica,
produz um amadurecimento do acadêmico, ao iniciá-lo na verdadeira
pesquisa bibliográfica. Ela é também um tipo de trabalho que se o professor
definir o livro ou texto de referência, o acadêmico não vai encontrar pronto na
internet e nem vai poder simplesmente copiar de algum lugar. Recomenda-se
que o texto de referência seja um texto científico e que não tenha menos de
20 páginas, para não impor maiores dificuldades aos acadêmicos. É muito
mais difícil fazer um boa resenha de um texto pequeno ou ruim, sem
consistência ou densidade na abordagem do assunto.
Resenha é uma síntese descritiva e crítica do conteúdo de uma
obra. Na elaboração de uma resenha bibliográfica há necessidade de que o
autor tenha conhecimento do assunto, além de criticidade. Possui papel
importante na formação científica de todo estudante e dos especialistas
(Marcantonio, 1996, p. 72)
Seguindo as orientações da ABNT, através da NBR 6028, que
denominou a resenha de resumo crítico, Andrade (1997, p. 60-61), apresenta
a resenha:
como um tipo de resumo crítico mais abrangente, que permite
comentários e opiniões; um tipo de trabalho mais complexo, que
exige conhecimento do assunto, para estabelecer comparação com
outras obras da mesma área e maturidade intelectual para fazer
avaliação e emitir juízos de valor.
Para Andrade (1997), a resenha é um instrumento útil para quem
redige, pois além da capacidade de síntese, tem que demonstrar
conhecimento do assunto e de outras obras a ele referentes, capacidade de
crítica, de interpretação e de formulação de juízos de valor.
Segundo Salomon (1977, p.168), a elaboração de resenhas, “não
só é importante, mas imprescindível para desenvolver a mentalidade
8. científica, constituíndo-se no primeiro passo para introduzir o iniciante na
pesquisa e na elaboração de trabalhos monográficos”.
Severino (1985, p.181) também confirma esta perspectiva ao
afirmar que: “a elaboração de resenhas concretiza o desejo de os estudantes
contribuírem às revistas especializadas de sua área, e uma efetiva maneira
de se iniciar no campo das publicações”.
Para Lakatos e Marconi (1996, p. 243), “a resenha crítica consiste
na leitura, no resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do
livro feitos pelo resenhista”.
Para Salvador (1979, p.139) a elaboração de uma resenha crítica
exige alguns requisitos básicos: “a) conhecimento completo da obra; b)
competência na matéria; c) capacidade de juizo de valor; d) independência
de juízo; e) correção e urbanidade; f) fidelidade ao pensamento do autor”.
A resenha crítica como trabalho acadêmico deve apresentar a
seguinte estrutura:
CAPA: distribuir os dados conforme orientações metodológicas da UNISUL.
FOLHA DE ROSTO: distribuir os dados conforme orientações metodológicas
da UNISUL.
SUMÁRIO: seguir as orientações metodológicas da UNISUL
1 INTRODUÇÃO
O assunto deve ser apresentado no primeiro parágrafo, partindo de
algumas considerações mais genéricas até chegar ao ponto em que será
dada maior ênfase. A seguir, o autor deve demonstrar a importância da
abordagem, os objetivos, método ou caminho de sua abordagem, para
despertar o interesse do leitor. Também deve ser apresentado na introdução
o livro o texto de referência indicado para a resenha crítica, bem como, os
autores que serão utilizados como apoio na análise.
2 APRESENTAÇÃO DAS IDÉIAS DO TEXTO
9. O acadêmico deve apresentar as idéias principais e secundárias,
discutidas pelo autor, no livro, capítulo ou artigo indicado. Para atingir tal
propósito, naturalmente o acadêmico deverá considerar todos os
procedimentos recomendados para se fazer um bom resumo, como: manter
uma atitude permanentemente crítica e reflexiva com relação ao que está
lendo, manter a fidelidade ao texto original e ao redigir, usar frases breves,
diretas e objetivas. Havendo necessidade, pode-se fazer transcrições literais
colocando-as entre aspas, seguidas do número da página entre parênteses.
Recomenda-se não seguir as subdivisões do texto original. As idéias
principais podem ser apresentadas num único bloco, porém, encadeadas em
uma seqüência lógica. (Galliano, 1986).
3 APRECIAÇÃO CRÍTICA
A partir da compreensão objetiva da mensagem comunicada pelo
livro, capítulo ou artigo indicado, o acadêmico deverá tomar posição própria
em relação as idéias apresentadas, numa tentativa de superar a estrita
mensagem transmitida pelo autor do texto, explorar as idéias expostas,
dialogar com o autor concordando ou discordando. Levar em consideração a
validade ou aplicabilidade das idéias expostas pelo autor do texto.
Segundo Galliano (1986), para que a resenha crítica esteja
fundamentada, é preciso considerar a opinião de outros autores que
trabalham com a temática abordada, em outros livros, artigos de periódicos,
revistas e jornais. Também pode ser considerada a experiência profissional, a
visão de mundo, o momento histórico vivido pelo resenhista.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a elaboração das considerações finais deve-se levar em conta
os objetivos propostos, apontando as principais reflexões apresentadas no
decorrer do trabalho. O acadêmico expõe claramente seu ponto de vista mais
marcante na apreciação crítica.
10. 5 REFERÊNCIAS
Nas referências bibliográficas devem aparecer todas as obras
consultadas para a produção da resenha crítica, seguindo as orientações da
ABNT.
6 ANEXOS
Quando o texto de referência para a resenha crítica for de escolha
livre dos acadêmicos, este texto deve ser colocado em anexo. Quando o
texto for definido pelo professor da disciplina, não há necessidade de
colocá-lo em anexo, por ser conhecido por todos (professor e
acadêmicos).
REFERÊNCIAS
ALVES, R. Filosofia da ciências. São Paulo: Brasiliense, 1985.
ANDRADE, Maria M. de. Introdução à Metodologia do trabalho científico. 2a
ed. São
Paulo: Atlas, 1997.
BARROS, A.J.P. e LEHFELD, Neide A. S. Fundamentos de Metodologia. São Paulo:
McGraw-Hill, 1986.
CERVO, A. L. e BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 3a
. Ed. São Paulo: McGraw-
Hill, 1983.
GALLIANO, A. Guilherme. O Método Científico: teoria e prática. São Paulo: Harper,
1979.
LAKATOS, Eva Ma
. e MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa. São Paulo:
Atlas, 1982.
LUCKESI, Cipriano et. al. Fazer Universidade: uma proposta metodológica. São Paulo:
Cortez, 1984.
KÖCHE, José C. Fundamentos de Metodologia Científica. 12a
. Ed. Amp. Porto Alegre:
Vozes, 1988.
MARCANTONIO, Antonia T.: DOS SANTOS, Martha M. e LEHFELD, Neide A. de S.
Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo, Atlas 1996.
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos,
resenhas. São Paulo: Atlas, 1997.
OLIVEIRA, Silvio L. Tratado de Metodologia Científica. São Paulo: Pioneira, 1997.
SEVERINO, Antônio J. Metodologia da Trabalho Científico. 19a
. Ed. São Paulo:
Cortez, 1993.