2. JOGO
JOGADORES
Acção Conjugada Individual
Missões Tácticas Individuais
Cooperação simultânea ou sequencial
Lógica de dimensão…
- Sectorial
- Intersectorial
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3. Lógica de dimensão…
Sectorial
Sectorial e Intersectorial
Agrupam-se um pequeno número de jogadores, os quais têm
a tarefas básicas idênticas, assegurando, em última análise, a
estabilização e o reforçamento das suas atitudes e
comportamentos táctico-técnicos individuais e, a sua
sincronização com os outros colegas do mesmo sector.
Intersectorial
Articulação dos diferentes sectores da equipa (defensivo,
médio e ofensivo) nos quais se procura evitar que cada sector
se concentre somente nas suas tarefas tácticas e,
simultaneamente, percam a noção da funcionalidade geral da
equipa.
Quanto maior for a desarticulação
intersectorial maior a permeabilidade da
equipa às acções dos adversários!
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4. Divisão de funções tácticas
específicas para cada
jogador
Jogo - Treino
Reagrupamento das acções
individuais em sectores de
jogo
Em função de um MODELO DE JOGO…
Dos objectivos estratégicos do jogo…
Dos contextos situacionais momentâneos deste…
Os jogadores possam assumir comportamentos
táctico-técnicos de segurança, de equilíbrio entre
risco e a segurança e de risco!!!
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Sincronização das acções
individuais numa dimensão
colectiva
5. O que se pretende com este
“Sistema Metodológico”?
Concretização de formas superiores de coordenação
Articulação sectorial e intersectorial
Movimentação coerente e global da equipa
Sincronização temporal dos comportamentos dos jogadores
Criação constante de um amplo leque opcional
Cada comportamento individual tenha sentido colectivo
Afinação dos tempos de resolução mental e de execução motora
Rentabilização dos esforços de carácter físico
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6. Métodos de Jogo
A sua natureza deriva de várias premissas…
Coordenação unitária dos jogadores que constituem a equipa - Conjugação de esforços
dos vários elementos da equipa com o intuito de responder colectiva e eficazmente a
todas as contextualidades situacionais que o jogo de futebol em si encerra…
Divisão de tarefas e funções tácticas – Estas devem ser compreendidas e assimiladas
por todos, isto é, que cada um entenda as suas e as dos seus companheiros.
Unidade de compreensão, da atitude e da acção – Necessidade de cada jogador
sincronizar os seus comportamentos, em função da resolução das situações de jogo,
estando simultaneamente consciente das suas acções e das dos seus companheiros,
por forma, que cada comportamento tenha uma intenção, um ritmo, um tempo e uma
eficácia na resolução.
resolução.
Estabelecimento de princípios directores e orientadores – A forma geral de
organização do ataque e da defesa dentro do Modelo de Jogo da equipa, desenvolve
mecanismos directores e orientadores de participação, entreajuda, equilíbrio,
simplificação, racionalização.
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7. Métodos de Jogo
Cada equipa ao aplicar um determinado método de jogo expressa um tempo
e um ritmo que determinam diversos aspectos:
A variação sequencial da velocidade de execução dos procedimentos táctico-técnicos individuais e
colectivos quer do âmbito ofensivo como defensivo.
O conhecimento dos espaços de jogo, onde e como os aplicar de forma
metódica e sistemática, com vista a assegurar o sucesso de cada iniciativa.
O uso do factor surpresa por forma a tirar vantagens, que derivam dos
desequilíbrios pontuais e temporários da organização ofensiva ou
defensiva da equipa adversária.
A conduzir a equipa adversária a entrar em crise de raciocínio táctico, o
que determinará uma análise, uma tomada de decisão e um
comportamento incorrectos para a resolução das diferentes situações de
jogo.
A jogar convenientemente com os diferentes graus de segurança e de
risco, na resolução das situações de jogo. Criando de forma constante e
consistente alterações estruturais na organização da equipa adversária.
O impor variabilidade nas situações de jogo para que a equipa adversária
responda estratégica, táctica e tecnicamente de modo desfasado em
função dos momentos mais propícios para a sua aplicação.
8. Métodos de Jogo
Contra-ataque
Ataque rápido
Ataque posicional
MJO compostos
Métodos de Jogo Defensivo
Visam uma coordenação eficaz das acções dos
jogadores que constituem a equipa, por forma
a criar as condições mais favoráveis para
concretizar os objectivos da defesa, isto é, a
recuperação da posse da bola e a protecção da
baliza.
Métodos de Jogo Ofensivo
Visam uma coordenação eficaz das acções dos
jogadores que constituem a equipa, por forma
a criar as situações mais favoráveis para
concretizar os objectivos do ataque da equipa
em consonância com os objectivos do jogo – o
golo.
Defesa Individual
Defesa Zona
Defesa mista
Defesa zona pressionante
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9. Processo Ofensivo
CONCEITO
O processo ofensivo representa uma das duas fases fundamentais do jogo de futebol, sendo
objectivamente determinado, pela equipa que se encontra de posse de bola, com vista à
obtenção do golo, sem cometer infracções às leis do jogo.
Quando determinada equipa está de posse de bola, para além
de poder concretizar o objectivo o golo, poderá:
1.
Controlar o ritmo específico do jogo.
2. Criar condições por forma a surpreender os adversários.
3. Obrigar os adversários a passarem por longos períodos sem a
posse da bola.
4. Concretizar a recuperação física de companheiros.
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10. Processo Ofensivo
OBJECTIVOS
A posse da bola não é um fim em si e torna-se
utópica, se não for conscientemente considerada
como o primeiro passo indispensável no processo
ofensivo, sendo condição "sine qua non" para a
concretização dos seus objectivos fundamentais.
fundamentais
Progressão/finalização - Após a recuperação da posse da
bola, o objectivo fundamental da equipa é o de progredir
em direcção à baliza adversária, de uma forma rápida e
eficaz, evitando-se ao máximo a interrupção deste processo.
Contínua instabilidade da equipa adversária
Orientação das acções técnico-tácticas específicas do jogo numa direcção
definida
Criação de condições para a obtenção do golo
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11. Processo Ofensivo
Manutenção da posse da bola - A concretização deste objectivo significa evitar o risco
irracional presente em alguns jogadores, que em diferentes circunstâncias do jogo perdem,
de forma extemporânea, a posse da bola pondo assim em causa todo um esforço colectivo,
que determinou a sua recuperação. A maximização deste objectivo pressupõe a/o:
Resolver os diferentes contextos situacionais, avaliando-os em
função do binómio risco/segurança
Quebrar o ritmo do jogo adversário
Manter a iniciativa do jogo
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12. Processo Ofensivo
ETAPAS
CONSTRUÇÃO DO PROCESSO OFENSIVO
Procura assegurar o
deslocamento da bola da
zona de recuperação para as
áreas vitais do terreno de
jogo.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. É a fase do ataque mais fácil e frequentemente observável despendendo-se
igualmente maior tempo para a sua concretização.
2. Consta de circulações, combinações e acções tácticas individuais e colectivas
visando a progressão da bola para as zonas propícias à finalização.
3. A circulação da bola pelos vários jogadores é realizada de uma forma contínua,
fluente e eficaz, evitando-se ao máximo a sua interrupção.
4. Procura-se criar de forma continua ou pontual situações de instabilidade na
organização defensiva adversária.
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13. CRIAÇÃO DE SITUAÇÕES DE FINALIZAÇÃO
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
É a etapa que visa
fundamentalmente
assegurar nas zonas
predominantes de
finalização os pressupostos
mais vantajosos para a
concretização imediata do
objectivo do jogo.
1. É nesta etapa do ataque que culminam as combinações "mais ricas" do
ponto de vista táctico, pois, só assim é possível provocar as roturas necessárias
à implementação da fase de finalização.
2. Esta etapa concentra-se num espaço de jogo onde afluem um grande número
de jogadores requerendo por parte dos atacantes um maior risco e uma maior
eficácia na execução das acções técnico-tácticas
3. É fundamental que se observem acções que exprimam uma grande
mobilidade por forma a criar, explorar e a ocupar espaços vitais de jogo.
4. É nesta etapa do processo ofensivo que se procura e se
provoca situações de jogo que levem os defesas a errar e a
cometer infracções.
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14. FINALIZAÇÃO
Esta fase do processo
ofensivo é objectivada
pela acção técnicotáctica individual
(remate) que culmina
todo o trabalho da
equipa com vista à
obtenção do golo.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Desenrola-se numa zona restrita do terreno de jogo, onde a
pressão dos adversários é elevada e o espaço de realização é
diminuta.
2. As condições de execução técnico-táctica exigem uma precisão
e um ritmo elevados, em que a espontaneidade, a determinação
e a criatividade são as componentes mais evidentes desta etapa
do ataque.
3. A responsabilidade do jogador que objectiva esta fase
do jogo, reside no facto de ter de valorizar
individualmente aquilo que foi construído através do
esforço colectivo.
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15. Métodos do Jogo Ofensivo
4
CONTRACONTRA-ATAQUE
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Rápida transição das atitudes e comportamentos técnico-tácticos individuais e
colectivos, da fase defensiva para a fase ofensiva do jogo, logo após a
recuperação da posse da bola.
2. Elevada velocidade de transição da zona do campo onde se efectuou a
recuperação da posse da bola, às zonas predominantes de finalização.
3. Máxima (a mais elevada) cadência-ritmo de circulação da bola e dos jogadores.
4. Simplicidade do processo ofensivo, implicando um reduzido número de
jogadores que intervêm directamente sobre a bola, executando comportamentos
técnico-tácticos fundamentalmente pelo lado do risco
5. Execução de respostas técnico-tácticas em condições favoráveis em termos de
tempo e espaço, cuja direcção tem como alvo a baliza adversária.
6. Impedir a equipa adversária, devido à velocidade deste método
ofensivo, em dispôr do tempo necessário para poder evoluir para
uma organização mais estável e coesa do seu método defensivo.
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1
3
2
16. 7. Obriga a aplicação de métodos defensivos, em que os jogadores se posicionam e se
concentram muito perto da sua grande área. Este facto provoca na equipa adversária, quando
em processo ofensivo, uma falsa sensação de domínio de jogo levando os jogadores, a "subir"
no terreno para colmatar o desequilíbrio existente e a recrutar um maior número de jogadores
para cumprirem o objectivo do ataque. Em consequência desta acção, criam-se grandes espaços
de jogo, entre a última linha defensiva e a baliza, espaços esses que poderão ser utilizados para
a aplicação eficaz do CONTRA-ATAQUE.
ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Cria sucessivamente condições de instabilidade do processo defensivo adversário,
devido à rápida transição de atitudes e comportamentos da fase defensiva para a
fase ofensiva e à elevada velocidade de transição da zona de recuperação da posse
da bola para as zonas predominantes de finalização.
2. Transmite à equipa adversária, quando eficazmente utilizado, um elevado nível de
insegurança. Assim, decorrido algum tempo observa-se, que um só atacante
"prende" a atenção de dois ou mais adversários
3. Provoca um elevado desgaste técnico-táctico, físico e principalmente psicológico
aos adversários, cuja função táctica é marcar os atacantes que relançam e suportam
fundamentalmente este método ofensivo
4. Aumenta as dificuldades de marcação dos atacantes, pois a maioria dos
deslocamentos neste método ofensivo, executam-se de trás para a frente da linha da
bola, o que torna as situações mais delicadas em termos defensivos
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17. ASPECTOS FAVORÁVEIS (cont.)
5. Eleva a capacidade de iniciativa, improvisação e
criatividade dos jogadores, que devido à sua grande
liberdade de acção podem valorizar e explorar amplamente
as suas capacidades individuais.
6. Usufrui de condições favoráveis em termos de espaço. A
criação e utilização eficaz destes espaços leva a uma
constante
modificação
do
ângulo
de
ataque,
consequentemente provoca uma constante instabilidade da
organização da defesa adversária, sempre que este conceito
táctico se verifica.
7. Dificulta ou mesmo impossibilita a equipa adversária a
contra-atacar ou atacar rapidamente, logo após a
recuperação da posse da bola, visto haver um grande número
de jogadores atrás da linha da bola, mantendo um rígido e
eficaz equilíbrio defensivo.
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18. ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Possibilidade de se observar constantes e rápidas perdas da posse da bola,
devido à elevada velocidade de execução técnico-táctica, assim uma falha
individual pode comprometer de imediato a continuidade do processo
ofensivo e criar situações difíceis de resolução.
2. Elevado carácter individualizado das acções, pois em que quase todas as
situações de jogo, os jogadores encontram-se em igualdade ou inferioridade
numérica.
3. Diminui a coesão e aumenta a permeabilidade da organização ofensiva, devido a não haver uma mútua
cobertura nas situações de jogo.
4. Contribui para um rápido desgaste físico dos jogadores sobre quem recaem fundamentalmente a construção
do ataque da equipa
5. Necessidade de se utilizar métodos defensivos em que se verifica uma grande concentração de jogadores
perto da sua própria baliza, o que: (i) determina uma maior perigosidade na recuperação da posse da bola e,
(ii) quando a equipa sai para o contra-ataque diminui-se a coesão e homogeneidade da equipa.
6. Impõe um elevado espírito de sacrifício e paciência, pois sem estes atributos,
dificilmente haverá efectividade deste método ofensivo
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19. QUESTÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
1. Preparar a equipa para preparar e conduzir o processo defensivo no sentido
da recuperação da bola ser feito nas zonas do campo pretendidas.
2. Definição clara do espaço ocupado pelo bloco-equipa – Onde defendemos?
3. Fazer a equipa perceber as zonas e os momentos onde e em que deverá
intensificar a pressão face ao eventual maior interesse de “roubar a bola”.
4. Fazer perceber a necessidade de aproveitar eventuais vantagens de espaço,
número de jogadores e tempo (per si ou em simultâneo).
5. Perceber que o contra-ataque pode ser “planeado” (quando segue um
conjunto de movimentações estabelecidas por rotinas ofensivas) ou “livre”
(quando acontece no aproveitamento das condições dadas circunstancialmente
pelo adversário).
6. Salientar que a execução de um contra-ataque não implica desorganização da equipa que o realiza ou
incapacidade estrutural de fazer face equilibradamente à perda da bola.
7. Preparar a equipa psicologicamente para a utilização deste MJO…
8. Perceber que há jogadores mais “habilitados” para a utilização deste MJO…
EXERCÍCIOS DE TREINO DO CONTRA-ATAQUE
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20. Métodos do Jogo Ofensivo
ATAQUE RÁPIDO
As características fundamentais do ataque rápido são as mesmas
que foram referidas para o contra-ataque.
A diferença estabelece-se fundamentalmente no facto do contra-ataque procurar assegurar as condições
mais favoráveis para preparar a fase de finalização, antes da defesa contrária se organizar de forma efectiva.
O ataque rápido, terá de preparar a fase de finalização já com a equipa adversária organizada
eficientemente no seu método defensivo.
Observa-se os mesmos pressupostos referidos para o contra-ataque, especialmente no que diz respeito, à
rápida transição da zona de recuperação da posse da bola para as zonas predominantes de finalização, com
uma preparação mais demorada e laboriosa da etapa de criação e da finalização.
As vantagens e as desvantagens deste método ofensivo, são fundamentalmente as
mesmas que foram referidas para o contra-ataque.
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21. Métodos do Jogo Ofensivo
5
6
8
ATAQUE POSICIONAL
4
7
1
3
2
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Eleva-se o tempo de elaboração da fase de construção do processo ofensivo, em que a
maior ou menor velocidade de transição da zona de recuperação da posse da bola às zonas
predominantes de finalização, é sempre consequência do nível de organização da equipa
em processo ofensivo e da equipa em processo defensivo.
2. Pressupõe-se a utilização de um grande número de jogadores e de acções técnicotácticas para concretizar os objectivos do ataque. Neste sentido, a equipa joga
constantemente numa organização que evidencia um bloco homogéneo e compacto,
devido a permanentes acções de cobertura ofensiva, especialmente, aos jogadores que
intervêm directamente sobre a bola.
3. Impõe-se que as atitudes e os comportamentos individuais
e colectivos dos jogadores nas situações momentâneas de
jogo, são resolvidas pelo lado do seguro, fundamentalmente
na de construção do processo ofensivo. Sendo preferível
acções "a mais", ou seja, que não resolvam eficazmente a
situação de jogo, do que acções que possam provocar a perda
da bola extemporaneamente.
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22. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS (CONT.)
4. Criam-se constantemente as condições mais favoráveis, em termos de tempo, de espaço e
número, para uma simples, eficaz e segura resposta táctica em função das situações de jogo.
5. Estabelece-se constantemente um equilíbrio dinâmico da organização do método ofensivo, devido à
utilização de acções técnico-tácticas de compensação e permutação, na procura permanente de uma
ocupação racional do espaço de jogo.
6. Possibilita-se a aplicação de métodos defensivo pressionantes que evidenciam a preocupação da
recuperação da posse da bola em zonas longe da sua própria baliza
ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Possibilita que a organização ofensiva reflicta continuamente
um bloco homogéneo e compacto.
2. Diminui a possibilidade de se perder a posse da bola de uma
forma extemporânea, ao se optar por soluções tácticas pelo lado
do seguro.
3. Estabelece que as falhas individuais possam ser prontamente
corrigidas pelos companheiros, devido à contínua execução de
acções de cobertura ofensiva, construindo-se assim, um elevado
grau de solidariedade.
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23. ASPECTOS FAVORÁVEIS (CONT.)
4. Proporciona uma melhor divisão dos esforços produzidos pela equipa, não existindo a sobrecarga
de uns jogadores em detrimento de outros.
5. Permite muitas situações de superioridade numérica no centro do jogo ofensivo, devido ao
deslocamento de um ou mais jogadores para um certo espaço vital de jogo.
6. Pode determinar, devido ao tempo que normalmente este método ofensivo dura, que os adversários
entrem em crise de raciocínio táctico.
ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Possibilita, devido ao tempo necessário para a elaboração da fase de
construção do ataque, que a equipa adversária pode estabelecer uma
organização defensiva consistente
2. Implica por parte dos jogadores atacantes uma percepção e leitura
constantes das situações de jogo e a antecipar as acções técnico-tácticas
dos defesas.
3. Requer a execução constante de acções que
visam o reequilíbrio da organização da equipa
(compensações-permutações)
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24. ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
4. Perspectiva a resolução táctica das situações de jogo pelo lado da segurança. Em alguns casos,
perde-se a possibilidade de se aproveitar uma excelente situação de jogo para isolar um
companheiro e resolver rapidamente a acção ofensiva.
5. Estabelece a possibilidade, devido ao processo ofensivo desenrolar-se frequentemente em espaços
reduzidos, que a equipa adversária se concentre nesses espaços facilitando as acções de marcação
6. Diminui a eficácia do método defensivo, se não se corrigir rapidamente os possíveis desequilíbrios na
organização da equipa, logo após a perda da posse da bola.
QUESTÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
1. Necessidade clara de solicitação permanente de pressupostos de
cultura táctica – necessidade de os criar!
2. Que tipo de jogadores para este método de jogo? Nas diferentes
posições e em cada uma delas em particular?
3. Que tipo de Transição Defensiva poderá ser feita face ao
posicionamento da equipa?
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25. QUESTÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
4. Definição clara do espaço ocupado pelo bloco-equipa – Onde defendemos?
5. Fazer perceber a necessidade de criar permanentes equilíbrios face ao grande número de jogadores
envolvidos na preparação do ataque e na criação das situações de finalização.
6. Necessidade de criar uma identidade em termos de entendimento e operacionalização do ataquer rápido
que crie uma base de soluções, aberta à integração de “soluções de contingência”.
7. Preparar a equipa psicologicamente para a utilização deste MJO…
8. Que tipo de finalizações serão mais frequentes?
9. …
EXERCÍCIOS DE TREINO DO ATAQUE POSICIONAL
A Organização Dinâmica do Jogo
26. QUE CONCEPÇÕES DE JOGO ESTÃO SUBJACENTES À UTILIZAÇÃO DOS
DIFERENTES MÉTODOS DE JOGO OFENSIVO?
CONTRA-ATAQUE E ATAQUE RÁPIDO
Filosofia de jogo directo que é caracterizada pela orientação sistemática dos
comportamentos técnico-tácticos em direcção à baliza contrária e pela transposição
rápida do centro do jogo para as zonas predominantes de finalização.
Esta concepção de jogo exprime uma atitude positiva – isto é, “jogar para ganhar”. É
condicionada pela intenção de marcar golos e não pelo medo de perder a posse da
bola.
Dados recolhidos através da observação de jogos de nível internacional (Hughes, 1990;
Castelo, 1994) permitem constatar que 7 em cada 8 golos (87%) resultam de processos
ofensivos muito breves (com 5 ou menos passes). Esta constatação leva-nos a uma
conclusão muito simples e muito lógica: “no futebol existe uma fórmula ganhadora
assente no jogo directo”. Se queremos ganhar os jogos devemos jogar, sempre que
possível, em direcção à baliza adversária tentando construir as situações de finalização
com o máximo de 5 passes (Hughes, 1990).
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27. ATAQUE POSICIONAL
Filosofia de jogo indirecto, “apoiado”, de posse da bola, caracterizada pela preponderância da fase de
construção do processo ofensivo através de uma laboriosa e metódica progressão da bola em direcção
à baliza adversária.
Muitas equipas de nível internacional utilizam, como estratégia ofensiva predominante, o ataque
indirecto, o ataque posicional.
Os seus jogadores, laboriosa, segura e pacientemente, procuram conduzir o centro do jogo para a zona de
finalização para, uma vez aí, tentarem construir as situações de finalização.
Esta concepção de jogo, quando aplicada de forma sistemática e exclusiva, pode exprimir uma atitude
negativa e que é a seguinte: “jogar para não perder – enquanto tivermos a posse da bola, a equipa adversária
não pode fazer golo” (Hughes, 1990).
Mas como é que tudo isto
funciona na prática???
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28. Na prática, constata-se que um grande número de processos ofensivos apresentam
características de dois ou mais métodos…
E se após a recuperação da bola na sua zona defensiva, uma determinada equipa passa, de forma
muito simples e muito rápida, para a zona de finalização (contra-ataque) para, uma vez aí e devido à
capacidade de organização defensiva evidenciada pela equipa adversária, ter que temporizar e
reorganizar as suas acções ofensivas de forma mais elaborada, mais lenta e mais segura
(características do ataque posicional)?!
Mas o contrário também pode ser observado… A equipa, após a recuperação da
bola, começa por executar, com lentidão e segurança, um conjunto de acções
individuais e colectivas para, de repente, aumentar o ritmo e a velocidade de
execução dos comportamentos técnico-tácticos procurando atingir as zonas
predominantes de finalização o mais rapidamente possível (ataque rápido ou
contra-ataque).
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29. Métodos de Jogo
Ofensivo
Neste contexto, além dos métodos
de jogo ofensivo de base, podemos
considerar a existência de métodos
de jogo ofensivo compostos…
Contra-ataque passando a ataque posicional
Métodos de Jogo Ofensivo
Ataque rápido passando a ataque posicional
Ataque posicional passando a ataque rápido
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31. PROCESSO OFENSIVO
ASPECTOS FUNDAMENTAIS
Criar um sentido e mentalidade colectiva - A funcionalidade de uma equipa de futebol passa
inabalavelmente pela interligação e o ajustamento dos comportamentos simultâneos dos jogadores
em função das contigências e do desenvolvimento contextual das situações de jogo.
Existência de uma compreensão elementar de base - Se um jogador deixa a sua
posição e funções específicas de base num determinado momento da partida, para ocupar a
posição e as funções específicas de um outro companheiro, deverá este último, o mais
rapidamente possível voltar, não à sua posição e funções de base, mas antes ocupar o lugar
deixado livre pelo companheiro que o ajudou. Mudam assim momentâneamente de posição e
funções específicas, mas nunca de responsabilidades, organização e solidariedade.
Criar condições para que cada jogador possa optar por uma entre
diferentes respostas tácticas possíveis - A resolução de cada situação de jogo
deverá resultar da mútua responsabilidade de todos os jogadores da equipa, dando a
todos eles a possibilidade de decidirem e executarem entre várias opções a resposta
táctica a que lhes parecem ser a mais adaptada e ajustada relativamente à situação.
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32. Processo Defensivo
CONCEITO
O processo defensivo representa uma das duas fase fundamentais do jogo de futebol, na qual
uma equipa luta para entrar na posse da bola, com vista à realização de acções ofensivas,
sem cometer infracções e sem permitir que a equipa adversária obtenha golo.
A fase defensiva consubstancia-se na base
de acções de marcação, que em última
análise, traduzem a presença física do defesa
sobre o atacante, visando a tomada de todas
as disposições para os neutralizar, em
qualquer momento do jogo, empregando os
meios lícitos à sua disposição (incluindo
naturalmente o contacto físico).
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33. Processo Defensivo
OBJECTIVOS
O objectivo básico da
defesa é de restringir o
tempo e o espaço disponível
dos atacantes, mantendo-os
sob pressão e negando-lhes
a possibilidade de poder
progredir no terreno de jogo.
Recuperação da posse da bola
Uma atitude fundamental - Não sendo possível atacar a baliza
adversária, uma vez que a equipa não se encontra de posse de bola,
dever-se-á "atacar a bola" de modo a recuperá-la ou a retardar o
processo ofensivo adversário.
Comportamentos técnico-tácticos - Caracterizados pela procura de
desapossar, o mais rapidamente possível, os adversários da bola.
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34. Processo Defensivo
Defesa da Baliza - A impossibilidade de recuperar de imediato a posse da bola ou de
estancar (parar) a progressão do processo ofensivo adversário, deriva de um de dois
factores:
À capacidade da equipa em processo ofensivo ultrapassar os diferentes e variados
problemas (obstáculos) que lhe vão sendo sucessivamente colocados.
À incapacidade organizativa momentânea da equipa em fase defensiva, fazer face
aos diferentes e variados problemas postos pelas situações de jogo criados pelo
processo ofensivo.
A surpresa criada pelas
acções ofensivas e o risco
delas poderem terminar na
Maior simplicidade das acções técnico-tácticas sem bola.
concretização de golos,
reflectem a desvantagem do
Grande número de processos que permitem a
processo defensivo.
recuperação da posse da bola.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Colocação concentrada dos jogadores num certo espaço
de jogo, estabelecendo uma melhor entreajuda dos
jogadores.
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35. Processo Defensivo
ETAPAS
EQUILÍBRIO DEFENSIVO (2 momentos)
1. No desenrolar do processo ofensivo da própria
equipa Através de medidas preventivas
asseguradas por um ou mais jogadores, que se
colocam e agem na retaguarda dos adversários
(em fase defensiva) que não estão directamente
implicados nas acções que determinam a
possibilidade de finalização.
2. Após a perda da posse da bola - Através da rápida reacção de todos os jogadores da equipa que se
deslocam: (1) em direcção à bola e ao atacante que a possui, (2) em direcção aos espaços vitais de jogo e, (3)
aos adversários que possam dar de imediato uma continuidade efectiva do processo ofensivo da sua equipa.
OBJECTIVOS
1. Entrar de novo na sua posse por forma a reorganizar o ataque.
2. Impedir o relançamento do processo ofensivo adversário e,
em especial, que este renuncie ao contra-ataque/ataque rápido.
3. Ganhar o tempo suficiente para que todos os jogadores se
possam enquadrar no dispositivo defensivo da equipa.
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36. RECUPERAÇÃO DEFENSIVA
ACÇÕES FUNDAMENTAIS
Começa nos momentos logo após a
impossibilidade de recuperar imediatamente a
posse da bola ou de evitar a progressão do
ataque do adversário na sua fase inicial, através
das acções que consubstanciam a fase de
equilíbrio defensivo e dura até à ocupação do
dispositivo defensivo previamente preconizado
pela equipa.
1. Marcar espaços e atacantes durante o deslocamento dos defesas em recuperação defensiva.
2. Interpôr-se rapidamente entre o atacante e a própria baliza.
3. Obstaculizar constantemente a acção dos atacantes.
4. Entreajuda estabelecida e coordenada pelos vários defesas.
DEFESA PROPRIAMENTE DITA
Esta constitui-se como a fase principal da defesa.
Pressupõe a ocupação, por parte de todos os
jogadores, do dispositivo defensivo previamente
preconizado pela equipa.
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37. CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS DEFESAS
MODERNAS
Tirar parte da iniciativa ao
processo ofensivo
No deslocamento coordenado dos jogadores dentro dos seus sectores da equipa, em direcção ao
centro do jogo: (1) procurando reduzir o espaço onde os seus adversários podem desenvolver as
suas acções, (2) tentar recuperar a bola em espaços longe da sua própria baliza e, (3) procurar
beneficiar da lei do fora-de-jogo.
Na variação sequêncial da execução dos comportamentos técnico-tácticos individuais e colectivos
de marcação sobre os adversários, por forma que a ordem, o espaço e a velocidade sejam
imprevisíveis aos olhos dos adversários.
No aumento da pressão e agressividade na marcação sobre o atacante de posse de bola e dos
companheiros que possam dar continuidade ao processo ofensivo de forma eficiente, isto é, obrigálos a terem respostas tácticas cujas direcções sejam para o lado ou para trás (em direcção à sua
própria baliza).
Na colocação em profundidade de 1 ou 2 jogadores que não se empenhem directamente na luta
pela recuperação da posse da bola, mas que assumam atitudes e comportamentos técnico-tácticos
de preparação do ataque da sua equipa logo que esta recupere a posse da bola.
Na condução dos adversários com e sem a posse da bola para espaços menos
perigosos ou onde beneficiem de situações de superioridade numérica, diminuindo
assim: (1) os ângulos de passe ou de remate, (2) o número de jogadores a quem a
bola possa ser passada eficazmente e, (3) tornar o jogo ofensivo previsível.
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38. Ter um carácter construtivo
MJD
Carácter destrutivo do processo ofensivo
adversário.
Base fundamental pela qual se deve construir o
seu processo ofensivo logo após a recuperação da
posse da bola.
As probabilidades da acção ofensiva
culminar em finalização, dependem em
larga medida das circunstâncias em que
ocorreu a recuperação da posse da bola.
É fundamental construir-se situações de treino
que potenciem uma recuperação “modelar” da
posse da bola por forma a que os seus efeitos de
carácter positivo se possam repercutir durante a
fase ofensiva que dai resulta. A defesa não deve
limitar-se à réplica a dar ao adversário, pelo
contrário, deverá ripostar sempre por forma a
obrigar o ataque a preocupar-se igualmente com a
protecção da sua própria baliza. É disto que consta
o carácter agressivo das defesas modernas.
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39. Métodos do Jogo Defensivo
Método de Defesa Individual
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Aplica, em todos os momentos do jogo, a lei do um contra um.
2. Estabelece que cada atacante é marcado por um defesa que o importuna sem cessar, evitando que este
receba a bola sob quaisquer circunstâncias (respeito pelo princípio da contenção).
3. Fundamenta situações de igualdade numérica a todo o momento, evidenciando uma maior agressividade
quando a acção se aproxima da baliza.
4. Desenvolve a responsabilização individual ao mais alto grau. Assim, em qualquer momento podemos
observar qual ou quais os jogadores que foram fundamentais na resolução ou não da situação de jogo.
5. Utiliza primordialmente os fundamentos individuais defensivos inerentes ao princípio da contenção,
senão não há eficácia.
6. Necessita de uma elevada capacidade física de todos os jogadores por
forma a reagirem constantemente aos deslocamentos dos seus adversários
mantendo-os sob pressão.
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40. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS (cont.)
7. Recruta elevados níveis de atenção selectiva, especialmente sobre o atacante que o defesa deverá
marcar de modo constante.
8. Evidencia a necessidade de elevados níveis de sacríficio e abnegação, pois sem estes atributos este
método defensivo não tem eficácia.
ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Possibilidade de se anular um jogador de grande capacidade técnicotáctica por um jogador de menores recursos, compensados por outras
características, tais como a perseverância, o empenho e a vontade.
2. Estabelece missões facilmente compreendidas no plano táctico, por
parte dos jogadores, pois cada um pode concentrar a sua atenção e
esforço num só adversário, numa só missão.
3. Transmite, quando é eficazmente aplicado, uma autoconfiança de
extrema importância no desenrolar do jogo, porque a defesa ganha mais
duelos de jogo do que perde.
4. Provoca um desgaste técnico-táctico, físico e principalmente
psicológico aos jogadores sujeitos a este tipo de marcação, pois estão
sujeitos de forma continua a uma marcação impediedosa.
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41. ASPECTOS FAVORÁVEIS (cont.)
5. Reduz a iniciativa do adversário que está sob influência deste tipo de
marcação, pois nunca tem espaço e tempo para exprimir as suas
capacidades técnico-tácticas.
6. Consegue-se sempre um certo equilíbrio numérico em qualquer
situação momentânea de jogo e em qualquer espaço.
7. Potencializa-se a sua eficácia quando utilizado. Logo, após a equipa
ter conseguido o golo, aumenta-se assim, o carácter perturbador da
situação.
ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Contextualiza situações muito difíceis de ultrapassar quando se
verifica a falha individual de um defesa, podendo assim comprometer
de imediato toda a organização defensiva.
2. Determina um rápido desgaste físico, pois o defesa deverá reagir constantemente às
movimentações do seu adversário directo
3. Estabelece a possibilidade se criar e explorar espaços livres em zonas vitais do
terreno de jogo, em consequência de roturas devido a falhas individuais.
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42. ASPECTOS DESFAVORÁVEIS (cont.)
4. Limita o jogo ofensivo da equipa, pois depende largamente do defesa que a conquistou e do
adversário directo que a perdeu.
5. Diminui a iniciativa, criatividade e a improvisação do jogador em termos defensivos, pois minimiza as
suas missões tácticas.
6. Reduz a coesão e aumenta a permeabilidade da organização defensiva devido ao não cumprimento de
um dos princípios específico da defesa - cobertura defensiva.
7. Possibilidade de existir um maior número de contactos físicos,
que poderão traduzir-se por um maior número de infracções às leis
do jogo.
Método de Defesa à Zona
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Aplica, na maioria das
situações de jogo a lei do todos
contra um.
2. Atribui a cada jogador a
responsabilidade por uma certa
zona do campo, o qual intervém
desde que aí penetre: a bola, o
adversário de posse de bola e o
adversário sem bola
3. Evidencia uma primeira
linha defensiva, que se forma
em função do
posicionamento da bola
forçando os adversários a ter
que a contornar.
Simultaneamente organiza-se
uma outra linha defensiva
que assegura a cobertura
permanente à primeira linha.
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43. 4. Estabelece continua e
permanentemente acções técnicotácticas colectivas com o objectivo
de uma entreajuda permanente.
5. Poderá utilizar a
denominada “defesa
em linha” tentando
tirar partido da lei do
fora-de-jogo.
ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Delimita o posicionamento dos defesas, os quais gozam da facilidade de ver a sua acção limitada a um
determinado espaço (zona) que lhe é familiar, pois não abandonam os seus postos habituais de marcação.
2. Reduz largamente o desgaste físico e psicológico comparativamente aos métodos individuais
3. Obriga os atacantes adversários a terem de executar acções em direcções alternativas relativamente à
baliza adversária, devido à continua existência de duas linhas defensivas
4. Aumenta a dificuldade de se criar, explorar e ocupar espaços vitais de jogo.
5. Correcção pronta das falhas individuais pelos companheiros, devido à contínua execução de cobertura
defensiva.
6. Proporciona um melhor aproveitamento das qualidades técnico-tácticas-físicas dos
jogadores.
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44. ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Cria condições que facilitam a possibilidade dos atacantes evidenciarem
uma maior capacidade de iniciativa, particularmente quando se deslocam de
um para outro espaço de marcação.
2. Permite situações de superioridade numérica ofensiva, pois poder-se-á
verificar a entrada simultânea de 2 ou mais jogadores numa determinada
zona de marcação de um defesa.
3. Desenvolve as dificuldades inerentes em definir, com exactidão, os limites
das respectivas zonas de marcação respeitantes a cada defesa e as inibições
que daí possam advir.
4. Impõe um elevado sentido de sacrifício, pois sem isso dificilmente haverá
efectividade.
5. Estabelece elevados níveis de insegurança se não existir uma sincronização
colectiva correcta.
6. Compartimenta o método defensivo, que determina sempre uma maior
permeabilidade do sistema.
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45. Método de Defesa à Zona
As duas equipas estão a
defender à zona, o que dá
tempo e espaço ao adversário
para pensar!
Conceito de Marcação como ponto de partida…
Acompanhar muito de perto e
passo a passo a deslocação de um
jogador adversário no campo,
impedindo ou condicionando as
suas jogadas…
Marcação – a acção táctica que os
jogadores da equipa que não possui a
bola realizam sobre os seus adversários,
com o intuíto prioritário de evitar que
estes entrem em contacto com a mesma,
ou de o fazer nas piores condições
possíveis… (López Ramos, 1995)
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46. Marcação – Marcação – conjunto de
acções técnico-tácticas individuais de
natureza defensiva, desenvolvidas no
absoluto respeito pelos princípios
defensivos, que visam a anulação a
anulação e cobertura dos espaços livres.
Os comportamentos técnico-tácticos de
marcação manifestam-se através de um
posicionamento em função da bola, dos
adversários, dos companheiros e da
baliza. (Queiróz, 1993)
É da coordenação
colectiva que depende,
em última análise a
eficácia das acções de
«marcação»!
Podemos dizer que face à diferenciada importância dada às diferentes referências
alvo da «marcação» e no ênfase que se coloca em cada uma das referencias de
posicionamento, que há diferentes concepções para a organização defensiva!!!
O modo como o treinador perspectiva a organização
defensiva da sua equipa está intimamente relacionado com
a sua interpretação do conceito de marcação!!!
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47. CONSIDERAÇÕES
Tentativa colectiva de encurtar (em profundidade) e estreitar (em largura) o espaço de jogo e assim
conseguir-se superioridade numérica junto à bola.
Ocupação inteligente dos espaços mais valiosos e que nos permite, por arrastamento, controlar os
adversários.
Quando se defende à zona, o jogador adversário em
posse deve ter a noção de estar a jogar contra 11 jogadores,
pois a equipa comporta-se como um todo… apenas possível
com uma referência de posicionamento comum a todos os
jogadores da equipa – a bola.
Comportamentos
TácticoTáctico-técnicos
(TÁCTICA COORDENA TODA A
EQUIPA E CADA UM DOS
JOGADORES)
Então como é que é feito o
roubo da bola?
Os jogadores devem manter-se sempre perfilados na
direcção do portador da bola para estarem em condições,
primeiro, de reduzir o espaço junto ao portador da bola
(apenas com a intenção de o levar a fazer um passe). Para
que, depois, se o passe acontecer, os jogadores se
movimentem rapidamente, um com a intenção de se
antecipar (contando com a cobertura dos respantes
companheiros da linha) e os outros fechando as saídas
próximas de passe…
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48. O objectivo é «fazer o terreno de jogo mais pequeno», por isso, ao
mesmo tempo que se deve pressionar o jogador adversário com bola,
os restantes defesas devem deslocar-se rapidamente em direcção á
zona onde se encontra a bola e tentar manter uma distância de
separação constante em relação aos companheiros. A ideia é que,
durante o trabalho defensivo, os jogadores pareçam unidos ao centro
do jogo por uma cinta elástica – Equilíbrio na organização defensiva.
Esta forma de defender requer comunicação e visão de jogo por parte
dos jogadores, os quais terão de saber o que sucede ao seu redor,
bem como à volta do portador da bola.
CONCLUSÕES
1. Os espaços são a grande referência-alvo de marcação.
2. A grande preocupação é fechar como equipa os espaços de jogo mais valiosos (os espaços mais próximos
da bola) para assim condicionar a equipa adversária.
3. A posição da bola e, em função desta, a posição dos companheiros são as grandes referencias de
posicionamento.
4. Cada jogador, de forma coordenada com os companheiros, deve fechar
diferentes espaços de acordo com a posição da bola.
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49. 5. A existência permanente de um sistema de coberturas sucessivas, conseguido pelo
escalonamento das diferentes linhas.
6. Importante pressionar o portador da bola para este se ver condicionado em termos de tempo e
espaço para pensar e executar.
7. É a ocupação cuidada e inteligente dos espaços mais valiosos que permite, por arrastamento, controlar
os adversários sem bola.
8. Qualquer marcação próxima a um adversário sem bola é sempre circunstancial e consequência dessa
ocupação espacial racional.
Trata-se de conseguir um «padrão defensivo colectivo», complexo,
mas principalmente dinâmico, adaptativo, compacto, homogéneo e
solidário.
Coesão Defensiva
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50. Método de Defesa Misto
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Sintetiza de forma global o método defensivo à zona e o método defensivo individual.
2. Desenvolve uma marcação ao atacante que evolui numa determinada zona do terreno de jogo,
continuando mesmo que este progrida para outra zona, que não é da responsabilidade do defesa. Neste
caso, só depois do atacante se desfazer da bola ou outro companheiro assumir as suas funções, é que o
defesa poderá (consoante a situação de jogo) voltar para a sua zona de marcação.
3. Acentua as acções de cobertura defensiva ao 1º defesa (contenção) tornando-as mais rigorosas que no
método à zona. Assim, verifica-se que os outros defesas se posicionam em função da acção do companheiro
que marca o adversário de posse de bola e de outros atacantes, que possam evoluir na sua zona de marcação
os quais poderão de imediato dar continuidade ao processo ofensivo adversário.
ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Oferece uma excelente segurança defensiva.
2. Dificulta a criação de situações de
superioridade numérica por parte dos
atacantes.
A Organização Dinâmica do Jogo
51. ASPECTOS FAVORÁVEIS (cont.)
3. Permite a possibilidade permanente de execução de compensações-permutações.
4. Aumenta a iniciativa e criatividade dos defesas possibilitando-os de sair da sua zona de marcação
para outra, marcando o atacante numa posição vital.
ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Requer a leitura constante das situações de jogo
e a antecipação das acções técnico-tácticas dos
atacantes.
2. Determina a necessidade de um grande espírito
de solidariedade e um alto grau de
responsabilidade individual.
3. Obriga os defesas a jogarem em certas zonas, às
quais estão menos habituados.
4. Diminui, em certas circunstâncias a eficácia do
método ofensivo da equipa.
A Organização Dinâmica do Jogo
52. A Zona “Pressionante”
1. Relacionado com a criação de superioridade numérica e o
constrangimento espaço-temporal (característicos da defesa zona) está
também o Pressing
Pressing.
2. Inovação no futebol (Arrigo Sachi) – utilização da zona incorporando o pressing, criando
uma zona agressiva – “Zona Pressionante” ou “Zona Pressing”.
3. Pode ser feita “onde e quando a equipa desejar” (bloco mais ou menos subido)…
4. O que sobressai da intenção de se fazer uma “zona pressionante” é a procura da bola, a
procura do erro adversário para recuperar a bola, o mesmo é dizer, querer atacar (“faz da
defesa a arte de atacar, Maturana).
5. Pressing – Definições página 49
6. Relação “Defesa à Zona” e “Pressing” – Não se consegue fazer pressão sem reduzir os espaços e tentar
criar superioridade numérica na zona da bola, sob risco de ficar desequilibrado!
A Organização Dinâmica do Jogo
A Defesa à Zona através da qual dominamos os espaços mais
Zona,
adequados em função da bola, e a Pressão Defensiva que trata
Defensiva,
de aproveitar o domínio e a redução dos espaços para pressionar
o portador da bola e os atacantes que o apoiam, são dois
aspectos que devem estar intimamente relacionados em
qualquer organização defensiva!!!
53. 7. Pressão alta – Tentativa colectiva de recuperar a bola o mais à frente possível. Nunca um acto
isolado de um jogador, por isso a equipa tem de ser curta, de jogar com os sectores próximos
uns dos outros, com grande entreajuda, e tem de arriscar atrás, com a defesa avançada no
terreno (Tadeia, 2003).
8. Que Transição Defensiva? – Reduzir o espaço em função da bola e, se possível, pressionar a bola.
9. Fuga à Zona Pressing – Jogar para trás ou procura das costas da linha defensiva…
À semelhança do que acontece na
Defesa à Zona, na Zona
Pressionante a grande preocupação
é fechar os espaços de jogo mais
valiosos. A diferença está na
agressividade com que se atacam
esses espaços e o portador da bola.
No fundo, trata-se de colocar a
equipa adversária e, em particular
o jogador em posse da bola, sob
forte constrangimento espaçotemporal para desse modo induzir
o erro e a recuperar. E recupera-la
para poder atacar.
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54. Método de Defesa Zona Pressionante
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS
1. Estabelece uma marcação rigorosa ao adversário de posse de bola, no qual o
defesa deve demonstrar agressividade na tentativa da sua recuperação ou para
obrigá-lo a cometer erros no plano técnico-táctico.
2. Permite a cada defesa evoluir na sua zona de marcação, mas deverá deslocar-se para outras zonas
concentrando-se nos espaços de jogo próximo da bola.
3. Impõe de forma continua a marcação agressiva a zonas e jogadores adversários que possam dar
continuidade ao processo ofensivo. Para se obter uma maior concentração defensiva, diminui-se a pressão
exercida aos atacantes que estejam posicionados em espaços longe da bola.
4. Conduz o ataque adversário para um espaço de jogo próprio onde predomina a melhor capacidade da
equipa em termos de recuperação da posse da bola.
5. Concentração e homogeneidade da organização defensiva, independentemente do deslocamento da bola.
6. Constante comunicação verbal entre os jogadores, fundamentalmente quando os
atacantes adversários conseguem mudar o ângulo de ataque, levando a bola para
outro espaço de jogo.
7. Elevado espírito de equipa, coordenação e solidariedade.
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55. ASPECTOS FAVORÁVEIS
1. Proporciona muitas situações de recuperação da posse da bola que derivam das acções dos defesas
no seu conjunto.
2. Diminui o espaço de jogo, à volta da posição da bola criando-se as condições mais favoráveis para a
sua recuperação.
3. Cria continuamente situações de superioridade numérica nos vários momentos do jogo.
4. Diminui a iniciativa dos adversários, forçando-os a cometer erros no plano técnico-táctico, que
normalmente não ocorrem,
5. Permite à organização defensiva jogar num bloco homogéneo e compacto.
6. Dificulta a criação, exploração e utilização de espaços livres no ataque adversário, especialmente nas
zonas à volta da bola e nas zonas vitais do terreno de jogo.
7. Estabelece uma solidariedade efectiva entre os defesas, verificando-se a cobertura permanente dos
comportamentos técnico-tácticos na procura da recuperação da bola.
8. Impossibilita a existência de linhas de passe em direcção à baliza, obrigando os adversários a
jogarem para o lado ou para trás.
9. Determina que o recuo defensivo seja realizado sempre em função
da progressão possível do processo ofensivo, não se recuando pelo
simples facto de se recuar.
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56. ASPECTOS FAVORÁVEIS (cont.)
10. Aumenta a iniciativa e criatividade dos defesas de acordo com a sua velocidade e habilidade.
11. Extremamente eficaz contra equipas, cuja organização ofensiva é lenta e sem ritmo ou com
dificuldades de condição física.
ASPECTOS DESFAVORÁVEIS
1. Dificuldades em se estabilizar a organização defensiva, se a bola circular rapidamente de um para outro
corredor de jogo
2. Requer uma leitura constante das situações momentâneas de jogo, obrigando a antecipar as acções técnicotácticas dos atacantes.
3. Impõe a execução constante de acções de compensações podendo em alguns casos, não haver o tempo
necessário para um reequilíbrio eficaz
4. Necessita de um elevado espírito de equipa e trabalho árduo
5. Criam-se grandes espaços de jogo entre o último defesa e o guarda-redes, devido ao facto de o recuo
defensivo ser efectuado em função da progressão da bola.
6. Excesso de agressividade sobre o atacante de posse de bola ou sobre que
podem traduzir-se num maior número de infracções às Leis do jogo.
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57. ASPECTOS DESFAVORÁVEIS (cont.)
7. Dificuldades de fazer uma rápida transição defesa/ataque, devido às grandes concentrações de
jogadores em processo ofensivo e defensivo
8. Impõe-se uma elevada capacidade física dos jogadores para que se possa adoptar e aplicar este método
defensivo.
PROCESSO DEFENSIVO – Aspectos Fundamentais
1. Criar um sentido e mentalidade colectiva
2. Continuidade da acção
3. Combinação eficiente das diferentes
tarefas tácticas dos jogadores em fase
defensiva
4. Na fase defensiva do jogo o problema
de um é o problema de todos
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58. TRANSIÇÕES
1. Quais são os Momentos do Jogo?
2. O que é uma Transição Defensiva?
3. O que é uma Transição Ofensiva?
4. Não confundir Transições com Métodos de Jogo e seus Princípios!!!
5. Que linguagem quando se fala sobre estas questões? Somos técnicos!!!
6. Transições há sempre que se ganha ou perde a bola… Podem é ser feitas de várias maneiras!
7. Diferentes Princípios de Transição podem privilegiar a utilização de um
ou outro Método de Jogo!
8. O Modelo de Jogo, seus Princípios e os Momentos
do Jogo.
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