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Texto original
Gee Bee - O air racer dos Granville é relembrado nas telas pela Disney na
animação Aviões. Texto Claudia Terra #cmdterra
Matéria disponível na Aviação & Mercado, edição1
http://www.aviacaoemercado.com.br/
https://www.yumpu.com/s/q4eEFUmZLJXh2faK
Famosos no seu tempo pelas muitas conquistas em corridas aéreas e relembrados em
nosso tempo por um personagem da animação Aviões 1 ( lançado em 2013, após
7anos de trabalho, e dirigido pelo americano Klay Hall que também é piloto e sempre
foi apaixonado por aviões.) do Disney Toon Studios, os Gee Bees são clássicos da avia-
ção desportiva que ainda despertam atenção.A Disney relembrou a magia desses avi-
ões criando na animação Aviões o personagem El Chupacabra ( El Chu), inspirado to-
talmente no americano Gee Bee R1 e em lendas do México e de toda América latina
dos anos de 1990, quando um misterioso e polêmico chupacabra, animal ou ser es-
tranho que sugava sangue dos animais domésticos na área rural de vários países.
O carismático, espalhafatoso e galante El Chu, como o Gee Bee original, chama a aten-
ção por onde passa, porém, com as cores mexicanas (verde, branco e vermelho),
máscara e capa de super herói. Ele é um dos amigos do protagonista da animação, o
Dusty, um avião pulverizador que tem medo de altura, mas sonha em ser avião de cor-
rida. Ele prova que quando se quer, pode se ir para além do que fora construído. Toda
a paixão e dramatismo que Chu usa em suas conquistas são também características
que o descrevem como um grande corredor de longas distâncias, um grande campeão
como os Gee Bees dos Irmãos Granville, criados há mais de 80 anos e que ainda en-
cantam os loucos por aviação pelo planeta. Os lendários e prodigiosos Gee Bees conti-
nuam um ícone da aviação mundial com algumas réplicas colorindo os céus em mo-
mentos especiais e expostos em museus.
O Gee Bee modelo Super Sportster R1 é um avião desenhado e produzido pela ameri-
cana Granville Brothers Aircraft, sediada no aeroporto de Springfield, Massachusetts.
Esse modelo foi construído especialmente para a corrida Thompson Trophy de 1932.
Os irmãos Granville: Zantford, Thomas, Robert, Mark e Edward produziram um total de
24 aeronaves, sendo quase todas para competição. Os modelos mais conhecidos e
vitoriosos são os Gee Bee Super Sportster R1 e R2, que representam o sucesso das
criações dos Granville na época que foi o auge das corridas aéreas. A empresa ficou em
atividade por pouco tempo, de 1929 a 1934, mas suas criações fazem sucesso até hoje
pelos inusitados modelos em forma de lagrima, robustos, motor gigantesco, asas e
cauda super reduzidas, além do grafismo chamativo e elegante.
Os fantásticos Gee Bees voaram por pouco tempo, mas entraram para a história da
aviação, lembrados pelos inúmeros acidentes que levaram a maioria das aeronaves a
perdas totais (existem somente duas aeronaves originais), e alguns pilotos à morte,
mas principalmente por suas muitas vitórias em dois tipos de corridas comuns da
época, sendo a corrida de pilão, circuito fechado, e o cross, corrida de longa distância.
O Super Sportster R1 foi um grande campeão nascido especialmente e unicamente
para o cross, corridas que podem durar por vários dias. Nos anos 30 os instrumentos
usados na navegação aérea e na previsão do tempo eram precários, o que levava os
pilotos, entre outros imprevistos, a encararem drásticas mudanças do tempo e a cor-
rem altos riscos durante os voos. Quem vencia ou terminava bem aprova já era con-
siderado herói. A primeira grande vitória deste poderoso, robusto e veloz aviãozinho
foi em uma corrida em Cleveland, em 1932, ano em que foi construído. O R1 com o seu
motor Pratt & Whitney R1340 'Wasp' de 800 cv lhe permitia chegar à velocidade de
476 km/h. Com toda essa velocidade, ele sumia fácil no horizonte, deixando os concor-
rentes comendo “poeira”. Quando essa abelhinha decolava a vitória era certa.
O R1 fez justiça ao título que recebeu quando foi construído, momento em que foi
chamado de "o avião licenciado mais rápido e mais manobrável e potente já construí-
do nos Estados Unidos". Ele manteve esse nome até ganhar o aclamado cross de 1932
com o piloto Jimmy Doolittle e estabelecendo um novo recorde de velocidade mundial
em monomotor de 476 km / h.
Os irmãos Granville, grandes entusiastas da aviação desportiva, criaram uma empresa
especializada em aeronaves de corrida. Mas foi em uma época economicamente ru-
im, época da Grande Depressão Americana de 29. Apesar disso, as corridas aéreas
estavam em ebulição e os prêmios e a publicidade eram altos. Assim os Granville
criaram aviões específicos para essas grandes competições. As aeronaves tinham que
ser: rápidas, manobráveis e baratas. Para conseguirem isso, eles usaram o motor mais
potente disponível e a menor estrutura possível. O resultado foi uma série de aviões
pequenos e extremamente compactos, super sensíveis na pilotagem e designer dife-
renciado para a época e até para os padrões atuais.O material da fuselagem era ma-
deira e nas pequenas asas havia madeira revestida com tecido usado em balões. Para
chegarem a esse modelo, eles fizeram inúmeros testes em túneis de vento para testar
a eficiência e segurança da aeronave.
A história dos Granville começou, quando, ao 19 anos, Zantford (Granny) Granville
deixou a pequena cidade de Madison, New Hamshire para a cidade grande e conseguiu
um emprego como mecânico de concessionária de carros em Boston. Pouco tempo
depois ele conseguiu montar o seu próprio negócio, no qual em seu tempo livre traba-
lhava com manutenção de aeronaves e também em um projeto de construção de um
avião, além de fazer aulas de voo. Em 1924 o seu irmão Thomas se juntou a ele, aju-
dando-o com o trabalho na concessionária para que ele tivesse mais tempo para se de
dedicar aos aviões. Ele alugou o primeiro andar de um edifício perto do aeroporto e lá
começou seu próprio negócio de reparação de avião. Com seu negócio prosperando,
seu irmão Edward se juntou a eles em 1927 e o seu irmão Robert e Mark em 1928.
Mas Zantford estava insatisfeito com a primeira aeronave que estava sendo projetada
e construída, então ele fez um novo projeto, o de um biplano esportivo, com 60 hp
motor Veil M-5, com o trem de pouso projetado de modo que, em caso de um pouso
forçado, a aeronave não sofresse graves danos na estrutura. O voo de teste desta pri-
meira aeronave, chamada de modelo A ou Granny, foi em uma noite de segunda, em
maio. O teste noturno foi para quê, no caso de algo sair errado, não tivesse ninguém
vendo para criticar o projeto. Mas Zantford realizou um voo perfeito. Com o sucesso
desse voo teste, Zantford decidiu que ele e seus irmãos começariam seu próprio negó-
cio na fabricação de aeronaves, com a produção do biplano. Assim passou a tentar
obter apoio financeiro para produzir a aeronave. Zantford escreveu muitas cartas para
vários empresários em busca de apoio financeiro e uma instalação adequada para a
fabricação do novo avião. Mas não apareceram interessados. Então ele decidiu voar
com o seu biplano para o aeroporto de Springfield, onde ele esperava ser visto por
pessoas interessadas. Deu certo! Lá a sua aeronave atraiu muita atenção. Proprietá-
rios de uma grande empresa de sorvete e do aeroporto de Springfield ficaram interes-
sados, como George e Harry Tait. Depois de longas negociações com os irmãos Gran-
ville, os ricos irmãos Tait concordaram em apoiar a nova empresa. Um contrato foi
assinado entre os irmãos Tait e Zantford Granville durante a primeira semana de julho
em 1929.
Além do contrato inicial para a fabricação de uma aeroanve, Harry Tait decidiram
também patrocinar a criação da empresa Granville Brothers Airgraft com um capital
de 25 mil dólares para a construção dos aviões e para a realização do trabalho de ma-
nutenção necessária em outras aeronaves de Massachusetts. Para isso, três engenhei-
ros foram contratados e, estranhamente, todos eles tinham o mesmo primeiro nome:
Robert Hall, Robert Dexter e Robert Ayer. Os engenheiros que realizaram alterações no
novo projeto Gee Bee, excluíram os flaps, ampliaram a cabine ligeiramente e outras
melhorias, a fim de obterem a licença necessária para a aeronave voar. Três aviões
foram construídos no final de 1929, depois que o irmão Tom Granville juntou se à em-
presa. Agora, todos os cinco irmãos estavam juntos. As três aeronaves construídas fo-
ram apresentadas em várias expedições aéreas ao redor do país para ajudar nas ven-
das. A partir daí o sucesso começou. O biplano Gee Bee foi designado o modelo A, de-
pois que recebeu seu certificado ATC e foi o primeiro em uma linha de aviões desporti-
vos produzidos pela Granville. O modelo A foi projetado e construído por Zantford
Granville no Aeroporto de Boston e tinha muitas características inovadoras, como a de
o piloto estar lado a lado com o passageiro facilitando a conversação e um cockpit
espaçoso que permitia uso de vestes pesadas no inverno. O Gee Bee A teve grandes
superfícies de controle, dando grande controle lateral e longitudinal. Tinha uma asa
alta escalonada para melhor visibilidade. O motor de Kinner tinha um anel coletor Buhl
que cortava o ruído. No interior possuía assento confortável, além de um grande com-
partimento de bagagem com espaço para uma mala e um compartimento de ferra-
mentas separado. Nove destes biplanos foram construídos, atualmente só existem
dois exemplares.
Mas os cinco Irmãos Granville(Zantford, Thomas, Robert, Mark e Edward) entraram
para história com os suas aeronaves de competição, a primeira construída foi em
1930, auge das corridas aéreas nos Estados Unidos.O primeiro Racer foi o Gee Bee
modelo-X construído para um cross de Detroit para Los Angeles, o All Ameriacan Air
Derby. Inicialmente o modelo X foi chamado de "Dragonfly", como visto em algumas
raras imagens da aeronave. Porém, pouco antes do All American Air Derby, o nome foi
alterado para Sportster e o monoplano repintado. Os Granville chamavam as aerona-
ves de acento único de "Sportsters Júnior" e os duplos de "Sportsters Seniores". O mo-
delo-X usava motor de 110hp super charged Cirrus Hi Drive invertido, tanque com
capacidade de 40litros de gasolina e 3 litros de óleo, velocidade máxima de 140mph,
velocidade de cruzeiro de 120mph e velocidade de pouso de 50mph. Envergadura de
25 pés com uma área de 95 pés quadrados. E comprimento de 17 pés, 3 polegadas e
altura de 6 pés. Foi uma aeronave vencedora e imbatível nas competições por um
tempo. Ela e inspirou os Granville, neste mesmo ano, a construírem as versões B, C, D
e E exclusivos para competição e acrobacias. Frequentemente se apresentavam em
eventos aéreos, onde eram as grandes atrações e encantavam o público com suas be-
las máquinas.
No ano seguinte, o Gee Bee Y foi projetado. Esse avião era para viagens, foi um dos
maiores construído pela Granville Brothers Aircraft. Tinha espaço para duas pessoas e
apenas dois exemplares foram fabricados. Um exemplar era o avião da empresa, usa-
do pelos Granville e funcionários para todo tipo de viagem, além de ter sido usado
como aeronave de apoio para os pilotos mítica série R dos Gee Bees. Outro avião foi
vendido para um cliente, que fez alterações não permitidas no motor (projetado para
um máximo de 250 hp, mas que havia sido equipado com um novo motor de 450 hp
Wright Whirlwind), parabrisa, dentre outras alterações para participar de cross. Infe-
lizmente em 1933 ao participar de uma competição esse avião sofreu um acidente
fatal em Chicago. Acidente histórico que começou a dar a injusta reputação de avião
perigoso aos Gee Bees.
Ainda em 1931 os Granville construíram o Gee Bee modelo Super Sportster Z, em é-
poca de crise, construído em parceria com a Springfield Air Racing Association (SA-
RA). O modelo foi um grande sucesso, venceu muitas competições importantes fatu-
rando altas premiações e gerando muita popularidade para os construtores . O Gee
Bee Z era equipado com um motor radial turbo alimentado por 535 cavalos e fusela-
gem em gota de água, uma estilo clássico dos Gee Bees, para otimização aerodinâmi-
ca, com prioridade na velocidade.
Depois de ter faturado inúmeros prêmios os construtores resolveram fazer alterações
no modelo Z para conseguirem bater recorde mundial de velocidade, o que foi um fra-
casso. Com o novo motor P&MR 1340 e várias tentativas para ser o mais veloz e de
quase ter conseguido, o Gee Bee Z, em 5 de dezembro de 1931, deu problemas e por
suposta falha no motor, durante a tentativa de pouso, tocou o solo muito rápido e
bateu no murro, no final da pista, matando o piloto.Vídeo desse acidente está disponí-
vel no You Tube. Esse modelo foi construído em 5 semanas e pilotado por um período
de 106 dias, a partir do início de sua construção ao seu fim prematuro. Não existe mais
esse modelo, os que existem são réplicas, uma delas construída em 1978 que foi com-
prada pela Disney Corporation e usada no filme o Rocketeer de 1991. Atualmente essa
aeronave está em exibição em museu Santa Mônica. E essa réplica tem dimensões
maiores do que o modelo original, mas uma perfeita está exposta em um museu na
Flórida.
E finalmente em 1932, os irmãos Granville criaram os famosos Super Sportsters R1 e
R2, modelos muito semelhantes, porém, destinados a tipos competições diferentes. O
R1 destinava-se ao cross e o R2, com um motor ainda mais potente e menor autono-
mia, para as corridas de circuito fechado (pilão), competições em que ambos foram
grandes campeões.
Os R1 e R2 foram muito bem construídos após intensas pesquisas e os melhores mate-
riais foram usados. As tampas do tanque de combustível passaram a ficar dentro da
fuselagem e o parabrisa foi construído em 3 camadas vidro inquebrável. Exceto pelo
motor, a maior diferença entre as duas aeronaves é que o R2 tinha dois tanques de
combustível de 302 litros, contra um único tanque de 160 litros no R1. O R2 tinha um
tanque de óleo 20 litros versus 18 litros no R-1. O R2 tinha uma roda fixa na cauda,
enquanto que o R1 tinha roda orientável na cauda. O R2 também tinha faróis aerodi-
nâmicos nas asas e na cauda para voos noturnos. O R1, apelidado pela imprensa como
"The Flying Silo", fez o seu primeiro voo de teste em quase duas horas de voo sem ne-
nhum problema. Para a temporada de competição de 1933 o R1 e o R2 receberam
outras melhorias de sucesso. Nesse ano Amelia Earhart, ( Em 1935 se tornaria a pri-
meira piloto a fazer um voo solo sobre o Pacífico e também lembrada no filme “ Uma
Noite no Museu2”), com o seu Lockheed Vega vermelho estava em um cross de 11
horas de duração competindo, entre outros, com o R1, porém, nenhum dos dois com-
petidores tiveram sucesso, pois ambos tiveram problemas com suas aeronaves e per-
deram posições. Mas depois de muitas vitórias, a participação dos R1 e R2 foi encerra-
da por conta de acidentes que algumas vezes destruíam só os aviões e em outras
vezes também eram fatais para os pilotos.
Os aviadores Granville, desapontados com fim de suas estrelas racing, tentaram uma
ultima reação, criando um modelo híbrido chamado "Long Tail Racer". Eles usaram o
motor "Hornet", a fuselagem do R1 e as asas do R2. Este avião foi construído para as
competições de 1934. Era mais longo, teve um bom desempenho no primeiro teste,
mas no segundo voo ele capotou na aterrissagem acertou uma cerca, ficou destruído
e por sorte o piloto não foi gravemente ferido. Com fiasco deste último modelo a
Granville Brothers Airgraft praticamente encerrou a construção dos Gee Bees. Mas,
como último ato de resistência, os bravos irmãos Granville juntaram o que sobrou dos
R1e R2 e tentaram montar o que seria o R3, também chamado de Internacional Su-
per Sportster ou Intestinal Fortitude para competir em Chicago. Logo após esse avião
ser montado, em 1934, Zantford “Granny “ Granville sofreu um acidente fatal a bor-
do do Gee Bee Super Sportster E Senior, quando tentava pousar em uma pista aciden-
talmente bloqueada por 2 trabalhadores e que, para evitar machucá-los, tentou ar-
remeter, mas não conseguiu e acabou caindo. Morreu a caminho do hospital e o últi-
mo exemplar do modelo Y teve perda total. Após essa fatalidade a empresa foi vendi-
da, encerrando oficial e definitivamente as atividades na aviação.
Os irmãos Granville, além de dotados para a aeronáutica, foram muito bem auxiliados
por alguns dos melhores engenheiros da época e da melhor tecnologia disponível nos
seus aviões, sempre com ênfase na velocidade, juntamente com o uso de tecnologia e
de conhecimento no limiar do possível na época. Criaram máquinas únicas, até com
certa deformidade e muita beleza tão próprios de quando a vontade e o sonho se fun-
dem com a realidade. A Disney, com sua magia, levou um pouco da realidade para o
mundo dos sonhos da animação dando nova vida a alguns clássicos inesquecíveis da
aviação mundial, já que todos os aviões do filme foram inspirados em aviões reais
do mundo da aviação, dando um presente ás novas gerações, que podem conhecer e
se encantar com as antigas e heroicas máquinas aéreas, como os fabulosos Gee Bees.

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Gee Bee- O air racer dos Granville é relembrado nas telas pela Disney na animação Aviões.

  • 1. Texto original Gee Bee - O air racer dos Granville é relembrado nas telas pela Disney na animação Aviões. Texto Claudia Terra #cmdterra Matéria disponível na Aviação & Mercado, edição1 http://www.aviacaoemercado.com.br/ https://www.yumpu.com/s/q4eEFUmZLJXh2faK Famosos no seu tempo pelas muitas conquistas em corridas aéreas e relembrados em nosso tempo por um personagem da animação Aviões 1 ( lançado em 2013, após 7anos de trabalho, e dirigido pelo americano Klay Hall que também é piloto e sempre foi apaixonado por aviões.) do Disney Toon Studios, os Gee Bees são clássicos da avia-
  • 2. ção desportiva que ainda despertam atenção.A Disney relembrou a magia desses avi- ões criando na animação Aviões o personagem El Chupacabra ( El Chu), inspirado to- talmente no americano Gee Bee R1 e em lendas do México e de toda América latina dos anos de 1990, quando um misterioso e polêmico chupacabra, animal ou ser es- tranho que sugava sangue dos animais domésticos na área rural de vários países. O carismático, espalhafatoso e galante El Chu, como o Gee Bee original, chama a aten- ção por onde passa, porém, com as cores mexicanas (verde, branco e vermelho), máscara e capa de super herói. Ele é um dos amigos do protagonista da animação, o Dusty, um avião pulverizador que tem medo de altura, mas sonha em ser avião de cor- rida. Ele prova que quando se quer, pode se ir para além do que fora construído. Toda a paixão e dramatismo que Chu usa em suas conquistas são também características que o descrevem como um grande corredor de longas distâncias, um grande campeão como os Gee Bees dos Irmãos Granville, criados há mais de 80 anos e que ainda en- cantam os loucos por aviação pelo planeta. Os lendários e prodigiosos Gee Bees conti- nuam um ícone da aviação mundial com algumas réplicas colorindo os céus em mo- mentos especiais e expostos em museus. O Gee Bee modelo Super Sportster R1 é um avião desenhado e produzido pela ameri- cana Granville Brothers Aircraft, sediada no aeroporto de Springfield, Massachusetts. Esse modelo foi construído especialmente para a corrida Thompson Trophy de 1932. Os irmãos Granville: Zantford, Thomas, Robert, Mark e Edward produziram um total de 24 aeronaves, sendo quase todas para competição. Os modelos mais conhecidos e vitoriosos são os Gee Bee Super Sportster R1 e R2, que representam o sucesso das criações dos Granville na época que foi o auge das corridas aéreas. A empresa ficou em atividade por pouco tempo, de 1929 a 1934, mas suas criações fazem sucesso até hoje pelos inusitados modelos em forma de lagrima, robustos, motor gigantesco, asas e cauda super reduzidas, além do grafismo chamativo e elegante.
  • 3. Os fantásticos Gee Bees voaram por pouco tempo, mas entraram para a história da aviação, lembrados pelos inúmeros acidentes que levaram a maioria das aeronaves a perdas totais (existem somente duas aeronaves originais), e alguns pilotos à morte, mas principalmente por suas muitas vitórias em dois tipos de corridas comuns da época, sendo a corrida de pilão, circuito fechado, e o cross, corrida de longa distância. O Super Sportster R1 foi um grande campeão nascido especialmente e unicamente para o cross, corridas que podem durar por vários dias. Nos anos 30 os instrumentos usados na navegação aérea e na previsão do tempo eram precários, o que levava os pilotos, entre outros imprevistos, a encararem drásticas mudanças do tempo e a cor- rem altos riscos durante os voos. Quem vencia ou terminava bem aprova já era con- siderado herói. A primeira grande vitória deste poderoso, robusto e veloz aviãozinho foi em uma corrida em Cleveland, em 1932, ano em que foi construído. O R1 com o seu motor Pratt & Whitney R1340 'Wasp' de 800 cv lhe permitia chegar à velocidade de 476 km/h. Com toda essa velocidade, ele sumia fácil no horizonte, deixando os concor- rentes comendo “poeira”. Quando essa abelhinha decolava a vitória era certa. O R1 fez justiça ao título que recebeu quando foi construído, momento em que foi chamado de "o avião licenciado mais rápido e mais manobrável e potente já construí- do nos Estados Unidos". Ele manteve esse nome até ganhar o aclamado cross de 1932 com o piloto Jimmy Doolittle e estabelecendo um novo recorde de velocidade mundial em monomotor de 476 km / h. Os irmãos Granville, grandes entusiastas da aviação desportiva, criaram uma empresa especializada em aeronaves de corrida. Mas foi em uma época economicamente ru- im, época da Grande Depressão Americana de 29. Apesar disso, as corridas aéreas estavam em ebulição e os prêmios e a publicidade eram altos. Assim os Granville criaram aviões específicos para essas grandes competições. As aeronaves tinham que ser: rápidas, manobráveis e baratas. Para conseguirem isso, eles usaram o motor mais potente disponível e a menor estrutura possível. O resultado foi uma série de aviões pequenos e extremamente compactos, super sensíveis na pilotagem e designer dife- renciado para a época e até para os padrões atuais.O material da fuselagem era ma-
  • 4. deira e nas pequenas asas havia madeira revestida com tecido usado em balões. Para chegarem a esse modelo, eles fizeram inúmeros testes em túneis de vento para testar a eficiência e segurança da aeronave. A história dos Granville começou, quando, ao 19 anos, Zantford (Granny) Granville deixou a pequena cidade de Madison, New Hamshire para a cidade grande e conseguiu um emprego como mecânico de concessionária de carros em Boston. Pouco tempo depois ele conseguiu montar o seu próprio negócio, no qual em seu tempo livre traba- lhava com manutenção de aeronaves e também em um projeto de construção de um avião, além de fazer aulas de voo. Em 1924 o seu irmão Thomas se juntou a ele, aju- dando-o com o trabalho na concessionária para que ele tivesse mais tempo para se de dedicar aos aviões. Ele alugou o primeiro andar de um edifício perto do aeroporto e lá começou seu próprio negócio de reparação de avião. Com seu negócio prosperando, seu irmão Edward se juntou a eles em 1927 e o seu irmão Robert e Mark em 1928. Mas Zantford estava insatisfeito com a primeira aeronave que estava sendo projetada e construída, então ele fez um novo projeto, o de um biplano esportivo, com 60 hp motor Veil M-5, com o trem de pouso projetado de modo que, em caso de um pouso forçado, a aeronave não sofresse graves danos na estrutura. O voo de teste desta pri- meira aeronave, chamada de modelo A ou Granny, foi em uma noite de segunda, em maio. O teste noturno foi para quê, no caso de algo sair errado, não tivesse ninguém vendo para criticar o projeto. Mas Zantford realizou um voo perfeito. Com o sucesso desse voo teste, Zantford decidiu que ele e seus irmãos começariam seu próprio negó- cio na fabricação de aeronaves, com a produção do biplano. Assim passou a tentar obter apoio financeiro para produzir a aeronave. Zantford escreveu muitas cartas para vários empresários em busca de apoio financeiro e uma instalação adequada para a fabricação do novo avião. Mas não apareceram interessados. Então ele decidiu voar com o seu biplano para o aeroporto de Springfield, onde ele esperava ser visto por pessoas interessadas. Deu certo! Lá a sua aeronave atraiu muita atenção. Proprietá- rios de uma grande empresa de sorvete e do aeroporto de Springfield ficaram interes- sados, como George e Harry Tait. Depois de longas negociações com os irmãos Gran- ville, os ricos irmãos Tait concordaram em apoiar a nova empresa. Um contrato foi assinado entre os irmãos Tait e Zantford Granville durante a primeira semana de julho em 1929. Além do contrato inicial para a fabricação de uma aeroanve, Harry Tait decidiram também patrocinar a criação da empresa Granville Brothers Airgraft com um capital de 25 mil dólares para a construção dos aviões e para a realização do trabalho de ma- nutenção necessária em outras aeronaves de Massachusetts. Para isso, três engenhei- ros foram contratados e, estranhamente, todos eles tinham o mesmo primeiro nome: Robert Hall, Robert Dexter e Robert Ayer. Os engenheiros que realizaram alterações no novo projeto Gee Bee, excluíram os flaps, ampliaram a cabine ligeiramente e outras melhorias, a fim de obterem a licença necessária para a aeronave voar. Três aviões foram construídos no final de 1929, depois que o irmão Tom Granville juntou se à em- presa. Agora, todos os cinco irmãos estavam juntos. As três aeronaves construídas fo- ram apresentadas em várias expedições aéreas ao redor do país para ajudar nas ven- das. A partir daí o sucesso começou. O biplano Gee Bee foi designado o modelo A, de- pois que recebeu seu certificado ATC e foi o primeiro em uma linha de aviões desporti-
  • 5. vos produzidos pela Granville. O modelo A foi projetado e construído por Zantford Granville no Aeroporto de Boston e tinha muitas características inovadoras, como a de o piloto estar lado a lado com o passageiro facilitando a conversação e um cockpit espaçoso que permitia uso de vestes pesadas no inverno. O Gee Bee A teve grandes superfícies de controle, dando grande controle lateral e longitudinal. Tinha uma asa alta escalonada para melhor visibilidade. O motor de Kinner tinha um anel coletor Buhl que cortava o ruído. No interior possuía assento confortável, além de um grande com- partimento de bagagem com espaço para uma mala e um compartimento de ferra- mentas separado. Nove destes biplanos foram construídos, atualmente só existem dois exemplares. Mas os cinco Irmãos Granville(Zantford, Thomas, Robert, Mark e Edward) entraram para história com os suas aeronaves de competição, a primeira construída foi em 1930, auge das corridas aéreas nos Estados Unidos.O primeiro Racer foi o Gee Bee modelo-X construído para um cross de Detroit para Los Angeles, o All Ameriacan Air Derby. Inicialmente o modelo X foi chamado de "Dragonfly", como visto em algumas raras imagens da aeronave. Porém, pouco antes do All American Air Derby, o nome foi alterado para Sportster e o monoplano repintado. Os Granville chamavam as aerona- ves de acento único de "Sportsters Júnior" e os duplos de "Sportsters Seniores". O mo- delo-X usava motor de 110hp super charged Cirrus Hi Drive invertido, tanque com capacidade de 40litros de gasolina e 3 litros de óleo, velocidade máxima de 140mph, velocidade de cruzeiro de 120mph e velocidade de pouso de 50mph. Envergadura de 25 pés com uma área de 95 pés quadrados. E comprimento de 17 pés, 3 polegadas e altura de 6 pés. Foi uma aeronave vencedora e imbatível nas competições por um tempo. Ela e inspirou os Granville, neste mesmo ano, a construírem as versões B, C, D e E exclusivos para competição e acrobacias. Frequentemente se apresentavam em
  • 6. eventos aéreos, onde eram as grandes atrações e encantavam o público com suas be- las máquinas. No ano seguinte, o Gee Bee Y foi projetado. Esse avião era para viagens, foi um dos maiores construído pela Granville Brothers Aircraft. Tinha espaço para duas pessoas e apenas dois exemplares foram fabricados. Um exemplar era o avião da empresa, usa- do pelos Granville e funcionários para todo tipo de viagem, além de ter sido usado como aeronave de apoio para os pilotos mítica série R dos Gee Bees. Outro avião foi vendido para um cliente, que fez alterações não permitidas no motor (projetado para um máximo de 250 hp, mas que havia sido equipado com um novo motor de 450 hp Wright Whirlwind), parabrisa, dentre outras alterações para participar de cross. Infe- lizmente em 1933 ao participar de uma competição esse avião sofreu um acidente fatal em Chicago. Acidente histórico que começou a dar a injusta reputação de avião perigoso aos Gee Bees. Ainda em 1931 os Granville construíram o Gee Bee modelo Super Sportster Z, em é- poca de crise, construído em parceria com a Springfield Air Racing Association (SA- RA). O modelo foi um grande sucesso, venceu muitas competições importantes fatu- rando altas premiações e gerando muita popularidade para os construtores . O Gee Bee Z era equipado com um motor radial turbo alimentado por 535 cavalos e fusela- gem em gota de água, uma estilo clássico dos Gee Bees, para otimização aerodinâmi- ca, com prioridade na velocidade.
  • 7. Depois de ter faturado inúmeros prêmios os construtores resolveram fazer alterações no modelo Z para conseguirem bater recorde mundial de velocidade, o que foi um fra- casso. Com o novo motor P&MR 1340 e várias tentativas para ser o mais veloz e de quase ter conseguido, o Gee Bee Z, em 5 de dezembro de 1931, deu problemas e por suposta falha no motor, durante a tentativa de pouso, tocou o solo muito rápido e bateu no murro, no final da pista, matando o piloto.Vídeo desse acidente está disponí- vel no You Tube. Esse modelo foi construído em 5 semanas e pilotado por um período de 106 dias, a partir do início de sua construção ao seu fim prematuro. Não existe mais esse modelo, os que existem são réplicas, uma delas construída em 1978 que foi com- prada pela Disney Corporation e usada no filme o Rocketeer de 1991. Atualmente essa aeronave está em exibição em museu Santa Mônica. E essa réplica tem dimensões maiores do que o modelo original, mas uma perfeita está exposta em um museu na Flórida.
  • 8. E finalmente em 1932, os irmãos Granville criaram os famosos Super Sportsters R1 e R2, modelos muito semelhantes, porém, destinados a tipos competições diferentes. O R1 destinava-se ao cross e o R2, com um motor ainda mais potente e menor autono- mia, para as corridas de circuito fechado (pilão), competições em que ambos foram grandes campeões. Os R1 e R2 foram muito bem construídos após intensas pesquisas e os melhores mate- riais foram usados. As tampas do tanque de combustível passaram a ficar dentro da fuselagem e o parabrisa foi construído em 3 camadas vidro inquebrável. Exceto pelo motor, a maior diferença entre as duas aeronaves é que o R2 tinha dois tanques de combustível de 302 litros, contra um único tanque de 160 litros no R1. O R2 tinha um tanque de óleo 20 litros versus 18 litros no R-1. O R2 tinha uma roda fixa na cauda, enquanto que o R1 tinha roda orientável na cauda. O R2 também tinha faróis aerodi- nâmicos nas asas e na cauda para voos noturnos. O R1, apelidado pela imprensa como "The Flying Silo", fez o seu primeiro voo de teste em quase duas horas de voo sem ne- nhum problema. Para a temporada de competição de 1933 o R1 e o R2 receberam outras melhorias de sucesso. Nesse ano Amelia Earhart, ( Em 1935 se tornaria a pri- meira piloto a fazer um voo solo sobre o Pacífico e também lembrada no filme “ Uma Noite no Museu2”), com o seu Lockheed Vega vermelho estava em um cross de 11 horas de duração competindo, entre outros, com o R1, porém, nenhum dos dois com- petidores tiveram sucesso, pois ambos tiveram problemas com suas aeronaves e per- deram posições. Mas depois de muitas vitórias, a participação dos R1 e R2 foi encerra- da por conta de acidentes que algumas vezes destruíam só os aviões e em outras vezes também eram fatais para os pilotos. Os aviadores Granville, desapontados com fim de suas estrelas racing, tentaram uma ultima reação, criando um modelo híbrido chamado "Long Tail Racer". Eles usaram o
  • 9. motor "Hornet", a fuselagem do R1 e as asas do R2. Este avião foi construído para as competições de 1934. Era mais longo, teve um bom desempenho no primeiro teste, mas no segundo voo ele capotou na aterrissagem acertou uma cerca, ficou destruído e por sorte o piloto não foi gravemente ferido. Com fiasco deste último modelo a Granville Brothers Airgraft praticamente encerrou a construção dos Gee Bees. Mas, como último ato de resistência, os bravos irmãos Granville juntaram o que sobrou dos R1e R2 e tentaram montar o que seria o R3, também chamado de Internacional Su- per Sportster ou Intestinal Fortitude para competir em Chicago. Logo após esse avião ser montado, em 1934, Zantford “Granny “ Granville sofreu um acidente fatal a bor- do do Gee Bee Super Sportster E Senior, quando tentava pousar em uma pista aciden- talmente bloqueada por 2 trabalhadores e que, para evitar machucá-los, tentou ar- remeter, mas não conseguiu e acabou caindo. Morreu a caminho do hospital e o últi- mo exemplar do modelo Y teve perda total. Após essa fatalidade a empresa foi vendi- da, encerrando oficial e definitivamente as atividades na aviação. Os irmãos Granville, além de dotados para a aeronáutica, foram muito bem auxiliados por alguns dos melhores engenheiros da época e da melhor tecnologia disponível nos seus aviões, sempre com ênfase na velocidade, juntamente com o uso de tecnologia e de conhecimento no limiar do possível na época. Criaram máquinas únicas, até com certa deformidade e muita beleza tão próprios de quando a vontade e o sonho se fun- dem com a realidade. A Disney, com sua magia, levou um pouco da realidade para o mundo dos sonhos da animação dando nova vida a alguns clássicos inesquecíveis da aviação mundial, já que todos os aviões do filme foram inspirados em aviões reais do mundo da aviação, dando um presente ás novas gerações, que podem conhecer e se encantar com as antigas e heroicas máquinas aéreas, como os fabulosos Gee Bees.