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Maquiavel e a natureza
da ação política.
Situando brevemente o autor
Maquiavel segue o movimento intelectual que visava a
separação da política do domínio religioso. Já em Da
Monarquia de Dante Alighieri (1265 – 1321) já se observa a
busca pela separação destes domínios.
A noção de soberania deve ser entendida de modo distinto
entre a religião e o domínio civil, ou seja, o conceito de
poder deve ser pensado de acordo com lógicas distintas
 contestação da doutrina do poder papel (plenitudo
potestatis)
L’uomo e le sue opera
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli ou Nicolau
Maquiavel (1469 – 1527)

• 1494 – Expulsão dos Medici e fundação da república
Florentina (monge Savonarola)
• 1512 – Retorno dos Médici ao poder.
• 1513 – Escreve O Príncipe.
• 1513 – 1520 – Escreve Discursos sobre a primeira década de Tito
Lívio: trata dos motivos que levaram ao sucesso da
República Romana.
• 1513 – 1520 – Escreve A Arte da Guerra onde defende a ideia
de um exército formado por cidadãos, e não por milicianos.
OBS: a aula toma como base expositiva o seguinte texto: BARROS, Alberto
Ribeiro G. de. “O pensamento político no final da idade média e no
rensascimento”. In: MACEDO Jr., R. Curso de Filosofia Política. São Paulo:
Atlas, 2010.
O Príncipe não conservou sua juventude – muitas obras mereceriam
esse elogia banal -, O Príncipe conservou seu poder de fascínio. Sei
disso, mas não estou certo de saber por quê. Ocorreu-me uma
primeira resposta. O Príncipe é um livro cuja aparente clareza
deslumbra e cujo mistério os eruditos e os simples leitores tentam
em vão esclarecer. o que queria dizer Maquiavel? A quem queria

dar aulas, aos reis ou aos povos? De que lado ele se colocava? Do
lado dos tiranos ou dos republicanos? Ou de nenhum dos dois?

Raimond Aron.
Contracapa da edição de
O Princípe da ed. WMF
Martins Fontes, 2011.
Questões centrais d’O Príncipe
• Quais as formas de conquista e de manutenção do
poder.
• Quais os meios materiais e quais as condições de
possibilidade da ação política.
• Quais as qualidades necessárias a um governante.
• Considerações sobre a natureza humana.
Pano de fundo da obra: a preocupação com a
conquista e a fundação de um novo Estado, (Itália
livre e unificada).
A estrutura temática d’O Príncipe.
 Formas de conquista de novos principados e como manter
o poder aí obtido.
• Pela virtù e com as próprias armas
O príncipe sabe aproveitar as circunstâncias e afirmar seu valor. Será a forma de
conquista mais fácil de se manter, pois o príncipe conhece bem suas armas.
• Pela fortuna e com armas alheias
O príncipe chega ao poder pela sorte ou acaso e com ajuda de outrem. Enquanto a
sorte estiver a seu lado o príncipe terá poder, mas como não se pode garanti-la
eternamente, o príncipe que apenas contar com ela perderá o poder de todo modo.
• Pelo crime
Alcança-se o poder pela violência e desrespeito às leis. Deverá ser mantido através
de meios cruéis.
• Pelo consentimento
Alcança-se o poder devido em razão de favores dos conterrâneos. Deve-se avaliar
quem conduziu o príncipe ao poder: quanto mais poderosos forem seus
apoiadores, mais difícil sustentar a posição, pois para agradá-los, desagradará ao
povo.
A estrutura temática d’O Príncipe.
Meios para a manutenção do poder
(as armas ou o exército do príncipe).
• Próprias
Composta pelos próprios cidadãos, os quais lutam
por amor à pátria.
• Mercenárias e Auxiliares
Interessam-se apenas por dinheiro. São
ambiciosas, insolentes, indisciplinadas e
infiéis, logo, pouco confiáveis para a manutenção
do poder.
• Mistas
A estrutura temática d’O Príncipe.
 A arte de governar exige um conhecimento não idealizado
da natureza humana.
Os homens têm menos receio de ofender quem se faz amar do que quem se faz temer; pois o
amor é mantido por vínculo de obrigação, que, por serem os homens maus, é rompido por
toda ocasião que lhes seja útil, enquanto o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca te
abandona.
Deve, contudo, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não conquistar o amor, que pelo
menos escape ao ódio; pois é perfeitamente possível ser temido e não ser odiado ao mesmo
tempo, o que conseguirá sempre que se abstiver de se apoderar dos bens e das mulheres de
seus cidadãos e de seus súditos. Se precisar proceder contra o sangue de alguém deverá fazê-lo
quando houver justificativa conveniente e causa manifesta. Mas, sobretudo, deverá abster-se
dos bens alheios, porque os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a
perda do patrimônio.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. P. 82 e 83, cap. XVII.

Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela
força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se
necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...]
Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as
qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a
raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar
os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um
príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne
prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102.
A estrutura temática d’O Príncipe.
 Condições, limites e possibilidades da ação do príncipe.
(O jogo entre fortuna e virtù).
A fortuna corresponde a uma estrutura a qual os homens devem se adaptar para
agirem. O príncipe não ignora a fortuna, tampouco se deixa conduzir por ela, mas
deve estar preparado para adaptar-se às condições dadas e avalia-las para saber
como agir. A compreensão dessas condições, a investigação das circunstâncias e a
análise das possibilidades de ação são formas racionais de preparo para a ação do
homem de virtù.
Comparo-a a um desses rios impetuosos que, quando encolerizam, alagam as
planícies, destroem as árvores, os edifícios, arrastam montes de terra de um lugar para
outro: tudo foge diante dele, tudo cede ao seu ímpeto, sem poder obstar-lhe e, se bem que as
coisas se passem assim, não é menos verdade que os homens, quando volta a calma, podem
fazer reparos e barragens, de modo que, em outra cheia, aqueles rios correrão por um canal
e seu ímpeto não será nem tão livre nem tão danoso.
Maquiavel, O Príncipe, cap. 25 in: BARROS, 2010, p. 239.
A estrutura temática d’O Príncipe.
A virtù é então a qualidade do bom príncipe, entendida por
Maquiavel como “um conjunto de qualidades – habilidade de
cálculo,
sentido
de
realidade,
compreensão
das
circunstâncias,
capacidade
de
adotar
medidas
extraordinárias, coragem de desprender-se da moralidade
vigente se for necessário, aptidão para se adaptar às
diferentes situações – que permitem ao homem impor-se ao
que é indeterminado e realizar seus objetivos”.
O príncipe de virtù é aquele que melhor de adapta então as
mudanças do seu tempo em função de atingir sua
finalidade, a preservação da ordem política.
BARROS, 2010, p. 239.
A estrutura temática d’O Príncipe.
 A Política possui uma lógica própria.
Os critérios da ação política não devem ser estranhos à sua finalidade, a
preservação do bem comum e da ordem pública.
A referência moral e do agir político não é fixa e imutável. A necessidade
em cada contexto deve determinar como se deve agir.
Moral e política são esferas separadas que podem se intercruzar.
Usos “curiosos” de Maquiavel
Maquiavel para mães - máximas para a efetiva governança de crianças
http://machiavelliformoms.blogspot.com.br/
Exercícios de Vestibular
UNESP 2011 meio de ano - 1ª fase
Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do
filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política
são práticas distintas.
“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da
Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao
reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por
nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e
França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso
ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas.
Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século
passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua
política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”.
(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo
(A) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão
militar sobre populações civis.
(B) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de
manifestação de autoritarismo por parte dos governantes.
(C) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels.
(D) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política.
(E) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.
Enem 2012 – Prova de Ciências Humanas
3) UEL-2005
“A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca
importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que
o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e
da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são
eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de
reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é
oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá
sido cometido ao escolher os assessores”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe.
Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar:
a) As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe
para governar.
b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha
pleno êxito e seja reconhecido pelo povo.
c) O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas
de seus ministros.
d) A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde
que o príncipe tenha um projeto político perfeito.
e) Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos
ministros.
UEL 2010
Leia o texto de Maquiavel a seguir:
[Todo príncipe prudente deve] não só remediar o presente, mas prever os casos futuros e preveni-los com toda a perícia, de
forma que se lhes possa facilmente levar corretivo, e não deixar que se aproximem os acontecimentos, pois deste modo o
remédio não chega a tempo, tendo-se tornado incurável a moléstia. [...] Assim se dá com o Estado: conhecendo-se os males com
antecedência o que não é dado senão aos homens prudentes, rapidamente são curados [...]
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.12.)
Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau.
Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados por
todos, porque o vulgo é levado pelas aparências e pelos resultados dos fatos consumados.
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.75.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da polaridade entre virtú e fortuna na ação
política e suas implicações na moralidade pública, considere as afirmativas a seguir:
I. A virtú refere-se à capacidade do príncipe de agir com astúcia e força em meio à fortuna, isto é, à contingência e ao acaso nas
quais a política está imersa, com a finalidade de alcançar êxito em seus objetivos.
II. A fortuna manifesta o destino inexorável dos homens e o caráter imutável de todas as coisas, de modo que a virtú do príncipe
consiste em agir consoante a finalidade do Estado ideal: a felicidade dos súditos.
III. A virtú implica a adesão sincera do governante a um conjunto de valores morais elevados, como a piedade cristã e a
humildade, para que tenha êxito na sua ação política diante da fortuna.
IV. O exercício da virtú diante da fortuna constitui a lógica da ação política orientada para a conquista e a manutenção do poder
e manifesta a autonomia dos fins políticos em relação à moral preestabelecida.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
UNESP 2011 – 2ª fase
Três maneiras há de preservar a posse de Estados acostumados a serem
governados por leis próprias; primeiro, devastá-los; segundo, morar neles;
terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um tributo e formando
um governo de poucas pessoas, que permaneçam amigas. Sucede que, na
verdade, a garantia mais segura da posse é a ruína. Os que se tornam senhores
de cidades livres por tradição, e não as destroem, serão destruídos por elas.
Essas cidades costumam ter por bandeira, em suas rebeliões, tanto a liberdade
quanto suas antigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do tempo, nem
por influência dos favores que receberam. Por mais que se faça, e sejam quais
forem os cuidados, sem promover desavença e desagregação entre os
habitantes, continuarão eles a recordar aqueles princípios e a estes irão recorrer
em quaisquer oportunidades e situações.
(Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. Adaptado.)
Partindo de uma definição de moralidade como conjunto de regras de
conduta humana que se pretendem válidas em termos
absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel é compatível com a
moralidade cristã. Justifique sua resposta, comentando o teor prático
ou pragmático do pensamento desse filósofo.
Respostas dos testes
UNESP 2011 meio de ano: e
ENEM 2012: c
UEL 2005: e
UEL 2010: a

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Maquiavel e a natureza da ação política

  • 1. Maquiavel e a natureza da ação política.
  • 2. Situando brevemente o autor Maquiavel segue o movimento intelectual que visava a separação da política do domínio religioso. Já em Da Monarquia de Dante Alighieri (1265 – 1321) já se observa a busca pela separação destes domínios. A noção de soberania deve ser entendida de modo distinto entre a religião e o domínio civil, ou seja, o conceito de poder deve ser pensado de acordo com lógicas distintas  contestação da doutrina do poder papel (plenitudo potestatis)
  • 3. L’uomo e le sue opera Niccolò di Bernardo dei Machiavelli ou Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) • 1494 – Expulsão dos Medici e fundação da república Florentina (monge Savonarola) • 1512 – Retorno dos Médici ao poder. • 1513 – Escreve O Príncipe. • 1513 – 1520 – Escreve Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio: trata dos motivos que levaram ao sucesso da República Romana. • 1513 – 1520 – Escreve A Arte da Guerra onde defende a ideia de um exército formado por cidadãos, e não por milicianos. OBS: a aula toma como base expositiva o seguinte texto: BARROS, Alberto Ribeiro G. de. “O pensamento político no final da idade média e no rensascimento”. In: MACEDO Jr., R. Curso de Filosofia Política. São Paulo: Atlas, 2010.
  • 4. O Príncipe não conservou sua juventude – muitas obras mereceriam esse elogia banal -, O Príncipe conservou seu poder de fascínio. Sei disso, mas não estou certo de saber por quê. Ocorreu-me uma primeira resposta. O Príncipe é um livro cuja aparente clareza deslumbra e cujo mistério os eruditos e os simples leitores tentam em vão esclarecer. o que queria dizer Maquiavel? A quem queria dar aulas, aos reis ou aos povos? De que lado ele se colocava? Do lado dos tiranos ou dos republicanos? Ou de nenhum dos dois? Raimond Aron. Contracapa da edição de O Princípe da ed. WMF Martins Fontes, 2011.
  • 5. Questões centrais d’O Príncipe • Quais as formas de conquista e de manutenção do poder. • Quais os meios materiais e quais as condições de possibilidade da ação política. • Quais as qualidades necessárias a um governante. • Considerações sobre a natureza humana. Pano de fundo da obra: a preocupação com a conquista e a fundação de um novo Estado, (Itália livre e unificada).
  • 6. A estrutura temática d’O Príncipe.  Formas de conquista de novos principados e como manter o poder aí obtido. • Pela virtù e com as próprias armas O príncipe sabe aproveitar as circunstâncias e afirmar seu valor. Será a forma de conquista mais fácil de se manter, pois o príncipe conhece bem suas armas. • Pela fortuna e com armas alheias O príncipe chega ao poder pela sorte ou acaso e com ajuda de outrem. Enquanto a sorte estiver a seu lado o príncipe terá poder, mas como não se pode garanti-la eternamente, o príncipe que apenas contar com ela perderá o poder de todo modo. • Pelo crime Alcança-se o poder pela violência e desrespeito às leis. Deverá ser mantido através de meios cruéis. • Pelo consentimento Alcança-se o poder devido em razão de favores dos conterrâneos. Deve-se avaliar quem conduziu o príncipe ao poder: quanto mais poderosos forem seus apoiadores, mais difícil sustentar a posição, pois para agradá-los, desagradará ao povo.
  • 7. A estrutura temática d’O Príncipe. Meios para a manutenção do poder (as armas ou o exército do príncipe). • Próprias Composta pelos próprios cidadãos, os quais lutam por amor à pátria. • Mercenárias e Auxiliares Interessam-se apenas por dinheiro. São ambiciosas, insolentes, indisciplinadas e infiéis, logo, pouco confiáveis para a manutenção do poder. • Mistas
  • 8. A estrutura temática d’O Príncipe.  A arte de governar exige um conhecimento não idealizado da natureza humana. Os homens têm menos receio de ofender quem se faz amar do que quem se faz temer; pois o amor é mantido por vínculo de obrigação, que, por serem os homens maus, é rompido por toda ocasião que lhes seja útil, enquanto o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca te abandona. Deve, contudo, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não conquistar o amor, que pelo menos escape ao ódio; pois é perfeitamente possível ser temido e não ser odiado ao mesmo tempo, o que conseguirá sempre que se abstiver de se apoderar dos bens e das mulheres de seus cidadãos e de seus súditos. Se precisar proceder contra o sangue de alguém deverá fazê-lo quando houver justificativa conveniente e causa manifesta. Mas, sobretudo, deverá abster-se dos bens alheios, porque os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. P. 82 e 83, cap. XVII. Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102.
  • 9. A estrutura temática d’O Príncipe.  Condições, limites e possibilidades da ação do príncipe. (O jogo entre fortuna e virtù). A fortuna corresponde a uma estrutura a qual os homens devem se adaptar para agirem. O príncipe não ignora a fortuna, tampouco se deixa conduzir por ela, mas deve estar preparado para adaptar-se às condições dadas e avalia-las para saber como agir. A compreensão dessas condições, a investigação das circunstâncias e a análise das possibilidades de ação são formas racionais de preparo para a ação do homem de virtù. Comparo-a a um desses rios impetuosos que, quando encolerizam, alagam as planícies, destroem as árvores, os edifícios, arrastam montes de terra de um lugar para outro: tudo foge diante dele, tudo cede ao seu ímpeto, sem poder obstar-lhe e, se bem que as coisas se passem assim, não é menos verdade que os homens, quando volta a calma, podem fazer reparos e barragens, de modo que, em outra cheia, aqueles rios correrão por um canal e seu ímpeto não será nem tão livre nem tão danoso. Maquiavel, O Príncipe, cap. 25 in: BARROS, 2010, p. 239.
  • 10. A estrutura temática d’O Príncipe. A virtù é então a qualidade do bom príncipe, entendida por Maquiavel como “um conjunto de qualidades – habilidade de cálculo, sentido de realidade, compreensão das circunstâncias, capacidade de adotar medidas extraordinárias, coragem de desprender-se da moralidade vigente se for necessário, aptidão para se adaptar às diferentes situações – que permitem ao homem impor-se ao que é indeterminado e realizar seus objetivos”. O príncipe de virtù é aquele que melhor de adapta então as mudanças do seu tempo em função de atingir sua finalidade, a preservação da ordem política. BARROS, 2010, p. 239.
  • 11. A estrutura temática d’O Príncipe.  A Política possui uma lógica própria. Os critérios da ação política não devem ser estranhos à sua finalidade, a preservação do bem comum e da ordem pública. A referência moral e do agir político não é fixa e imutável. A necessidade em cada contexto deve determinar como se deve agir. Moral e política são esferas separadas que podem se intercruzar.
  • 12. Usos “curiosos” de Maquiavel Maquiavel para mães - máximas para a efetiva governança de crianças http://machiavelliformoms.blogspot.com.br/
  • 13. Exercícios de Vestibular UNESP 2011 meio de ano - 1ª fase Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política são práticas distintas. “A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”. (Veja, 02.03.2011. Adaptado.) A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo (A) considerava a ditadura o modelo mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre populações civis. (B) foi um dos teóricos da democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de autoritarismo por parte dos governantes. (C) foi um dos teóricos do socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels. (D) foi um pensador escolástico que preconizou a moralidade cristã como base da vida política. (E) refletiu sobre a política através de aspectos prioritariamente pragmáticos.
  • 14. Enem 2012 – Prova de Ciências Humanas
  • 15. 3) UEL-2005 “A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância: os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar. A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e manter fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre dele fazer mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores”. (MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Maquiavel, é correto afirmar: a) As atitudes do príncipe são livres da influência dos ministros que ele escolhe para governar. b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para que seu governo obtenha pleno êxito e seja reconhecido pelo povo. c) O povo distingue e julga, separadamente, as atitudes do príncipe daquelas de seus ministros. d) A escolha dos ministros é irrelevante para garantir um bom governo, desde que o príncipe tenha um projeto político perfeito. e) Um príncipe e seu governo são avaliados também pela escolha dos ministros.
  • 16. UEL 2010 Leia o texto de Maquiavel a seguir: [Todo príncipe prudente deve] não só remediar o presente, mas prever os casos futuros e preveni-los com toda a perícia, de forma que se lhes possa facilmente levar corretivo, e não deixar que se aproximem os acontecimentos, pois deste modo o remédio não chega a tempo, tendo-se tornado incurável a moléstia. [...] Assim se dá com o Estado: conhecendo-se os males com antecedência o que não é dado senão aos homens prudentes, rapidamente são curados [...] (MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.12.) Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo é levado pelas aparências e pelos resultados dos fatos consumados. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.75.) Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da polaridade entre virtú e fortuna na ação política e suas implicações na moralidade pública, considere as afirmativas a seguir: I. A virtú refere-se à capacidade do príncipe de agir com astúcia e força em meio à fortuna, isto é, à contingência e ao acaso nas quais a política está imersa, com a finalidade de alcançar êxito em seus objetivos. II. A fortuna manifesta o destino inexorável dos homens e o caráter imutável de todas as coisas, de modo que a virtú do príncipe consiste em agir consoante a finalidade do Estado ideal: a felicidade dos súditos. III. A virtú implica a adesão sincera do governante a um conjunto de valores morais elevados, como a piedade cristã e a humildade, para que tenha êxito na sua ação política diante da fortuna. IV. O exercício da virtú diante da fortuna constitui a lógica da ação política orientada para a conquista e a manutenção do poder e manifesta a autonomia dos fins políticos em relação à moral preestabelecida. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
  • 17. UNESP 2011 – 2ª fase Três maneiras há de preservar a posse de Estados acostumados a serem governados por leis próprias; primeiro, devastá-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um tributo e formando um governo de poucas pessoas, que permaneçam amigas. Sucede que, na verdade, a garantia mais segura da posse é a ruína. Os que se tornam senhores de cidades livres por tradição, e não as destroem, serão destruídos por elas. Essas cidades costumam ter por bandeira, em suas rebeliões, tanto a liberdade quanto suas antigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do tempo, nem por influência dos favores que receberam. Por mais que se faça, e sejam quais forem os cuidados, sem promover desavença e desagregação entre os habitantes, continuarão eles a recordar aqueles princípios e a estes irão recorrer em quaisquer oportunidades e situações. (Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. Adaptado.) Partindo de uma definição de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendem válidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel é compatível com a moralidade cristã. Justifique sua resposta, comentando o teor prático ou pragmático do pensamento desse filósofo.
  • 18. Respostas dos testes UNESP 2011 meio de ano: e ENEM 2012: c UEL 2005: e UEL 2010: a