O documento discute como criar uma cultura de evangelismo contagiante na igreja local. Ele define evangelismo e argumenta que uma cultura de evangelismo efetiva é motivada pelo amor a Jesus, confia no poder do evangelho, reconhece os perigos do entretenimento na igreja, e vê as pessoas com clareza, não julgando por aparências. O objetivo é estabelecer uma cultura centrada na Bíblia que vê o evangelho como parte do estilo de vida dos crentes.
Evangeliza - Diálogo com os Espíritos - Médiuns Esclarecedores
Cultivando uma cultura de evangelização
1. 1
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura
contagiante de evangelismo na
igreja local
Pr. Robson Rosa Santana
www.e-missional.blogspot.com
2018
Adaptado de
Evangelização
de J. Mack Stiles
Editora Vida Nova
2. 2
“Nem todos podemos ser
pregadores, mas todos
podemos ensinar o evangelho
quando a oportunidade surgir”
(J. Mack Stiles)
1
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
O QUE É EVANGELIZAÇÃO?
Texto básico: 1 Coríntios 9.16
INTRODUÇÃO
“Há muito espaço para humildade quando o assunto é evangelização. Precisamos
reconhecer a soberania de Deus e sua capacidade de agir de acordo com sua vontade ao
atrair pessoas para si. Não há formulas que ditem como Deus deve agir na
evangelização. E, ainda que possamos discordar das práticas
evangelísticas de alguns indivíduos, ministérios ou igrejas,
também precisamos reconhecer que, quando as pessoas
cultivam um compromisso genuíno com a evangelização,
Deus pode produzir frutos verdadeiros [...]. Precisamos ser
muito cuidadosos para conformar nossa prática evangelística
à Bíblia, pois isso honra a Deus”.
1. DEFINIÇÃO DE EVANGELIZAÇÃO
“Evangelização é o ensino (anúncio, proclamação, pregação) do evangelho
(mensagem de Deus que nos conduz à salvação) com o objetivo (esperança, desejo,
meta) de persuadir (convencer, converter).”
“Se faltar um dos quatro componentes, provavelmente estamos fazendo outra coisa,
não evangelização.”
Essa definição não fala nada sobre a reação externa das pessoas, como ir à frente,
levantar a mão, etc., mas à prática da evangelização em si. Não é incomum pessoas
ouvirem o evangelho e não receberem a Cristo como seu Salvador.
A igreja precisa tentar convencer os incrédulos sobre a verdade da salvação em Cristo,
mas isso sem manipulação, pois “promessas de saúde e riqueza enganam os mais
vulneráveis e os doentes.”
Em muitos lugares, “as notas musicais dos corais foram substituídas por shows de
laser, de modo que os cultos se transformaram em ocasiões de entretenimento e não de
adoração”.
2. AMPLIANDO AS QUATRO PARTES DA DEFINIÇÃO
A. ENSINO
“Não há evangelização sem palavras. Afinal, Jesus é a Palavra, e a Palavra estava
com Deus (Jo 1.1)”.
“A utilização mais importante das palavras na evangelização está no ato de ensinar. [...]
Nós, humanos, somos incapazes de descobrir o caminho da salvação por nós mesmos.
Portanto, a salvação deve ser revelada a nós por Deus por meio de suas palavras”.
“Talvez pelo fato do ensino permear toda a Escritura, possamos deixar escapar seu
valor. Jesus observou que as multidões eram como ovelhas sem
pastor [...]. O aspecto mais interessante é que, em cada caso, o
primeiro ato compassivo de Jesus era ensinar”.
[ALERTA] “Se você não sabe ensinar o evangelho, pode ser
que não o tenha entendido de verdade. E, se não o entendeu,
talvez não seja um cristão de verdade”.
“O evangelho precisa ser ensinado antes que alguém possa se tornar cristão”.
“Prefiro as pessoas que
evangelizam da melhor forma
possível àquelas que se omitem
enquanto não encontram a
prática perfeita” (J. Mack Stiles)
3. 3
“A conversão é uma
exigência, mas depende da
fé genuína outorgada pelo
Espírito” (J. Mack Stiles)
B. EVANGELHO
Há muita confusão em torno do que é o evangelho. Pode-se cometer dois erros em
relação ao evangelho.
✓ O evangelho encolhido. Isso ocorre quando pensamos que o evangelho apenas
“nos salva”. O evangelho, de fato, é a porta da salvação, mas também é o padrão para a
vida.
✓ O evangelho inflado. Quando a salvação pela fé em cristo somente não é
suficiente. Acrescentamos as obras, um estilo de vida moral, dentre outras coisas, como
complementos para a salvação.
Uma boa definição do evangelho. “quando falamos a respeito da salvação,
concentramo-nos na mensagem do evangelho”.
“Evangelho é a mensagem de grande alegria da
parte de Deus que nos conduz à salvação”
A mensagem do evangelho responde a quatro grandes
perguntas: “Quem é Deus? Por que estamos neste caos?
O que Cristo fez? E como podemos voltar para Deus?”
Esboço fundamental sobre evangelização:
• Deus (Is 6.1-3; Cl 1.16,17; Sl 8.1-4; Jo 3.16; Rm 1.18)
• Homem (Gn 1.16-27; Rm 3.9-12; Ef 2.1-3; Is 59.2; Rm 6.23)
• Cristo (Jo 3.16; Rm 5.6-8; Rm 6.23; Ef 2.4-9; Cl 1.19-23; 1Pe 2.22; 1Co 15.3-4; Jo
10.10
• Resposta (Rm 10.9-11; At 2.38; Jo 8.12; Jo 5.24-25; Jo 1.12)
“Outra forma de contar a mesma história se encontra no esboço: Criação, Queda,
Redenção e Consumação” (Mitte – tema central).
“A esperança ao evangelizar é que estejamos tão encharcados com a verdade do
evangelho e vivamos de tal modo o evangelho, dedicando-nos
tanto a seu estudo, que o evangelho simplesmente transbordará
de nós”.
C. OBJETIVO
“Nosso objetivo se origina do entendimento de que todas as pessoas com quem
conversamos terão um de dois destinos: vida eterna ou punição eterna. Temos um
objetivo ou direção ao ensinar o evangelho”.
O objetivo é comunicar o evangelho de forma a demonstrarmos compaixão,
compreensão e amor (1Pe 3.15). “Ter um objetivo nos ajuda a manter a perspectiva do
que estamos fazendo. Ele nos guia em direção a um fim”. Em outras palavras, é preciso
ter foco e intenção para evangelizar as pessoas.
D. PERSUADIR
Não basta ter o objetivo de evangelizar. É preciso ter um objetivo específico: “persuadir
pessoas à conversão, a fim de que se tornem seguidoras de Jesus”.
"... Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande número ao encontro de Paulo
na sua própria residência. Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez uma exposição em
testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela lei
de Moisés como pelos profetas" (At 28,23; ver também 2Co 5.11; At 26.28; At 17.4; At
18.4).
Ao evangelizarmos, nossa intenção é a conversão das pessoas, porém é preciso frisar
que a conversão genuína é obra única do Espírito Santo.
“O anjo, porém, lhes disse: Não
temais; eis aqui vos trago boa-nova
de grande alegria, que o será para
todo o povo: é que hoje vos nasceu,
na cidade de Davi, o Salvador, que é
Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11)
4. 4
CONCLUSÃO
A conversão surge do “arrependimento para com Deus e a fé em Senhor Jesus Cristo”
(At 20.21). Seu fruto é uma vida transformada. Nas palavras de Mack Stiles, “não somos
persuadidos no sentido bíblico até que nos arrependamos, depositemos fé genuína em
Jesus e andemos com ele”.
APLICAÇÃO
Como vimos antes, “nem todos podemos ser pregadores, mas todos podemos ensinar
o evangelho quando a oportunidade surgir” (J. Mack Stiles).
Você tem desejo profundo de falar de Jesus a outros com o objetivo que eles sejam
salvos e transformados?
O que está acontecendo com você se não há desejo de que outros sejam salvos?
Que as palavras do apóstolo Paulo sirvam de instrução e motivação para cada um de
nós: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa
obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade,
tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que
me está confiada. Nesse caso, qual é o meu galardão? É que, evangelizando, proponha,
de graça, o evangelho, para não me valer do direito que ele me dá. Porque, sendo livre de
todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível” (1Co 9.16-19).
5. 5
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
UMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO – Parte 1
Texto básico: 1 Tessalonicenses 1.8
INTRODUÇÃO
Muito do que vemos sobre evangelização fala sobre a evangelização pessoal. A
evangelização é algo que traduz muita dificuldade para muitos crentes, o que as impede
de evangelizar, especialmente o medo de rejeição, de ser considerado chato ou
deslocado da realidade.
O tema dos nossos próximos estudos é sobre a evangelização comunitária ou em
grupos. A evangelização com outros irmãos crentes nos ajudará muito e nos mobilizará. É
mais fácil convencer outros cristãos de que a evangelização em comunidade é uma ótima
ideia, e assim unir esforços para realizar alguma ação evangelística.
Evangelização em grupos não é automaticamente a mesma coisa que programas
evangelísticos. Programas normalmente são eventos especiais que envolvem preletores,
grupos musicais, etc. Alguns programas evangelísticos são importantes também.
Uma “cultura de evangelização” em igrejas tem a ver com conceitos bíblicos, linguagem
bíblica e ações compartilhadas de fundamento bíblico. São igrejas cheias de amor,
comprometidas em pregar o evangelho como parte de um estilo de vida, e não apenas um
evento especial ocasional.
É difícil expor todos os anseios quando se fala de uma cultura de evangelização. Nesta
primeira parte vamos expor alguns deles:
1. UMA CULTURA MOTIVADA PELO AMOR A JESUS E POR SEU EVANGELHO
“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo,
todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.14-15).
Quando a motivação para evangelizar é o amor, nossa percepção das dificuldades e
obstáculos diminui. E quando fazemos isso em comunidade, torna-se algo ainda mais
glorioso.
“O mundo, a carne e o Diabo sempre se opõem a nós na evangelização. Mas, numa
cultura de evangelização, enraizada em um coração que ama Jesus e seu evangelho,
parece que a montanha fica menor e a trilha parece possível”.
2. UMA CULTURA CONFIANTE NO EVANGELHO
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação...”
(Rm 1.16).
O evangelho é suficiente e poderoso por si só. Muitos estão, como vimos, esvaziando
ou inflando o evangelho, como se ele não fosse capaz de salvar sozinho. J. Mack Stiles
está certo quando diz: “desejo uma cultura de evangelização que jamais troque a
confiança no evangelho pela confiança em técnicas, personalidades ou artifícios de
entretenimento”.
É preciso colocar de lado toda prática e técnica de evangelização mundanas e confiar
plenamente no poder da mensagem pura e simples do evangelho exposto nas Escrituras.
2
6. 6
3. UMA CULTURA QUE COMPREENDE O PERIGO DO ENTRETENIMENTO
“Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto aos muros e nas
portas das casas; fala um com o outro, cada um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e
ouvi qual é a palavra que procede do SENHOR. Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e
se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem
por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis
que tu és para eles como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem;
porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra” (Ez 33.30-32).
O profeta Ezequiel, para muitos de seus ouvintes, parecia alguém antenado nas redes
sociais de sua época (junto às paredes e portas). Muitos o ouviam como um grande
cantor romântico ou um animador. Porém, o que estava na cabeça deles era sexo e
dinheiro, e não a obediência a Deus. Isso não parece acontecer hoje?
A igreja tem de compreender os perigos do entretenimento e reconhecer o que ele é:
“um leão agachado junto à porta evangélica, pronto para nos devorar”. É preciso tomar
cuidado com os sacrifícios ao ídolo entretenimento. Devemos servir o alimento rico do
evangelho de Jesus.
4. UMA CULTURA QUE ENXERGA AS PESSOAS COM CLAREZA
“Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne” (2Co
5.16a).
O apostolo Paulo aqui afirma que após a morte e ressurreição de Jesus todo tipo de
distinção por cor, raça, classe social e sexo foi abolido. As pessoas têm de ser vistas
como seres humanos feitos à imagem de Deus, por isso temos dignidade, importância e
valor. Por causa do pecado que habita em todo ser humano, as pessoas são caídas,
pecadoras e separadas de Deus, carentes da graça e da glória do Senhor. Precisamos da
mesma graça que qualquer outra pessoa. Não há espaço para privilegiados. Numa cultura
de evangelização centrada na Bíblia, “olhamos para aquilo que as pessoas podem se
tornar: novas criaturas em Cristo, renovadas e restauradas pelo poder de Deus (2Co
5.17).
CONCLUSÃO
A maior motivação para a evangelização é compreender o mais profundo possível o
amor de Deus por nós. Deus nos amou de tal maneira que Deus seu único Filho (Jo 3.16).
Como diz Paulo, Deus muito nos amou (Ef 2.4) e não poupou seu Filho amado (Rm 8.32).
“O amor de Deus é derramado em nosso coração” (Rm 5.5).
Esse amor nos constrange a falar da Sua salvação a outros. E se esse evangelho nos
tocou e nos transformou em novas criaturas por Cristo Jesus, precisamos continuar
crendo que ele é suficiente para salvar todos os tipos de pessoas, o mais diferente de nós
que seja. Abandonando todo método ou estratégia que não serve ao propósito de fazer
discípulos piedosos e maduros. Devemos ver os homens com os olhos de Deus, aos
quais nos foi confiando pregar o evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus, Salvador.
APLICAÇÃO
A evangelização por parte dos cristãos não é opcional, é ordem do Senhor (Mc 16.15;
Mt 28.19-20). A melhor forma de fazermos a vontade do Senhor nesse aspecto é em
conjunto com outros irmãos.
São muitos os benefícios da evangelização comunitária: “prestamos contas uns aos
outros; fortalecemos mutuamente nossa resolução; aprendemos uns com os outros;
alegramo-nos juntos no sucesso e choramos juntos no fracasso e fortalecemos o
relacionamento com experiências compartilhadas em situações intensas.”
7. 7
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
UMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO – Parte 2
Texto básico: 2 Coríntios 5.18-21
INTRODUÇÃO
O tema do presente estudo não precisaria ser estudado se muitas igrejas locais, ou
denominações inteiras, não perdessem o “bonde” da evangelização comunitária. Por
motivos que precisam ser mais estudados, mas principalmente por causa da centralização
da tarefa evangelística por parte alguns “profissionais” específicos: missionário, pastor,
evangelista ou obreiro, muitos membros do Corpo de Cristo não se envolvem
fervorosamente com a evangelização.
O assunto geral de nossos estudos é quebrar esse pensamento para que toda a igreja
participe ativamente do maior empreendimento realizado nesse mundo: cooperar com
Deus na salvação de pecadores, fazê-los discípulos para Jesus e herdeiros do Reino
eterno.
Na primeira parte do estudo sobre uma cultura de evangelização na igreja foram
estudados quatro anseios: Uma cultura (1) motivada pelo amor, (2) confiante no
evangelho, (3) que compreende o perigo do entretenimento e (4) que enxerga as pessoas
com clareza. Nessa segunda parte, abordaremos mais quatro anseios.
1. UMA CULTURA QUE CONGREGA
“Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós, fazendo sempre, com alegria,
súplicas por todos vós, em todas as minhas orações, pela vossa cooperação no
evangelho, desde o primeiro dia até agora” (Fp 1.3-5).
Paulo demonstra a gratidão aos irmãos de Filipos por serem parceiros dele na
evangelização. Houve união e cooperação por causa do evangelho. Como uma equipe
esportiva, toda a igreja precisa trabalhar em conjunto para levar as Boas Novas, cada um
fazendo a sua parte.
Não há lugar para “não tenho o dom de evangelizar”, numa busca de tentar isentar-se
da responsabilidade evangelística. “Todos os cristãos são chamados a anunciar a fé
como sinal de fidelidade, não de dom (Mt 28.19)” (J. M. Stiles).
2. UMA CULTURA EM QUE AS PESSOAS ENSINAM UMAS ÀS OUTRAS
“estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós” (1Pe 3.15b)
“Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está
em Cristo Jesus” (2Tm 1.13).
O texto do apóstolo Pedro nos exorta a estarmos preparados para dar explicações
claras a respeito da nossa esperança em Jesus. Para isso, precisamos tomar a decisão
de aprender e, em seguida, nos esforçarmos para colocar em prática. Paulo, por sua vez,
pede que Timóteo o siga naquilo que aprendeu dele.
Stiles está certo quando afirma: “ficaria feliz em trocar toda a exuberância de oradores
impressionantes, da música arrebatadora e das encenações de Páscoa extremamente
populares por uma cultura de evangelização em que as pessoas fossem treinadas para
conduzir estudos bíblicos com não cristãos a respeito do Evangelho de Marcos,
apontassem para a mensagem do evangelho no texto e incentivassem o incrédulo a vir a
Jesus com base na verdade aprendida das Escrituras”.
É preciso mudar o foco de expectador/plateia, para a compreensão de que precisamos
aprender dos mais experientes e conhecedores e assim podermos passar para outra
3
8. 8
pessoa. Isso é discipulado. Jesus disse: “Fazei discípulos”. Cada cristão tem de estar
preparado – ou se preparar – para ensinar o que é o evangelho e a verdadeira conversão
segundo a Bíblia.
3. UMA CULTURA QUE MODELA A EVANGELIZAÇÃO
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite
a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2)
No processo de evangelização e discipulado cada crente faz a sua parte. Os mais
maduros na fé passam para os mais novos sua experiência e conhecimento. Os mais
novos têm o zelo e os contatos que os mais velhos na fé muitas vezes não têm. Nessa
rede de interdependência, Deus vai usando a igreja toda para fazer conhecido seu nome
e sua glória.
Stiles conta a história de sua esposa que marcou um encontro com outras duas
mulheres. Uma era recém-convertida, entusiasmada com a salvação, e a outra colega de
trabalho não crente, filha de budista e casada com um muçulmano. A recém-convertida
falou de sua fé à colega de trabalho, que por não ter a maturidade necessária, marcou
esse encontro para que outra pessoa mais experiente na fé pudesse ajudá-la.
“Numa cultura de evangelização, o evangelismo é modelado de acordo com a
necessidade das pessoas” (Stiles). Isso é o que chamamos de contextualização da
mensagem.
4. UMA CULTURA QUE VALORIZA QUEM COMPARTILHA A FÉ
“Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim
de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação. Porque a
ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois
todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus. E conheceis o seu
caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai” (Fp 2.19-22).
Paulo elogia Timóteo por seu trabalho de parceria na evangelização com ele. O que o
apóstolo está fazendo é celebrar os esforços evangelísticos, algo que não toma tempo,
mas faz grande diferença em termos de motivação.
É muito importante que a liderança – e outros irmãos – possa encorajar aqueles que se
esforçam para evangelizar, mesmo que não leve a pessoa à conversão. É melhor tentar
evangelizar, do que ser omisso.
CONCLUSÃO
Não existe outra opção para a igreja. Ela possui em sua essência a natureza de
realizar a missão de Deus confiada a ela. Parafraseando os avisos de cartões dos bancos
e de crédito, a responsabilidade pela evangelização é pessoal e intransferível. Mesmo
aqueles que não têm os dons de pastor ou evangelista (missionário), pesa sobre eles a
responsabilidade de evangelizar. Que continuamente a igreja possa aprender, ser
treinada e exercitada na evangelização pessoal e comunitária.
APLICAÇÃO
Como está nossa cooperação com outros irmãos para levemos juntos o evangelho aos
perdidos? Nessa questão da cooperação, podemos continuar exercitando parcerias
missionárias para que outros irmãos possam levar o evangelho onde não podemos ir.
Você está aprendendo com irmãos mais experientes a evangelizar? O inverso também
é necessário enfatizar: você que tem mais maturidade e conhecimento está transmitindo
aos mais novos na fé?
Você se sente participante dessa cultura de evangelização na igreja? Ou ela ainda não
existe?
Por fim, proponho um exercício essa semana. De modo individual ou junto com outro
irmão, tente falar de Jesus para outra pessoa. E prepare-se para contar sua experiência
no próximo estudo.
9. 9
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
UMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO – Parte 3
Texto básico: 1 Tessalonicenses 1.1-7
INTRODUÇÃO
Jesus nos revela que “há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se
arrepende” (Lc 15.10). Fazemos parte de povo que foi chamado para continuar a obra de
evangelização do mundo. Sabemos que a tarefa não é fácil, pois o mundo jaz no maligno,
o diabo cega o entendimento dos incrédulos, e os prazeres da carne, aparentemente,
parecem satisfazer o ser humano.
Apesar dessa descrição, o evangelho é o poder salvador de Deus na vida de seus
escolhidos. Agindo Deus, que o impedirá. Deus tem o propósito de salvar completamente
um povo exclusivamente para si. Somos privilegiados em participar dessa obra fazendo
nossa parte na evangelização e discipulado dos convertidos.
Nesse estudo iremos continuar aprendendo sobre como deve ser uma igreja que tem
uma cultura de evangelização.
1. UMA CULTURA QUE SABE AFIRMAR E CELEBRAR A NOVA VIDA
“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por
vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus [...] segundo fostes instruídos por
Epafras, nosso amado conservo...” (Cl 1.3-4,7).
“Uma cultura de evangelização celebra a nova vida em Cristo de forma correta”. O
apóstolo Paulo sabia fazer a dosagem certa entre celebrar a conversão e, ao mesmo
tempo, manter o foco em Jesus.
É preciso também ter o foco que a conversão é o primeiro passo de uma longa
caminhada com Cristo aqui nesse mundo. Em outras palavras, é a vida a seguir que
confirma se alguém é convertido de verdade. Como disse Jesus, “pelos seus frutos os
conhecereis (Mt 7.16b, 20).
Certa feita, o Pr. Mark Dever, após estudar a Bíblia com um ateu, este lhe disse que
havia se tornado cristão. O pastor orou com ele e depois disse: “Você entende que a
marca da verdadeira conversão não é uma oração, mas a caminhada de longa duração
com Jesus. Por isso, mesmo que eu creia que você se entregou a Cristo, veremos o que
acontecerá com o tempo”.
Em síntese, a verificação mais importante é tripla: “[1] um bom entendimento do
evangelho, [2] uma vida transformada e [3] uma caminhada de longa duração com Cristo”.
2. UMA CULTURA QUE REALIZA O MINISTÉRIO QUE PARECE ARRISCADO E
PERIGOSO
"Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes,
contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em
Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais" (Fl
1.12-13)
Um cristão que vive uma cultura de evangelização arrisca-se no sentido de confrontar a
cultura. Embora tenhamos consideração e respeito pelas pessoas, não podemos levar em
conta o que elas pensam sobre nós.
4
10. 10
Paulo arriscou-se de tal forma que foi levado para a prisão algumas vezes. Em
algumas partes do mundo os cristãos estão mais sujeitos a serem presos ou espancados
por causa da sua fé.
O mundo não gosta de ter seus pensamentos contrariados. “Todos devemos pensar
em maneiras nas quais possamos assumir riscos em nossos contextos particulares”.
Diz J. Mack Stiles: “desejo muito ter uma igreja cujos vizinhos ateus e não cristãos
vejam amigos ateus e não cristãos se tornando cristãos – uma indicação de que
integramos uma cultura de evangelização que assume riscos”.
3. UMA CULTURA QUE ENTENDE QUE A IGREJA É O MELHOR E MAIS
COMPROVADO MÉTODO DE EVANGELIZAÇÃO
“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e
tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e
contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia
a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.46-47).
Este anseio acompanha os outros dez que estudamos nesses três últimos estudos: “as
igrejas locais constituem o melhor e mais comprovado método de evangelização”.
O papel da igreja e como evangelizar é assunto dos próximos estudos: Conectando a
Igreja a uma Cultura de Evangelização.
CONCLUSÃO
Se uma igreja não possui uma cultura de evangelização, é preciso voltar às Escrituras
e compreender sua natureza missional. Vimos nesse assunto dez anseios propostos por
Stiles: Uma cultura (1) motivada pelo amor; (2) confiante no evangelho; (3) que
compreende o perigo do entretenimento; (4) que enxerga as pessoas com clareza; (5) que
congrega; (6) que ensinam umas às outras; (7) que modela a evangelização; (8) que
valoriza quem compartilha a fé; (9) que sabe afirmar e celebrar a nova vida; e (10) que
realiza o ministério que parece arriscado e perigoso.
APLICAÇÃO
Assim como Paulo, celebramos de forma equilibrada a conversão das pessoas que se
achegam a nós?
Contribuímos para que elas entendam que a vida cristã é uma longa caminhada com
Cristo?
Você entende e pratica essa cultura de evangelização? Se não, quais os motivos?
11. 11
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
CONECTANDO A IGREJA A UMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO
Texto básico: João 13.35 e 17.20-21
INTRODUÇÃO
O amor fraternal é a maior demonstração de que os cristãos são convertidos. Por meio
dessa união amorosa mostramos ao mundo que Jesus é o Filho de Deus. Como diz J.
Mack Stiles, “o amor confirma o nosso discipulado. A unidade confirma a divindade de
Cristo. Que testemunho poderoso!”. Nesse sentindo, é por meio da igreja local que o
evangelho é demonstrado.
Muitas outras instruções bíblicas, se vividas verdadeiramente pelos cristãos, servem de
pregação do evangelho. Vejamos algumas delas. “A pregação da Palavra de Deus é o
que dá a forma inicial à igreja. E, uma vez formada, a igreja recebe a tarefa de fazer
discípulos, que então são enviados para pregar o evangelho e formar novas igrejas”.
Essas verdades bíblicas têm ocorrido desde que Jesus subiu aos céus e só findará na
segunda vinda.
Um dos maiores obstáculos para que os membros de congregações locais não vivam
uma cultura de evangelização é a não compreensão do que é a igreja e sua missão.
1. O QUE É A IGREJA?
Se alguém que você não conhece lhe perguntasse: “Defina ‘igreja’ da melhor forma
possível”, o que você responderia?
Podemos fundamentar o conceito de igreja em três categorias principais: (1) o que a
constitui, (2) o que ela faz e (3) qual é a sua missão. Há muita coisa que a igreja faz que
não é a tarefa essencial da igreja. Ela tem liberdade para fazer o prédio onde a igreja se
reúne de variados modos. Ele pode sentar-se em bancos, poltronas ou no chão. Até
mesmo desenvolver estratégias específicas para cumprir certos mandamentos de Deus,
como o tipo de música que adota, distribuição de cestas básicas, reuniões de
departamentos internos, etc. Mas é importante saber o que realmente torna igreja de fato
igreja. Isso é relativamente simples de definir, pelo menos no papel.
A. O QUE A IGREJA É
“A igreja local é a reunião de cristãos nascidos de novo e batizados, os quais, em amor,
estabelecem entre si um pacto de se reunir com regularidade, sob a autoridade das
Escrituras e a liderança de presbíteros, com o objetivo de adorar a Deus, ser a imagem
visível do evangelho e, acima de tudo, dar glória a Deus (Jo 3.1-8; 13.34-35; At 2.41;
14.23; Ef 3.10; Cl 3.16; 2Tm 3.16-17; Hb 10-24-25)”.
B. O QUE A IGREJA FAZ
“A igreja deve realizar apenas algumas coisas para ser igreja: as pessoas se reúnem
com regularidade em torno do evangelho, em amor, para ouvir a pregação da Palavra,
cantar, orar, contribuir financeiramente e praticar os sacramentos do batismo e da ceia do
Senhor. Os membros, as pessoas que estabeleceram o pacto, cuidam em amor uns dos
outros (1Co 12.12-26), até por meio da prática da disciplina eclesiástica (Mt 18.15-17).”
5
12. 12
C. A MISSÃO DA IGREJA
“A igreja é o plano estratégico de Deus para a evangelização, com uma missão
primordial: ir a todos os povos e fazer discípulos, ensinando-os a obedecer a tudo o que
Jesus ordenou – incluindo-se a formação de novas igrejas (Mt 28-18-20).”
“A igreja não é um mercado de boas ideias sobre como viver bem, mas uma
comunidade submissa à Palavra de Deus”.
2. A IGREJA PODE ADOECER
Sabemos que a Igreja aqui na terra nunca será perfeita, pois é composta de pecadores.
Salvos e santificados, mas pecadores e falhos. No entanto, mesmo igrejas verdadeiras de
Cristo podem se tornar enfermas, causada por pecados variados. Pela graça de Deus,
igrejas doentes, que estão em declínio espiritual e numérico podem se tornar saudáveis,
dinâmicas e reprodutoras novamente.
Thom S. Rainer, no artigo Sete pecados mortais de uma Igreja moribunda, mostra os
pecados principais que levam uma igreja a perder o seu vigor natural. São estes os
pecados: (1) diluição da doutrina; (2) perda da paixão evangelística; (3) falha em ser
relevante; (4) inexistência de ministérios focados na comunidade; (5) existência de
conflitos sobre preferências pessoais; (6) priorização do conforto; e (7) analfabetismo
bíblico. Esses pecados fazem a igreja ficar doente e prejudicam de modo direto a cultura
de evangelização.
3. COMO UMA CULTURA SAUDÁVEL DE EVANGELIZAÇÃO SE CONECTA COM
UMA IGREJA SAUDAVEL
Como vimos no conceito sobre a missão da igreja, cada membro de uma igreja tem a
responsabilidade pessoal e coletiva de fazer discípulos. Os crentes individualmente
precisam aproveitar as oportunidades de evangelizar aqueles que estão próximo. Começa
com o interesse de conversar com a pessoa e depois buscar conectar essa pessoa com
algo que a leve ao evangelho de Cristo. Contando com o envolvimento de outras pessoas
cristãs, não necessariamente o pastor ou um ministério específico, mas de outros irmãos
que também tenham a mesma paixão de conduzir não cristãos aos pés do Salvador.
CONCLUSÃO
Os membros das igrejas locais precisam de uma compreensão clara do que é a igreja,
o que ela faz e qual a sua missão. Os crentes precisam ser treinados em como levar às
pessoas o evangelho. Para isso as igrejas precisam ser saudáveis. Arrepender-se de
seus pecados que levam a decadência da igreja que são membros. E tomar uma decisão
de obedecer ao chamado divino de viver e proclamar o evangelho.
Um exemplo. Certa feita uma irmã, voltando de um velório, aproveitou a oportunidade
para conversar com uma mulher que estava do seu lado no ônibus. A irmã aproveitou
para convidá-la para um casamento na sua igreja. Comprometeu-se em buscá-la. Ao fim
do casamento, a mulher lhe perguntou o que diferenciava o casamento de cristãos do
casamento de pessoas não cristãs. A irmã lhe falou sobre a compreensão cristã do
casamento e lhe apontou o casamento principal de Cristo com a Igreja (sua noiva).
Depois ela lhe deu uma Bíblia e se dispôs a estudar com ela. Mesmo aquela mulher
mudando de cidade, outro irmão da mesma cidade foi contatado e continuou lhe
explicando as Escrituras e ela rendeu-se a Cristo.
Membros de igrejas saudáveis com uma cultura de evangelização têm o coração
voltado para fazer conhecido a Cristo e assim o nome do Senhor ser glorificado.
APLICAÇÃO
Você está aproveitando as oportunidades que Deus tem lhe dado? Se não, arrependa-
se da sua apatia, clame ao Senhor por paixão pelos perdidos e obedeça!
13. 13
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
EVANGELISTAS INTENCIONAIS NUMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO – Parte 1
Texto básico: Colossenses 4.5 e Efésios 5.16
INTRODUÇÃO
Os crentes individualmente e a igreja no geral precisam viver intencionalmente uma
cultura de evangelização. Como cristão, cada irmão tem de estar em oração e atento às
oportunidades que Deus lhe dá para testemunhar de Cristo aos não cristãos. A igreja, por
sua vez, necessita estar preparada para receber visitantes, crentes ou não, e acolhê-los
como Deus nos acolheu (cf. Rm 15.7). E como uma comunidade fervorosa participar
ativamente no amadurecimento daqueles que se achegam ao seu meio.
J. Mack Stiles resume muito bem esse anseio: “numa cultura de evangelização,
pessoas que amam Jesus trabalham juntas como instrumentos na grande sinfonia da
obra de Deus. Nem sempre sabemos qual será a próxima partitura – o Espírito Santo é o
orquestrador. No entanto, se estivermos focados nele e no seu direcionamento, faremos
parte da obra dele na vida das pessoas”.
Precisamos confiar e crer que Deus fará obra maravilhosa na vida das pessoas por
nosso intermédio. Normalmente essa obra não é algo instantâneo, é um ministério a longo
prazo. Que tipo de fundamentos temos de colocar em prática para nos prepararmos a fim
de compartilhar o evangelho? Veremos seis deles. Começaremos nesse estudo com os
três primeiros fundamentos.
1. PREPARE-SE PARA TESTEMUNHAR: CORAÇÃO, MENTE E PÉS.
Ser testemunha de Cristo envolve três questões: estamos motivados, preparados e
dispostos? Responder essas três perguntas nos ajudam a termos certeza se nosso
coração, nossa mente e nossos pés estão prontos para compartilhar a fé.
A. Corações motivados na igreja
Algumas perguntas podem ser feitas para sabermos se a motivação da igreja quanto à
evangelização está correta. Será que nossa igreja tem compaixão pelos que não
conhecem a Jesus? Como membro da igreja, você está convencido que o Evangelho é
poderoso para transformar a vida das pessoas em nossa comunidade?
A igreja é embaixadora de Cristo, como se Deus falasse por intermédio dela. Você está
motivado a pregar o evangelho?
B. Mentes preparadas na igreja
A igreja precisa ter certeza que está preparando seus membros com o evangelho. É
necessário está sempre revisando o evangelho nas várias reuniões que realiza. O
evangelho deve está presente nas músicas, na pregação, nas orações, na Escola
Dominical, nas reuniões nos lares, etc. O evangelho precisa dominar todos os aspectos
da vida da igreja.
C. Pés disponíveis na igreja
A igreja precisa estar disponível para receber bem aqueles que se achegam ao nosso
meio. Isso não quer dizer que temos de fazer de tudo para que as pessoas estejam
confortáveis na igreja, pois o foco das comunidades cristãs é fazer a vontade de Deus,
com objetivo de glorificá-lo.
Significa incentivar uns aos outros a cuidar dos descrentes. Estar preparado para
recebê-los e ajudá-los a entender o que é a verdadeira adoração. Ter amizade intencional
no evangelho. E não presumir que todos que se dizem cristãos de fato o sejam.
Lembrando sempre: “não há coração duro demais para o Espírito Santo” (J. M. Stiles).
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2. TENHA UM CORAÇÃO CENTRADO NO EVANGELHO
Temos de tratar o evangelho como um estilo de vida. Gálatas 2.11-14 nos mostra que a
vida dos cristãos deve ser coerente com o evangelho de Deus. Nesse texto vemos Paulo
repreendendo Pedro – e outros - porque “não procediam corretamente segundo a verdade
do evangelho” (v.14). Pedro cedeu ao temor dos homens e acrescentou ao evangelho
questões da lei judaica – abolidas por Jesus na cruz. Paulo quer aqui enfatizar que o
evangelho não é apenas uma mensagem, mas um estilo de vida.
Quanto mais o crente vive o evangelho, mais o evangelho se torna parte dele. No
entanto, não se pode confundir o evangelho apenas com viver de acordo com padrões
morais. É claro que o evangelho nos ensina a viver uma vida justa e santa, mas não é a
mesma coisa de moralidade no geral. Pois viver segundo padrões morais é impossível.
Mas viver segundo o evangelho é um presente de Deus.
Mas como viver o evangelho? Está escrito: “... portai-vos de modo digno do evangelho”
(Fp 1.27). De modo geral, na Escritura há os ensinos do evangelho, bem como as
implicações dessas verdades ao nosso viver diário. Romanos 1 ao 11 contém ensinos
doutrinários, enquanto a segunda parte (cap. 12-16) nos traz implicações práticas. Outro
exemplo é Efésios 1-3 (evangelho) e 4-6 (implicações).
De forma resumida, ter um coração centrado no evangelho significa dizer que nossa
forma de perdoar, de viver, de trabalhar e de liderar, enfim, todos os aspectos de nossa
vida devem estar fundamentados no evangelho.
3. ELIMINE SUPOSIÇÕES
Ter uma mente preparada para a evangelização é reconhecer que nem todos os que
frequentam a igreja são cristãos. Pois se acharmos que todos que frequentam a igreja são
cristãos, deixamos de compartilhar e pregar o evangelho. Por isso, nos cultos, precisamos
continuar cantando, orando, pregando o evangelho e procurando Jesus nos estudos
bíblicos. Como ele mesmo falou aos discípulos no caminho de Emaús, todas as Escrituras
apontam para ele (Lc 24.27).
Eis um teste para aqueles que congregam numa igreja: “se você se entedia com o
evangelho, precisa olhar detidamente para o pecado no seu coração. Ainda mais sério
que isso, se o evangelho não ressoa em seu coração, verifique e confira se você é
convertido de verdade” (J. M. Stiles).
CONCLUSÃO
Todos os cristãos precisam ser despertados a andar com fé e estar abertos para a
atuação de Deus nas pessoas a sua volta. Importante também é ter essa visão de
evangelização em longo prazo. Precisamos continuar investindo na vida das pessoas com
paciência e amor, pois Deus trabalha de acordo com o tempo dele.
APLICAÇÃO
Como está sua vida em relação à evangelização? Você entende que essa é uma
obrigação sua?
Se entende, você está motivado para compartilhar sua fé?
Você está se preparando para isso?
Você está tomando a iniciativa de falar de Jesus às pessoas a sua volta? “Examine-se
a si mesmo” (cp. 1Co 11.28).
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EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
EVANGELISTAS INTENCIONAIS NUMA CULTURA DE EVANGELIZAÇÃO – Parte 2
Texto básico: 1 Coríntios 9.19-27
INTRODUÇÃO
Uma igreja saudável, que procura obedecer aos mandamentos do Senhor, não tem
dificuldades de entender que é tarefa sua participar ativamente da evangelização do
mundo. Por vários motivos, muitas igrejas perderam a paixão missional. Vivem para si
mesmas. Em muitos casos, para a destruição de si mesma, numa espécie de
antropofagia espiritual (Gl 5.15).
A igreja de Jesus precisa voltar seus olhos para o Senhor. A Bíblia revela a vontade de
Deus de salvar seres humanos perdidos. O fio condutor das Escrituras é Criação, Queda
e Redenção. Deus salva pecadores (Sl 3.8; 37.39; Jn 2.9). Como cooperadores, devemos
cumprir nosso papel na missão de Deus ao mundo perdido e carente de salvação.
Nesse estudo, veremos mais três dos elementos básicos para a implantação de uma
cultura de evangelização.
1. ENXERGAR A EVANGELIZAÇÃO COMO DISCIPLINA
“As disciplinas espirituais, como a oração, o estudo da Bíblia e a reunião da igreja são
meios da graça em nossa vida. O cristão que aprende essas práticas no início de sua
caminhada com Cristo cresce na fé. Deus usa as disciplinas espirituais para nossa saúde
espiritual. Crescemos quando as praticamos. Do contrário, a vida cristã se torna
desleixada. Mas você já pensou na evangelização como disciplina espiritual?”
Vejamos o que escreveu Don Whitney, no livro Disciplinas espirituais para a vida cristã:
“a evangelização é uma consequência natural da vida cristã. Precisamos ser capazes de
falar a respeito do que o Senhor fez em nosso favor e do que ele significa para nós. No
entanto, a evangelização também é uma disciplina, no sentido de que devemos nos
disciplinar para passar contexto da evangelização, ou seja: não devemos esperar para
testemunhar quando as oportunidades surgirem. [...] A menos que nos disciplinemos a
evangelizar, será muito fácil encontrar desculpas para deixar de compartilhar com quem
quer que seja”.
2. O LUGAR DA ORAÇÃO
Patrick Johnstone, um dos maiores missiólogos de nossos dias, afirma: “quando o
homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha”. Isso não quer
dizer que só devemos orar, mas devemos orar e trabalhar; nessa sequência. Vemos um
exemplo da relação entre oração e ação em Martinho Lutero: “Devemos orar com tanto
vigor como se tudo dependesse de Deus e trabalhar com tanta dedicação como se tudo
dependesse de nosso esforço”.
Andrew Murray (1828-1917), líder missionário na África do Sul, há mais de um século,
escreveu o livro a Chave para o problema missionário. Nesse livro identificou o problema
como (1) falta de paixão para com Cristo e os perdidos e (2) ausência de oração para
obter poder do Espírito Santo. Ele disse que o amor apaixonado por Cristo produz uma
paixão santa nos fiéis, tal qual a que Cristo tinha para que as pessoas fossem salvas. O
que produz tal paixão? A resposta que Murray nos deu foi: “Oração”! Por isso, quando a
oração pelo poder de Deus, para realizar o trabalho de Deus, se tornar a petição de todo
cristão, todos os problemas na evangelização serão resolvidos.
7
16. 16
A oração por oportunidade em evangelizar e para que Deus converta pecadores deve
ser constante nas reuniões da igreja, nos pequenos grupos, nas reuniões nos lares e
como parte do nosso momento devocional.
3. O PAPEL DA LIDERANÇA DA IGREJA
Um dos elementos principais para uma cultura de evangelização é a liderança da
igreja. Estamos falando de uma cultura de evangelização e isso envolve a participação de
todos os membros. No entanto, é indispensável que pastores e presbíteros sejam
modelos do rebanho no que se refere ao ensino e a evangelização.
O apóstolo Paulo chamava para si essa responsabilidade de ser modelo de
evangelista: “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo
para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me
foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua
completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida
eterna” (1Tm 1-15-16). De acordo do 1 Pedro 5.3, os líderes devem ser modelos do
rebanho. Paulo exorta Timóteo (1Tm 4.12) e Tito (Tt 2.7) a serem padrão dos fiéis.
CONCLUSÃO
A evangelização deve ser um tema constante na igreja. A ordem final do Senhor da
Igreja é evangelização e discipulado. Por isso, as igrejas locais precisam frequentemente
de encorajamento, de treinamento e de uma liderança de longa duração.
Nesse estudo vimos mais três elementos na formação de cristãos que formam uma
cultura intencional de evangelização. Resumindo, os seis elementos que precisamos
implementar a fim de compartilhar o evangelho são: (1) preparar o coração (motivação), a
mente (preparação) e os pés (ação); (2) compreender o estilo de vida moldado pelo
evangelho; (3) eliminar nossas suposições; (4) enxergar a evangelização como disciplina;
(5) orar; e (6) que a liderança tome à frente na evangelização.
Precisamos nos preparar para compartilhar o evangelho, mas não basta estarmos
preparado, precisamos colocar em prática a evangelização através de conversas com
outras pessoas às quais pregamos o evangelho. Sugestões bíblicas para essas
conversas veremos nos próximos dois estudos.
APLICAÇÃO
Você já compreendeu que você precisa exercitar-se na evangelização para assim criar
o hábito de testemunhar das boas novas?
Você tem compaixão pelos perdidos a ponto de desejar a salvação deles? Só a oração
pode despertar nossos corações para a prática da evangelização (Mt 9.36-38).
A liderança da igreja (pastores e presbíteros) está assumindo a responsabilidade de
conduzir a igreja para uma cultura de evangelização?
Se a resposta for negativa para alguma dessas perguntas, suplique a misericórdia de
Deus sobre sua vida, para que ele alinhe seu coração com o dele (Is 6.8).
17. 17
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
COMPARTILHANDO A FÉ NA PRÁTICA – Parte 1
Texto básico: 2 Coríntios 5.14-21
INTRODUÇÃO
Normalmente gostamos de passar para a parte prática das coisas. Muitas vezes
ficamos impacientes para ver o resultado daquilo que temos aprendido. Praticamente em
todas as áreas precisamos aprender primeiro o que fazer e como fazer, para em seguida
colocarmos em prática. E ainda assim, é na caminhada prática que continuamos
aprendendo com a experiência.
Nossos estudos sobre a criação de uma cultura de evangelização até aqui focou na
preparação. Até mesmo este estudo que fala de como compartilhar a fé na prática é o
fundamento bíblico sobre como nós devemos exercitar nosso chamado como
proclamadores das boas novas da salvação.
O assunto sobre o compartilhar da fé na prática será dividido em duas partes. Nessa
primeira parte, veremos sobre nossa vocação como embaixadores de Cristo e como
nossas conversas podem ser mais proveitosas e intencionais na evangelização. O
próximo estudo continuará falando sobre mais três aspectos da nossa missão como
embaixadores do reino de Deus.
1. FALAR COMO UM EMBAIXADOR
Não há ilustração melhor sobre como falar de Jesus do que a ilustração de Paulo, que
fala a nosso respeito como embaixadores de Cristo: “De sorte que somos embaixadores
em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo,
pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez
pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.20-21).
Não há poder em nós mesmos. O poder por trás da mensagem é do próprio Jesus
Cristo. É um grande privilégio e uma grande responsabilidade ser embaixador do Reino
de Deus. Para cumprirmos essa missão, precisamos “abrir mão da concepção humana e
mundana sobre as pessoas, conhecê-las e amá-las, entendendo que são pecadores
perdidos e carentes de reconciliação com Deus” (J. M. Stiles). Em outras palavras,
precisamos conhecer bem as pessoas a quem fomos enviados.
Mas também precisamos entender bem a mensagem. Embaixadores não têm a
liberdade de mudar a mensagem. É sua responsabilidade entregá-la com precisão. A
mensagem cristalina do evangelho é que embora o ser humano seja mau perante Deus,
ele abriu o caminho da salvação através da obra expiatória de Cristo. Jesus se tornou
pecado por nós. Não somente assumiu natureza humana, como também assumiu nossos
pecados na cruz. Ao sermos convencidos pelo Espírito, arrependemo-nos dos nossos
pecados e cremos que Jesus pagou por eles no Calvário. Somos, assim, justificados
diante de Deus. Perante sua santidade plena, é como se não tivéssemos cometido
pecado algum. Somos tornados justos.
No entanto, cumprir a missão de entregar a mensagem das Boas Novas em nome de
Cristo exige um custo. “Precisamos entregar a mensagem sem considerar o desconforto
que teremos, o esforço que nos será exigido e a vergonha que teremos de suportar. Os
embaixadores existem para entregar mensagens. Por isso, clamamos: “Reconciliem-se
com Deus”. Talvez não nos sintamos como representantes do reino de Deus, mas
somos”.
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18. 18
2. OS EMBAIXADORES E A ABORDAGEM DAS SUAS CONVERSAS
Nas nossas conversas com as pessoas a respeito da fé salvadora em Cristo,
precisamos ter alguns princípios básicos em mente. Stiles nos apresenta alguns:
• “Permita-se usufruir da graça ao compartilhar sua fé. Tenho observado que muitas vezes
temo evangelizar porque existem muitas maneiras de tudo dar errado. Posso passar a
mensagem de forma errada, ficar em silêncio quando preciso falar, dizer coisas que mais tarde
considero tolas. Mas é bom se lembrar de que mesmo seus erros podem ajudá-lo a se tornar
um embaixador melhor.
• “Encontre as pessoas onde elas estão.
• “Procure portas abertas. Uma cultura de evangelização é muito útil aqui. Quando os
membros da igreja falam sobre as portas abertas que veem à sua volta, outros membros
podem ficar sabendo de oportunidades com as quais poderão se envolver.
• “Seja compassivo e mantenha o coração sensível em relação às pessoas. Tenha o
cuidado de se lembrar de que você é um pecador. A humildade exalta o evangelho.
• “Lembre-se de que temos as respostas para as perguntas mais importantes da vida. Isso é
algo importante que você tem a oferecer. Quando a realidade de vida penetra nas barreiras
superficiais que mantêm as pessoas longe de Deus, você pode iluminar com a luz do
evangelho. Não a coloque debaixo de um cesto.
• “Concentre-se na separação entre as pessoas e Deus, não na correção moral.
• “Seja intencional na conversa. Planeje o que dirá. Isso o ajudará a dizer coisas proveitosas
e a evitar algo inadequado ou ofensivo.
• “Reconheça o que sabemos e o que desconhecemos”. As pessoas acreditam em muitas
coisas que são verdadeiras com relação à existência humana em pecado. Lidamos melhor com
esse mundo pecaminoso porque temos Jesus. “Também considero útil dizer às pessoas que
nem sempre sei os motivos de Deus agir como age; no entanto, confio nele como quem dá
sentido às coisas num mundo caído”.
• “É bom (embora nem sempre necessário) pedir permissão para compartilhar a mensagem
do evangelho.
• “Faça muitas perguntas. Seja um bom ouvinte.
•Finalmente, se você sabe que a pessoa vai tocar num assunto particular, seria bom tomar
conhecimento por meio da leitura de um livro ou conversando com alguém que conheça o
tema.”
CONCLUSÃO
Deus "nos deu o ministério da reconciliação". Ele "nos confiou a palavra da
reconciliação". Por natureza o homem está morto na sua relação com Deus. É inimigo de
Deus por herança de Adão. Por sua graça maravilhosa Deus toma a iniciativa de resgatar
os perdidos que ele mesmo quer. Deus enviou seu Filho único para pagar o preço da
reconciliação e da paz com ele. A tarefa dos filhos de Deus é entregar a mensagem dele:
"Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus" (2Co 5.20). De que
forma? Ele mesmo responde: "aquele (Jesus) que não conheceu pecado, ele (o Pai) o fez
pecado por nós; para que, nele (em Jesus), fossemos feitos justiça (justos, justificados) de
Deus" (2Co 5.21).
Está em nossas mãos o maior de todos os ministérios: "somos embaixadores em nome
de Cristo" (2Co 5.20). Tendo esse propósito em mente, que somos pregadores das boas
novas, precisamos conhecer bem a situação espiritual do homem perante Deus, qual a
mensagem das Escrituras devemos pregar e que há um preço a pagar.
APLICAÇÃO
Há dois tipos de embaixadores: os bons e os maus. Você faz parte de qual grupo?
Há intencionalidade na evangelização nas conversas que você tem com as pessoas?
19. 19
EVANGELIZAÇÃO
Como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local
(Tema Geral)
COMPARTILHANDO A FÉ NA PRÁTICA – Parte 2
Texto básico: 2 Timóteo 1.6-12
INTRODUÇÃO
Vamos continuar refletindo sobre o como compartilhar o evangelho na prática. No
primeiro estudo aprendemos que somos embaixadores de Cristo neste mundo e que
nossas conversas devem ser intencionais na evangelização.
Agora, precisamos derrubar todos os obstáculos que nos atrapalham a falar de Jesus.
Devemos ser claros e objetivos na evangelização, entregando nas mãos de Deus nosso
esforço em evangelizar, não desanimando dessa tarefa de modo algum.
1. EMBAIXADORES DEVEM SER OUSADOS E CLAROS
O apóstolo Paulo foi um grande embaixador de Cristo aqui neste mundo. Talvez não
haja outro tão relevante como ele. Quando preso em Roma, escreveu algumas das cartas
do Novo Testamento. Em nenhum momento ele pediu oração para que fosse liberto da
cadeia. Pelo contrário, ele pede oração por oportunidade e ousadia. Ele pede oração por
ele, “para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez,
fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que,
em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo” (Ef 6.19-20). Esse é o
mesmo pedido aos Colossenses (Cl 4.3-4).
Há lugares mais difíceis que outro para pregar. Mas mesmo em países livres como o
nosso, sempre exige de nós que tenhamos coragem, intrepidez ou ousadia. Pois o “o
homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2.14).
Não devemos ter vergonha do evangelho. Não devemos considerar a vida preciosa
para nós mesmos. Não devemos nos preocupar com a nossa imagem. Mais uma vez,
aprendemos com o apostolo: “considero tudo como perda, por causa da sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as
considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8).
2. EMBAIXADORES DEVEM ENTREGAR A MENSAGEM E CONFIAR EM CRISTO
PARA A RESPOSTA
Muitos de nós nos sentimos frustrados com relação à evangelização. Ficamos tristes
quando perdemos a oportunidade de falar de Jesus para alguém ou mesmo que
comuniquemos o evangelho de forma sucinta e clara e mesmo assim ficarmos pensativos:
“Poderia ter falado mais. Explicado mais”.
No entanto, o mais importante não é o que dissemos ou o que deveríamos dizer, mas
que comunicamos a verdade do evangelho. Deus não age se dissermos tudo certinho ou
se formos quase perfeitos. A ação de Deus para converter pecadores depende
inteiramente da sua graça.
J. Mack Stiles resume isso muito bem: “é bom lembrarmos de que a salvação é uma
obra do Espírito. Tentamos ser cuidadosos, ousados e claros no modo em que falamos às
pessoas sobre o evangelho, mas o resultado procede de Deus. Podemos descansar no
conhecimento disso”.
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20. 20
3. EMBAIXADORES NÃO DEVEM DESANIMAR
2 Coríntios 4.1 diz: “Portanto, tendo este ministério pela misericórdia de Deus, não
desanimamos”. Essa deve ser nossa atitude mental e espiritual quando formos tentados a
achar que estamos sendo inúteis na evangelização. Às vezes nos sentimos cansados de
conversar com as pessoas sobre nossa fé e elas não demonstrarem interesse. Na
verdade, não podemos deixar de apresentar os tesouros do evangelho. Pelo contrário,
devemos orar a Deus para tirar qualquer tipo de sentimento que nos leva a desistir de
compartilhar nossa fé.
Vejamos a oração que Paulo fez em Filemon 6: “Oro para que o compartilhar da sua fé
seja ativo para que tenha o pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo”
(NVI). Nessa oração Paulo tem mais que a evangelização em mente, mas não menos que
isso. Sua oração foi que sejamos ativos no compartilhar da nossa fé. “Paulo diz algo que
raramente ouço: compartilhar a fé também é para nosso beneficio, para que possamos
obter o pleno conhecimento das coisas boas que possuímos em Cristo”.
Muitas vezes ficamos desanimados porque nosso foco é apenas na reação das
pessoas. Se elas desprezam ou rejeitam nossa pregação, ficamos tristes. É claro que
queremos respostas positivas, que pessoas entreguem suas vidas a Jesus, “no entanto,
estou convencido de que transmitir nossa fé, independentemente da resposta, é a chave
para a saúde espiritual do indivíduo e da comunidade” (Stiles).
CONCLUSÃO
Finalizamos esses dois últimos estudos focados nesses cindo aspectos práticos sobre
o compartilhar da nossa fé. Na parte 1, tivemos de reconhecer que somos embaixadores
de Cristo e que devemos pensar sobre o que vamos conversar com as pessoas, ou seja,
devemos ser intencionais nas nossas conversas, com o objetivo claro de conduzi-las a
Cristo.
Nessa parte 2, continuamos a pensar em nós como embaixadores de Cristo. Em
primeiro lugar, devemos romper a barreira do silêncio, causada por medo, vergonha ou
apatia. Em João 4, quando Jesus passou por Samaria, ele tomou a iniciativa de conversar
com uma pessoa, que além de ser mulher, era samaritana. Jesus rompeu a barreira do
silêncio e dos preconceitos social, religioso e moral.
Ao evangelizar precisamos confiar em Cristo para a resposta. A Bíblia afirma que “a fé
não é de todos” (2Ts 3.2). Os eleitos ouvirão e crerão, porém não nosso tempo, mas no
tempo do Senhor. Paulo tinha consciência que foi chamado para ser apóstolo “para
promover a fé que é dos eleitos de Deus” (Tt 1.1).
Desse modo, devemos compartilhar nossa fé com amor e ousadia, confiando que Deus
fará a obra na vida dos eleitos e que não devemos desanimar. Como disse Paulo, “por
esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a
salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória” (2Tm 2.10).
APLICAÇÃO
Você tem convicção que foi chamado por Deus para ser embaixador de Seu Reino?
Você tem orado a Deus pedindo intrepidez para pregar o evangelho?
Você tem buscado, de forma consciente, pensar nas abordagens para apresentar a
Jesus como Salvador?