O documento descreve o Departamento de Vigilância do Instituto, que busca almas suicidas perdidas. Apresenta o caso de Agenor Penalva, um obsessor suicida e criminoso que liderava uma falange perversa. Por meio de técnicas magnéticas, sua história lamentável é revelada, mostrando como desrespeitou os pais, levando-o ao arrependimento.
3. Uma breve retrospectiva do capítulo anterior...
Camilo é convidado pelo Diretor Teócrito, a comparecer a
uma reunião no Departamento Hospitalar;
Alta hospitalar: melhoras sensíveis no aspecto físico-astral;
Nova etapa de tratamento: moral e mental;
Chegara o momento de visitar a Terra;
Fariam, antes, uma visita às dependências do primeiro
plano do Instituto, começando pela Torre de Vigia, passando
depois pelo Departamento Hospitalar (isolamento e
manicômio) e pelo Departamento de Reencarnação.
4. Nosso estudo de hoje começa
justamente no ponto onde
Padre Anselmo conta a Camilo e
seus companheiros, sobre os
casos de almas suicidas que não
chegam a ingressar no Vale e
que se veem aprisionados por
maltas de obsessores que às vezes também foram
suicidas, entidades perversas e criminosas, cujo
único prazer é a prática do mal.
5. " Se nos comprometemos
perante Jesus ao serviço de
auxiliares do seu ideal de
redenção, filiando-nos à
Legião patrocinada por
Sua venerável Mãe,
manteremos técnicos nesta
Torre com o mister
exclusivo de procurar os
desaparecidos [...]”
6. Ferramentas de busca utilizadas pelos servos da vigilância
• Sofisticados equipamentos (citados no capítulo anterior),
capazes de demarcar as regiões que devem ser sondadas
pelos vigilantes na busca dessas almas perdidas
• Indicação de outros Espíritos já regenerados
• Ordens Superiores
• O Poder da Prece
7. “Tudo isso, porém, não quererá
certamente dizer que Maria precisará
esperar súplicas e pedidos de quem
quer que seja a fim de tomar suas
caridosas providências! Ao contrário,
estas foram perenemente tomadas,
com a manutenção dos postos de
observação e socorro especiais para
suicidas; como também com postos
não especializados, mas que
igualmente acolherão os suicidas em
ocasião oportuna, e que estão
disseminados por toda a parte, no
Invisível como na Terra, sob a égide da
lei de amor e fraternidade.”
8. “De qualquer forma, porém, a Prece, externada com
amor e veemência em favor de um suicida, é o
sacrossanto veículo que carreia, em qualquer tempo,
inestimáveis consolações, mercês celestes para aquele
desafortunado.”
“A prece é ato de tão louvável e
prestimosa repercussão que aquele
que ora por um de vós, suicidas, faz-
se voluntário colaborador dos
obreiros da Legião de Maria,
coadjuvando seus esforços e
sacrifícios na obra de alívio e
reeducação a que se devotaram!”
9. “O trabalho da Espiritualidade no tratamento dos
suicidas é vultoso e intenso... Se as criaturas que
atentam contra a própria vida conhecessem a extensão
do sofrimento e dos sacrifícios que
provocam, por certo que se deteriam à
beira do abismo, refletindo na grave
responsabilidade que assumirão, se
não por amor ou compaixão de si
mesmas, pelo menos em
consideração e respeito aos seus
guias espirituais e amigos devotados como também às
suas famílias.”
10. A pedido do Dr. de Canalejas, que acompanhava o grupo de
visitantes, Pe. Anselmo os leva a conhecer as prisões onde
estavam confinados temidos obsessores, chefes ou
seguidores de falanges perversas, os quais, além de
suicidas, seriam também responsáveis por crimes terríveis,
passíveis de reparações duríssimas através dos séculos e
que haviam sido resgatados das regiões trevosas.
11. Extremamente surpreendido com o que vê, Camilo diz a Pe.
Anselmo:
"- Pois quê?!... Vejo aqui um educandário,
não uma prisão!... Rodeados de amplas
janelas e belos e sugestivos balcões por onde
penetram ventos sadios, desguarnecidos de
grades e de sentinelas, estes aposentos
convidam antes ao recolhimento, à
meditação e ao estudo proveitoso, dado o
silêncio inquebrantável de que se rodeiam...
Oh! bem vejo a influência generosa de
eméritos missionários educadores, afeitos à
direção de instituições escolares, não
carcereiros a se imporem pela violência!... "
12. Ante à surpresa de Camilo, Pe. Anselmo respondeu:
“Cumprimos os dispositivos das leis de amor e fraternidade,
sob as normas essencialmente educadoras do Mestre Jesus.
Não nos cumpre castigar quem quer que seja, por mais
criminoso que se afigure, porquanto nem Ele o fez!”
“Nosso dever é instruir e reeducar, levantando o ânimo
decaído e o caráter vacilante, através de elucidações sadias,
para a regeneração pela prática do Bem! ...”
13. A grande diferença entre
o que acontece nessas
Instituições e o que
conhecemos na Terra
reside unicamente no
amor que preside as
ações desses Espíritos
benfeitores voltados
incondicionalmente ao
bem...
14. A triste história de Agenor Penalva...
Aproximando-se de um dos aparelhos, Pe.
Anselmo aciona um botão luminoso e elucida:
"Eis um dos temíveis obsessores, chefe
de pequena falange de entidades
endurecidas e maldosas, portador de
múltiplos vícios e degradações morais,
criminoso e suicida, que arrastou ao seu
abismo de vileza e misérias quantos
incautos - desencarnados e encarnados -
pôde seduzir e convencer a segui-lo.”
15. Os crimes de Penalva são tão graves que talvez seja
necessário o seu encaminhamento aos canais
competentes para uma reencarnação expiatória
fora do Globo Terrestre, em planeta ainda inferior à
Terra, ou para um estágio espiritual em suas
vizinhanças astrais, para que, num período
relativamente curto, possa ele expiar o débito que,
na Terra, requereriam séculos!
16. “Nossos métodos, todavia,
mantêm outra espécie de
ensinamento, enérgico, quase
violento, ao qual somente os
iniciados poderão atender,
dada a delicadeza da operação
a ser tentada, que requer
técnica especial”...
“Por essa razão, esse trabalho será sempre confiado a um
especialista [...] Olivier de Guzman, a quem conheceis
como diretor do Departamento de Vigilância.”
17.
18. O prisioneiro
Apresentava-se como um homem
comum, embora desencarnado...
Trajava tal como no momento em
que sucumbira, sob o golpe do
suicídio, possivelmente há um século
atrás...
À altura do coração, apesar do longo tempo decorrido,
jorrava o sangue, vivo e fresco, de largo orifício
produzido certamente por florete ou punhal, marcando
impiedosamente o físico-astral.
19. Olivier de Guzman passou a
expor ao discípulo a explicação
do dia, fazendo-o anotá-la em
cadernos, levando-o a analisar e
refletir sobre ela, a fim de
imprimi-la na mente.
No dia seguinte, o discípulo deveria apresentar a resenha
das conclusões feitas em torno do assunto estudado.
Ao aluno, assistia o direito de objetar, indagar e até
contestar... Ao que o mestre devolvia na forma de preciosos
esclarecimentos, a cada contestação do endurecido
discípulo!
20. Após a aula, o paciente acompanhou o preceptor a
uma espaçosa sala, espécie de gabinete de
experimentações científicas, perenemente saturada
de vaporizações magnéticas e emitindo
fosforescências azuladas, tênues, sutis, quase
imperceptíveis à nossa visão ainda muito débil para
as coisas espirituais, e absolutamente invisíveis à
percepção embrutecida daquele que nelas
penetrava a fim de se submeter à operação
conveniente.
21. “Em uma placa fluido-magnética ultra
sensível, são reproduzidos os atos
registrados nos refolhos psíquicos da mente,
e que, pela ação magnética, ressurgem, como
por encanto, dos escombros da memória
profunda, para impressionarem a placa e se
tornarem visíveis como a própria realidade
que foi vivida!”
22. E foi assim que se desenrolou a lamentável história
de Agenor Penalva...
"Contas cinco anos de idade,
Agenor Penalva, e resides no
solar paterno, nos arredores
de Málaga... És o único filho
varão de um consórcio feliz e
honrado... e teus pais sonham
preparar-te um futuro
destacado e brilhante!”...
23. “Então, surgiu para nossas vistas assombradas o
inenarrável em linguagem humana! O pensamento, as
recordações do desgraçado, seu passado, suas faltas, seus
crimes mesmo, como filho, em torno de seus pais,
traduzidos em cenas vivas, movimentaram-se no espelho
sensível e impoluto, diante dele, retratando sua própria
imagem moral, para que ele a tudo assistisse, revendo-se
com toda a hediondez das quedas em que soçobrara, como
se sua Consciência fosse um repositório de todos os atos
por ele praticados, e os quais, agora, arrebatados do fundo
da memória adormecida, por transcendentalíssima atração
magnética, se levantassem conflagrados, esmagando-o
com o peso insuportável da tenebrosa realidade!”
24. Quando as visões cessaram, Penalva estava
desesperado...
De joelhos, continuou em pranto, suplicando pelo
perdão de sua mãe, vencido pelo mais impressionante
desalento, que Camilo havia presenciado até então no
Instituto...
25. Olivier de Guzman apenas o levantou
e reconduziu aos aposentos. Antes de
deixá-lo, escreveu em uma folha em
branco sobre a mesa:
- TESE: O 4º Mandamento da Lei de Deus: - "Honrai
o vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo
tempo na Terra que o Senhor vosso Deus vos
dará.“
- Relação dos deveres dos filhos para com seus pais.
Notas do Editor
Só recordando. As causas do suicídio, além da saciedade, ociosidade, é a pouca fé, a fraqueza. Porque Jesus falou: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará.” Estamos conhecendo um pouco dessa verdade... Quando assimilarmos de verdade que temos que enfrentar os nossos sofrimentos nesta, ou em outras encarnações, no resignaremos e talvez não nos suicidaremos mais...