1. O documento discute os conceitos de ética e moral, distinguindo-os e definindo-os. 2. A ética refere-se à investigação do que é bom e dos princípios que regem as ações humanas, enquanto a moral diz respeito aos costumes e normas estabelecidas culturalmente. 3. Autores como Aristóteles, Kant e Sandel são citados no debate sobre as diferentes abordagens éticas como o utilitarismo, a deontologia e o virtuosismo.
7. Éthos
• “Ética é uma palavra de origem grega, com
duas origens possíveis.
• A primeira é a palavra grega éthos, com e
curto, que pode ser traduzida por costume, a
segunda também se escreve éthos, porém com
e longo, que significa propriedade do caráter.
• A primeira é a que serviu de base para a
tradução latina Moral, enquanto que a
segunda é a que, de alguma forma, orienta a
utilização atual que damos a palavra Ética.
• Ética é a investigação geral sobre aquilo que é
bom”. 7(MOORE)
8. Éthos & Êthos
“A palavra ética vem de duas palavras
gregas: éthos, que significa “o caráter
de alguém” e êthos que significa “o
conjunto de costumes instituídos por
uma sociedade para formar, regular e
controlar a conduta de seus membros”
8
(CHAUÍ)
9. Moral
• Morális (latim) 'relativo aos costumes‘
• cada um dos sistemas variáveis de
leis e valores estudados pela ética,
caracterizados por organizarem a
vida das múltiplas comunidades
humanas, diferenciando e definindo
comportamentos proscritos,
desaconselhados, permitidos ou
ideais
9(HOUAISS)
10. 1. O mesmo que Ética 2. Objeto da ética
• 2. Objeto da ética,
conduta dirigida ou
disciplinada por normas,
conjunto dos mores.
• Neste significado, a
palavra é usada nas
seguintes expressões:
“moral dos primitivos",
“moral contemporânea",
etc.
10
Moral: definições
(ABBAGNANO)
11. • Ética é princípio, moral são aspectos de
condutas específicas;
• Ética é permanente, moral é temporal;
• Ética é universal, moral é cultural;
• Ética é teoria, moral é prática;
• Ética é regra, moral é conduta da regra.
11
Ética ≠ Moral
12. • A moral é parte da vida concreta. Trata da
prática real das pessoas que se expressam
por costumes, hábitos e valores culturalmente
estabelecidos.
• Uma pessoa é moral quando age em
conformidade com os costumes e valores
consagrados. Estes podem, eventualmente,
ser questionados pela ética.
• Uma pessoa pode ser moral (segue os
costumes até por conveniência), mas não
necessariamente ética (obedece a convicções
12
(BOFF)
Ética ↔ Moral
16. Michael Sandel
Justiça o que é fazer a coisa certa - Aula
01
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=EC5rEhb
H-fI
17. Vamos pensar
Com base nas definições,
vamos pensar:
• A tão famosa mentirinha,
por exemplo, pode ser
considerada falta de
ética?
• Quando um político, em
seu discurso, faz
promessas à sociedade e
não as cumpre, está
agindo contra a ética? 17
18. Teorético
• [...]para Aristóteles a filosofia consiste em um
modo de vida "teorético". Em relação a isso, é
importante não confundir "teorético" com
"teórico". (...) o próprio Aristóteles só emprega
a palavra "teorético" e a utiliza para designar,
por um lado, o modo de conhecimento que
tem por fim o saber pelo saber e não um fim
exterior a si mesmo e, por outro, o modo de
vida que consiste em consagrar sua vida a
esse modo de conhecimento. (HADOT)
19. Ciências em Aristóteles
• Poiéticas
– Finalidade fora do sujeito
• Práticas
– Finalidade no sujeito: ética, economia e
política.
• Teoréticas
– Finalidade no puro conhecimento:
metafísica e física.
23. Esfera da ação e das
emoções
Virtude
(meio termo ou termo justo)
Vício
por excesso
Vício
por deficiência
Medo Coragem Temeridade Covardia
Desejo de Prazer (Comida,
bebida, sexo)
Temperança Libertinagem ou
autoindulgência
Insensibilidade
Dinheiro e Riquezas Generosidade Esbanjamento ou
exorbitância
Avareza
Dinheiro e Riquezas Magnificência
ou liberalidade
Vulgaridade
(mau gosto)
Mesquinhez
ou baixeza
Honra e desonra Magnanimidade
(grandeza de alma)
Vaidade
ou vanglória
Modéstia
Honra e Desonra Ambição justa
ou prudente
Ambição desmedida Falta de ambição
Cólera (Ira) Paciência Irritabilidade Indiferença
(apatia)
Autoconsideração Veracidade Orgulho
(jactância)
Depreciação
(auto-ironia)
Conversação Espirituosidade Zombaria
(bufonaria)
Grosseria
(rudeza)
Conduta Social Amizade Subserviência
(servilidade)
Rabugice
Vergonha Pudor Despudor
(desavergonhamento)
Impudência
Indignação Indignação justa Despeito Rancor
(malquerença,
malevolência)
24.
25. Eudaimonista e
teleológica
“A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre
e a mais aprazível coisa do mundo, e esses
atributos não devem estar separados como na
inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais
nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde;
porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos
estes atributos estão presentes nas mais
excelentes atividades, e entre essas a melhor,
nós a identificamos como felicidade.”
ARISTOTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010
26.
27. Faculdades da alma
• vegetativa:
– Atividades biológicas.
– Seres vivos, plantas e
animais, e inclusive no
homem
– instintos, impulsos,
crescimento, nutrição e
reprodução;
• sensitiva ou desiderativa:
– Sensações
– Percepção
– Locomotora-apetitiva;
• intelectiva ou pensante:
– Racional
30. “[...] é claro que a virtude é acompanhada de
prazer ou de dor. Ora, se alguém se ressente da
dor ao realizar boas ações, quer dizer que não é
um homem de bem. Por consequência, a virtude
não saberia acompanhar-se de dor, ela
acompanha-se de prazer. Por isso, longe de ser
um entrave, o prazer é um estímulo para a ação.
E, de maneira geral, não se pode conceber a
virtude sem o prazer que ela faz nascer"
(ARISTÓTELES).
38. Sapere aude!*
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade,
da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a
incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a
direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado
dessa menoridade se a causa dela não se encontra na
falta de entendimento, mas na falta de decisão e
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de
outrem.
(KANT)
*Ouse saber!
39. REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2000.
BOFF, Leonardo. Ética e Moral a busca dos Fundamentos, Editora
Vozes, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 2012.
DICIONÁRIO eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0. Antônio
Houaiss. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
GALLO, Silvio. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo:
Scipione, 2013.
MOORE, G.E. Princípios éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
SANDEL, Michael. Justiça: O que é fazer a coisa certa. 6 ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.