O documento discute a importância da criatividade para a competitividade das empresas e regiões. A criatividade é um elemento-chave para a inovação e geração de ideias que resolvam problemas de negócios. Embora a tecnologia tenha sido importante no passado, atualmente a criatividade é um fator diferenciador chave. Isso porque exige capital humano criativo capaz de gerar novas soluções para um mundo em constante mudança.
Criatividade e Inovação na Competitividade Empresarial
1. Em um mundo em constante mudança como o de
hoje, no qual a capacidade de competir depende
muito de vários aspectos intangíveis (como a
Inovação e o Conhecimento), a Criatividade surge
como um elemento de importância capital para a
competitividade das regiões e das empresas
Não podendo competir em preços com algumas das
economias emergentes, as estratégias regionais
deram origem a várias políticas de reforço das
atividades baseadas no Conhecimento e na
Investigação e Desenvolvimento (I&D)
Mas, a Criatividade é uma ferramenta que ativa o
processo inovador por meio da geração e
desenvolvimento de ideias no mundo empresarial e, a
mesma forma, ela é uma capacidade inerente às
pessoas, que pode ser desenvolvida coletivamente e
sua utilização constitui uma oportunidade para
melhorar a competitividade das empresas
No entanto, nem
sempre as equipes
de trabalho das
organizações ou as
respectivas
estruturas, utilizam
modelos de trabalho
que fomentem o
desenvolvimento da
Criatividade
2. Conceito de Criatividade O termo Criatividade
sempre foi associado
à atividade artística,
mas graças a alguns
exemplos
empresariais (Apple,
Google) a Inovação
ganhou espaço nos
setores tecnológicos
Então, algumas pessoas vêm
afirmando que a Criatividade e a
Inovação são 2 conceitos muito
unidos e, explicado de forma
simples, a capacidade criativa é a
habilidade para gerar ideias,
alternativas e soluções a um
determinado problema, de
forma fácil
Relacionando essa explicação
com o conceito de Inovação,
pode-se dizer que a
Criatividade representa o
processo de criação de ideias e,
de certo modo, é a inspiração
que nos permite criar novas
soluções. Já a Inovação é a
capacidade de converter essas
ideias em algo aplicável, dando-
lhes sentido e valor dentro de
um determinado contexto
O Paradoxo da Criatividade: Uma pessoa
muito criativa (com grande capacidade de gerar
ideias) pode também ser pouco inovadora, por ser
incapaz de selecionar as melhores ideias para
aplica-las eficazmente
Para ultrapassar essa dificuldade e desenvolver
o potencial criativo inato a todas as pessoas, é
possível recorrer a técnicas que podem ser de
grande valor no âmbito empresarial
3. O Processo Criativo: A criação de ideias (e sua utilização sob
a forma de inovação) segue um processo cuja análise e
aplicação permite solucionar problemas e formular estratégias
de mudanças, as quais permitam a adaptação a uma nova
situação. Sendo assim, o processo criativo poderá ser divido
nas seguintes fases:
1) Identificação e
Definição do Problema: A
presença de um problema
que implique mudanças é o
principal detonante de um
processo criativo e, para
que a decisão seja
acertada, é fundamental
que o processo parta de
uma boa análise e da
compreensão do problema
a ser solucionado
De acordo com esta ideia, o 1º a fazer é obter
uma fotografia fiel da realidade a enfrenta-la.
Trata-se de utilizar a informação existente em
forma de dados estatísticos, opiniões,
necessidades, expectativas, objetivos, etc.
2) Geração e Seleção de Ideias: Esta etapa
constitui o núcleo criativo do processo, pois é neste
momento que são produzidas as ideias que servirão
de base para a criação de propostas que ofereçam
uma solução ao problema ou à situação em questão
4. O Desenvolvimento de Ideias
Consiste de 2 Subfases:
A) Gerar ideais de forma “selvagem”, sem restrições e onde tudo é
válido, pois quantas mais ideias forem apresentadas, mais vasta
será a possibilidade de escolha. Qualquer ideia, por mais que
pareça absurda, pode dar origem a outra ideia que seja útil. Esta é
a fase do “Pensamento Divergente”
B) Colocar ordem em todas as ideias geradas e, para isso, é
necessário definir os critérios para a seleção de ideias e
criar grupos de trabalho para a discussão das mesmas. O
objetivo desses grupos é dar um valor acrescentado ao
processo criativo por meio do agrupamento de ideias e da
definição pormenorizada de soluções mais definitivas
3) Consenso e
Implementação da Ideia
Desenvolvida: O final do
processo criativo é a
aceitação de uma das
soluções desenvolvidas
nos grupos de trabalho a
partir de alguma das
ideias propostas, ou de um
conjunto de várias ideias
Após encontrar o consenso sobre a
solução definitiva, o início das ações
necessárias para a sua implementação
(estabelecimento de metas, pessoas
responsáveis, orçamento, etc.) permitirá
que as ideias surgidas no processo
criativo se convertam num projeto
concreto; ou seja, numa inovação
Deve-se dizer que a Inovação
obtida nesse processo será objeto
de contínua revisão, pois embora
a criatividade se manifeste através
do processo descrito, é mais do
que uma mera forma de proceder,
tratando-se sim de um hábito e de
uma atitude
5. Atitude Criativa: A
Criatividade procura alternativas a
uma situação existente ou a
formulação de soluções que deem
resposta a problemas que possam
surgir. A predisposição para
encontrar soluções e mudanças
implica também a existência de
uma atitude criativa
A Criatividade está
relacionada com a utilização
de métodos que não
respondem a esquemas e
lógicas tradicionais. A cada
vez mais complexa situação
do meio e dos problemas a
que nos enfrentamos exige
novas ideias e novos enfoques
Uma mente criativa procura
novos métodos e é capaz de
reinterpretar a realidade
segundo novos parâmetros
lógicos, sempre com a
finalidade de encontrar novas
interpretações da realidade e
de dar respostas eficazes aos
problemas que surgem
Da Tecnologia à
Criatividade: Um Novo
Modelo de
Competitividade
As mudanças que passamos são cada vez mais
profundas e afetam a forma como entendemos o
meio onde vivemos (trabalho, telefone, internet,
transportes, etc.). Estas mudanças não são
importantes só pela sua intensidade, mas porque
estão produzindo a uma grande velocidade, o que
requer mais flexibilidade e adaptação por parte
das regiões, pessoas e organizações
6. Há poucas décadas, a capacidade
tecnológica era o elemento
diferenciador das sociedades mais
avançadas. Mas, com o passar do
tempo, a tecnologia começa a mostrar-
se insuficiente para assegurar a
competitividade num contexto tão
complexo como o atual
Para superar esta
situação, uma das
estratégias mais
utilizadas consiste na
aplicação intensiva do
conhecimento para a
implementação de
processos inovadores
Considera-se o conhecimento como um elemento-chave neste tipo
de processos porque é o responsável pela criação de bens e
serviços. Daí as políticas regionais e de empresa têm-se dirigido ao
desenvolvimento de capital humano com uma elevada qualificação,
capaz de colocar o seu conhecimento científico e tecnológico ao
serviço da inovação
Mas, esta
receita ficou
caduca, pois
atualmente não
basta a
existência de
capacidade
tecnológica e de
capital humano
altamente
qualificado
Neste novo contexto, surgiu um novo fator de competitividade
também ligado à inovação e ao conhecimento, mas que se ergue
como um elemento diferenciador das economias mais avançadas:
a CRIATIVIDADE
7. Nesta perspectiva existem 3
elementos que determinam a
capacidade de competir: (a)
O nível de desenvolvimento
tecnológico; (b) A
capacidade de gerar
conhecimento; (c) A
Criatividade
Eles interagem de tal forma
que não se estabelecem inter-
relações de sentido único, pois
cada elemento alimenta
continuamente os restantes e
estabelecem relações
sinérgicas dentro de uma
dinâmica de interação contínua
Mas, para que este modelo funcione adequadamente, é
necessário um capital humano que o alimente; ou seja, é
necessário que existam pessoas que possuam os perfis
requeridos em cada um dos 3 âmbitos indicados
Capital Social: com capacidade para utilizar a tecnologia existente
Capital Intelectual: que se encarrega de criar novo conhecimento,
básico e aplicado
Capital Criativo: com habilidades para gerar novas ideias criativas
A presença de capital
humano com qualificação
e capacidade criativa nas
economias desenvolvidas
e a correlação entre a sua
existência e os processos
de inovação são temas
bem analisado nos
últimos tempos. Atribui-
se à denominada Classe
Criativa um papel
decisivo no crescimento
económico e na
capacidade de competir
das cidades e empresas
8. Os trabalhadores que
fariam parte desta
classe pertencem a
setores considerados
criativos como arte,
design e comunicação.
Além disso, este
conceito incluiria
engenheiros,
investigadores,
informáticos e outros
Mas é necessário dar um passo à
frente, aproveitando o potencial
criativo de cada trabalhador e não
apenas os trabalhadores considerados
dentro desta Classe Criativa. Pois, o
crescimento econômico é
impulsionado pela criatividade e, por
isso, se pretendemos aumentá-lo é
fundamental aproveitar a criatividade
de segmentos mais amplos de mão-de-
obra como serviços e indústrias
A Empresa no Meio
Criativo: Teorias como a
da Classe Criativa
contribuíram para que a
criatividade tenha
começado a se relacionar
com o mundo da
economia e das empresas,
pois nelas, a criatividade
é o elemento que
desencadeia o processo
de inovação, dando-lhes
valor e aumentando a sua
competitividade
Neste sentido, a criatividade converteu-se em um
elemento-chave no seio da empresa por diversos motivos:
1) As Tecnologias da Informação e Comunicação exigem
elevados índices de criatividade e o surgimento das TIC’s
ampliaram o acesso à informação, onde qualquer pessoa
pode obtê-la e contatar outras pessoas, situação que mudou
a forma de interação entre os agentes que se comunicam
em rede e de forma mais flexível
9. 2) O conhecimento é
fundamental para a
competitividade e, a
criatividade, acrescenta
valor ao conhecimento. As
organizações são cada vez
mais valorizadas pelo seu
conhecimento do que pelos
seus ativos físicos
O conhecimento é uma ligação
contínua de informação que
origina ideias que se convertem
em valor agregado. Este
processo se verifica graças à
utilização criativa do
conhecimento, que transforma
a informação dispersa em valor
3) Em um mundo em
constante mudança, as
empresas são obrigadas
a utilizar a criatividade
para se reinventarem
constantemente. As
estratégias para
melhorar a eficiência
através de um ajuste da
dimensão, da
organização interna e da
redução de despesas
limitam sua capacidade
criativa
As mais criativas possuem uma desorganização
limitada e intencional, e é nessa desordem que
encontram uma importante fonte de ideias criativas
para melhorar o negócio. A criatividade deve ser
utilizada para repensar a empresa e o respectivo objeto
de negócio. As novas ideias e a respectiva
implementação sob a forma de inovações são a chave
para o futuro
10. 4) Existe uma massa de
trabalhadores com talento que tem
cada vez mais mobilidade e
procuram trabalhos criativos
continuamente. As expectativas dos
novos trabalhadores mudaram e já
não pretendem um emprego, onde
só possam desenvolver a sua
carreira segundo um manual de
procedimentos estandardizado
Exigem empregos que lhes
permitam desenvolver sua
imaginação, inspiração e ideias.
Se não o podem fazer, procuram
novos desafios profissionais
noutras organizações. A
capacidade de atrair e conservar
talentos reside, portanto, em
oferecer a liberdade necessária
para que o trabalhador
desenvolva a sua criatividade
5) A primazia do
design exige elevadas
doses de criatividade.
Atualmente, todos os
âmbitos da empresa
(produtos, serviços e
processos) estão
ligados ao design. Um
produto com um
design pouco sedutor
pode levar a uma
comercialização
fracassada
6) O consumidor é quem dirige o
mercado, exigindo novos produtos
adaptados às suas necessidades. O
sucesso de um produto (ou serviço)
já não reside no conceito tradicional
de qualidade. Os consumidores
exigem, além de um bom produto,
uma série de extras como que seja
inteligente, esteticamente atraente
e que tenha vida
7. Os novos modelos de gestão
passaram do controle completo à
supervisão do trabalho criativo
autónomo. A gestão de RH’s
criativos com novas motivações
exige a adoção de novos métodos,
que permitam associar as
necessidades dos trabalhadores com
talento, às necessidades da empresa
11. Objetivos da
Criatividade Empresarial
Reduzir os ciclos de vida
dos produtos, ao
introduzir inovações
incrementais que
permitam a sua
substituição por outros e
ampliar a oferta através
da criação de novos
produtos e serviços
Dar resposta aos desejos de
consumidores cada vez mais exigentes
quanto à qualidade e aos serviços
oferecidos e desenvolver novas
tecnologias que permitam reduzir
despesas e criar novos produtos
Mudar os sistemas de gestão para
modelos mais flexíveis e melhorar o
design dos produtos
Aumentar os mercados da
nossa oferta de produtos e
serviços e atingir novos nichos
de mercado (novas empresas,
novas pessoas, etc.)
Utilizar novas técnicas de
venda ou marketing e
desenvolver novas
fórmulas para distribuir
os produtos
Por outro lado, a Criatividade na empresa inclui
outros objetivos mais ambiciosos, tais como:
Impulsionar a iniciativa individual dos
empregados, de forma que sintam os problemas
da empresa como seus, aumentando assim a sua
implicação e capacidade de dar resposta a cada
situação
12. Fomentar o desenvolvimento de
atividades dos empregados fora
das funções oficiais, facilitando a
concretização de ideias que
tenham como finalidade
introduzir melhoramentos ou
práticas inovadoras
Aproveitar as ideias surgidas
por acaso. A pesquisa e o
trabalho intensivo podem
levar a uma associação de
elementos sem relação
aparente, mas que se
traduzam em progressos para
a empresa
Estimular a utilização de ideias de origens alheias
ao âmbito da empresa, em particular as que surgem
dentro da esfera pessoal de cada trabalhador, pois
podem ter um grande impacto na criação de novas
ideias dentro no negócio
Assegurar a
sintonia entre os
objetivos e
ações dos
empregados
com os objetivos
da empresa
Aumentar a comunicação interna da empresa,
geralmente é mais deficitária nas grandes
empresas, pois pode contribuir para aumentar o
fluxo de informação valiosa